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quarta-feira, 27 de março de 2019

Música da Cabeça - Programa #103


Não é só porque estamos no finzinho do Mês da Mulher: é porque aqui elas estão sempre na nossa cabeça. Um programa (quase) todo feminino foi o que calhou esta semana, pois terá Liz Fraser, Marina Lima, Gal Costa, Maria Rita, Suzanne Vega, Lady Miss Kier e outras. Não será diferente no “Música de Fato”, no “Palavra, Lê” e no quadro móvel da semana, “Cabeção”. Tudo com a massiva presença delas. Seja homem ou mulher, o negócio é escutar o Música da Cabeça de hoje, às 21h, pela feminilíssima Rádio Elétrica. Produção e apresentação dela: Daniel Rodrigues.


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Música da Cabeça - Programa #59


Quem são esses homens e mulheres que cantam sempre esse lamento? Revelados recentemente documentos secretos do Governo Militar no Brasil, o Música da Cabeça vem para entoar o mesmo coro das centenas de vítimas do Regime. O programa de hoje também contará com as vozes ativas de Smashing Pumpkins, Elis Regina, Suzanne Vega e Caetano Veloso, para ficar em algumas delas. Ainda, “Palavra, Lê” e mais uma edição do quadro “Cabeção”. Então, para não cantar sempre o mesmo arranjo, sintoniza na Rádio Elétrica às 21h e escuta o Música da Cabeça! A produção e a apresentação são de Daniel Rodrigues.


Rádio Elétrica:

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Música da Cabeça - Programa #29


“E 29 anjos me salvaram”. E salvo pela música, claro! Pois chegamos ao programa de nº 29, que vai ao ar hoje, às 21h, na Rádio Elétrica. Os amigos alados nos trazem esta semana desde a docilidade angelical de Suzanne Vega e Hubert Laws até a energia dos anjos rebeldes, com o rock brasileiro e alternativo ou com o tropicalismo. Ah! Também tem aqueles anjos invocam a ancestralidade e a cultura afro-brasileira. Estamos falando damúsica de Paulo César PinheiroMarlui Miranda e Jards Macalé. Bem: motivo de sobra pra não perder o programa de hoje. Produção, apresentação e auréola: Daniel Rodrigues.



Ouça: Programa #29

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Suzanne Vega - "Nine Objects of Desire" (1996)

Os (12) Objetos de Desejo de Miss. Suzanne


“Quem se lembra de Suzanne Vega apenas pelo hit mundial ‘Luka’
está perdendo a chance de conhecer
uma das artistas mais inteligentes da música do nosso tempo.
Ela vem de um passado folk,
mas a partir do trabalho com o produtor Mitchell Froom
lançou alguns dos melhores discos da carreira.
Este álbum traz Suzanne Vega num estado encantado.
Falando de coisas que acontecem à sua volta com um olhar delicado,
a compositora e violonista nos transporta para perto dela.
O disco é permeado de sonoridades instigantes.
Doses certeiras de dúvida existencial,
sensualidade, paixão e alguns mistérios.”
Fernanda Takai



Na minha adolescência, eu e meus amigos sempre tivemos gostos musicais parecidos. Éramos praticamente unânimes quanto a The Cure e The Smiths, por exemplo. Mas todos tinham suas paixões, aqueles pelos quais nutriam um sentimento especial. Não que se deixasse de gostar também em certa medida do que os outros preferiam; mas aquele era “queridinho” de cada um. Tinha quem fosse fã de Sting, de Depeche Mode, de New Order, de Genesis. A minha “queridinha” era Suzanne Vega. Sempre me encantaram a elegância, a limpidez da voz e o lirismo das músicas dessa compositora, violonista, poeta e cantora surgida nos anos 80 com seu estilo folk-pop arrojado que remete a Leonard CohenLou ReedBob Dylan e a bossa nova – especialmente Astrud Gilberto. Percebi que, desde o início, ela trilhara por um caminho de invariavelmente trabalhos bem elaborados, que, por consequência, lhe renderam grandes sucessos, como “Tom’s Diner”, “Book of Dreams”, “Blood Makes Noise” e, principalmente, o belo e melancólico megahit “Luka”. A música, um dos melhores exemplos de perfect pop de toda a história do rock, encheu seus bolsos e a deixou mundialmente conhecida.

Mesmo com o estrelato, Suzanne Veja nunca quis ser apenas “a cantora de Luka”. Com o inseparável violão, ela construiu uma carreira sólida e em crescente evolução, primando pelas letras literárias, harmonias e arranjos sofisticados e pungentes, batida do violão marcante, influências da MPB, dos sons étnicos e até da vanguarda (haja vista as parcerias com Philip Glass). Depois do aclamado álbum de estreia (produzido por Lenny Kaye e Steve Addabbo, de 1985), teve como parceiro e arranjador o competente Anton Sanko, com quem cunhou “Solitude Standing”, de 1987, e “Days of Open Hand”, de 1990. Quis o destino, entretanto, que, em 1991, ela conhecesse o também versátil Mitchell Froom – que trabalhara com Elvis Costello no passado. Não só trocou de parceiro na música como o assumiu na vida, casando-se com Froom e tendo como fruto (até se separarem, em 1998) uma filha, Ruby, e dois excelentes discos: o “febril” “99.9 F°”, de 1992; e este, o primoroso “Nine Objetcs of Desire”, de 1996.

Auge da musicalidade da artista, auge da feminilidade da mulher. Mãe pela primeira vez e próxima de completar 40 anos, Suzanne realça a sua beleza alva e doce de bailarina profissional (é graduada em Dança Moderna desde os 18) e compõem um disco arrasador em que vida artística e pessoal se homogeneízam. São 12 faixas em que Miss. Suzanne aborda temas como sexo, maternidade, prazer, orgasmo, castidade, culpa. Elementos do imaginário feminino e íntimo, do erotismo à religião, estão expostos, na epiderme. Tudo com uma sensibilidade ímpar e num invólucro perfeito. Desde a capa, em que Suzanne aparece com uma maçã, a picardia está presente. Mas do jeito dela, sob sua ótica (tanto que a maçã não é eroticamente vermelha, mas exoticamente verde). Na arquitetura sonora, Froom estabelece um diálogo igualmente inteligente entre sons eletrônicos, instrumentos de base e timbres, modulados pela mesa de som com tamanha adequação que somente alguém muito próximo à artista como ele poderia realizar.

Uma batida tribal dá os primeiros acordes, quando entra um brilhante riff de guitarra heavy-country. É “Birth-Day”, faixa inicial que relata, numa poesia forte, o momento do parto (“Uma coisa eu sei/ esta dor vai passar/ Atravesso tudo o que me resta sentir/ Eu espero para conhecer o meu amor se tornando real”). No refrão, o nascimento; e os sons não se fazem cândidos, mas, sim, estouram saborosamente ruidosos. Como diria Tom Zé: um rebento como um “orgasmo invertido”.

Em “Headshots”, a sensação de sensibilidade à flor da pele é evidente. Desde a bateria e o baixo retumbantes até à voz e a respiração de Suzanne, a qual é ouvida no mesmo patamar sonoro que os enigmáticos samples de cítara, do gongo oriental e do sensual assovio. Exímia contadora de histórias, na tradição dos bons trovadores folk-country norte-americanos, Suzanne fala sobre uma mulher que vê estampado num anúncio de “procura-se” o rosto de um ex-amor, que agora parece triste e fatalmente distante dela: “A placa diz ‘Headshots’/ É tudo que eu vejo/ Um menino torna-se uma imagem/ De culpa e simpatia/ E então eu penso em você/ Em memória/ Dos dias em que estávamos juntos/ E eu sabia que você me amava/ Essa era a diferença/ Daquilo que vemos/ Mas isso é história.../ Ah...”.

Enteada de um escritor porto-riquenho, Ed Vega (com quem aprendera o gosto pela poesia e literatura), Suzanne cresceu, por causa dele, na região latina de Manhattan, Nova York. Por isso, sua veia de música brasileira não só se justifica como é extremamente presente. “Caramel”, hit do disco, talvez seja o segundo melhor exemplo disso em seu cancioneiro: uma linda bossa nova com todos os elementos característicos da batida de João Gilberto e a complexidade harmônica de Tom Jobim. A letra, sobre um amor impossível, carrega em referências sensoriais ao paladar (“caramelo”, “canela”, “pele”). E ela diz: “Então, adeus/ doce apetite/ Nem uma única mordida/ Poderia satisfazer...”. A voz de Suzanne é suave, sugerindo um sussurro de dor e prazer. O refrão é ainda mais belo com a característica pronúncia perfeita de seu canto. E o charme do solo de clarinete, então!? Um show.

Digo que “Caramel” é a “segunda” grande bossa de Suzanne Vega porque a melhor é “Thin Man”. Tocado com instrumentos de rock, mas em um inconfundível ritmo de samba, tem uma das mais belas melodias de voz criadas pela compositora. O violão, centro harmônico da melodia, desenha a canção como fazem todos os bons “filhos de João”. Sensual e cadenciada, põe a personagem no universo de um homem de modos finos e misterioso. “Ele não é meu amigo, mas ele está comigo/ E ele me promete uma paz que eu nunca conheci/ Eu não posso desistir, não, eu tenho que resistir/ Mas eu podia mesmo ser a única a resistir àquele beijo tão verdadeiro...”

A capacidade de incutir toques étnicos ao folk (como já procedera claramente em "Room off the Street", “In the Eye” e “As a Child”, de discos anteriores) faz com que Suzanne Vega não restrinja as influências apenas à música brasileira ou latina, mas também aos sons árabes e orientais. “Stockings”, sobre uma moça que se atrai pela voluptuosa amiga (“Você sabe onde a amizade termina e paixão se inicia?/ É entre o que liga suas meias-calças à sua pele...”), é exatamente isso: uma linha de violão de natureza country, porém simplificado, direto ao ponto, quase um riff de guitarra. E acompanhando o canto limpo dela a percussão de tablas, isso sem falar nas cordas, que Froom escreve em notas bem próprias das danças arábicas.

“Casual Match”, pouco variável e mais fraca do disco, nem por isso chega a desnivelar o repertório, pois na sequência vem a outra “música de trabalho” de “Nine Objects...”: “No Cheap Thrill”, pop-rock infalível como Suzanne sabe fazer com o pé nas costas; e “Lolita”, uma rumba estilizada que, mais uma vez literária, Suzanne referencia à imagem da clássica ninfeta nabukoviana, revelando a farsa deste estereótipo (“Ei, garota/ Não seja como um cão toda a sua vida/ Não peça/ Algumas poucos migalhas de afeto/ Não tente/ Para ser mulher de alguém/ Tão jovem/ Você precisa de uma palavra de proteção...”).

A maternidade, em forma de “descobrimento” de si mesma e da nova vida que entra em seu universo, volta na emocionante “World Before Columbus”. Mais do que uma declaração de amor à filha (“Se o seu amor fosse tirado de mim/ Cada cor seria preto e branco/ Seria tão monótono como o mundo antes de Colombo...”), Suzanne faz uma crítica ao materialismo do mundo moderno e uma ode ao verdadeiro afeto, engendrando um deslocamento temporal e simbólico típico de escritores como ela (“Aqueles homens que têm cobiça por terra/ E por riquezas estranhas e novas/ Quem ama essas bugigangas de desejo/ Oh, eles nunca vão ter você”).

“Honeymoon Suite” resgata a Suzanne Vega original, a trovadora de violão em punho, num country voz-viola tão germinal que parece ter sido extraído de um filme de faroeste. Enigmática, imaginativa. E para fechar todo esse clima de volúpia, um... jazz! Sim, um jazz swing marcado no piano e cheio de simbologias à morte, à passagem do tempo e ao prazer carnal: “Se você me perguntar como faz para chegar ao/ meu humilde mapa/ Eu sei por que porta você pode entrar/ Mostre-me sua fraqueza/ E o tempo está queimando, queimando, queimando/ Queima até o fim”. Um final digno desse caldeirão de ideias e sentimentos.

(Mas eu falei “final”? Ops!)

Ainda não é o fim! Suzanne Vega ainda nos revela, depois de um longo silêncio após o término da 11ª faixa – como aquele presente picante escondido meio ao alcance para que possa ser revelado com surpresa –, “My Favorite Plum”, uma valsa sexy conduzida na guitarra do craque Tchad Blake em que reveem-se o gozo e o prazer que entra pela boca, tendo a delicada e saborosa fruta vermelha como metáfora-chave.

Um disco que, desde que conheci se tornou um dos favoritos da discoteca. Já havia me impressionado bastante com “99.9F°”, quando a parceria com o então marido começou. Mas este representa na carreira dela uma consolidação de várias coisas: musicalidade, personalidade e, principalmente, feminilidade. È tão forte e sincero que o deleite de escutar suas canções é quase carnal: quando se está numa faixa, já se sabe a delícia que será quando chegar à seguinte. Deseja-se ouvir cada uma delas. E que cheguem, e que se aproveite enquanto estão tocando, e quando terminam, e quando começa outra, e quando virá a próxima, nossa!... Hum, acho melhor parar por aqui, porque 12 vezes é demais.
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FAIXAS:
1. Birth-Day (Love Made Real) - 3:38
2. Headshots (Suzanne Vega/Mitchell Froom) - 3:08
3. Caramel - 2:53
4. Stockings - 3:30
5. Casual Match (Vega/Froom) - 3:10
6. Thin Man - 3:39
7. No Cheap Thrill - 3:10
8. World Before Columbus - 3:26
9. Lolita (Vega/Froom) - 3:33
10. Honeymoon Suite - 2:56
11. Tombstone - 3:07
12. My Favorite Plum - 2:47

todas as composições de Suzanne Vega, exceto indicadas
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OUÇA O DISCO:







terça-feira, 14 de janeiro de 2014

cotidianas #266 - "Luka"



Meu nome é Luka
Eu moro no segundo andar
Eu moro bem em cima de você
Sim, acho que você já me viu antes


Se ouvir alguma coisa de madrugada
Algum tipo de encrenca, algum tipo de briga
Não me pergunte o que aconteceu
Não me pergunte o que aconteceu
Não me pergunte o que aconteceu


Acho que é por que sou desastrado demais
Tento não falar alto demais
Talvez seja por que eu seja louco
Tento não bancar o orgulhoso


Eles só batem até você chorar
Depois disso, você não pergunta por quê
Simplesmente nem discute mais
Simplesmente nem discute mais
Simplesmente nem discute mais


Sim, acho que estou bem
Dei outra vez com a cara na porta
Se você perguntar, é o que eu vou dizer
Seja como for, você não tem nada a ver com isso
Acho que gostaria de ficar sozinho
Sem nada quebrado, sem nada jogado


Só não me pergunte como estou
Só não me pergunte como estou
Só não me pergunte como estou


Meu nome é Luka
Eu moro no segundo andar
Eu moro bem em cima de você
Sim, acho que você já me viu antes


Se ouvir alguma coisa de madrugada
Algum tipo de encrenca, algum tipo de briga
Não me pergunte o que aconteceu
Não me pergunte o que aconteceu
Não me pergunte o que aconteceu


Eles só batem até você chorar
Depois disso, você não pergunta por quê
Simplesmente nem discute mais
Simplesmente nem discute mais
Simplesmente nem discute mais

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"Luka"
Suzanne Vega