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segunda-feira, 26 de maio de 2025

Alegrete - Rio Grande do Sul (21/06/2025)

 

"Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu."
Mário Quintana

Se me perguntarem onde fica o Alegrete, como no clássico nativista “Canto Alegretense” (dos conterrâneos Nico e Bagre Fagundes), responderei que fica, sim, bem longe de Porto Alegre. Em razão de um adorável compromisso profissional que tive na cidade encravada no Pampa gaúcho, a ministração do meu curso de cinema negro junto ao Sesc Alegrete, pude, igualmente, conhecer um pouco desta cidade tão emblemática na história do Rio Grande do Sul por ser a terra de ninguém menos que gente ilustre como o poeta Mário Quintana, mas também Paulo César Pereio, Sérgio Faraco, João Saldanha e Osvaldo Aranha. Muita história. 

Já encerrada minha atividade, ocorrida na parte relativamente nova da cidade, atravessando-se o Rio Ibirapuitã - povoada muito em razão da chegada da universidade pública, a Unipampa, há 15 anos -, pude, então, fazer uma breve mas proveitosa deriva pela região central de Alegrete. As paisagens do campo, das fazendas e estâncias típicos do Pampa, aquelas que se veem pela janela enquanto se chega ou retorna, claro, estas não as vi a olho nu. 

Mas essas poucas horas de apreciação do olhar me trouxeram satisfação em conhecer um Centro que, distante 500 quilômetros de Porto Alegre, fez-me lembrar da capital em alguns momentos. Um Centro tomado basicamente por casas, em que se enxerga a rua adiante mirando das esquinas, um Centro cujas ruas (Andradas, Venâncio Aires, Getúlio Vargas, Joaquim Nabuco) se assemelham não só nos nomes como nas formas e modos. Mas um Centro que guarda ainda a memória, mesmo que descuidadamente, relação com sua abandonada estação férrea, essencial nos tempos antigos e responsável pelo crescimento econômico e social de muitos municípios do interior, assim como Alegrete, ainda hoje forte na agricultura.

Agora que estive lá (e muito bem recebido fui), se me perguntarem onde fica o Alegrete poderei dizer, sem pestanejar, parafraseando a velha canção gauchesca, que meus pés, em deriva, seguiram o rumo do meu próprio coração.


Largo da antiga estação férrea


Prédio da estação férrea. Deteriorando-se


Os trilhos. Para onde se vai mesmo?


Fim de tarde na antiga estação


Sol alaranjado na velha caixa d'água...


...iluminando também os trilhos abandonados


"Anarquia, Oi!"


Uma informação, por favor: para onde vai este trem?


Passarela para o nada


Art nouveau, vieille art


Tranquilidade para pastar, que o trem não virá hoje


Como fazer agora para calçá-los?


Saindo para o trabalho


Voltando do trabalho


Porta com porta


Equilibrando-se no tempo


Nas (es)quinas


Os homens velhos e a máquina velha


Dois cinco quatro


Fim de tarde, janelas fechadas


Mensagem importante


Numa charmosa esquina de Alegrete... ou seria São Paulo?


E ele ainda não chegou em casa


A rosazul


Daniel Rodrigues

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

cotidianas #818 - "No ano passado..."




Atirei-me, pois, metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano passado
"O suicídio de Dorothy Hale"
Frida Kahlo (1938)

Já repararam como é bom dizer "o ano passado"? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando tudo na outra margem...Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse "tudo" se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraodinária sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas. Mas no ano passado, como eu ia dizendo, ou mais precisamente, no último dia do ano passado deparei com um despacho da Associeted Press em que, depois de anunciado como se comemoraria nos diversos países da Europa a chegada do Ano Novo, informava-se o seguinte, que bem merece um parágrafo à parte:

"Na Itália, quando soarem os sinos à meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas as panelas velhas e os vasos
 rachados".

Ótimo! O meu ímpeto, modesto mas sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela, tendo apenas no bolso, à guisa de explicação para as autoridades, um recorte do referido despacho. Mas seria levar muito longe uma simples metáfora, aliás praticamente irrealizável, porque resido num andar térreo. E, por outro lado, metáforas a gente não faz para a Polícia, que só quer saber de coisas concretas. Metáforas são para aproveitar em versos...

Atirei-me, pois, metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano passado.

Morri? Não. Ressuscitei. Que isto da passagem de um ano para outro é um corriqueiro fenômeno de morte e ressurreição - morte do ano velho e sua ressurreição como ano novo, morte da nossa vida velha para uma vida nova.


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"No ano passado..."
Mario Quintana


domingo, 10 de maio de 2015

COTIDIANAS n° 368 ESPECIAL DIA DAS MÃES - "Mãe"



"A Vida" - REIS, Cly

grafite sobre sulfite com manip. digital

Mãe... São três letras apenas
As desse nome bendito
Também o céu tem três letras
E nelas cabe o infinito
Para louvar a nossa mãe,
Todo bem que se disser
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do CÉU
E apenas menor que Deus!


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"Mãe"
Mário Quintana

domingo, 12 de maio de 2013

cotidianas #222 Especial Dia das Mães - "Mãe"



"Maternidade" - Picasso, Pablo
aquarela sobre papel
Mãe... São três letras apenas

As desse nome bendito:
Também o Céu tem três letras...
E nelas cabe o infinito.

Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disse
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer...

Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do Céu
E apenas menor que Deus!


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"Mãe"
(Mário Quintana)