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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

David Bowie - "Aladdin Sane" (1973)


'A Lad Insane'?
'A Land Insane'?
'Love Alladin Vein'?
Não,  'Aladdin Sane' apenas.
trocadilhos posíveis
idealizados para o nome do álbum

Readquiri ontem, depois de muito tempo apenas com algumas músicas dele numa coletânea 'geralzona', o ótimo "Aladdin Sane" de David Bowie, de 1973.
Cartilha do glitter rock e um dos melhores álbuns do Camaleão, "Aladdin Sane", o sucessor do clássico "The Rise and the Fall of Ziggy Stardust...", é praticamente uma continuação daquele, sem ser uma repetição ou uma imitação. É sim uma recriação. Por mais que seja bem glam, bem carregado nas guitarras assim como o outro, "Aladdin Sane" tem toda uma personalidade enquanto álbum, uma aura própria e uma  melodiosidade toda peculiar.
"Watch the Man" que abre o disco é um exemplo perfeito do glitter característico de Bowie; "Panic in Detroit" e "Cracked Actor" carregam nas guitarras em dois rockões empolgantes; "Time" é uma provocante balada de cabaré interpretada com maestria com aquele jeito Bowie, único, de cantar; e "The Jean Genie", outra das melhores do disco, é um bluesão fantástico e matador.
A faixa que dá nome ao álbum, por sua vez, é uma requintada e ousada composição onde a base chega a estacionar e parar, repetindo-se, para dar espaço a um admirável solo de piano. Piano que também é destaque na faixa final, "Lady Grinning Soul", uma melodia flamenca na qual o som das teclas alvi-negras parece deslizar por sobre a canção, fluindo líquido como se escorresse pelo seu interior.
Bowie apresenta-nos ainda uma cover muito legal de "Let Spend the Night Together" dos Rolling Stones , inclusive com uma inusitada pausa para distorções no finalzinho, o que dá um toque todo particular à versão.
Mais um grande disco deste cara que nunca cansou de nos surpreender. Que praticamente se renova a cada 2 ou 3 discos, sempre estando na vanguarda dos acontecimentos, tendências e costumes. E com este álbum não foi diferente
Bowie sempre atemporal.

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FAIXAS:
1."Watch That Man" 4:25
2."Aladdin Sane (1913-1938-197?)" 5:06
3."Drive-In Saturday" 4:29
4."Panic in Detroit" 4:25
5."Cracked Actor" 2:56
6."Time" 5:09
7."The Prettiest Star" 3:26
8."Let's Spend the Night Together" 3:03
9."The Jean Genie" 4:02
10."Lady Grinning Soul" 3:46

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Ouça:
David Bowie Aladdin Sane



Cly Reis

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

A Arte do ClyBlog em 2016


No ano que passou, como tem sido costume nos últimos anos, nós do clyblog estivemos dando um tratamento mais atencioso à parte visual, tanto na logotipia quanto nas postagens e também na divulgação.
Nosso logotipo, por exemplo, vai se adequando ao que o momento exigir e em ano de Jogos Olímpicos e de 8 anos do blog ele teve que se desdobrar novamente.
As capas de discos e pôsteres de filmes já são tradicionais em nossas adaptações e as chamadas para as pessoas que precisam conhecer o ClyBlog ganharam novas situações. A novidade mesmo é que esse ano resolvemos "dar as caras" e por várias oportunidades ao longo do ano, pela primeira vez, nossos rostos, meu e do Daniel Rodrigues, aparecerem em chamadas. 
Fiquem aqui com uma breve retrospectiva visual do que estivemos aprontando visualmente neste 2016.


Cly Reis


Nosso logo teve que se desdobrar, como  de costume, para o evento ou data para o qual quiséssemos utilizá-lo.
Mas ele é bastante versátil.


ClyBlog código de barras

Todas as cores do blog.

Estamos no ar.

ClyBlog em QR Code.

O melhor remédio.
Sem contraindicações.

Era a peça que faltava.


Nós sempre estivemos aqui.


Daniel e eu em frente ao berço do rock.

Viva la revelución!

Why so serious?

Nem a morte poderá nos separar.

Uma das "paródias" de capas de álbuns famosos
para os ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.

A clássica capa do "Nevermind" do Nirvana
também serviu à nossa seção de grandes discos.


Rebobine, por favor (com uma caneta Bic)

Bolachão ÁLBUNS FUNDAMENTAIS. 

Adoramos dar aquele toque pessoal nos pôsteres de filmes.

Somos a mosca que pousou no seu experimento coentífico.

Indomáveis!

Não pule! Ainda há esperança!

Sei que às vezes dá um ódio mas...

Bala não!

Que tal nsso belo pulover natalino?

Um dos fatos que mais marcou 2016 no âmbito artístico musical
foi a perda do grande David Bowie.
O Clyblog tinha a obrigação homenagear e se despedir deste gênio e
Alladin Sane então chorou.


C.R.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Iggy Pop - "Brick by Brick" (1990)


 

"Trabalhar com David Bowie é um prazer, mas uma tortura também. Ele é um músico incrível e um grande produtor, tem ideias excelentes, mas os álbuns acabam soando 50% Bowie e 50% Iggy. Eu queria um disco apenas com ideias minhas."
Iggy Pop

"Esta canção tem a melhor letra que já ouvi."
Butt-Head, da série Beavis & Butt-Head, sobre “Butt Town”

O camaleão é um réptil capaz de fazer com que sua pele mude de aspecto. Não à toa, este era o apelido de David Bowie pela incrível capacidade que este teve de se transformar com total desenvoltura em diversos personagens, como Ziggy Stardust, Major Tom e Alladin Sane. Porém, outra espécie também é mestre em camuflagem e disfarces: a iguana. Muito próximo de Bowie desde os anos 70, Iggy Pop merece, com certeza, esta alcunha. Não somente pela derivação nominal, afinal, quem surfou pela garage band, pelo punk, hard rock, industrial, pós-punk, new wave, heavy metal e por aí vai, só pode mesmo ser considerado um ser de várias aparências. O eterno líder da Stooges e dono de uma obra que perpassa tudo o que foi produzido no rock desde os anos 60 tem estofo para isso. Em 1990, após pouco mais de 20 anos de carreira, o junkie provocativo tornava-se um homem maduro (humm... talvez, nem tanto) e realiza o disco que melhor resume a sua extensa e variante trajetória: “Brick by Brick”, que completa 30 anos de lançamento em 2020.

No entanto, dúvidas quanto ao talento de Iggy Pop pairavam àquela época. Ele vinha de um novo sucesso em anos após alguns de ostracismo com “Blah Blah Blah”, de 1986, coescrito e produzido por Bowie. Sua gravadora de então, A&M, queria repetir a fórmula, mas o que o rebelde Iggy fez, ao lado do sex pistol Steve Jones, foi, sim, um álbum que pode ser classificado como “Cold Metal”, o representativo título da faixa inicial de “Instintic”, de 1988. O preço por seguir os próprios instintos custou caro a Iggy, que foi dispensado do selo. Foi então que o veterano roqueiro olhou para si e percebeu que algo estava errado. No espelho, James Osterberg viu, na verdade, um artista prestes a completar duas décadas de carreira sem ter, de fato, uma obra inteiramente sua com respeito de crítica e público. Iggy deu-se conta que todos os seus êxitos até então haviam sido divididos com outros: na Stooges, com o restante do grupo; nos discos de Berlim dos anos 70 e em “Blah...”, com Bowie; em “Kill City”, de 1977, com James Williamson, fora outros exemplos. Por incrível que parecesse, o cara inventou o punk, que liderou uma das bandas mais revolucionárias do rock, que colaborou para o engendro da música pop dos anos 80 era ainda olhado de soslaio. Foi com este ímpeto, então, que, desejoso de virar uma importante página, ele assina com a Virgin para realizar um trabalho essencialmente seu.

Produzido pelo experiente Don Was (Bob Dylan, Rolling Stones, George Clinton e outros papas da música pop), “Brick...” é rock ‘n’ roll em sua melhor acepção: jovem, pulsante e melodioso. A começar, tem na sua sonoridade forte e impactante, a exemplo de grandes discos do rock como “Album” da PIL e os clássicos da Led Zeppelin, um de seus trunfos. Igualmente, parte da banda que acompanha o cantor é formada por Slash, na guitarra, de Duffy McKagan, no baixo, nada mais, nada menos do que a “cozinha” da então mais celebrada banda da época, a Guns n’ Roses, além de outros ótimos músicos como o baterista Kenny Aronoff, o guitarrista Waddy Wachtel e o tecladista Jamie Muhoberac. Isso, aliado ao apuro da mesa de som, potencializava a intensidade do que se ouvia. Garantida a parte técnica, vinha, então, o principal: a qualidade das criações. Nunca Iggy Pop compusera tão bem, nunca estivera tão afiado em suas melodias e no canto, capaz de variar da mais rascante vociferação ao elegante barítono.

Com o parceiro de várias jornadas Bowie: Iggy busca a emancipação artística

Se em discos anteriores Iggy às vezes se ressentia de coesão na obra, como os bons mas inconstantes “Party” (1981) e “New Values” (1979), em “Brick...” ele mantém o alto nível do início ao fim. E olha que se trata de um disco extenso! Mas Mr. Osterberg estava realmente em grande fase e imbuído de pretensões maiores, o que prova na canção de abertura: a clássica “Home”. Rock puro: riff simples e inteligente; refrão que gruda no ouvido; pegada de hard rock de acompanhar o ritmo batendo a cabeça; vocal matador; guitarras enérgicas; bateria pesada. Não poderia começar melhor. Já na virada da primeira faixa para a segunda, a grandiosa balada “Main Street Eyes” – das melhores não só do disco como do cancioneiro de Iggy –, percebe-se outra sacada da produção: interligadas – tal os álbuns de Stevie Wonder ou o mitológico “Sgt. Peppers”, dos Beatles –, as músicas se colam umas às outras, dando ainda mais inteireza à obra. 

Assim é com I Won't Crap Out”, na sequência (noutra ótima performance dele e da banda), e aquele que é certamente o maior hit da carreira de Iggy Pop: “Candy”. Dividindo os vocais com Kate Pearson (B52’s), a música estourou à época com seu videoclipe (28ª posição na Billboard e quinta na parada de rock) e ajudou o disco a vender de 500 mil de cópias. Como classifica o jornalista Fábio Massari, trata-se de um “perfect pop”. Tudo no lugar: melodia envolvente, refrão perfeito, conjugação de voz masculina e feminina e construção harmônica irretocável. Um clássico do rock, reconhecível até por quem não sabe quem é Iggy Pop e que, ao chamar Kate para contrapor a voz, “deu a morta” para a R.E.M. um ano depois fazer o mesmo na divertida e de semelhante sucesso “Shiny Happy People”.

Unindo a experiência de um já dinossauro do rock com um poder de sintetizar suas melhores referências, Iggy revela joias, como as pesadas "Butt Town", com sua letra desbocada e crítica, e "Neon Forest", onde faz as vezes de Neil Young. Também, as melodiosas "Moonlight Lady" e a faixa-título, puxadas no violão e na sua bela voz grave, bem como a animada “Stary Night”. Don Was, que manja da coisa, intercala-as, dando à evolução do disco equilíbrio e garantindo que o ouvinte experimente todas as sensações: da intensidade à leveza, da agressividade à doçura. Por falar em intensidade, o que dizer, então, do heavy “Pussy Power”, em que, resgatando o peso do seu disco imediatamente anterior, faz uma provocativa ovação ao “poder da buceta”. Iggy Pop sendo Iggy Pop.

Mas não é apenas isso que Iggy tinha para rechaçar de vez a desconfiança dos críticos. O Iguana revela outras facetas, sempre pautado no melhor rock que poucos como ele são capazes de fazer. Novas aulas de como compor um bom rock ‘n’ roll: "The Undefeated" – daquelas que viram clássicos instantâneos, emocionante no coro final entoando: “Nós somos os invictos/ Sempre invictos/ Agora!” –; "Something Wild" e a parceria com Slash "My Baby Wants To Rock And Roll". Não precisa dizer que esta última saiu um exemplar à altura de dois músicos que escreveram hinos rockers como “No Fun” e “Sweet Child O’Mine”. 

O disco termina com outra balada, "Livin' On The Edge Of The Night", do premiado músico Jay Rifkin, que figura na trilha de “Chuva Negra”, filme de sucesso de Ridley Scott e estrelado por Michael Douglas e Andy Garcia, das poucas que não têm autoria do próprio Iggy entre as 14 faixas de um disco irreparável. Iggy Pop, finalmente, consegue ser ele mesmo sendo os vários Iggy Pop que há dentro de sua alma versátil e liberta. E se havia alguma dúvida de que tinha competência de produzir uma obra autoral sem a ajuda dos parceiros, “Brick...” é a prova cabal. Literalmente, não deixa “pedra sobre pedra” e nem muito menos “tijolo por tijolo”.

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Clipe de "Candy" - Iggy Pop e Kate Pierson


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FAIXAS:
1. "Home" – 4:00
2. "Main Street Eyes" – 3:41
3. "I Won't Crap Out" – 4:02
4. "Candy"(partic.: Kate Pierson) – 4:13
5. "Butt Town" – 3:34
6. "The Undefeated" – 5:05
7. "Moonlight Lady" – 3:30
8. "Something Wild" (John Hiatt) – 4:01
9. "Neon Forest" – 7:05
10. "Starry Night" – 4:05
11. "Pussy Power" – 2:47
12. "My Baby Wants To Rock And Roll" (Iggy Pop/Slash) – 4:46
13. "Brick By Brick" – 3:30
14. "Livin' On The Edge Of The Night" (Jay Rifkin) – 3:07
Todas as músicas de autoria de Iggy Pop, exceto indicadas

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OUÇA O DISCO:


Daniel Rodrigues