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sábado, 17 de outubro de 2020

The Strokes - Tim Festival - Pavilhões do Aeroporto Salgado Filho - Porto Alegre/ RS (outubro/2005)

 




Julian Casablancas e sua turma
no palco do Pavilhão do Aeroporto, na capital gaúcha. 
Nem só de grandes shows se faz uma trajetória de fã de rock. Às vezes alimentamos grande expectativa em torno de um evento, da vinda de um artista ao nosso país, e, no fim das contas, o que se tem é algo bem decepcionante. Foi o caso do Tim Festival, em 2005, que levava a Porto Alegre o The Strokes, uma banda que era uma agradável surpresa no, então ainda, novo século, com um som que parecia ter redescoberto o velho som de garagem, mas que, lá, no palco fez uma apresentação bem mais ou menos, burocrática e sem sangue.

Eu e minha namorada na época adorávamos a banda e vivíamos ouvindo o som deles no carro, e assim que soubemos da apresentação, nos apressamos em garantir nossos ingressos. Eu era mais rato de shows e, de certa forma, sempre que pintava alguma coisa interessante na cidade eu estava nas bocas, mas ela, embora fosse da noite, como eu, não era assim tão assídua nessas coisas, e até por isso mesmo, estava empolgada com o evento e não parava de falar naquilo. Mas por uma coisa dessas do destino, o pai da garota acabou falecendo poucos dias antes do show e aí, mesmo já refeita psicologicamente, uma vez que, dadas suas condições de saúde, sua morte não representava grande surpresa, decidiu, a muito custo não ir ao evento para se resguardar de cobranças e comentários de parentes e amigos. Assim, muito decepcionada por não poder ir, destinou o ingresso para meu amigo Samuel, a quem ela também conhecia e que volta e meia dava uns rolês com a gente pela Cidade Baixa. Fomos, inclusive, no carro do Samuel e como o evento todo aconteceria nuns galpões do aeroporto Salgado Filho, deixamos o carro no estacionamento do aeroporto e demos uma esticada, a pé até os armazéns, que ficavam bem pertinho. O local, em si, onde aconteceria o lance todo, não poderia ser mais inapropriado. Uma grande instalação industrial com pé-direito excessivamente alto e cobertura metálica, o que prejudicava sobremaneira a acústica; muito profunda e estreita, desfavorecendo uma melhor disposição e visualização dos espectadores, sem falar de pilares distribuídos no meio do espaço que criavam pontos cegos em vários pontos da pista.  

O line-up do festival tinha os gaúchos do Acústicos e Valvulados, que para mim fizeram uma apresentação insignificante, os pouco badalados mas interessantíssimos Arcade Fire, uma banda numerosa e extremanete versátil, em que todo mundo tocava tudo e iam trocando de instrumentos ao longo dos números musicais e por fim, os aguardados Strokes. Cara..., show pra cumprir tabela. Tocaram basicamente as músicas de seu primeiro e exitoso álbum, "Is This It", mas não empolgaram em momento algum. É lógico que a galera foi ao delírio com os hits "Last Nite", "Someday", mas muito mais pelo que a própria canção era e representava do que pela performance de palco ou por uma relação estabalecida com a plateia. Lembro com um pouco mais de ênfase de "New York City Cops", entoada com mais vigor pelo grupo e conseguindo estabelecer um maior entrosamento com o público, mas nada muito mais do que isso.

No fim das contas, o que mais me marcou, do evento todo em si, foi a boa surpresa do Arcade Fire e o que ficou guardado na retina foi um de seus integrantes escalando as inconvenientes estruturas do galpão, batendo no tambor que levava pendurado no pescoço. Outro dos pontos positivos foi, mesmo que por linhas tortas, por conta da perda do pai da minha namorada, que tenha acabado ido ao show com meu amigo Samuel, com quem, tirando bandinhas de covers de barzinhos, nunca tinha compartilhado essa experiência. Depois ainda teve alguma Cidade Baixa, alguma Goethe e "gastamos" ao máximo possível minha permanência final em Porto Alegre antes de minha vinda para o Rio de Janeiro, mas guardo esse show com algum carinho exatamente por ter sido uma das últimas vezes que estive com o Samuel em um evento legal, desse porte, esse amigo de quem sinto muita falta. 

The Strokes - "Under Control" - Porto Alegre (25/10/2005)



por Cly Reis

para Samuel Grizza




sexta-feira, 28 de junho de 2013

100 Melhores Discos de Estreia de Todos os Tempos

Ôpa, fazia tempo que não aparecíamos com listas por aqui! Em parte por desatualização deste blogueiro mesmo, mas por outro lado também por não aparecem muitas listagens dignas de destaque.
Esta, em questão, por sua vez, é bem curiosa e sempre me fez pensar no assunto: quais aquelas bandas/artistas que já 'chegaram-chegando', destruindo, metendo o pé na porta, ditando as tendências, mudando a história? Ah, tem muitos e alguns admiráveis, e a maior parte dos que eu consideraria estão contemplados nessa lista promovida pela revista Rolling Stone, embora o meu favorito no quesito "1º Álbum", o primeiro do The Smiths ('The Smiths", 1984), esteja muito mal colocado e alguns bem fraquinhos estejam lá nas cabeças. Mas....
Segue abaixo a lista da Rolling Stone, veja se os seus favoritos estão aí:

Os 5 primeiros da
lista da RS
01 Beastie Boys - Licensed to Ill (1986)
02 The Ramones - The Ramones (1976)
03 The Jimi Hendrix Experience - Are You Experienced (1967)
04 Guns N’ Roses - Appetite for Destruction (1987)
05 The Velvet Underground - The Velvet Underground and Nico (1967)
06 N.W.A. - Straight Outta Compton (1988)
07 Sex Pistols - Never Mind the Bollocks (1977)
08 The Strokes - Is This It (2001)
09 The Band - Music From Big Pink (1968)
10 Patti Smith - Horses (1975)

11 Nas - Illmatic (1994)
12 The Clash - The Clash (1979)
13 The Pretenders - Pretenders (1980)
14 Jay-Z - Roc-A-Fella (1996)
15 Arcade Fire - Funeral (2004)
16 The Cars - The Cars (1978)
17 The Beatles - Please Please Me (1963)
18 R.E.M. - Murmur (1983)
19 Kanye West - The College Dropout (2004)
20 Joy Division - Unknown Pleasures (1979)
21 Elvis Costello - My Aim is True (1977)
22 Violent Femmes - Violent Femmes (1983)
23 The Notorious B.I.G. - Ready to Die (1994)
24 Vampire Weekend - Vampire Weekend (2008)
25 Pavement - Slanted and Enchanted (1992)
26 Run-D.M.C. - Run-D.M.C. (1984)
27 Van Halen - Van Halen (1978)
28 The B-52’s - The B-52’s (1979)
29 Wu-Tang Clan - Enter the Wu-Tang (36 Chambers) (1993)
30 Arctic Monkeys - Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not (2006)
31 Portishead - Dummy (1994)
32 De La Soul - Three Feet High and Rising (1989)
33 The Killers - Hot Fuss (2004)
34 The Doors - The Doors (1967)
35 Weezer - Weezer (1994)
36 The Postal Service - Give Up (2003)
37 Bruce Springsteen - Greetings From Asbury, Park N.J. (1973)
38 The Police - Outlandos d’Amour (1978)
39 Lynyrd Skynyrd - (Pronounced ‘Leh-‘nérd ‘Skin-‘nérd) (1973)
40 Television - Marquee Moon (1977)
41 Boston - Boston (1976)
42 Oasis - Definitely Maybe (1994)
43 Jeff Buckley - Grace (1994)
44 Black Sabbath - Black Sabbath (1970)
45 The Jesus & Mary Chain - Psychocandy (1985)
46 Pearl Jam - Ten (1991)
47 Pink Floyd - Piper At the Gates of Dawn (1967)
48 Modern Lovers - Modern Lovers (1976)
49 Franz Ferdinand - Franz Ferdinand (2004)
50 X - Los Angeles (1980)
51 The Smiths - The Smiths (1984)
52 U2 - Boy (1980)
53 New York Dolls - New York Dolls (1973)
54 Metallica - Kill ‘Em All (1983)
55 Missy Elliott - Supa Dupa Fly (1997)
56 Bon Iver - For Emma, Forever Ago (2008)
57 MGMT - Oracular Spectacular (2008)
58 Nine Inch Nails - Pretty Hate Machine (1989)
59 Yeah Yeah Yeahs - Fever to Tell (2003)
60 Fiona Apple - Tidal (1996)
61 The Libertines - Up the Bracket (2002)
62 Roxy Music - Roxy Music (1972)
63 Cyndi Lauper - She’s So Unusual (1983)
64 The English Beat - I Just Can’t Stop It (1980)
65 Liz Phair - Exile in Guyville (1993)
66 The Stooges - The Stooges (1969)
67 50 Cent - Get Rich or Die Tryin’ (2003)
68 Talking Heads - Talking Heads: 77’ (1977)
69 Wire - Pink Flag (1977)
70 PJ Harvey - Dry (1992)
71 Mary J. Blige - What’s the 411 (1992)
72 Led Zeppelin - Led Zeppelin (1969)
73 Norah Jones - Come Away with Me (2002)
74 The xx - xx (2009)
75 The Go-Go’s - Beauty and the Beat (1981)
76 Devo - Are We Not Men? We Are Devo! (1978)
77 Drake - Thank Me Later (2010)
78 The Stone Roses - The Stone Roses (1989)
79 Elvis Presley - Elvis Presley (1956)
80 The Byrds - Mr Tambourine Man (1965)
81 Gang of Four - Entertainment! (1979)
82 The Congos - Heart of the Congos (1977)
83 Erik B. and Rakim - Paid in Full (1987)
84 Whitney Houston - Whitney Houston (1985)
85 Rage Against the Machine - Rage Against the Machine (1992)
86 Kendrick Lamar - good kid, m.A.A.d city (2012)
87 The New Pornographers - Mass Romantic (2000)
88 Daft Punk - Homework (1997)
89 Yaz - Upstairs at Eric’s (1982)
90 Big Star - #1 Record (1972)
91 M.I.A. - Arular (2005)
92 Moby Grape - Moby Grape (1967)
93 The Hold Steady - Almost Killed Me (2004)
94 The Who - The Who Sings My Generation (1965)
95 Little Richard - Here’s Little Richard (1957)
96 Madonna - Madonna (1983)
97 DJ Shadow - Endtroducing ... (1996)
98 Joe Jackson - Look Sharp! (1979)
99 The Flying Burrito Brothers - The Gilded Palace of Sin (1969)
100 Lady Gaga - The Ame (2009)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

The Strokes - "Is This It" (2001)

"Provavelmente o mais importante álbum de rock dos últimos 10 anos.”
Jornal The Guardian, em 2007



O The Strokes na verdade não tem nada de muito especial.
É uma bandinha bem comunzinha pra ser bem sincero.
Eles não fizeram nada demais. Não botaram um ovo em pé, não inventaram o fogo, nem inventaram a roda. No entanto se eles tem algum mérito na história da humanidade foi o de nos trazer de volta o bom e velho rock’n roll. Foi o de dar um sopro de esperança a quem já estava puxando os cabelos com eletrônicos repetitivos, pops sem qualidade, pseudo-punks, emos, rockzinho juvenil e outras coisas que predominavam na cena pop naquele momento. E então com a fórmula mais simples possível: guitarra-baixo-bateria, vocal dosando entre a sensualidade, o relaxamanto e a agressividade, com um som bem cru, bem puro e soando como as antigas bandas de garagem, os caras fizeram um dos discos mais legais, gostosos e significativos dos últimos tempos.
“Is This It”, de 2001 é por definição um disco de rock. Rock básico, rock cheio de vitalidade, cheio de influências de punk rock, de Television, de Velvet, de Stooges e por incrível que possa parecer, dentro da sua simplicidade, também altamente influenciador no cenário alternativo a partir do seu lançamento.
Destaques, é claro, para a faixa-título e de abertura, a graciosa “Is This It”para a embalada "Barely Legal"; para os clássicos imediatos “Someday” e “Last Nite”; para a ótima “Hard to Explain”, para a polêmica  “New York City Cops”, um punk-rock bem pegado; e para a belíssima e melódica “Trying Your Luck”.
Discaço!
Era o rock de volta.
Mas… bom…na verdade ele nunca foi embora.
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FAIXAS:

1. "Is This It" - 2:35
2. "The Modern Age" - 3:32
3. "Soma" - 2:38
4. "Barely Legal" - 3:58
5. "Someday" - 3:07
6. "Alone, Together" - 3:12
7. "Last Nite" - 3:18
8. "Hard to Explain" - 3:48
9. "New York City Cops" - 3:36
10. "Trying Your Luck" - 3:28
11. "Take It or Leave It" - 3:16

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Ouça:
The Strokes Is This It


Cly Reis

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Melhores Álbuns da Década

Final de ano é época de listas. Tem lista de tudo, lista de coisas pra realizar no próximo ano, lista de presentes, lista de reforços pos times, listas de filmes e chove de listas de melhores músicas e álbuns por aí. E sendo final de ano e de década, mais aparecem listas ainda.
Duas das mais conceituadas publicações do ramo musical não poderiam deixar de apresentar as suas de Melhores Álbuns da Década. Particularmente acho que desde o final dos 80, início dos 90 a coisa anda piorando e cada vez menos se vê coisas muito boas, mas é lógico, sempre surge algo legal. Não são muitos mas tem.
A Rolling Stone por exemplo, pôe Radiohead com seu “Kid A”, na primeira posição, com dos melhores da década. Particularmente, não gosto nem desgosto muito do Radiohead. Perdi a paciência com eles depois do bom “Ok, Computer” e desde então não dou muita bola pros caras. Vou tentar ouvir este “Kid A”. Destaques, pra mim, para o ótimo e marcante “Is This It” dos Strokes na segunda posição e para "Elephant" dos White Stripes, destacado há alguns dias aqui neste blog, ocupando o quinto posto. Atenção para o também destacado (entusiasticamente) aqui no Spin 1/2, "Oracular Spectacular" do MGMT que para mim é o que de melhor aconteceu nos últimos anos, que aparece na 18° posição.
Sinal de que a coisa não anda muito boa é que Bob Dylan aparece duas vezes na lista entre os 20. A essas alturas cantando como uma velha, NÃO PODE! É apelar pras velhas novidades porque não tem nada muito melhor.
Mas outra que apresentou sua listinha da década, da qual gostei mais, foi a New Musical Express que tasca o mesmo “This Is It” dos Strokes na primeira, seguido de Libertines com “Up the Braket’ na segunda e o bom "XTRMNTR" do Primal Scream com o bronze. Outros destaques para mim são PJ Harvey com “Stories from the City, Stories from the Sea” em 6° que não é o melhor dela mas vá lá; Stripes que aqui aparece em 18° com o mesmo “Elephant” e em 19° com ”White Blood Cells”, The Horrors, outra das boas novidades dos últimos anos com "Primary Colours" como 68 e não contando com tanta generosidade como a da Rolling Stone, na NME "Oracular Spectacular" do MGMT só pegou a centésima posição.
Confira abaixo as 10 mais de cada publicação:

Rolling Stone:

1. Radiohead: Kid A
2. The Strokes: Is This It
3. Wilco: Yankee Hotel Foxtrot
4. Jay-Z: The Blueprint
5. The White Stripes: Elephant
6. Arcade Fire: Funeral
7. Eminem: The Marshal Mathers LP
8. Bob Dylan: Modern Times
9. M.I.A.: Kala
10. Kanye West: The College Dropout




New Musical Express:

1. The Strokes: This Is It
2. The Libetines: Up the Bracket
3. Primal Scream: XTRMNTR
4. Arctic Monkeys: Whathever People Say I Am, That’s What I’m Not
5. Yeah Yeah Yeahs: Fever to Tell
6. PJ Harvey: Stories from the City, Strories from the Sea
7. Arcade Fire: Funeral
8. Interpol: Turn on the Bright Lights
9. The Streets: Original Pirate Material
10. Radiohead: In Rainbows