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quinta-feira, 30 de abril de 2020

sexta-feira, 2 de março de 2018

Croqui perspectivo de uma cozinha










Croqui perspectivo de uma cozinha - REIS, Cly
nanquim e lápis aquarelado em papel vergê (2018)



REIS, Cly
(2018)

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

ARQUIVO DE VIAGEM – Recife Antigo - Recife/PE – 06/08/2017



A galera na noite recifense em meio aos sons,
cheiros e sabores da cidade
Esta publicação pode-se dizer a primeira sobre Recife, mesmo que eu ainda não tenha a data de quando saem as próximas. Que serão quando voltar à cidade como turista. Viajando a trabalho, em menos de 24 horas que estive na terra de Chico Science, posso dizer que meu encantamento extrapola o simples agrado de se conhecer uma nova cidade. É, sim, identificação. Uma identificação que já supunha, haja vista conhecer pernambucanos queridos e por minha admiração de muito ao que a capital pernambucana e o estado como um todo sempre trouxeram – de Mangue Beat a Clarice Lispector, de João Cabral de Melo Neto a Frei Caneca, de Miguel Arraes a Naná Vasconcelos.

O que deu pra ver nas parcas horas livre que tive, basicamente, a noite de um domingo, foi um pouco da noite no Recife Antigo. Onde tudo começou. Mas quando digo tudo, é tudo MESMO, pois lá está, à beira da Baía do Pina, o Marco Zero, ou seja: onde essa “bagaça” chamada Brasil foi descoberta pelos portugueses. Não que não tivessem os índios aqui já, por direito mais brasileiros que qualquer um, mas é fato que, a partir dali, daquele ponto, em 1500, que se desencadeou a nossa sinuosa e alegórica história enquanto nação.

Para um domingo, achei bastante movimentado, tanto no largo da Praça, com famílias, turistas, casais e gurizada, quanto, principalmente, na agradabilíssima Rua da Moeda, uma das mais célebres e antigas vias da cidade. Nela, o público que encontrei era bem novo, adolescente, diria. Imagino que os mangueboys e manguegirls, jovens e jovens adultos, devam dar as caras mais às sextas e sábados à noite... Enfim, a Rua da Moeda é um misto de Lapa carioca com Cidade Baixa porto-alegrense com Pelourinho soteropolitano e Cidade Velha de Belém. Um rock anos 80 rolando num bar e um forró no do lado, ambos a plenas caixas, gente falando, bebendo, namorando, pedintes, policiamento ostensivo, cachorros vira-latas. Um barato.

Como disse, a passagem foi rápida e não deu para registrar muita coisa. Fica aqui, entretanto, um pouco das fachadas, da arquitetura, da atmosfera que une história e contemporaneidade. Mistura que, ao que deu pra notar mesmo com poucas horas de convivência, é a cara de Recife.

Podes deixar, que eu volto logo.

Galera concentrada na Rua da Moeda: estátua do malungo, tal qual Chico Science

Um dos bares clássicos do local, o Novo Pina

A Rua da Moeda com seus casarios estilo português

Pelas ruas do Recife Antigo

As ruelas históricas, esta, entre o Shopping da Alfândega e a Igreja da Madre de Deus

Mais do clima noturno do bairro

Prédios históricos conhecidos do cartão-postal da cidade

Quem nunca prestou atenção nesses prédios de estilos diferentes nas transmissões do Carnaval?

Muita gente na noite de domingo no Marco Zero

No Marco Zero em direção à Baía do Pina

Os movimentados bares ao lado da Praça

Como em todo Centro antigo, os cuscos têm que estar presentes

O beijo - um dos

Pela luz e pela cena, dá pra dizer que é um momento Edward Hooper recifense

por Daniel Rodrigues

segunda-feira, 13 de março de 2017

ARQUIVO DE VIAGEM – Caminho Niemeyer - Niterói/RJ – 04/01/2017




“Não foi difícil projetar para Niterói, porque esta é uma cidade de orla tão bela que possibilita a criação a céu aberto, como um itinerário cultural e religioso.” 
Oscar Niemeyer

Já havia ido duas vezes a Niterói por conta, obviamente, do Museu de Arte Contemporânea, o MAC, aquele monumento que a cidade carioca abriga. Entretanto, sempre tivemos curiosidade de conhecer também o Caminho Niemeyer, altamente recomendado por concentrar o segundo maior conjunto arquitetônico assinado por esse genial brasileiro depois de Brasília, e também por estes serem alguns de seus últimos projetos construídos. Aliás, Oscar Niemeyer nos é um dos fatores turísticos mais instigantes sempre que viajamos, e isso em várias partes do mundo. Embora conheçamos pessoalmente apenas algumas delas e apenas brasileiras, todo local que conte com construções suas, seja São Paulo, Belo Horizonte, Tel Aviv, Paris, Milão ou Nova York, são, se não pelo óbvio, destinos turísticos interessantes também por conterem obras do arquiteto em suas paisagens.

Pois é a paisagem litorânea de Niterói, beirada à Baía de Guanabara e a qual se contempla a cidade do Rio de Janeiro ao fundo, que faz cenário para o Caminho Niemeyer, que finalmente visitamos Leocádia, Carolina e Iara em nossa estada no Rio em dezembro. Ao todo, ali na Praça Popular de Niterói, são 3 prédios – sem contar com o administrativo, simples mas bonito: a Fundação Oscar Niemeyer, o Memorial Roberto Silveira e o Teatro Popular de Niterói. Mas ao longo da orla da cidade há também outros edifícios espalhados: o Terminal de Barcas de Charitas, o Centro Petrobras de Cinema e a Praça JK. Da catedral da cidade, que deve ser erguida, vimos o lindo projeto: um alto prédio que remete a um galero religioso.

O exuberante teatro com formar que
lembram o corpo feminino
Embora não tenhamos conseguido entrar em nenhum deles, visto que fomos num horário da manhã que não havia nenhum funcionamento, admirar os prédios e integrar-se com eles já vale a visita à Praça. O Teatro Popular é um desbunde. Com traços artísticos que lembram o curvilíneo corpo feminino, dialoga com outras de suas últimas obras, como o Museu Oscar Niemeyer (MON), de Curitiba. É o prédio que mais interage com a natureza da Baía entre todos dali, até pela proximidade com o mar. Isso se percebe tanto no foyer inferior, com pilotis espaçados que lhe conferem profundidade e amplitude, quanto no andar de cima, entre o mural com a marcha do MST e a entrada para o teatro. O desenho da bailarina, o mesmo do MON, está lá em impressão feita sobre os ladrilhos. Por falar no traço de Niemeyer, o espetacular mural, propositadamente incompleto, traz a ideia das transformações sociais ainda em curso em que o povo virá a protagonizar na ideia sonhadora do comunista Niemeyer. O Teatro traz ainda os vidros escuros que abrem “olhos” na arquitetura, mesmo material usado nos outros prédios, dando unidade ao complexo.

O Memorial Roberto Silveira lembra bastante a Oca do Ibirapuera, em São Paulo, e o Museu Nacional da República Honestino Guimarães, de Brasília, mas num formato menor, como uma pequena nave espacial branca ali assentada. Já o da Fundação Oscar Niemeyer – cujo conteúdo original fora transferido para a sede da mesma em Brasília, estando atualmente funcionando uma sessão administrativa da prefeitura de Niterói – foi possível subir a rampa curva e admirar o olho d'água logo abaixo, que dialoga com a Baía de Guanabara  (assim como, mais adiante mas dentro do mesmo complexo de obras, o MAC o faz novamente, porém espelhando do alto do morro a água do mar).

Não deu pra tirar mais fotos, que o sol começou a ficar castigante a certa altura, mas esses registros aqui dão noção do quão deslumbrante é.

Espaço amplo do foyer com vista para a cidade do Rio

Leocádia integrando-se à arquitetura do Teatro do Povo

Eu em frente ao belíssimo painel desenhado por Niemeyer em homenagem à luta no campo

Caminhando em direção à Oca

Na entrada do Memorial Roberto Silveira 

Mais um detalhe do fabuloso Teatro, as bailarinas, as mesmas vistas no MON, em Curitiba

Na rampa de acesso ao prédio da Fundação Niemeyer


texto: Daniel Rodrigues
fotos: Leocádia Costa, Carolina Costa e Daniel Rodrigues

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Recanto



Lápis aquarelado sobre sulfite - REIS, Cly
trabalho para disciplina de Desenho na Faculdade de Arquitetura (2008)



domingo, 4 de dezembro de 2016

Exposição "Mondrian e o Movimento De Stijl" - CCBB - Rio de Janeiro/RJ










A De Stijl é dos movimentos artísticos de que mais gosto. Sua aparente simplicidade e limitação pode esconder pra os mais apressados uma riqueza técnica, espacial e conceitual que vieram a ser da maior importância para a linguagem da arte contemporânea.  Minha simpatia e admiração pela De Stijl deve-se em grande parte ao fato de, entre os movimentos artísticos, ser o que mais se aproxima e aplica seus conceitos objetivamente à arquitetura, minha atividade profissional. Os planos, a profundidade, o cheio, o vazio, a cor, a ausência dela, toda a experimentação proposta nele para mim é fascinante. Assim, fiquei muito entusiasmado em ter aqui no Rio de Janeiro a exposição "Mondrian e o Movimento De Stijl" em cartaz no CCBB e a expectativa foi plenamente atendida. Muito bem organizada, distribuída e com um catálogo bastante amplo e completo, a mostra apresenta o movimento em todas as suas plataformas, artes plásticas, arquitetura, escultura, design, gráfico e editorial, trazendo os trabalhos realmente significativos do período e de seus principais nomes, em especial Piet Mondrian.
Fiquei verdadeiramente encantado em poder apreciar de perto sua transição do figurativo para o abstrato, sua geometrização, sua série de "Composições", os famosos quadros de linhas pretas e quadrados e retângulos em cores neutras e primárias, e sua técnica praticamente invisível nestas obras em detalhes mínimos entre uma linha e outra, na intensidade das cores e variações cromáticas mínimas, apenas confirmando que se trata de um dos maiores artistas da história da humanidade.
Tinha duas curiosidades em especial em relação a esta exposição: de que forma apresentariam a casa de Van Doesburg, obrigatória em se falando em De Stijl, que para minha agradável surpresa não somente foi destacada como teve exibidos seus projetos originais e suas maquetes; e se viria a cadeira original de Gerrit Rietveld, e para minha satisfação lá estava a icônica peça na qual pude repousar no final do circuito (em uma réplica mais confortável, é verdade, mas ainda assim uma Rietveld).
Quadros de outros pintores contemporâneos, esculturas, tipografias, publicações, mobiliários, fotografias, peças de design. Até já havia visto algumas obras de Mondrian em Paris mas desta vez tive a oportunidae de ver grande parte de seu catalogo e de seus contemporâneos em uma ótima exposição que, para minha condição de arquiteto e apreciador de arte, foi à altura do que a De Stijl representa no cenário artístico.
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"Exposição Mondrian e o Movimento De Stijl"
local: Centro Cultural Bancodo Brasil (CCBB)
endereço: Rua Primeiro de Março, 66 - Centro - RJ
período: até 09 de janeiro

horário: todos os dias, exceto terças-feiras, das 09h às 20h





Mondrian ainda na fase figurativa (1902).

Autorretrato do artista.


Sua pintura "perdendo" a forma.

Aproximação com os pós-expressionistas.

Em 1917, Modrian no início de seu geometrismo.

Na sua composição com oval e planos de cores
o abstracionismo prevalece definitivamente.

A árvore desconstruída na pintura de Mondrian.

Em "Retrato de uma senhora", o cubismo presente.

Ainda com figurativo mas já a caminho de uma nova linguagem.
("Campanário em Zeeland")

Paisagem na visão e conceito de Piet Mondrian.

As icônicas "composições" de Mondrian.
Aqui a "Composição com grande plano vermelho e amarelo"

"Composição com vermelho, azul, preto, amarelo e cinza"

Por trás de uma aparente simplicidade há
pequenos detalhes que revelam inúmeras possibilidades visuais.
("Composição de linhas e cor III")

Variações e reinterpretações formladas por seus seguidores.
Esta a "Composição Neoplástica" de Jean Albert Gorin, de 1931

Novos estudos e variações acerca do trabalhoda De Stijl.
"Relevo nº290" de Alberto Domela (1986)

A composição de Vilmos Huszár de 1923.

Um dos símbolos do movimento De Stijl, a casa de Theo Van Doesburg.
Seus estudos isométricos e cromáticos e sua maquete.

Perspectiva interna de outro dos marcos do movimento,
a Casa Rietveld/Shröder

Theo Van Doesburg e Cornelis Van Eesteren
e o saguão da Uiversidade de Amsterdã.

Estudo de cores em edificação de Piet Zweit

Estudo de mobiliário e espaço interno de Piet Zweit

Estudo para dormitório inspirado n"O Quarto" de Van Gogh.
(Vilmos Huszár e Piet Klarhamer, 1920)

Projeto da famosa cadeira Rietveld.
Icone do design, a lendária cadeira Rietveld.


O design da poltrona de Thijs Rimsema.

O mobiliário de linhas arrojadas da De Stijl.

Figura mecânica dançante de Vilmos Huszár (1920).
Fotografias e fotomontagens também integram a exposição.


Todos os seguimentos integrados.
A parte gráfica em sintonia com todas as demais linguagens
("Cartaz para exposição" de Bert Van der Leck)

Uma das capas da revista que funcionou como
centro catalisador do movimento.

Até utensílios domésticos e peças cotidianas podiam traduzir a identidade da De Stijl.

A enorme "composição" tridimensional montada no saguão do CCBB.

Este blogueiro "dentro" de um dos quadros de Mondrian.

E repousando na réplica gigante da cadeira Rietveld.





Cly Reis