3. "Criança"
5. "O Meu Sim"
6. "Acontecimentos"
7. "E Acho que Não Sou só Eu"
8. "Pode Ser o Que For"
9. "Não Sei Dançar"
10. "Serei Feliz"
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Ouça:
Projeto coletivo pioneiro iniciado em 1944 por Abdias
Nascimento, o TEN foi criado para transformar, por meio do teatro, “as
estruturas de dominação, opressão e exploração raciais implícitas na sociedade
brasileira dominante”. Ativo e militante nos palcos até a década de 1960, o
grupo desenvolveu obras de forte impacto, enfrentou o racismo e abriu caminhos
para a formação e o reconhecimento de expoentes como Ruth de Souza e Léa
Garcia.
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| A magnífica arquitetura interna do Instituto recebendo a expo sobre o TEN |
Presenciar essa exposição fotográfica foi um reencontro. Primeiro, no que se refere ao Instituto Tomie Ohtake, o belíssimo prédio em homenagem à artista visual nipo-brasileira projetado pelo seu filho, o arquiteto Ruy Ohtake e o qual havia conhecido em 2010, em visita a São Paulo na companhia de minha mãe. Desta vez, a parceria foi de Leocádia, que pisava neste espaço cultural pela primeira vez como eu fazia há 15 anos. Hoje, é possível perceber que a programação do local conta com diversas atividades e parcerias que tocam na questão da negritude, seja por meio de cursos, debates, exposições, etc.
Mas o reencontro maior se deu, claro, pelo objeto da
exposição: o TeatroExperimental do Negro. No curso sobre cinema negro que ministro,
há cruzamentos que traço com o TEN, como a presença dos atores Aguinaldo
Camargo e Ruth de Souza em um dos filmes clássicos dessa temática no Brasil, “Também
Somos Irmãos”, de 1948, que bebe bastante na fonte da companhia teatral através
do conceito de atuação e, mais que isso, no protagonismo dado a eles e à
questão racial, bastante abafada àqueles idos.
Além de Ruth, Léa e Aguinaldo, já mencionadas, as fotos de
Medeiros trazem outras figuras emblemáticas das artes cênicas pretas
brasileiras, como Haroldo Costa, Marina Gonçalves, José Monteiro, Renée
Ferreira e, claro, o próprio Abdias, descrito pelo Ipeafro como o mais completo
intelectual e homem de cultura do mundo africano do século XX. Poeta, escritor,
dramaturgo, artista visual e ativista pan-africanista, é ele quem mobiliza as
ações do TEN, montando a pioneira peça “O imperador Jones”, em 1945, e diversas
outras, como “Todos os Filhos de Deus têm Asas” (1946), “Auto da Noiva” (1947)
e “Othello” (1949).
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| Abdias, a mente pro trás do TEN |
Na sequência, alguns registros das fotos de José Medeiros, que carregam a força e a expressividade da arte preta brasileira nos palcos e nos seus arredores de coxias, camarins e ensaios. As fotos mesmo falam por si, tendo em vista que algumas foram tiradas em condições de iluminação precárias, mas que, mesmo assim, e com muita habilidade técnica do fotógrafo, existiram. Persistiram. Resistiram.
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| Então, vamos à exposição! |
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| Ensaio da peça O filho pródigo, com Ruth de Souza, Abdias Nascimento, José Monteiro, Aguinaldo Camargo, Marina Gonçalves e Roney da Silva |
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| Ruth de Souza e Ilena Teixeira na peça "Todos os filhos de Deus têm asas" |
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| Ruth novamente, em Othello, totalmente diva negra |
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| Elenco masculino ensaiando a pioneira peça "O Imperador Jones", de 1945 |
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| Abdias e Léa Garcia em cena: que dupla |
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| Detalhe de cena com Aguinaldo Camargo e Fernando Araújo |
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| A Orquestra Afro-Brasileira, que mantinha parceria com o TEN |
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| José Medeiros captou também o momento de pausa na aula de balé |
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| O jovem Haroldo Costa |
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| Aula de alfabetização oferecida pelo TEN à comunidade preta dos anos 40. Revolucionário |
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| Em "Filhos de santo", Addias contracena com Ruth (1949) |
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| Retratos: Haroldo, Abdias, Ruth e Léa |
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| Foto imperfeita tecnicamente, mas brilhante em expressividade |
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| Outro pioneirismo do TEN: o jornal Quilombo, publicação só sobre assuntos da negritude |
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| A bela Renée Ferreira em "Aruanda", de 1948 |
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| Outra preciosidade de José Medeiros: Abdias e Léa encenando Shakespeare |
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Entrada do Vivo open Air,
proposta de sessão de cinema
ao ar livre seguida de show musical
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Shwarzie encarnando o impiedoso robô
do futuro na telona na Marina da glória
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Os irmãos Reid no palco. Ao centro Jim e à direita,
William exibindo uns (muitos) quilinhos a mais
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| Eu e minha irmã na época em que conhecemos "A Arca de Noé" |
| À esquerda, Björk com seu músico mexendo na mesa sonora que me referi e, à direita, o equipamento em si, que, depois vim a saber, chama-se reac-table. |
Apagão? Não de ideias e nem de música. Acendendo a chama em meio à escuridão, o MDC de hoje traz muita coisa variada capaz de iluminar as cabeças, como Cocteau Twins, Marina, Legião Urbana, Cássia Eller e mais. Tem ainda um Cabeça dos Outros com música lá das bandas de Minas Gerais. Com a energia tinindo, o programa vai ao ar hoje às 21h na carregada Rádio Elétrica. Produção, apresentação e fontes renováveis: Daniel Rodrigues.
www,radioeletrica.com
Ali pudemos parar para dar uma descansada da caminhada e assistir a agradável Tereza, A Banda, uma turma cheia de suingue e brasilidade inspirada, claro, em Jorge Ben e seu clássico samba-rock “Cadê, Tereza”. Com um repertório que ia de Djavan a Rita Lee, passando, obviamente, pelo Babulina, tivemos uma agradável surpresa, principalmente pela qualidade vocal de sua cantora, Vitória Viegas, de voz potente e muito musical. Toda a banda, aliás, de bons músicos, talvez ainda um pouco crus em relação a suas próprias musicalidades, que creio que devem seguir percebendo que têm cada um como crescer ainda mais na liberdade de tocar. Mas isso passa longe de ser uma crítica, afinal, o que vimos, gostamos. Tomara nos deparemos de novo com a Tereza, A Banda por aí.
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| O agradável ambiente de fim de tarde no Marina |
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Este casal que vos fala curtindo o festival |
Apagão, prevaricação, investigação, acusação, discriminação... É tanta repetição, que vamos fazer o mesmo, só que com mais uma edição do MDC! A 221ª delas trará Isaac Hayes, Marina Lima, Neneh Cherry, George Michael, Tribalistas e mais e mais e mais. Ainda, no quadro especial, 'Cabeção', os 110 anos de nascimento do genial compositor Bernard Hermann, senhor em repetições sonoras. Repetindo o que se deve, o programa vai ao ar hoje, às 21h, na irrepetível Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues (Daniel Rodrigues, Daniel Rodrigues, Daniel Rodrigues...)