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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Exposição de fotos "AQUI, ALI E ACOLÁ"’, de Nilton Santolin – Casa de Cultura Mário Quintana – Porto Alegre - RS





Eu, batendo um papo com
o jornalista e músico
Domício Grillo durante a exposição
Amante de cinema como sou, tenho lá minhas pretensões de, um dia, realizar um filme meu, pois me considero apto a, na posição de diretor, conceber, gerenciar e transmitir as ideias de um projeto audiovisual. Mas sempre pondero nessa hora que, certamente, precisarei andar de mãos dadas com o diretor de fotografia, tendo em vista minha limitação técnica no manejo de iluminação, temperatura de lente e outros pormenores que só o fotógrafo é capaz de executar com seu conhecimento e com aquele ganho de qualidade característico. Um olhar perspicaz e aguçado que só os (bons) fotógrafos têm. Mesmo em fotos estáticas, foi esta qualidade “a mais” que pude conferir na abertura da exposição "Aqui, ali e acolá!" do amigo fotógrafo (e colorado!) porto-alegrense Nilton Santolin, na Casa de Cultura Mário Quintana, a qual segue lá no 7º andar até 28 de agosto.
"Negra e Branco"
Reunindo uma boa galera ligada à fotografia, dentre os quais os colegas de profissão Mauro Schaeffer, Dulce Helfer, Edison Vara e Itamar Aguiar, pude ver, entre uma taça de vinho e o gostoso som de Beatles tocado pela Nowhere Band, excelentes cliques (a maioria num apurado p&b) batidos em, como o título indica, algumas cidades por aí, como Rio de Janeiro, Paris, Morro de São Paulo (Bahia) e, claro, Porto Alegre. São registros entre o documental e o jornalístico carregados de arte, sensibilidade e bom humor – uma marca de Nilton –, presente em títulos e, principalmente, na abordagem empregada na concepção de algumas dessas imagens.
"A Canoa, o pescador e o mar"
As 20 fotos mostram desde detalhes de ruas, extraindo lirismo de cantos despercebidos das grandes cidades, até momentos inusitados e paisagens cotidianas, como a pictórica “Toruga na Serração” (e que ilustra o convite da exposição), uma impressionante tela onde as cores de uma nebulosa Porto Alegre noturna parecem ter sido pintadas a óleo tamanha a fusão de palhetas que os azuis e lilases aludem sob a luz branca dos postes. Noutra, a metaliguística “Negra e Branco”, são duas mãos dadas em close que suscitam uma poética história. Nilton conta que os personagens são o mais velho casal do bairro onde mora, o Santana: dona Lourdes, a negra, e seu Sérgio, o branco, que, com mais de 80 anos ambos, tiveram que lutar por seu amor interracial numa provinciana e preconceituosa sociedade gaúcha dos anos 50 para, vencida a batalha, estarem juntos até hoje. A foto registra, com simplicidade e encanto, na textura das peles enrugadas de gente batalhadora e no contraste cromático que suas melaninas sugerem, justamente esta união tão rica de significado.
Com definiu o jornalista Jayme Copstein no texto de apresentação da mostra, o que chama atenção na obra de Nilton Santolin é, além da reconhecida técnica, o talento de buscar “a imensidão escondida nas pequenas coisas, tesouro cada vez mais distante neste mundo de olhos turvados pelo gigantismo da tecnologia”.
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exposição "Aqui, Ali e Acolá"
Nilton interagindo com suas fotos.
fotos de Nilton Santoli
na Casa de Cultura Mário Quintana, 7° andar 
Rua dos Andradas, 736 - Centro - POA
visitação, até 28 de agosto
segunda-feira das 14h às 21h;
de terça à sexta-feira das 9h às 21h;
e sábado e domingo das 12h às 21h




quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Sessão Comentada filme "Casa Vazia" - Cinemateca Paulo Amorim - Casa de Cultura Mário Quintana - Porto Alegre/RS


Será com certeza um prazer comentar sobre uma das recentes produções de longas-metragens gaúchas, o elogiado "Casa Vazia", nesta quarta-feira, em minha amada Cinemateca Paulo Amorim, da Casa de Cultura Mário Quintana, O filme, sobre o qual já comentei aqui no blog, terá uma sessão comentada, que contará com a minha participação como membro e secretário da ACCIRS, e da colega Mônica Kanitz, Vice-Presidente. Na ocasião, vamos debater com o diretor do filme, Giovani Borba, na Sala Paula Amorim, a partir das 19h15.

Vencedor de 5 Kikitos, no Festival de Gramado, e um Troféu Redentor, no Festival do Rio, o longa trata do empobrecimento de regiões agrícolas, tendo no protagonista o retrato social atual de um típico gaúcho em uma zona historicamente romantizada, mas cuja realidade opera de maneira implacável. O clima de tensão da história, pelo qual é possível classificar o filme como um new western, se equilibra com o drama, personificado na pessoa de Raúl, um dos milhares de trabalhadores do campo que tentam se reorientar e lutar pela sobrevivência e preservar seus costumes.

Quem puder comparecer, valerá a pena. Nem sei se pelo o que terei para falar, mas por conta do ótimo filme mesmo, que fala por si.

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sessão comentada filme “Casa Vazia” 
com Daniel Rodrigues, Mônica Kanitz e Giovani Borba
Quando 23 de agosto, quarta-feira, 19h30
Local: Cinemateca Paulo Amorim - Casa de Cultura Mário Quintana
 Rua dos Andradas, 736 - Centro Histórico - Porto Alegre/RS
Ingresso: gratuito


Daniel Rodrigues

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Exposição 'METROPOLITANOS' - Casa de Cultura Mário Quintana - Porto Alegre - RS




por Valéria Luna


A mostra Metropolitanos – A Nova Urbanidade em Exposição, que abriu no último dia 15/03, no Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul - Casa de Cultura Mário Quintana, leva às dependências do Museu à arte das ruas pela expressão de 25 artistas gaúchos. Em Metropolitanos, a exposição nos trás a realidade exibida nos muros e viadutos, expostas ali diariamente e que, na maioria das vezes, passa despercebida aos olhos da população. Artista como: Pedro Gutierres, Carol W e Luciano Scherer levam seu trabalho “marginal” para as salas do museu, despertando uma dialética de boa discussão: "onde realmente é o lugar da arte?"
No cotidiano podemos nos deparar quase que em cada esquina com as manifestações do Cusco Rebel, Trampo e Xadalu, por exemplo. Porém a discussão acerca da mesma manifestação nas dependências do museu é a consolidação da manifestação urbana, a arte pela arte, e sua importância como obra, reforçando seu valor e todo o reflexo da arte Urbe-POA, por vezes perturbadora por ser tão explicita e singular.
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Exposição METROPOLITANOSA NOVA URBANIDADE EM EXPOSIÇÃO
ARTISTAS: Braziliano, Carla Barth,CarolW, Celo Pax, Cusco Rebel, Guilherme Nerd, Jotapê, Holie, Lidia Brancher, Luciano Scherer, Luciano Spinelli, Matheus Grimm, Nina Moraes, Paula Plim, Pablo Etchepare, Pedro Gutierres, Renan Santos, Ricardo Dias, Seilá Pax, Sergio Rodriguez, Talita Hoffmann, Trampo, Tridente, True e Xadalu

Local: Museu de Arte Contemporânea do RS, Rua dos Andradas 6° andar da Casa de Cultura Mario Quintana
Visitação: Até 15 de abril, Segunda das 14h às 19h, de Terça à Sexta das 10h às 19h, Sábados, Domingos e Feriados das 12h às 19h.



confira abaixo alguns trabalhos da exposição:

Carol W.


Carol W.


Luciano Scherer


Luciano Scherer


Luciano Scherer


Pedro Gutierres
 
Cusco Rebel

Trampo

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Valéria Luna é Relações Públicas formada pela ESURP – Escola Superior de Relações Públicas de Pernambuco. Teve seu exercício profissional pautado na Produção Executiva de Moda durante quase 10 anos de atuação no mercado do Nordeste, onde coordenou a Feira de Componentes Têxteis – COMTEX, por seis anos e, em 2008, criou a Rede ModaMercado – Rede de Profissionais de Moda, voltada para o agenciamento de profissionais em todo o país para a execução de ações de informação, como palestras, workshops e consultorias. Através da rede, realizou produção executiva de marcas e estilistas, ainda, eventos de moda pelo país.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Alegrete - Rio Grande do Sul (21/06/2025)

 

"Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu."
Mário Quintana

Se me perguntarem onde fica o Alegrete, como no clássico nativista “Canto Alegretense” (dos conterrâneos Nico e Bagre Fagundes), responderei que fica, sim, bem longe de Porto Alegre. Em razão de um adorável compromisso profissional que tive na cidade encravada no Pampa gaúcho, a ministração do meu curso de cinema negro junto ao Sesc Alegrete, pude, igualmente, conhecer um pouco desta cidade tão emblemática na história do Rio Grande do Sul por ser a terra de ninguém menos que gente ilustre como o poeta Mário Quintana, mas também Paulo César Pereio, Sérgio Faraco, João Saldanha e Osvaldo Aranha. Muita história. 

Já encerrada minha atividade, ocorrida na parte relativamente nova da cidade, atravessando-se o Rio Ibirapuitã - povoada muito em razão da chegada da universidade pública, a Unipampa, há 15 anos -, pude, então, fazer uma breve mas proveitosa deriva pela região central de Alegrete. As paisagens do campo, das fazendas e estâncias típicos do Pampa, aquelas que se veem pela janela enquanto se chega ou retorna, claro, estas não as vi a olho nu. 

Mas essas poucas horas de apreciação do olhar me trouxeram satisfação em conhecer um Centro que, distante 500 quilômetros de Porto Alegre, fez-me lembrar da capital em alguns momentos. Um Centro tomado basicamente por casas, em que se enxerga a rua adiante mirando das esquinas, um Centro cujas ruas (Andradas, Venâncio Aires, Getúlio Vargas, Joaquim Nabuco) se assemelham não só nos nomes como nas formas e modos. Mas um Centro que guarda ainda a memória, mesmo que descuidadamente, relação com sua abandonada estação férrea, essencial nos tempos antigos e responsável pelo crescimento econômico e social de muitos municípios do interior, assim como Alegrete, ainda hoje forte na agricultura.

Agora que estive lá (e muito bem recebido fui), se me perguntarem onde fica o Alegrete poderei dizer, sem pestanejar, parafraseando a velha canção gauchesca, que meus pés, em deriva, seguiram o rumo do meu próprio coração.


Largo da antiga estação férrea


Prédio da estação férrea. Deteriorando-se


Os trilhos. Para onde se vai mesmo?


Fim de tarde na antiga estação


Sol alaranjado na velha caixa d'água...


...iluminando também os trilhos abandonados


"Anarquia, Oi!"


Uma informação, por favor: para onde vai este trem?


Passarela para o nada


Art nouveau, vieille art


Tranquilidade para pastar, que o trem não virá hoje


Como fazer agora para calçá-los?


Saindo para o trabalho


Voltando do trabalho


Porta com porta


Equilibrando-se no tempo


Nas (es)quinas


Os homens velhos e a máquina velha


Dois cinco quatro


Fim de tarde, janelas fechadas


Mensagem importante


Numa charmosa esquina de Alegrete... ou seria São Paulo?


E ele ainda não chegou em casa


A rosazul


Daniel Rodrigues

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Retrospective Guy Bourdin 2011 – Casa de Cultura Mário Quintana – Porto Alegre- RS




Passou por Porto Alegre, mais precisamente, pela Casa de Cultura Mário Quintana, uma retrospectiva do fotógrafo francês Guy Bourdin (1928-1992). Numa palavra: putaqueupariu! Muito bom: instigante, provocativo, enigmático, bizarro, preciso. Vários adjetivos podem ser atribuídos ao trabalho deste escultor de imagens fotográficas, dada sua capacidade de imprimir seu olhar artístico ao objeto fotografado.
Guy Bourdin foi um dos precursores da fotografia no mundo da moda, misturando a esta tão comum prática da captura de imagens estáticas a arte contemporânea. Através de técnicas inovadoras e audaciosas, tudo sob uma visão debochada e detalhista, ele criou uma forma de fantasia aliando seu talento estético a situações inesperadas e ousadas, muitas vezes picantes. A moda e a fotografia eram suas ferramentas para explorar reinos entre o absurdo e o sublime, bebendo constantemente no surrealismo e no humor (negro, por vezes).
A retrospectiva compreendeu, na verdade, uma fase curta da carreira profissional de Bourdin, pegando principalmente a década de 70, época da consolidação do seu estilo, até início dos 80. Mas isso basta. Com produções feitas para grandes revistas de moda e para nomes da moda como Dior ou Jourdan, seu jeito altamente estilizado de compor imagens – muitas cores, iluminações altamente planejadas (fosse natural ou artificial), enquadramentos precisos (em foco ou não, superenquadrados ou não, simétricos ou não), suscita climas de suspense, estranhamento, humor e muita, mas muita volúpia.
Corpo feminino, sensualidade, pernas, saltos-altos...
mas não de um modo muito convencional
A valorização dos elementos retrô, a iluminação ora dura, ora de luz propositalmente “precária” e sombreada, aliado a seus enquadramentos criativos e à coloração intensa que empregava aos objetos (roupas, sapatos, corpos, móveis, maquiagens), influenciou largamente toda a produção fotográfica para moda, além de alguns cineastas e o conceito de alguns filmes. Da galera do cinema que bebeu em Bourdin estão: Win Wenders, Jean-Jacques Beineix, David Lynch, Jonathan Demme, irmãos Cohen e, principalmente, Percy Adlon de “Sugarbaby” e “Roseline Vais às Compras”.
Outro fator que me impressionou bastante foi que, como se não bastassem os excelentes quadros expostos com as fotografias feitas para revistas, todos minuciosamente produzidos (e para os quais eram certamente necessárias várias horas de trabalho até chegar ao resultado final), a exposição mostrou duas projeções de slide-shows com fotos tiradas por Bourdin nas ruas dos Estados Unidos, país onde residiu por muito tempo. Nestas, sua lente registrou o charme decadente do kitsch, as texturas sujas da cidade, as geometrias modernistas, a interação entre natureza e concreto. Mas, diferente das superproduções elaboradas para uma Vogue, pré-planejadas em todos os pormenores, ali, se via o contrário: imagens captadas no momento, sob luz natural na maioria das vezes, quase como um repórter ou cronista. Prova de que foi um artista completo na criação de imagens.

O misterioso, o curioso, o bizarro,
o sugestivo no olhar de Bourdin
Sensualismo com surrealismo,
marcas registradas
das lentes do artista
O olho urbano de Bourdin,
com um toque artístico para complementar
Imagem com plasticidade, impacto e força
levandoa inúmeras possibilidades
de leituras e interpretações
Sensualidade kitsch com ar de mistério



por Daniel Rodrigues