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sábado, 24 de novembro de 2018

III Teresópolis Blues Festival - 15 e 17 de novembro - Praça Nilo Peçanha - Teresópolis/RJ



Estive no último final de semana, de feriadaço aqui no Rio, na simpática Teresópolis, na serra fluminense, e aproveitei para dar uma conferida do III Teresópolis Blues Festival que estaria rolando na cidade por aqueles dias. Evento muito bacana de fundo beneficente, cuja entrada era doação de alimentos, com boa infraestrutura de um modo geral, considerando o porte do evento. Ótimas opções gastronômicas com food-trucks variados, muita cerveja artesanal com diversos expositores de qualidade apresentando seus produtos e, é claro, muita música.
Na quinta-feira, quando cheguei à cidade, só consegui ir assistir aos shows no final da tarde, pegando assim, ainda, o finalzinho da banda Belonave que fez um pop-rock competente apesar de um tanto óbvio e batido mas que serviu pra esquentar bem a galera. Na sequência, veio a boa RJ Café Band que fez tributo a dois grandes nomes do rock nacional, ambos com grande influência do blues em sua música: Cazuza e Celso Blues Boy. Números muito bem executados, chamando atenção, especialmente os de Cazuza pela semelhança do timbre do vocalista da RJ Café Band. No que diz respeito a Celso Blues Boys, se "Aumenta que isso aí é rock'n roll" levantou todo mundo, de outra feira, senti falta de "Mississipi", homenagem a Robert Johnson, ainda mais em um festival dedicado ao blues. Ouvi depois, de entreouvidos, que a produção teria impedido o bis da banda, por conta do atraso na programação, que provavelmente contemplaria a canção. Independente do quer tenha ocorrido, se o veto ou a ausência no set-list da banda, gostaria de tê-la ouvido lá, até pela relevância que tem dentro do contexto do blues produzido no Brasil e porque tenho certeza que seria muito bem executada, dada a competência e domínio que a banda demonstrou quanto ao repertório do bluesman brasileiro.
A RJ Café Band levou ao placo sucessos de Cazuza e Celso Blues Boy
Assim, um pouco atrasada, entrou no palco para fechar a noite a banda do músico norte-americano radicado no Brasil, Al Pratt, que do alto da experiência de seus longos cabelos brancos, só controlava tudo sentado à frente de órgão enquanto a meninada fazia o trabalho "pesado", mandando muito bem e a cantora convidada Camila Gobbi arrasava em interpretações contagiantes de soul, rock e rhythm'n blues.
Al Pratt, ao teclado, comandou sua banda, abrilahntada pelos vocais de Camila Gobbi
A sexta-feira foi, infelizmente, impraticável. A chuva impiedosa, constante e intensa, fez com que eu optasse por não ir ao evento que parecia, pela descrição dos artistas e de suas especialidades, muito interessante e promissor. Aliás, eu e mais um monte de gente, pois soube de um dos expositores que a presença de público acabara sendo bastante fraca. Mesmo com uma boa infra-estrutura, como destaquei, os poucos pontos cobertos no parque onde se realizava o festival, não teriam dado conta da chuva que batia lateralmente com o vento.
A Alphen, banda de Teresópolis, levantou o púlbico com seu metal de ótima qualidade.
Já no sábado, embora o tempo ainda não estivesse totalmente firme e confiável, pude voltar à praça da música de Teresópolis e de cara tive uma agradabilíssima surpresa. Cheguei por volta das 17 horas, e o que encontrei foi a banda Alphen, a única banda da cidade no line-up, que vigorosa e competente, despejou todo seu peso sobre a galera que respondeu com o mais alto entusiasmo e vibração a clássicos de todos os tempos do metal.
Os instrumentos
à Bo Diddley da
O Velho Bllues
Depois do êxtase causado pela Alphen, quem entrou foi a banda Corcel Mágico pra baixar a rotação e deixar tudo mais suave. Com ênfase no folk, o grupo, ainda que irretocável tecnicamente, na minha opinião poderia, para um festival, onde o público, queira ou não, é um tanto heterogêneo, ter escolhido um repertório um pouco mais popular, mais conhecido, de modo a arrebatar o público, ainda que, justiça seja feita, tenham tocado Simon and Garfunkel, Creedence, Raul, mas por outro lado, tenham executado muitas composições próprias que davam uma certa esfriada na platéia. Um Neil Young, um Dylan, um The Band, apesar de óbvios, teriam caído bem.
A noite de sábado fechou com a banda O Velho Blues, time azeitado da cidade de Petrópolis, também na serra do Rio de Janeiro, que com seus instrumentos atípicos quase rudimentares, usando caixas de charuto e uma tábua de lavar roupa fabricados pelo vocalista Bruno Fraga, ao contrário do que anunciava o nome, não tocava só os antigos nomes do blues, tendo executado "novos" clássicos de bluesman contemporâneos como Albert King, Stevie Ray Vaughan e Freddie King, mas sem deixar de lado, é claro, o bom e velho blues de mestres como Elmore James, Robert Johnson, Muddy Waters e outros. O show, que contou também com composições próprias da banda, esquentou a galera na noite fria de Teresópolis e manteve animação lá em cima.

Banda O Velho Blues

Saí de Teresópolis no início da tarde de domingo e, portanto, não pude ver os shows daquele dia, o último do festival, mas tenho certeza que, epal amostragem dos dias anteriores, mantiveram o ótimo nível do evento que me deixou com a melhor das impressões e com o sincero desejo de retornar nas próximas edições.

Apesar da chuva, quase todos os dias, o evento foi um sucesso e agradou ouvidos e paladares.







Cly Reis