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quinta-feira, 25 de julho de 2013

As 20 Melhores Músicas de Rock dos Anos 90

Terá sido "Smells Like Teen Spirit"
a melhor música dos anos 90?
Reouvindo uma das músicas que mais gosto do Nirvana, ocorreu-me: que outras canções de rock da década de 90 competiriam com ela? Já havia me batido essa curiosidade ao escutar outras obras da mesma época, mas desta vez a proposição veio com maior clareza de resolução. A música referida é “Serve the Servants”, que Cobain e cia. gravaram no último disco de estúdio da banda antes da morte do compositor e vocalista, o memorável “In Utero”, de 1993. Aí, interessou-me ainda mais quando percebi que o mesmo grupo, referência do período, encabeçaria a seleção. Pus-me, então, à gostosa prática de inventar uma lista: quais os 20 maiores sons de rock ‘n’ roll dos anos 90? Como critério, estabeleci que valem só composições escritas na década mesmo e sem produções contemporâneas de roqueiros veteranos, como Iggy Pop (“To Belong” podia tranquilamente vigorar aqui), The Cure (“Fascination Street”, que desbancaria várias) ou Jesus and Mary Chain (“Reverance”, como diz a própria letra, matadora). Quanto menos competir com versões definitivas para músicas mais antigas, como a de Johnny Cash para “Personal Jesus”, do Depeche Mode, ou a brilhante “The Man Who Sold the World” de David Bowie pelo Nirvana, em seu "MTV Unplugged in New York" .
Esta lista vem se juntar com outras que o clyblog  já propôs aqui (inclusive, a uma não de músicas, mas de álbuns dos anos 90) e que, como qualquer listagem que lida com gostos e preferências, é apenas uma janela (aberta!) para que outras elencagens sejam propostas. Querem saber, então, o meu ‘top twenty’ do rock noventista? Aí vai – e com muita guitarrada e em volume alto, como sempre será um bom e velho rock ‘n’ roll:

1 – “Smells Like Teen Spirit” – Nirvana (1991)


2 – “Lithium” – Nirvana (1991)
3 – “Unsung” – Helmet (1992)
4 – “Only Shallow” – My Bloody Valentine (1991)
5 – “Paranoid Android” – Radiohead (1992)
6 – “Gratitude” – Beastie Boys (1992)



7 – “All Over the World” – Pixies (1990)
8 – “Enter Sandman” – Metallica (1991)
9 – “Eu Quero Ver o Oco” – Raimundos (1996)
10 – “Wish” – Nine Inch Nails (1991)
11 – “Kinky Afro” – Happy Mondays (1990)
12 – "There Goes the Neighborhood" – Body Count (1992)
13 – “N.W.O.” – Ministry (1992)
14 - "Suck My Kiss" – Red Hot Chilli Peppers (1991)
15 - “Serve the Servants” – Nirvana (1996)
16 – "Jeremy" – Perl Jam (1991)
17 - “Army of Me” – Björk (1995)
18 - “Govinda” – Kula Shaker (1995)
19 - “Da Lama ao Caos” – Chico Scince e Nação Zumbi (1994)
20 - "Dirge" – Death in Vegas (1999)




quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Nine Inch Nails - "The Downward Spiral" (1994)








"Eu quero te fuder como um animal

Eu quero te sentir por dentro
Eu quero te fuder como um animal
Minha existência toda é defeituosa
Você me deixa mais perto de Deus"
refrão de "Closer"




As pancadas de um espancamento que vão-se acelerando até se incorporarem à batida de “Mr. Self Destruction”, música que dá início ao disco “The Downward Spiral” (1994), servem de aviso para prevenir que o que virá a partir de então é uma pancadaria total. Aliás, o próprio nome desta primeira faixa também é muito sintomático e anunciatório sobre o teor e conteúdo da obra: as letras dolorosas, desesperadas, inconsequentes, desesperançosas afiançam, sem esforço, a auto-destruição anunciada por Trent Raznor.
Sob atmosferas de caos sonoro, peso absurdo, guitarras distorcidas ao extremo, torrentes de ruídos e efeitos, Trent Raznor, o “Homem-NIN” visita estilos como o hip-hop, o dance, o gótico, o punk sem em momento algum deixar de ser impactante, inquietante, perturbador.
A mencionada “Mr. Self Destruction” é uma sinfonia do caos com suas guitarras barulhentas juntando-se ao que parece ser todos os efeitos e ruídos de estúdio possíveis que alguém conseguisse produzir, até explodir em êxtases infernais. “Piggy”, cuja inspiração, o assassinato de Sharon Tate pelo grupo fanático de Charles Manson, já pode ser considerada no mínimo sinistra , gravada inclusive, como todo o restante do álbum, na casa onde o crime aconteceu, é lenta, às vezes quase sussurrada, mas ao final irrompe em evoluções ensandecidas de bateria, num solo primoroso e inspirado do próprio Trent.
“Ruiner” abre com um batidão rap mas logo ganha contornos naturalmente furiosos com um refrão impiedosamente gritado, extraído do ponto mais fundo de sua garganta. A acelerada “March of Pigs” impressiona pela selvageria e pelo seu tempo de bateria completamente inusitado, ao passo que o hit “Closer”, com seu ritmo compassado e bases eletrônicas variadas, quase choca pela agressividade da letra pervertida, sádica, masoquista e explícita.
O caráter predominantemente eletrônico de “The Becoming” talvez esconda o primor da composição extremamente elaborada e bem arranjada, mostrando toda a capacidade de um músico de formação clássica que faz barulho porque quer e não porque não sabe fazer música, como muitas vezes se pensa de roqueiros. Introduzida por sons de um elevador, “Reptile” é um exemplar bem característico do chamado metal industrial, numa composição inteligente fundindo peso, tecnologia e ritmo. Outra nesta linha, cheia de sons mecânicos, ruídos, barulhos estranhos e maquinários, é a do título do disco, "The Downward Spiral", uma peça bem experimental que remete ao solo de piano do final de "Closer" e, de certa forma ao violão de "Hurt".
Outra que merece referência especial é “I Do Not Want This” com seus loops de bateria interessantíssimos, muito bem elaborada, evoluindo e culminando em outro final ensurdecedor, numa fusão aterradora de efeitos, guitarras e ruídos como o NIN, acima de qualquer outro, é especialista em fazer. Ainda temos “Big Man With a Gun” insana, gritada, frenética, selvagem; a ótima instrumental, “A Warm Place”, que é um pequeno oásis de tranquilidade em meio ao apocalipse; “Eraser”, muitíssimo bem construída; e a já clássica, “Hurt”, que viria a ser imortalizada anos depois por Johnny Cash, fechando o disco sussurrada entre o som de um piano e o barulho do vento, numa canção lamentosa e dolorida.
Se o Nine Inch Nails  já tinha produzido o melhor exemplar de música industrial com o EP "Broken" , neste álbum, “The Downward Spiral”, aprimorava então a fórmula e apresentava um trabalho mais completo, encorpado e definidor. Aquilo era o tamanho do potencial de Trent Raznor, aquilo era o melhor do industrial e, sobretudo, aquilo era definitivamente Nine Inch Nails.
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FAIXAS:
  1. "Mr. Self Destruct" - 4:30
  2. "Piggy" - 4:24
  3. "Heresy" - 3:54
  4. "March of the Pigs" - 2:58
  5. "Closer" - 6:13
  6. "Ruiner" - 4:58
  7. "The Becoming" - 5:31
  8. "I Do Not Want This" - 5:41
  9. "Big Man With a Gun" - 1:36
  10. "A Warm Place" - 3:22
  11. "Eraser" - 4:54
  12. "Reptile" - 6:51
  13. "The Downward Spiral" - 3:57
  14. "Hurt" - 6:13
vídeo de "Closer" - Nine Inch Nails
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Ouça:
NIN The Downward Spiral

sexta-feira, 25 de março de 2011

Nine Inch Nails - "Broken" (1991)


"Este é o primeiro dia dos meus últimos dias"
primeiro verso de "Wish"



O som conhecido como metal industrial, por misturar elementos de metal e hardcore com os de música eletrônica, incluindo samples, bases pré-gravadas e ruídos cotidianos da vida moderna, salvo raras exceções era extremamente barulhento e pouco técnico tirando o prazer ou a apreciação de uma audição, ou às vezes, ao contrário, mostrava-se excessivamente mecânico porém pouco pesado, pedindo mais contundência sonora, mais agrassividade. Mas "Broken" , um EP, dos Nine Inch Nails, de 1991, aparecia como um dos poucos que conseguiam encontrar o meio-termo exato do gênero, e com uma mistura perfeita e planejada de barulho, tecnologia e qualidade produzia então uma das melhores obras da categoria.
A própria banda, na pessoa de seu membro-único, Trent Reznor, multi-instrumentista de formação clássica, recém ganhador do Oscar de trilha original por "A Rede Social", havia se aventurado pela floresta de sintetizadores e máquinas em "Pretty Hate Machine", seu álbum de estreia com um resultado bem interessante porém, para mim, carente de 'pegada'. O disco até tinha peso nas entrelinhas, nas letras, nas interpretações vocais, nas batidas altas e aceleradas mas faltava vida, faltavam guitarras, e foi isto principalmente que ele colocou no segundo trabalho; e como o próprio Sr. NIN definiu na época era 'um disco baseado em guitarras'.
Senhores, e elas explodem!
A introdução crescente da vinheta de abertura, 'Pinion", desemboca direto na demolidora "Wish", uma bomba, um petardo destruidor com uma tempestade de guitarras que vem em resposta aos vocais desesperadores de Reznor, até terminar repentinamente com o ouvinte já provavelmente sem ar. Mas a pausa é curta pra se recuperar e "Last" já chega de sola com uma guitarra alta e pesadíssima. A segue a instrumental sufocante "Help Me I'm in Hell", menos pesada mas não menos impressionante com sua atmosfera densa lembrando uma abertura de filme de terror.
"Happyness in Slavery" que vem a seguir, então, quebra tudo de vez! Entra arrebentando um vocal gritado, um 'confronto' de sintetizadores que  introduzem para uma base bem eletrônica que  lembra muito o disco anterior, mas aqui soando muito mais poderosa ajudada por um eventual baixo distorcidaço que aumenta ainda mais o caos. A música é pesada, a letra a pesada e o vídeo é tão pesado que sua execução pública foi totalmente proibida. Nele, o artista performático, Bob Flanagam aparece se despindo e prende a si próprio numa máquina de torturas que perfura, corta, dilacera seu corpo enquanto seu rosto vai mesclando sensações de dor e prazer. E não é mais ou menos esta a ideia do disco? "Broken" é um misto de deleite musical com uma constante estupefação pela intensidade sonora. Ao mesmo tempo que fica evidente toda a criatividade, técnica e qualidade de Trent Reznor, ele faz questão de nos 'incomodar' com sua estrondosa barulheira.

Nine Inch Nails: Happiness In Slavery (Uncensored) (1992) from Nine Inch Nails on Vimeo.

Depois de "Happyness..." ter deixado quase que apenas destroços, ainda sobra alguma coisa pra "Gave Up" vir com um ritmo alucinado bem hardcore para encerrar a obra.
Não?
Ôpa!
Surpresa! O CD ainda corre silenciosamente até a faixa 98 para nos apresentar mais duas faixas: "Physical", cover interessante de Adam Ant, bem cadenciada mas com bom peso; e "Suck", versão bem eletrônica com levada bem quebrada para a música do Pig Face, banda do excelente batarista Martin Atkins, ex- PIL, que a propósito, empresta sua qualidade, fúria e técnica à excelente "Wish" e à acelerada "Gave Up".
A linguagem de "Broken" daria rumo ao, também, ótimo trabalho posterior, "The Downward Spiral", que é assunto pra outra hora, mas por si só, este EP representa um dos marcos do gênero industrial, um dos divisores de águas da estilo e um dos melhores discos dos anos 90.
Pela evolução sonora da proposta do próprio Nine Inch Nails e pelo resultado alcançado até mesmo no âmbito geral da categoria metal-industrial na qual é importantíssimo, "Broken", mesmo sendo um EP não podia ficar de fora aqui dos Álbuns Fundamentais.
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FAIXAS:
1."Pinion" – 1:02
2."Wish" – 3:46
3."Last" – 4:44
4."Help Me I Am in Hell" – 1:56
5."Happiness in Slavery" – 5:21
6."Gave Up" – 4:08
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98."Physical" (Adam Ant) – 5:29 *
99."Suck" (Martin Atkins, Paul Barker, Trent Reznor, Bill Rieflin) – 5:07 *

todas as músicas compostas por Trent Reznor, exceto as indicadas
todas as músicas tocadas integralmente por Trent Reznor, exceto faixas 2 e 6 com bateria de Martin Atkins e Cris Vrenna

*não estão listadas na relação original do EP
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Ouça:
Nine Inch Nails Broken


Cly Reis