“Cópia Fiel” parte de um princípio interessantíssimo
enquanto argumento: de que uma cópia pode ter tanto valor quanto um original.
OK! Esse é o tema do livro do personagem James Miller que começa o filme
defendendo a idéia diante de uma pequena platéia no lançamento do livro
homônimo ao filme numa cidadezinha interiorana na Toscana. O desenvolvimento do
conceito é bem sustentado em princípio pelo personagem do escritor porém mal
conduzido numa discussão extremamente forçada e estereotipada, sobretudo no que
diz respeito à personagem de Juliete Binoche, uma comerciante de antiquário. A
conversa no carro embora notavelmente bem ambientada, com o reflexo da paisagem
no vidro do carro ‘participando’ da ação, por exemplo, parece um esforço do
diretor em nos apresentar dois lados sobre o assunto, porém sem paciência de
que cheguemos às conclusões sobre os dois interlocutores. Por um lado está o
escritor defendendo suas teorias, com simplicidade e sinceridade, é verdade,
mas sendo excessivamente didático às vezes; e por outro uma mulher confusa,
cética, infeliz. O papo tem algumas tiradas boas, perspicazes, engraçadas até,
como a piada da Coca-Cola, mas mostra-se no fim das contas um grande exercício
de apresentação de personalidades ao melhor estilo cinema francês, recheado de
análises filosóficas pretensiosas.quarta-feira, 2 de maio de 2012
"Cópia Fiel", de Abbas Kiarostami (2010)
“Cópia Fiel” parte de um princípio interessantíssimo
enquanto argumento: de que uma cópia pode ter tanto valor quanto um original.
OK! Esse é o tema do livro do personagem James Miller que começa o filme
defendendo a idéia diante de uma pequena platéia no lançamento do livro
homônimo ao filme numa cidadezinha interiorana na Toscana. O desenvolvimento do
conceito é bem sustentado em princípio pelo personagem do escritor porém mal
conduzido numa discussão extremamente forçada e estereotipada, sobretudo no que
diz respeito à personagem de Juliete Binoche, uma comerciante de antiquário. A
conversa no carro embora notavelmente bem ambientada, com o reflexo da paisagem
no vidro do carro ‘participando’ da ação, por exemplo, parece um esforço do
diretor em nos apresentar dois lados sobre o assunto, porém sem paciência de
que cheguemos às conclusões sobre os dois interlocutores. Por um lado está o
escritor defendendo suas teorias, com simplicidade e sinceridade, é verdade,
mas sendo excessivamente didático às vezes; e por outro uma mulher confusa,
cética, infeliz. O papo tem algumas tiradas boas, perspicazes, engraçadas até,
como a piada da Coca-Cola, mas mostra-se no fim das contas um grande exercício
de apresentação de personalidades ao melhor estilo cinema francês, recheado de
análises filosóficas pretensiosas.segunda-feira, 1 de abril de 2024
Debate filme "Bagdad Café", de Percy Adlon - Canal Cinema de Peso
A saborosa e descontraída conversa, regada ao ótimo chop da Cervejaria Pohlmann, que nos recebeu, mais uns petiscos e uma deliciosa pizza da casa, teve como tema central o cult "Bagdad Café", do cineasta alemão Percy Adlon, meu filme preferido desde que o assisti pela primeira vez, em 1988, um ano depois de seu lançamento mundial. Como Criba bem observou, conseguimos destrinchar a obra, admirada por todos nós: direção, fotografia, trilha sonora, atuações, temática, motivações. E ainda ganhei uns mimos superlegais da galera.
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| Eu com os meninos: Chico, Criba e Lauro da esq. para a dir. |
Uma coincidência melancólica motivou ainda mais o debate sobre "Bagdad Café" (ou "Out of Rosenheim", título alternativo dado em referência ao megasucessso da mesma época "Out of India", "Passagem para a Índia", de David Lean). Duas semanas antes da gravação - e após já ter escolhido este título para o episódio - Percy Adlon morreu. Claro que, desta forma, o encontro se tornou também uma homenagem a ele, autor de outros poucos mas belos filmes, como "Estação Doçura" e "Um Amor Diferente". Embora menos gabaritado que outros cineastas alemães (Wenders, Lang, Fassbinder, Murnau, Herzog), Adlon foi muito assertivo e dono de um belo estilo cinematográfico, que muitas vezes remete a estes conterrâneos.
Pessoalmente, o convite para participar do videocast me fez refletir sobre o porquê da prevalência justo deste pequeno conto filmado há tanto tempo em minha vida de cinefilia. O que justifica o amor a este filme mesmo tendo eu visto, conhecido e me apaixonado por tantos outros filmes ao longo destes quase 35 anos? Abismei-me com "Fahrenheit 451", "A Paixão de Joana D'Arc", "O Ano Passado em Marienbad", "A Marca da Maldade", "A Última Gargalhada", "Cabra Marcado para Morrer", "Parasita", "Sindicato de Ladrões". Pra citar apenas alguns dos que tive contato depois de "Bagdad Café", e nenhum o supera pra mim. A resposta é que não há uma explicação racional, pensada. "Bagdad Café" é aquele filme que me arrebata por todas as suas características juntas. Simples.
Mas o bate-papo foi muito mais do que isso que descrevo - ou mesmo diferente. Por isso, vale a pena assistirem. O Cinema de Peso e o filme, claro.
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| Os presentinhos do Cinema de Peso, a começar por essas lindas impressões dos cartazes originais |
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| ...bolach'e'nha... |
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| ...adesivos... |
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| ...e a caneca! |
Daniel Rodrigues
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
20 filmes essenciais do cinema francês
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Resnais, cineasta com
mais de um título na lista.
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| Poster original de "Zero de Conduta" |
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| A visão de Cocteau para a saga de Orfeu |
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| Cena do revolucionário "Os Incompreendidos" |
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| As impressionantes foos de Marker que compõe a narrativa de "La Jetée" |
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| "Je Vous Salue, Marie", a produção mais recente da lista junto com Betty Blue |





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