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quarta-feira, 7 de abril de 2021

Música da Cabeça - Programa #209

 

Deu debandada do lado de lá? Aqui, jamais. Tá todo mundo unido pra mais um MDC. O programa de hoje vai ter, coladinho a nós, Novos Baianos, The Chemical Brothers, Tokyo, Chico Buarque, Herbie Hancock, Thundercat e mais. Também pegam junto o nossos quadros "Cabeça dos Outros", "Música de Fato" e um "Palavra, Lê" que lembra um clássico de Agnaldo Timóteo. Tudo isso hoje, 21h, na fiel Rádio Elétrica, junto e misturado (mas sem aglomeração, sacou?). Produção e apresentação: Daniel Rodrigues (#ForaMilitar e #ForaBolsonaro ou vice-versa)


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

quinta-feira, 16 de julho de 2009

OS 100 MELHORES DISCOS DE TODOS OS TEMPOS

Coloquei no blog o primeiro da minha lista do melhores álbuns de todos os tempos e então agora resolvi listar o resto.
Sei que é das tarefas mais difíceis e sempre um tanto polêmica, mas resolvi arriscar.
Até o 10, não digo que seja fácil, mas a concepção já está mais ou menos pronta na cabeça. Depois disso é que a gente fica meio assim de colocar este à frente daquele, tem aquele não pode ficar de fora, o que eu gosto mais mas o outro é mais importante e tudo mais.
Mas na minha cabeça, já ta tudo mais ou menos montado.
Com vocês a minha lista dos 100 melhores discos de toda a história:



1.The Jesus and Mary Chain “Psychocandy”
2.Rolling Stones “Let it Bleed”
3.Prince "Sign’O the Times”
4.The Velvet Underground and Nico
5.The Glove “Blue Sunshine”
6.Pink Floyd “The Darkside of the Moon”
7.PIL “Metalbox”
8.Talking Heads “Fear of Music”
9.Nirvana “Nevermind”
10.Sex Pistols “Nevermind the Bollocks"

11.Rolling Stones “Exile on Main Street”
12.The Who “Live at Leeds”
13.Primal Scream “Screamadelica”
14.Led Zeppellin “Led Zeppellin IV
15.Television “Marquee Moon”
16.Deep Purple “Machine Head”
17.Black Sabbath “Paranoid”
18.Bob Dylan “Bringing it All Back Home”
19.Bob Dylan “Highway 61 Revisited”
20.The Beatles “Revolver”
21.Kraftwerk “Radioactivity”
22.Dead Kennedy’s “Freshfruit for Rotting Vegettables”
23.The Smiths “The Smiths”
24.The Stooges “The Stooges”
25.Joy Division “Unknown Pleasures”
26.Led Zeppellin “Physical Graffitti
27.Jimmy Hendrix “Are You Experienced”
28.Lou Reed “Berlin”
29.Gang of Four “Entertainment!”
30.U2 “The Joshua Tree”
31.David Bowie “The Rise and the Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”
32.David Bowie “Low”
33.My Bloody Valentine “Loveless”
34.The Stone Roses “The Stone Roses”
35.Iggy Pop “The Idiot”
36.The Young Gods “L’Eau Rouge”
37.The 13th. Floor Elevators “The Psychedelic Sounds of The 13th. Floor Elevators”
38.The Sonics “Psychosonic”
39.Ramones “Rocket to Russia”
40.The Beatles “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”
41.PIL “Album”
42.REM “Reckoning”
43.Love “Forever Changes”
44.Madonna “Erotica”
45.Grace Jones “Nightclubbing”
46.Pixies “Surfer Rosa”
47.Pixies “Doolitle”
48.Rolling Stones “Some Girls”
49.Michael Jackson “Off the Wall”
50.Michael Jackson “Thriller”
51.Beck “Odelay”
52.Nine Inch Nails “Broken”
53.The Fall “Bend Sinister”
54.REM “Green”
55.Neil Young and the Crazy Horse “Everybody Knows This is Nowhere”
56.Kraftwerk “Trans-Europe Expreess”
57.The Smiths “The Queen is Dead”
58.New Order “Brotherhood”
59.Echo and The Bunnymen” Crocodiles”
60.Prince “1999”
61.Morrissey “Viva Hate”
62Iggy Pop “Lust for Life”
63.Pixies “Bossanova”
64.Chemical Brothers “Dig Your Own Hole”
65.Prodigy “Music For Jilted Generation”
66.Van Morrisson “Astral Weeks”
67.Pink Floyd “Wish You Were Here”
68.Muddy Waters “Electric Mud”
69.Sonic Youth “Dirty”
70.Sonic Youth “Daydream Nation”
71.Nirvana “In Utero”
72.Björk “Debut”
73.Nirvana “Unplugged in New York”
74.Björk “Post”
75.Jorge Ben “A Tábua de Esmeraldas”
76.Metallica ‘Metallica”
77.The Cure "Disintegration"
78.The Police ‘Reggatta de Blanc”
79.Siouxsie and the Banshees “Nocturne”
80.Depeche Mode “Music for the Masses”
81.New Order “Technique”
82.Ministry “Psalm 69”
83.The Cream “Disraeli Gears”
84.Depeche Mode Violator”
85.Talking Heads “More Songs About Building and Food”
86.The Stranglers “Black and White”
87.U2 “Zooropa”
88.Body Count “Body Count”
89.Massive Attack “Blue Lines”
90.Lou Reed “Transformer”
91.Sepultura “Roots”
92.John Lee Hooker “Hooker’n Heat”
93.The Cult “Love”
94.Dr. Feelgood “Malpractice”
95.Red Hot Chilli Peperrs “BloodSugarSexMagik”
96.Guns’n Roses “Appettite for Destruction”
97.The Zombies “Odessey Oracle”
98.Johnny Cash “At Folson Prison”
99.Joy Division “Closer”
100.Cocteau Twins “Treasure”

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Death in Vegas "The Contino Sessions" (1999)


Não sei se agradeço ou se amaldiçôo a meu “livro da vida”, o “1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer” que cada vez mais faz aumentar minha discoteca. Meu espaço já está exíguo, minguado, quase acabando mas a minha bíblia dos discos sempre me apresenta alguma coisa nova fascinante.
Desta vez, estou eu lá percorrendo os “anos 90”, já no finalzinho -um dos últimos álbuns da década- e topo com um pessoalzinho que eu tinha ouvido falar bem por alto, de passagem mas que nem sabia do que se tratava. Aí vou lá e leio o que fala do disco: da mesma linha dos Chemical Brothers, com participação de Bob Gillespie do Primal Scream, com participação de Jim Reid do Jesus and Mary Chain, participação de Iggy Pop em uma que provavelmente é das suas melhores interpretações... Cara, que que é isso?
Aí fui eu lá ouvir os caras pra ver se era tudo isso mesmo e para minha agradável surpresa era melhor.
Dirge”, a faixa de abertura, é uma sinfonia catártica que vai-se montando a partir de um doce cantarolado que vai se repetindo enquanto elementos vão se juntando na canção até que tudo culmine num êxtase instrumental.
Soul Auctioneer” tem a marca de Bob Gillespie com aquele seu vocal relaxado e versos mal-encaixados, bem Primal Scream. “Death Threat” é outro dos pontos altos e assim como “Dirge” vai se montando aos poucos, mas aqui o ponto de partida é um efeito, um sampler, que acaba compondo uma base funkeada e que passa a ser o fio condutor desta música que remete claramente aos mestres do Kraftwerk por conta da utilização de sons de telégrafo como os de “Radioactivity”.
O insuportável mas genial Jim Reid dá sua grande contribuição a “Broken Little Sister”, conferindo aquele peso, aquela sonoridade do Jesus a uma base eletrônica que, por sinal, não soa como tal.
Iggy empresta sua voz, talento e carisma para “Aisha”, onde na verdade ele não canta, ele quase que declama, interpreta, se declara um serial-killer mas curiosamente sem toda a agressividade punk que o marcou durante toda a carreira. “Aisha” é um funk limpo, sofisticado, bem conduzido com uma linha de base muito bem escolhida.
Todas são ótimas, “Flying”, “Lever Street”, “Alladin Story” e a bela “Neptune City” que fecha com estilo o álbum.
Resultado: ouvi, adorei e foi mais um para a minha prateleira de CD’s.
Os espaços estão acabando.
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FAIXAS:
1."Dirge" - 5:44
2."Soul Auctioneer" – 5:59
3. "Death Threat" - 4:50
4."Flying" – 7:06
5."Aisha" - 5:54
6."Lever Street" – 3:39
7."Aladdin's Story" – 4:45
8."Broken Little Sister" – 5:18
9."Neptune City" – 4:43

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Ouça:
Death In Vegas The Contino Sessions


Cly Reis

terça-feira, 5 de maio de 2009

Prodigy - "Invaders Must Die"

De Olhos Fechados


Há pouco tempo atrás havia uma série de artistas ou bandas que assim que eu sabia que tinham lançado algo novo, eu saía para comprar de olhos fechados. Sim, saía para COMPRAR porque, via de regra, apesar das facilidades de download que se tem hoje em dia, não gosto muito da qualidade de CD's gravados. E quando digo que comprava de "olhos fechados" não exagero muito não. Na maioria das vezes não precisava nem ter ouvido o single, ter visto um clipe, ter lido uma crítica. Para Cure, Madonna, U2, New Order, Chemical Brothers, Prodigy, Morrissey eu sequer pestanejava. Não interesava!
Com o tempo e com a minha "chatice" aumentando passei a ficar menos tolerante com algumas coisas. Bandas que por mais que eu gostasse insitiam em se repetir, em se auto-imitar em lançar álbuns só por lançar, pra encher as burras de dinheiro ou pra cumprir compromisso com as gravadoras.
The Cure, que é provavelmente a minha banda preferida, desde o álbum "Wild Mood Swings" que eu adquiri logo de cara e que era um lixo, que eu não compro mais nada (nem baixo arquivos). Ainda dei chances. Me disseram que o tal do "Bloodflowers" era um bom álbum. Que nada! É insosso. Li em algum lugar que o álbum "The Cure" era interessante e tal... Hmmfff! Disquinho que não fede nem cheira. Não tem pegada, não tem novidade, não tem vida. Desde então desconsidero o Cure. Fico com a história dele.
Madonna é outra que desde o "American Life" que também é uma droga, vive numa montanha-russa de qualidade. Faz um disco interessantíssimo como o "Confessions on a Dance Floor" ceio de conceito, experimentação, ousadia e uma porcaria como "Hard Candy" onde ela se limita a imitar quem ela criou, aquele bando de loirinhas magricelas como a Britney, Aguilera e outras. Da Madonna eu não desisti, mas tenho que ouvir antes de botar meu dinheiro.
Outro dos meus preferidos é Stephen Morrissey, ex-vocalista dos Smiths que logo no seu primeiro trabalho solo, "Viva Hate", do qual todos duvidavam pela ausência de seu parceiro musical, Johnny Marr, faz um discaço. Seguem-se outros bons trabalhos, com diferentes produtores, idéias diferentes, mas que mantém o interesse. Mas nos últimos tempos também tem feito uns disquinhos meio que... sei lá. Parece que todas as músicas são iguais. É só a mesma lamentação, a mesma melosidade e o "algo mais" que é bom, nada! Até que,dando um desconto pro cara, este último disco lançado essse ano, "Years of Refusal" é legal, masaté então vinha de uns dois ou três que naõ faziam diferença no mundo. Ou seja: é outro que eu tenho que ouvir antes de encarar.
Mas falo tudo isso pra dizer que comprei sem ter ouvido nehuma faixa anteriormente, o novo disco do Prodigy. E, cara... É MATADOR!!!
Em "Invaders Must Die" o Prodigy parece que achou o ponto certo entre o estilo mais "pista" do início da carreira, a influência raggae, a house e a pancadaria do "Fat of the Land". O disco é pesado mas não é punk!
Tem inserções de samples de guitarras e efeitos o suficiente para carregar o som enão para ditar a linha do disco.
Exceção é "Piranha", faixa que é tão pesada que conta até mesmo com a bateria de David Grohl, do Foo Fighters e ex-Nirvana, mas que ainda assim ela é menos humana e mais autoática que a detonadora"Fuel my Fire", por exemplo de outra época mas com proposta semelhante. Um barato também é "Thunder" com seu vocal bem carregado de raggae, lembrando os tempos de 'Out of Space" do primeiro disco.
Mas minha preferida mesmo é "Omem" uma pedrada com a dupla Maxim e Flint matando a pau.
Prodigy comprovou que ainda goza de minha inteira confiança e que eu posso ir à loja e comprar de olhos fechados.

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FAIXAS:
01. Invaders Must Die
02. Omen
03. Thunder
04. Colours
05. Take Me To The Hospital
06. Warrior's Dance
07. Run With The Wolves
08. Omen Reprise
09. World's On Fire
10. Piranha
11. Stand Up

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Ouça:
Prodigy - Invaders Must Die

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

The Young Gods - "L'Eau Rouge" (1989)

"...porque o som é algo que realmente você não pode controlar."
Franz Treichler,
vocalista e líder do
The Young Gods



Em 1989, na escolha anual da Revista Showbizz, aparecia lá um tal de "L'Eau Rouge" de uma banda suíça chamada The Young Gods como disco internacional do ano escolhido pela crítica. Não fazia a menor ideia do que se tratava a tal da banda e, na verdade, não procurei conhecer imediatamente, ainda que tivesse ficado um bocado curioso. Só fui procurar ouvir anos depois, já na época em que os downloads eram bem comuns e encontrar coisas como esta já era bastante fácil. Baixei então o tal "L'Eau Rouge" sem a menor ideia do que iria encontrar, não procurei sequer saber o gênero, a linha ou o tipo se som. Como, costumeiramente, as escolhas da crítica da revista eram bem criteriosas, imaginei que encontraria algo, no mínimo interesante, bacana, legal. Mas "L'Eau Rouge", já ao iniciar, mostrava que superaria minhas expectativas, e efetivamente o fez. Era uma espécie de som industrial mas como eu nunca tinha ouvido antes, com inserções de orquestra, de bandas folclóricas, de ritmos tradicionais, com samples inusitados e originais, tudo com muita agressividade sonora e embalado por uma voz rouca e rasgada cantando todas as faixas em francês.
Quando começa "La Fille de La Mort", com suas graciosas repetições à boulevard, não se pode imaginar que venha a se transmutar numa trilha sonora de um pesadelo, num caos sonoro, num clímax barulhento e apocalíptico conduzindo a um final fantástico e arrasador. Emenda, já na sequência, com "Rue des Tempêtes" abrindo com uma breve introdução de violinos que logo descambam para samples de guitarras enlouquecidas e viscerais.
A faixa que dá nome ao disco traz uma batida bem marcada, e por sua vez também explode em guitarras barulhentas no refrão; "Charlotte" dá um alívio no peso e remete às músicas tradicionais francesas com um interessantíssimo sampler de acordeão; "Longe Route" é um foguete devastador; a ótima "Les Enfants" deixa bem evidente a proposta de integração do eletrônico industrial com a música clássica, numa composição intensa recheada de elementos orquestrais pré-gravados trabalhados minuciosamente em estúdio; e pondo o ponto final de maneira explêndida vem a destruidora "Pas Mal" carregada de barulhentas colagens de guitarras.
Ouvi o "L'Eau Rouge" tardiamente em relação a seu lançamento, mas analisando retroativamente fica evidente a enorme influência do som dos caras na música pop de um modo geral, mas sobretudo no cenário do metal-industrial e da música eletrônica, admitida por nomes como Chemical Brothers, Ministry e Nine Inch Nails e até pelo mestre Bowie.
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FAIXAS:
  1. "La Fille de la Mort" (Young Gods) – 7:58
  2. "Rue des Tempêtes" (Young Gods) – 2:51
  3. "L'Eau Rouge" (Young Gods) – 4:20
  4. "Charlotte" (Young Gods) – 2:02
  5. "Lougue Route" (Young Gods) – 3:41
  6. "Crier les Chiens" (Young Gods) – 3:15
  7. "Ville Nôtre" (Young Gods) – 4:07
  8. "Les Enfants" (Young Gods) – 5:32
  9. "L'Amourir" (Young Gods) – 4:17
  10. "Pas Mal" (Young Gods) – 2:45
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Ouça:
The Young Gods L'Eau Rouge



Cly Reis

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Prodigy - "The Fat Of The Land" (1997)





“A nossa atitude é:
estamos aqui,
amem-nos ou odeiem-nos.
Se isso é ser punk,
 então somos punk”
Liam Howlett




Sem dúvida pioneiros como o Suicide colocaram a cara a tapa apresentando seu som eletrônico em pleno movimento punk naquele contexto pouco recomendável pra que alguém viesse com "maquininhas" fazendo música. É certo que grupos como o Front 242 já uniam minimalismo e agressividade ao eletrônico ali pela metade dos anos 80, e que músicos talentosos como Trent Raznor já punham o maquinário a serviço do peso para produzir seu intenso e barulhento som industrial. Mas mesmo com todos estes precedentes creio ser justo afirmar que nunca a música eletrônica foi tão suja, tão pesada, aproximou-se tanto do punk quanto em "The Fat of The Land" do Prodigy, lançado em 1997.
O grupo encabeçado pelo prodígio Liam Howlett já havia dado mostras de sua inclinação para o peso em seu disco anterior, o ótimo "Music For Jilted Generation" (1994) com o "metalzão" "Their Law" e a eletrizante "Voodoo People", mas "The Fat Of The Land" catalisava aquelas tendências de uma maneira mais efetiva materializando assim um produto final simplesmente bombástico.
O visual que o grupo assumia naquele momento, em especial seu MC Keith Flint, uma espécie de Bozo do inferno, levava muitos a pensar que estavam se "fantasiando" de punks de modo a estabelecer uma coerência visual com a proposta musical que então apresentavam aproveitando assim para entrar na onda roqueira que ainda predominava naquele final de anos 90. É evidente que o mundo pop tem todo seu show-business e o grupo aproveitou a rebarba do grunge para encarnar um tipo mais rocker, mas que o lado rebelde, transgressor e punk não era meramente uma encenação, definitivamente não era. Suas rusgas com autoridades por conta de restrições a raves e festas afins já vinha de longa data e a já mencionada "Their Law" do disco anterior não somente era uma pedrada sonora como na letra, em poucas palavras como é característico do gênero, metia o dedo na cara dos legisladores e da polícia: "Fodam-se vocês e suas leis".
Agora eles atacavam de novo e vinham com mais munição: sexo, drogas, assassinatos, incêndios, caos... O carro-chefe de "The Fat of The Land" era nada mais nada menos que uma música de título ambíguo que sugeria estupro, agressão mas que na verdade tratava-se de uma expressão popular para o consumo de heroína. "Smack My Bitch Up", uma pancada eletrônica de ritmo fenético e uma certa  levada árabe, como se não bastasse sua sonoridade alucinante, trazia a tiracolo um videoclipe alucinante de câmera na mão, em primeira pessoa, repleto de putaria, consumo de drogas, álcool, violência e todo tipo de comportamento inadequado, tão hardcore, tão inapropriado, que chegou a ser banido da MTV americana e de televisões de vários outros países. Quer mais punk que isso?
"Breathe", que a segue no álbum, não deixa por menos num petardo sonoro que flerta com o grunge e chega a lembrar "Anarchy in the U.K." dos Sex Pistols no refrão pela voz rasgada e pela entonação. "Diesel Power" dava uma aliviada na violência  e carregava no funk com uma letra bem interessante sobre a tecnologia e a loucura do mundo moderno; e a frenética "Funky Shit" cheia de gritinhos de torcida de colégio e  com seu sampler do tema da S.W.A.T. mantinha o nível lá em cima.
Aí chega "Serial Thrilla" entrando de voadora com os dois pés nos peitos! Uma mistura explosiva do funk de "Diesel Power" com a potência de "Smack My Bitch Up" que levaria até um aleijado pra pista de dança. "Mindfields" é mais climática, lembra algo como uma trilha de filme de espionagem ruim, e "Narayan" que a segue, extensa, cheia de variações, parece não corresponder ao tamanho de suas pretensões. Já a incendiária "Firestarter", é outro daqueles exemplos do punk aplicado a música eletrônica de maneira perfeita. Uma bomba, um coquetel molotov de samples sinuosos e ziguezagueantes, uma batida drum'n'bass aceleradíssima e perturbadora, e um vocal nervoso e ameaçador. A boa "Climbatize", crescente e bem elaborada, é uma boa ponte para o final do disco e "Fuel My Fire" que põe a tampa no caixão, ao contrário das demais que tinham doses de peso em músicas predominantemente eletrônicas, tem nos efeitos, samples e programações meros coadjuvantes para uma tijolada sonora conduzida por guitarras, baixo e bateria de verdade, além de vários convidados, numa espécie de festa punk de encerramento do álbum.
Que Kraftwerk, Silver Apples, Throbbing Gristle, Suicide, tiveram papéis mais importantes na história da música eletrônica, não existe discussão, que outros contemporâneos do Prodigy  como Chemical Brothers e Orbital tenham mais recursos e alternativas creio que não seja um absurdo afirmar, mas que "The Fat Of The Land" à sua maneira inaugurava naquele momento um novo capítulo na história do gênero, me parece que seja algo que não esteja muito longe da verdade.

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FAIXAS:
  1. Smack My Bitch Up (5:430
  2. Breathe (5:35)
  3. Diesel Power (4:18)
  4. Funky Shit (5:16)
  5. Serial Thrilla (5:11)
  6. Mindfields (5:40)
  7. Narayan (7:07)
  8. Firestarter (6:43)
  9. Climbatize (6:38)
  10. Fuel My Fire (4:19)

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Ouça:
Prodigy - The Fat Of The Land


Cly Reis