E chegamos ao ducentésimo Álbum Fundamental aqui no clyblog .
Quem diria, não?
Quando comecei com isso ficava, exatamente, me perguntando
até quantas publicações iria e hoje, pelo que eu vejo, pelos grandes discos que
ainda há por destacar, acredito que essa brincadeira ainda possa ir um tanto
longe.
Nesse intervalo do A.F.
100 até aqui, além, é claro, de todas as obras que foram incluídas na
seção, tivemos o acréscimo de novos colaboradores que só fizeram enriquecer e
abrilhantar nosso blog. Somando-se ao Daniel Rodrigues,
Edu Wollf , Lucio Agacê e José Júnior,
figurinhas carimbadas por essas bandas, passaram a nos brindar com seus
conhecimentos e opiniões meu amigo Christian Ordoque
e a querida Michele
Santos, isso sem falar nas participações especiais de Guilherme Liedke, no número
de Natal e de Roberto Freitas, nosso Morrissey cover no último post, o de número 200.
Fazendo uma pequena retrospectiva, desde a primeira
publicação na seção, os ‘campeões’ de ÁLBUNS
FUNDAMENTAIS agora são 5, todos eles com 3 discos destacados: os Beatles,
os Rolling
Stones, Miles
Davis , Pink
Floyd e David
Bowie , já com 2 resenhas agora aparecem muitos, mas no caso dos
brasileiros especificamente vale destacar que os únicos que tem um bicampeonato
são Legião
Urbana, Titãs,
Caetano
Veloso, Gilberto
Gil, Jorge
Ben, Engenheiros
do Hawaii e João
Gilberto, sendo um deles com o músico americano Stan Getz. A propósito de
parcerias como esta de Getz/Gilberto,
no que diz respeito à nacionalidade, fica às vezes um pouco difícil estabelecer
a origem do disco ou da banda. Não só por essa questão de parceiros mas muitas
vezes também pelo fato do líder da banda ser de um lugar e o resto do time de
outro, de cada um dos integrantes ser de um canto do mundo ou coisas do tipo.
Neste ínterim, nem sempre adotei o mesmo critério para identificar o país de um
disco/artista, como no caso do Jimmi
Hendrix Experience, banda inglesa do guitarrista norte-americano, em que
preferi escolher a importância do membro principal que dá inclusive nome ao
projeto; ou do Talking
Heads, banda americana com vocalista escocês, David Byrne, que por mais que
fosse a cabeça pensante do grupo, não se sobrepunha ao fato da banda ser uma
das mais importantes do cenário nova-iorquino. Assim, analisando desta forma e
fazendo o levantamento, artistas (bandas/cantores) norte-americanos apareceram
por 73 vezes nos ÁLBUNS
FUNDAMENTAIS, os ingleses vem em segundo com 53 aparições e os brasileiros
em, 3º pintaram 36 vezes por aqui.
Como curiosidade, embora aqueles cinco destacados
anteriormente sejam os que têm mais álbuns apontados na lista, o artista que
mais apareceu em álbuns diferentes foi, incrivelmente, Robert Smith do The Cure, por 4 vezes,
pintando nos dois da própria banda ("Disintegration" e "Pornography"),
em um tocando com Siouxsie
and the Banshees e outra vez no seu
projeto paralelo do início dos anos ‘80, o The
Glove. Também aparece pipocando por aqui e por ali John Lydon, duas vezes
com o PIL
e uma com os Pistols;
Morrissey,
duas vezes com os Smiths e
uma solo; Lou Reed uma vez com o Velvet e outras duas solo; seu parceiro de Velvet underground, John Cale uma com a banda e outra solo; Neil
Young , uma vez solo e uma com Crosby,
Stills e Nash; a turma do New Order em seu "Brotherhood"
e com o 'Unknown
Pleasures" do Joy Division; e Iggy Pop 'solito' com seu "The Idiot" e com os ruidosos Stooges. E é claro, como não poderia deixar de ser,
um dos maiores andarilhos do rock: Eric Clapton, por enquanto aparecendo em 3 oportunidades,
duas com o Cream
e uma com Derek
and the Dominos, mas certamente o encontraremos mais vezes. E outra pequena particularidade, apenas para constar, é que vários artistas tem 2 álbuns fundamentais na lista (Massive Attack, Elvis, Stevie Wonder, Kraftwerk) mas apenas Bob Dylan e Johnny Cash colocaram dois seguidos, na colada.
No tocante à época, os anos ‘70 mandam nos A.F. com 53 álbuns;
seguidos dos discos dos anos ‘80 indicados 49 vezes; dos anos ‘90 com 43 aparições;
40 álbuns dos anos ‘60; 11 dos anos ‘50; 6 já do século XXI; 2 discos destacados dos
anos ‘30; e unzinho apenas dos anos ‘20. Destes, os anos campeões, por assim
dizer são os de 1986, ano
do ápice do rock nacional e 1991, ano do "Nevermind"
do Nirvana, ambos com 10 discos cada; seguidos de 1972, ano do clássico "Ziggy
Stardust" de David Bowie, com 9 aparições incluindo este do Camaleão; e
dos anos do final da década de ‘60 (1968 e 1969) cada um apresentando 8 grandes
álbuns. Chama a atenção a ausência de obras dos anos ‘40, mas o que pode ser,
em parte, explicado por alguns fatores: o período de Segunda Guerra Mundial, o
fato de se destacarem muitos líderes de orquestra e nomes efêmeros, era a época
dos espetáculos musicais que não necessariamente tinham registro fonográfico, o
fato do formato long-play ainda não ter sido lançado na época, e mesmo a
transição de estilos e linguagens que se deu mais fortemente a partir dos anos
50. Mas todos esses motivos não impedem que a qualquer momento algum artista
dos anos ‘40 (Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Cole Porter) apareça por aqui
mesmo em coletânea, como foi o caso, por exemplo, das remasterizações de Robert
Johnson dos anos ‘30 lançadas apenas no início dos anos 90. Por que não?
Também pode causar a indignação aos mais 'tradicionais', por assim chamar, o fato de uma
época tida como pobre como os anos ‘90 terem supremacia numérica sobre os
dourados anos 60, por exemplo. Não explico, mas posso compreender isso por uma
frase que li recentemente de Bob
Dylan dizendo que o melhor de uma década normalmente aparece mesmo, com
maior qualidade, no início para a metade da outra, que é quando o artista está
mais maduro, arrisca mais, já sabe os caminhos e tudo mais. Em ambos os casos,
não deixa de ser verdade, uma vez que vemos a década de 70 com tamanha vantagem
numérica aqui no blog por provável reflexo da qualidade de sessentistas como os
Troggs
ou os Zombies,
por exemplo, ousadia de Sonics, Iron Butterfly,
ou maturação no início da década seguinte ao surgimento como nos caso de Who
e Kinks.
Na outra ponta, percebemos o quanto a geração new-wave/sintetizadores do
início-metade dos anos ‘80 amadureceu e conseguiu fazer grandes discos alguns
anos depois de seu surgimento como no caso do Depeche
Mode, isso sem falar nos ‘filhotes’ daquela geração que souberam assimilar
e filtrar o que havia de melhor e produzir trabalhos interessantíssimos e
originais no início da década seguinte (veja-se Björk,
Beck, Nine
Inch Nails , só para citar alguns).
Bom, o que sei é que não dá pra agradar a todos nem para
atender a todas as expectativas. Nem é essa a intenção. A idéia é ser o mais
diversificado possível, sim, mas sem fugir das convicções musicais que me
norteiam e, tenho certeza que posso falar pelos meus parceiros, que o mesmo
vale para eles. Fazemos esta seção da maneira mais honesta e sincera possível, indicando
os álbuns que gostamos muito, que somos apaixonados, que recomendaríamos a um
amigo, não fazendo concessões meramente para ter mais visitas ao site ou atrair
mais público leitor. Orgulho-me, pessoalmente, de até hoje, no blog, em 200
publicações, de ter falado sempre de discos que tenho e que gosto, à exceção de
2 ou 3 que não tenho em casa mas que tenho coletâneas que abrangem todas as
faixas daquele álbum original, e de 2 que sinceramente nem gostava tanto mas
postei por consideração histórica ao artista. Fora isso, a gente aqui só faz o
que gosta. Mas não se preocupe, meu leitor eventual que tropeçou neste blog e
deu de cara com esta postagem, pois o time é qualificado e nossos gostos
musicais são tão abrangentes que tenho certeza que atenderemos sempre, de
alguma maneira, o maior número de estilos que possa-se imaginar. Afinal, tudo é
música e, acima de tudo, nós adoramos música.
Cly Reis
PLACAR POR ARTISTA:
- The Beatles: 3 álbuns
- The Rolling Stones: 3 álbuns
- David Bowie: 3 álbuns
- Miles Davis: 3 álbuns
- Pink Floyd: 3 álbuns
- Led Zeppelin; Massive Attack, Elvis Presley, Siouxsie and the Banshees; Nine Inch Nails, The Who; The Kinks; U2; Nirvana; Lou Reed; The Doors; Echo and the Bunnymen; Cream; Muddy Waters; Johnny Cash; Stevie Wonder; Van Morrison; Deep Purple; PIL; Bob Dylan; The Cure; The Smiths; Jorge Ben; Engenheiros do Hawaii; Caetano Veloso; Gilberto Gil; Legião Urbana; Titãs e João Gilberto: 2 álbuns
PLACAR POR DÉCADA:
- Anos 20: 1 álbum ("Bolero", Maurice Ravel)
- Anos 30: 2 álbuns ("The Complete Recordings", Robert Johnson e "Carmina Burana", de carl Orff)
- Anos 50: 11 álbuns
- Anos 60: 40 álbuns
- Anos 70: 53 álbuns
- Anos 80: 49 álbuns
- Anos 90: 43 álbuns
- Anos 00: 6 álbuns
PLACAR POR ANO:
- 1986 e 1991: 10 álbuns
- 1972: 9 álbuns
- 1968 e 1969: 8 álbuns
- 1987 e 1969: 7 álbuns
PLACAR POR NACIONALIDADE (ARTISTAS):
- EUA: 73
- Inglaterra: 53
- Brasil: 36
- Irlanda: 4
- Escócia: 3
- Alemanha: 2
- Canadá: 2
- Suiça; Jamaica; Islândia; França; País de Gales; Itália e Austrállia: 1 cada
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