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terça-feira, 5 de novembro de 2013

ClyBlog 5+ Cineastas


introdução por Daniel Rodrigues


Jean-Claude Carrière disse certa vez que “quem faz cinema é herdeiro dos grandes contadores de histórias do passado”. Pois é isso: cineastas são contadores de histórias. Afinal, quase invariavelmente, quanto mais original a obra cinematográfica, mais se sente a “mão” do seu realizador. Um filme, na essência, vem da cabeça de seu diretor. Fato. Tendo em vista a importância inequívoca do cineasta, convidamos 5 apaixonados por cinema que, cada um à sua maneira – seja atrás ou na frente das câmeras –, admiram aqueles que dominam a arte de nos contar histórias em audiovisual e em tela grande.
Então, dando sequência às listas dos 5 preferidos nos 5 anos do clyblog5+ cineastas:



1. Gustavo Spolidoro
cineasta e
professor
(Porto Alegre/RS)

"Se Deus existe, ele se chama Woody Allen"



O pequeno gênio,
Woody Allen

1 - Woody Allen
2 - Stanley Kubrick
3 - Rogário Sganzerla
4 - François Truffaut
5 - Agnes Varda






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2. Patrícia Dantas
designer de moda
(Caxias do Sul/RS)


"Gosto destes"


1 - Quentin Tarantino
2 - Stanley Kubrick



3 - Sofia Coppola
4 - Woody Allen
5 - Steven Spielberg

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3. Camilo Cassoli
"Felizes Juntos" rendeu ao chinês
o prêmio de melhor direção
em Cannes
jornalista e
documentarista
(São Paulo/SP)


"Não sei se exatamente nessa ordem,
mas esses são os cinco com quem me identifico."


1 - Wong Kar-Wai
2 - Federico Fellini
3 - Wim Wenders
4 - Eroll morris
5 - Werner Herzog






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4 . Jorge Damasceno
biblioteconomista
(Porto Alegre/RS)


"Fiquei louco para incluir o Robert Altman e o Buñuel na lista."


1 - Stanley Kubrick
2 - Francis Ford Coppola
3 - Werner Herzog
4 - Ingmar Bergman
5 - Fritz Lang
Um dos clássicos de Lang,
"M- O Vampiro de Dusseldorf''












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5. Alessa Flores
empresária
(Porto Alegre/RS)


"Greenway mudou a minha vida com "O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante".
Um filme que resume o que é arte pelo roteiro, fotografia, figurinos, trilha e direção impecáveis.
Não consegui achar mais nada que fosse tão bom quanto."


Cena marcante do impressionante
"O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante"












1 - Peter Greenway
2 - Pedro Almodóvar
3 - Sofia Coppola
4 - Roman Polanski
5 - David Cronenberg






quinta-feira, 26 de setembro de 2013

ClyBlog 5+ Filmes


Ah, se tem um assunto que nos fascina aqui no clyblog é cinema. Tenho certeza que não falo só por mim. Daniel Rodrigues, Leocádia Costa, José Júnior, Luan Pires, parceiros-colaboradores do blog, todos, assim como eu, são fanáticos pela arte dos Lumière.
No embalo das listas comemorativas dos nosso 5 anos, é a vez então de 5 amigos qualificadíssimos escolherem seus 5 grandes representantes da 7ª Arte.
(Ih, no número da arte não deu pra ficar no CINCO. Mas isso é o de menos...)
Enfim, com vocês, clyblog 5+ filmes preferidos.





1 Ana Nicolino
estudante de filosofia
professora de inglês
(Niterói/RJ)
"Meus cinco melhores. 
(Não estão em ordem)
Vai assim mesmo!"

1. "Solaris" - Andrei Tarkovski
2. "Rashomon - Akira Kurosawa


3.  "Morangos Silvestres" - Ingmar Bergman
4. "Fahrenheit 451" - François Truffaut
5. "8 e 1/2" - Federico Fellini

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2 Roberta de Azevedo Miranda
professora
(Niterói)

"Depois de muto pensar em qual seria o tema da minha lista,
achei que este combinaria mais comigo.
Sou amante dos filmes de terror psicológico, por assim dizer."


1. "Psicose" - Alfred Hitchcock
2. "O Bebê de Rosemary" - Roman Polanski
3.  "O Exorcista" - William Friedkin
4. "O Iluminado" - Stanley Kubrick
5. "O Exorcismo de Emily Rose" - Scott Derricson


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3 Álvaro Bertani
empresário
proprietário da locadora "E o Vídeo Levou"
(Porto Alegre/RS)

"Decidi nortear a escolha pela quantidade de vezes que assisti a cada um deles,
e se houvesse a possibilidade de passar o resto da minha vida dentro de um filme,
não restaria qualquer dúvida que seria um dos cinco escolhidos."


1. "8 e 1/2" - Federico Fellini
2. "Cidadão Kane" - Orson Welles
3. "Cópia Fiel" - Abbas Kiarostami
 

 4. "Ponto de Mutação" - Bernt Capra
5.  "Nós que Aqui Estamos Por Vós Esperamos" - Marcelo Masagão

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4 Daniel Rodrigues
jornalista
editor do blog O Estado das Coisas Cine
colaborador do ClyBlog
(Porto Alegre/RS)

" O fato de eu amar “Bagdad Café” é quase que uma tradução de mim mesmo. 
Zelo por aquilo que gosto, e, se gosto, acabo naturalmente mantendo este laço intacto anos a fio.
Assisti pela primeira vez em 1998 e desde lá, a paixão nunca se dissipou.. 
"O Chefão" tem a maior interpretação/personificação do cinema; "Fahrenheit 451" é poesia pura;
"Laranja Mecânica" considero a obra-prima do gênio Kubrick. Jamais imaginaria Beethoven ser tão transgressor;
e 'Stalker", com sua fotografia pictórica e esverdeada, a forte poesia visual,
o andamento contemplativo, o namoro com a literatura russa, a água como elemento sonoro e simbólico
 é para mim, a mais completa e bela obra de Tarkowski."


1. "Bagdad Café" - Percy Adlon
2. "O Poderoso Chefão I" - Francis Ford Copolla
3.  "Fahrenheit 451" - François Truffaut
4. "Laranja Mecânica" - Stanley Kubrick
5. "Stalker" - Andrei Tarkovski

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5 José Júnior
bancário
colaborador do ClyBlog
(Niterói/RJ)

"É a pergunta mais difícil que você poderia me fazer! 
Se eu parar pra pensar tem muitos de muitos estilos variados.
Ih, ferrou!
Não consigo para de pensar em filmes."

O texto de William Burrougs se presta perfeitamente
para as geniais bizarrices de Cronenberg,
em "Mistérios e Paixões"














1. "Mistérios e Paixões" - David Cronenberg
2. "O Exorcista" - William Friedkin
3.  "O Império Contra-Ataca" - Irvin Kershner
4. "Matrix" - Andy e Larry Wachowski
5. "O Bebê de Rosemary" - Roman Polanski



quinta-feira, 8 de agosto de 2013

cotidianas #238 - "RPM 33 1/3"


- Como foi que tudo isso começou?
imagem adaptada do filme "Fahrenheit 451"
de François Truffaut
- É meio incerto, mas acreditamos que tenha sido com o advento de um tipo de arquivo físico chamado fita cassete. O conceito de álbum, obras musicais produzidas pelo artista, muitas vezes conceituais, pensadas da capa à última música, começou a desmoronar. As pessoas tinham 60, 90 minutos para gravar o que quisessem e muitos faziam coletâneas descriteriosas. Mas não foi tão grave, muitos ainda gravavam LP's nas fitas e tinham discotecas portáteis. Contudo, o compact disc, um disco digital com maior capacidade e possibilidades de armazenamento, só veio a piorar as coisas: eram 80 minutos no mínimo ou horas intermináveis com os tais arquivos MP3, este por certo você já ouviu falar?
O homem de uniforme laranja concordou com a cabeça e então o outro prosseguiu:
- Este sim foi o começo do fim: o MP3. Cada vez mais compactaram-se aparelhos, as possibilidades de agrupamentos de arquivos musicais eram infinitas. Aparelhos portáteis cada vez menores no tamanho mas com cada vez maior capacidade interna. Todos só faziam compilações pessoais. Os álbuns foram deixando de existir. Para eles, lá em cima, era perfeito. Enquanto as pessoas ouvissem música em seus aparelhos apenas para ir ao supermercado, correr, fazer musculação, cada vez mais iam perdendo os critérios, o senso crítico, iam pensando cada vez menos...
Baixou a cabeça como a lamentar pelo que estava relatando mas tomou novo fôlego e continuou:
- Mas não era suficiente, você entende? Tinham que se certificar que não estivéssemos ouvindo uma obra inteira nos nossos aparelhos, que não tivéssemos a contestação sarcástica de um Dylan, a fúria de um Kurt Cobain, o ódio de um Johnny Rotten, a politização de um Bob Marley. Nada que nos fizesse pensar. Aí começaram as proibições. Primeiro passou a ser proibido ter aparelhos antigos em casa. Toca-discos, 3 em 1, gramofones, tudo o que tocasse os antigos discos de vinil.
- O que eram esses... discos de vinil? - perguntou o ouvinte.
- Eram os LP's dos quais falei. Discos, disco mesmo. De mais ou menso 30 cm de diâmetro, havia menores, os compactos, mas a maioria eram os grandes, conhecidos como bolachões. Tinham faixas gravadas em ambos os lados e eram reproduzidos em aparelhos giratórios, mais comumente a 33 e 1/3 rotações por minuto, pelo contato de uma agulha que lia sua superfície. A agulha ia deslizando da borda externa para dentro e assim que chegava no limite interno era necessário que se levantasse a agulha, virasse o disco para se ouvir o outro lado.
- Pouco prático, não? - observou o outro que até então apenas ouvia atento.
- Até pode parecer, mas você não imagina o prazer que dava em sentir o primeiro contato da agulah com o vinil. O chiado que fazia ao roçar nele, a expectativa para o final de cada lado e para o início do outro...
Montag não entendeu muito bem mas acreditou que provavelmente tratasse de algo especial.
- Mas então? Como chegamos a este ponto? Como as coisas são hoje.
Retomou então o homem:
- Bem... não é difícil imaginar. Em seguida aos discos proibiu-se os CD's, os dispositivos portáteis, a compra de arquivos em bloco ou de um mesmo artista, os downloads passaram a ser monitorados pelo governo, foram proibidas então as músicas com letra, instrumentos e por fim, percebendo que até um Beethoven, um Sivuca ou um Glass podem estimular pensamentos mesmo sem palavras, resolveram criar a Rádio Estatal e esse o som que sai das paredes. O único som que é permitido. É lobotômico, você sabia? Deve-se evitar ouvi-lo prolongadamente. Mas a população ouve. Gostaram da música do governo. Aliás o povo sempre foi assim, gosta do que der pronto para ele.
Suspirou fundo, olhou na direção das árvores:
- O K7 até voltou a ganhar alguma força no submundo mas tão logo os homens souberam iniciaram uma nova onda de perseguições e buscas. E é aí onde você entra.
- Mas eu não sou mais um coletor – defendeu-se rapidamente Montag – Eu, eu... durante uma busca para coleta eu peguei um aparelho. Eu não o coloquei na prensa. Guardei no bolso. Eu o levei para casa e consegui ouví-lo. Ainda usei os fones de ouvido da Central, mesmo. Os que usamos para sermos avisados das buscas. Eu ouvi.
- O que você ouviu, Montag. É este o seu nome, não? Montag?
- Sim, é. No aparelho, um reprodutor de MP3 havia um arquivo chamado “Help”. Eu ouvi aquilo... havia uma música chamada “Yesterday”. Ela simplesmente... me fez chorar. Não sabia que músicas podiam fazer isso com a gente.
- Oh, sim... Eles eram conhecidos como The Beatles. Dizem que foram os maiores. “Help!” foi um grande álbum – confirmou o outro com ar de satisfação – A música é muito poderosa. Por isso não querem que as ouçamos.
- Quer ficar conosco?
- Adoraria. Ainda mais agora que sou uma espécie de “ameaça ao governo” - riu.
- Pois bem, aqui somos apenas uns 80, mas há muitos outros em muitas outras colônias clandestinas como esta pelo mundo afora. Pessoas dispostas a manter vivo o encanto, a magia e o ideal dos artistas e das suas obras fonográficas. Não foi pensado! Na verdade tudo começou meio que por acaso. Um homem aqui, outro ali, amante incondicional de música tratou de guardar no lugar mais seguro e intransponível, seu cérebro, no mínimo, uma música que amasse muito. Todos os detalhes possíveis, a melodia, a entonação, a batida, um ruído secreto. São homens-música. Deu-se que calhou de juntarmo-nos aqui e nestes outros lugares que falei, onde o governo ignora ou prefere que fiquemos desde que não “importunemos” sua ordem. O que eles não sabem é que assim que temos notícia de que uma outra “música” que faça parte de uma obra esteja pronta, tratamos de trazê-la para cá ou levá-la para onde possa compor um álbum. A propósito, não me apresentei, sou “Águas de Março” de Tom Jobim.
E apontou adiante mostrando:
- Aquele ali é “Non, Je Ne Regrete Rien”, de Édith Piaf; aquele outro sentado é “Little Red Rooster”, de Willie Dixon, na versão de Howlin' Wolf; aquele outro é “Anarchy in the U.K. Dos Sex Pistols; aquela moça bonita de vermelho é “Venus In Furs” do Velvet Underground. E vê aqueles todos juntos? Aquelas nove peassoas? Conseguimos reunir todas as músicas do “Let It Bleed” dos Rolling Stones – sorriu com satisfação.
- Não é fácil – continuou- Nem sempre conseguimos reunir álbuns inteiros, às vezes temos 4, 5 homens-música mas os outros estão espalhados por aí, por outras colônias, ou simplesmente vagando solitários com sua música favorita guardada em sua cabeça até que um dia as músicas sejam permitidas novamente e que aqueles clássicos possam voltar a serem gravados. Você ainda tem o aparelho? O arquivo?
- Sim, sim. Eu trouxe na fuga – apressou-se em mostrar, tirando do bolso.
- Acha que pode decorar sua letra, melodia, os detalhes de sua percussão? Acha que consegue identificar os instrumentos?
- Creio que sim.
- Pois então, ouça bem, ouça quantas vezes precisar e trate de gravar na sua mente. Assim que tiver terminado faremos o que você sempre fez, destruiremos o arquivo para que o governo não tenha motivo para prender qualquer um de nós. Temos alguns fones velhos se precisar.
- Eu gostaria muito.
- Vamos lá. Vamos à cabana buscar – conduzindo Montag com a mão em seu ombro.
No caminho para a choupana que lhes servia de alojamento, passaram por uma menina de uns dezessete anos que cantarolava alto o suficiente apenas para que quem estivesse perto dela conseguisse ouvir, “in dreams i walk with you...”. Era “In Dreams” de Roy Orbison.


Cly Reis

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

cotidianas #206 - O Ritual do Diretor



cena de "Os incompreendidos", de François Truffaut
Vampiros Beligerantes
Administram as escolas de Manchester
Suínos covardes
Mentes feitas de Cimento
Sr. lidera as tropas
Invejoso da juventude
O mesmo antigo terno desde 1962
Ele faz a marcha militar
Em cima da minha nuca
Eu quero ir pra casa
Eu não quero ficar
Entregam a educação
Como um erro
Eles estão nos campos
O sr. te deixa pelos joelhos
Te chuta na virilha
Cotovelo na cara
Machucados maiores que pratos de jantar
Eu quero ir pra casa
Eu não quero ficar

Vampiros beligerantes
Dirigem as escolas de Manchester
Covardes idiotas, todos...
Sr. lidera as tropas
Invejoso da juventude
As mesmas velhas piadas desde 1902
Ele faz a marcha militar
Em cima da minha nuca
Eu quero ir pra casa
Eu não quero ficar
Entregam a vida
Como um erro
Por favor, me libere da aula de educação física
Eu pressinto uma gripe terrível se aproximando
Ele agarra e devora
Ele me chuta no chuveiro
Me chuta no chuveiro
E ele agarra e devora
Eu quero ir pra casa
Eu não quero ficar

************************************
trad. da letra de "The Headmaster Ritual"
The Smiths
(letra: Morrissey, música: Johnny Marr)

Ouça;
The Smiths - "The Headmaster Ritual"

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

cotidianas #185 - "Livros"


"Então, por pura gentileza,
sabendo quanto apego eu tinha aos livros,
trouxe-me de minha própria biblioteca
volumes que eu prezava mais do que meu ducado"
Próspero, em "A Tempestade", de Shakespeare


cena do filme "Fahrenheit 451" de François Truffaut
Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso) 

É o que pode lançar mundos no mundo.
Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada 

São livros e o luar contra a cultura.
Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou ­ o que é muito pior ­ por odiarmo-los 

Podemos simplesmente escrever um:
Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada 

Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.
***********************************
letra da música "Livros"
de Caetano Veloso



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

"Fahrenheit 451", HQ de Tim Hamilton, baseada na obra de Ray Bradbury - Globo Graphics (2012)



Acabei de ler há pouco a HQ "Fahrenheit 451", baseada no livro homônimo de Ray Bradbury e fiquei bastante bem impressionado. A adaptação do norte-americano Tim Hamilton é sombria, é forte, é inquietante, em grande parte, sim, pelo conteúdo original, de um futuro onde os livros são proibidos e queimados pelas autoridades, mas muito pela maneira como vê, como interpreta cada frase, cada cena descrita pelo escritor original. A obra em graphic novel é muito mais fiel que a adaptação cinematográfica de François Truffaut, muito mais poética e com mais ênfase direta nos livros especificamente, culminando naquele belíssimo final de biblioteca viva. A versão do desenhista, avalizada e prefaciada com láureas pelo próprio Ray Bradbury recém falecido no último mês de junho, centra-se mais no cerceamento da liberdade, nos aspectos sociológicos e no empobrecimento cultural humano, trazendo-nos um Montag perturbado e confuso, e principalmente por conta de seus quadrinhos escuros, indefinidos e diáfanos, compondo um quadro geral final que soa um tanto mais pessimista.
Vale conferir!
Mais uma grande obra da literatura adaptada com brilho e competência para os quadrinhos. Que continue assim!





Cly Reis