Tem sido bastante estimulante poder participar de atividades voltadas a cinema como venho conseguindo fazer desde o início do ano. Desta vez, através de um generoso convite do cineasta e produtor Luiz Alberto Cassol, pude participar pela primeira vez do
Santa Maria Vídeo e Cinema, que já soma louváveis 17 edições e 22 anos de história, que o põem como um dos principais e mais longevos festivais de cinema do Rio Grande do Sul. O convite, irrecusável, foi para compor o júri da mostra principal e também o júri da crítica em nome da
ACCIRS. Convite aceito, então:
‘bora pra Santa Maria!
Os agradáveis dias em que estive na cidade foram de bastante atividade. Com 24 filmes no total, ajudei a escolher 27 premiações no total, além dos dois prêmios de crítica, um para cada mostra em competição: Santa Maria e Região e Nacional. Dos prêmios de crítica, tive o prazer de dividir as definições em parceria com minha colega de profissão e de ACCIRS Bia Zasso, natural de Santa Maria e “decana” do SMVC, mas que não pode estar presencialmente desta vez. Representando a associação, fizemos a escolha dos filmes “O Amanhã de Ontem”, de Fabrício Koltermann, na Mostra Santa Maria e Região, e ”Chibo”, de Gabriela Poester e Henrique Lahude, da Mostra Nacional.
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| Com os parceiros de júri do SMVC |
Coincidentemente ou não, o júri principal do festival – o qual compus com muita alegria em conjunto com o cineasta argentino Axel Monsú; o diretor de fotografia catarinense Giovane Rocha; a cineasta e professora paraguaia Juana Miranda González; e a atriz gaúcha Manuela do Monte – também destacou os mesmos dois filmes. “Chibo” ainda levou os troféus Vento Norte de Direção e de Fotografia (Lahude). Já “O Amanhã de Ontem”, na categoria SM e Região, emplacou ainda os de Arte (Camila Marques), Roteiro (Kolterman), interpretação (Ida Celina) e Direção. O que nos demonstrou tacitamente que tivemos nesses dois títulos os melhores da edição do SMVC.
Mas rolou muita coisa boa também, tanto na seleção local, bastante profícua e cinéfila, quanto na de curtas brasileiros, com obras de Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, São Paulo e outros estados. Interessante, no conjunto das premiações nacionais, das quatro animações, três levaram prêmios: “Lagrimar”, Melhor Animação, “O Nome da Vida”, Trilha e uma Menção Honrosa, e “Bicicleta Vermelha”, Desenho de Som.
Os filmes gaúchos, no entanto, obtiveram merecido destaque em nível nacional. Além de “Chibo”, que arrebatou as duas Mostras, “À Borda da Vida”, documentário de Camila Bauer sobre a relação da atriz Liane Venturella com sua mãe, emocionou a plateia e recebeu os merecidos Vento Norte de Melhor Documentário e Melhor Montagem (Mateus Ramos e Raoni Ceccim). Também vale evidenciar o belo drama infanto-juvenil “Flor”, que deu uma das melhores interpretações para a atriz Julia Almeida, e que também levou para casa o troféu de Melhor Direção de Arte para Gabriela Burck e Eder Ramos.
Afora as premiações, o clima da cidade, que respira cinema nos dias em que se realiza o evento, é algo muito bonito de vivenciar. Igualmente, a convivência com esse pessoal interessante do cinema e das artes, a acolhida atencioso as da equipe do SMVC e a programação cuidadosa de um festival que propôs (e conseguiu) estabelecer "diálogos", dão aquela vontade de voltar assim que possível.
Confiram, então, todos os premiados do 17º SMVC:
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MOSTRA SANTA MARIA E REGIÃO DE CURTAS-METRAGENS
Melhor Desenho de Som: Guilherme Wallau, “O Churras”
Melhor Direção de Arte: Camila Marques, “O Amanhã de Ontem”
Melhor Trilha Sonora Original: Márcio Echeverria Gomes, “Cartas de Felippe”
Melhor Montagem: Marcos Oliveira, “Para Que Eu Não Esqueça”
Melhor Direção Fotografia: Marcos Oliveira, “Para Que Eu Não Esqueça”
Melhor Roteiro: Fabrício Koltermann, “O Amanhã de Ontem”
Melhores Interpretações: Ida Celina, por “O Amanhã de Ontem” e Henrique Ávila, por “Para Que Eu Não Esqueça”
Melhor Direção: Fabrício Koltermann, “O Amanhã de Ontem”
Melhor Curta da Mostra de Santa Maria e Região: “O Amanhã de Ontem”, de Fabrício Koltermann. Além do troféu Vento Norte, o filme recebe o Troféu do Metropolitano RS – Ecossistema Audiovisual.
Menções honrosas: “Cartas de Felippe”, de Marcos Borba, “Morada”, de Neli Mombelli, e “O Churras”, de Maurício Canterle;
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| Cena de "O Amanhã de Ontem", grande premiado na mostra local |
MOSTRA NACIONAL DE CURTAS-METRAGENS
Melhor Desenho de Som: “Bicicleta Vermelha”
Melhor Direção de Arte: Gabriela Burck e Eder Ramos, “Flor”
Melhor Trilha Sonora Original: João Castanheira e Lucas Borges, “O Nome da Vida”
Melhor Montagem: Mateus Ramos e Raoni Ceccim, “À Borda da Vida”
Melhor Direção Fotografia: Henrique Lahude, “Chibo”
Melhor Roteiro: Maylon Romes, “O Que Fica de Quem Vai”
Melhores Interpretações: Julia Almeida, pelo curta-metragem “Flor” e, Dyio Coêlho, de “O que fica de Quem Vai”
Melhor Direção: Gabriela Poester e Henrique Lahude, “Chibo”
Melhor Curta de Animação: “Lagrimar”, de Paula Vanina
Melhor Curta Documental: “À Borda da Vida”, de Camila Bauer
Melhor Curta de Ficção: “O que fica de quem vai”, André Zamith e Vinícius Cerqueira
Melhor Curta da Mostra da Mostra Nacional: “Chibo”, de Gabriela Poester e Henrique Lahude. Além do troféu Vento Norte, o filme recebe o Troféu do Metropolitano RS – Ecossistema Audiovisual.
Menções honrosas: “A Última Valsa”, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet, “Cache Lavi”, de Clementino Júnior, “O Nome da Vida”, de Amanda Pomar
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| O arrebatador "Chibo", vencedor nas principais categorias |
Daniel Rodrigues