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sexta-feira, 15 de abril de 2022

cotidianas #750 - "Sexta-Feira de Paixão"




"Orgia" - Willima Hogarth (1812)
Esta é a historia de um cara que conheceu a garota
na sexta-feira, se casou com ela no sábado,
e no domingo não tinha mais nada a ver.
Uou Uou Uou Uouú

Lua suspensa no fundo da noite, no Baishe
Chopp gelado em cima da mesa
Todas as bocas, procuravam salivas
Todos os olhos, perderam a pureza

Eu tava sentindo um clima diferente dos outros dias
Alguma coisa me dizia, "Vai acontecer"
Um fenômeno, parecido com um filme de TV
Tinha que ser entre eu e você

Porque era sexta-feira
Nos prometemos um ao outro pela vida inteira
Porque era sexta-feira
Nos prometemos um a outro...

Uou Uou Uou Uouú!

Sábado casamos numa igreja na frente da praça
Tudo rapidinho, bem simples sem muito oba-oba
Tivemos uma lua de mel maravilhosa
A noite inteira namorando, como dois pombinhos
Como dois pombinhos

Hoje é domingo e o casal acordou de ressaca
No fundo no fundo a gente não tinha nada a ver
Me casei acreditei no que sonhei
Agora é hora de pular fora meu bem

Porque era sexta-feira
Nos prometemos um ao outro pela vida inteira
Porque era sexta-feira
Nos prometemos um a outro...

Lua suspensa no fundo da noite, no Baishe
Alguma coisa me dizia, vai acontecer

Sábado casamos numa igreja na frente da praça

No fundo no fundo a gente não tinha nada a ver
Nada a ver
Nada a ver
Nada a ver

não tinha nada a ver!

****************
"Sexta-Feira de Paixão"
Inimigos do Rei


quinta-feira, 14 de abril de 2022

"Capitães da Areia", de Jorge Amado - ed. Record (1981) - original de 1937





"Os atabaques ressoam
como clarins de guerra."



"Capitães da Areia" é um dos livros responsáveis por me fazer gostar de leitura. Numa época em que eu ainda não tinha hábito firme nem prazeroso, "obrigado" a ler alguma coisa para uma ficha de leitura, na escola, na 6° série, o escolhi na caixa de livros da turma escolar. Foi meu maior acerto, naquele momento. O romance de Jorge Amado me conquistou, me envolveu, me pegou de tal maneira que eu me via torcendo pelos garotos jogados na vida nas ruas de Salvador, em suas mais variadas situações, oriundos das mais diversas origens.

"Capitães da Areia" trata sobre um grupo de menores abandonados, suas aventuras, delitos e dificuldades, tendo à frente o destemido Pedro Bala, um personagem, ao mesmo tempo bruto e encantador, como aliás, de resto, é o romance. Jorge Amado não nos poupa em retratar toda a dureza do cotidiano na pobreza, no abandono, no crime, mas não deixa de nos apresentar ternura, pureza, amor, além de seu habitual bom humor, mesmo, muitas vezes, em situações sérias e dramáticas. A liderança de Pedro Bala é algo simplesmente admirável, o amor entre ele e a menina Dora é das coisas mais lindas da literatura brasileira, e a relação de lealdade, companheirismo, fidelidade do grupo é algo tocante e até exemplar.
Jorge Amado, daquele seu jeito proseiro, enrolão (no bom sentido), é daqueles casos de um poder tão magnífico da palavra que suas "cenas" ficam gravadas na memória visual de tal maneira, como se tivéssemos assistido àquilo que narra. Não vi o filme que foi feito em 2011, mas, por exemplo, tenho gravado na retina (da mente) o momento em que o Sem-Pernas, um garoto aleijado, perseguido, pula da Cidade Alta, ali do lado do Elevador Lacerda. "Não o levarão. Vêm em seus calcanhares, mas não o levarão. Pensam que ele vai parar junto ao grande elevador. Mas Sem-Pernas não para. Sobe para o pequeno muro, volve o rosto para os guardas que ainda correm, ri com toda força de seu ódio, cospe na cara de um que se aproxima estendendo os braços, se atira de costas no espaço, como se fosse um trapezista de circo.".
Igualmente emocionante é o momento em que Pedro Bala, atendendo a chamados maiores de liderança, de causas engajadas, trabalhistas, populares, se despedindo do grupo, é saudado como um grande líder como sempre fora para aquelas crianças. "Punhos fechados de crianças que se levantam. Bocas que gritam se despedindo do chefe: 'Bala!... Bala!' " Crianças como ele mas para os quais, aquele garoto bravo, comprometido e justo, fora quase como um pai.
A partir daí, o gosto por livros só foi crescendo e, de certa forma, sou grato por ter escolhido aquele livro para fazer a primeira ficha de leitura. Ali, o hábito de ler começava a deixar de ser penoso para tornar-se, sim, prazeroso. 



Cly Reis

Gil - O Poeta Imortal

 



"Gil - O Poeta Imortal" - REIS, Cly
ilustração digital (programa GIMP)




"Gil - O Poeta Imortal"
Cly Reis

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Música da Cabeça - Programa #262

 

Não tem pra Viagra nem prótese peniana: o que vai botar você pra cima de verdade é o Música da Cabeça, que está completando 5 anos neste mês de abril! E está rolando uma nova promoção de camisetas da Regentag! Até o final do mês, a gente vai sortear 3 delas com aquela estampa personalizada. Além disso, tem as músicas e os quadros, que a gente resgata hoje um Cabeça dos Outros de 2018 na nossa série retrospectiva. É muita coisa legal pra deixar a coisa cair! Então, confere hoje, 21h, o MDC 262 na sempre rija Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues. 


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/