Artilharia aérea (A bomba final) foto: Luna Gentile Rodrigues |
A hora da decisão chegou!
Nossas duas finalistas, dois grandes times, duas camisas pesadas da discografia kraftwerkiana chegam para o confronto final credenciadas por muita qualidade, muito prestígio junto aos fãs e campanhas de respeito ao longo da competição.
Radioactivity, faixa que dá título a um álbum, uma das mais inovadoras em linguagem considerando a época em que foi concebida e as limitações técnicas existentes, uma das favoritas do público nos shows, chega à decisão contra The Hall of Mirrors, canção extremamente técnica, riquíssima ritmicamente, uma das mais mencionadas entre fãs quando se fala nas preferidas de cada um, presente no álbum considerado, por muitos, o mais revolucionário do grupo.
E aí, o que pesa mais nessa hora?
Descobriremos...
Vejamos, então, como decidiram nossos especialistas, Luna Gentile, Daniel Rodrigues, Luciana Danielli e José Júnior.
Como diria aquele narrador: vai ter emoção até o fim.
Que comece a decisão:
-----------------
Eu continuo dando o placar pra The Hall of Mirrors. Ganhou pelo placar acirrado de 1X0 sobre a grande Radioactivity, pois não posso deixar de elogiar a majestosa música que demarca a raiz da música eletrônica pra cena musical contemporânea com o uso dos sintetizadores, construindo um gênero e consolidado pelas décadas seguintes.
RADIOACTIVITY 0 X THE HALL OF MIRRORS 1
RADIOACTIVITY 3 X THE HALL OF MIRRORS 2
É chegada a grande final! E pra representar esta Copa, nada melhor que dois times clássicos. Camisas pesadas em campo. A escola alemã, que não abre mão de usar a ciência, a técnica, a tecnologia, mas tudo a favor e de forma a obter o melhor dos atletas. Enfim, sem mais delongas: rola a bola no Stadion Kling Klang! O jogo começa com muito estudo de ambas as partes. Todos sabem de suas próprias qualidades técnicas, mas ninguém avança de forma afoita, pois respeitam o adversário. Aliás, são dois times de característica de cadenciar o ritmo, em que o jogo vai sendo conduzido aos poucos e de forma constante. Neste passo, “The Hall of Mirrors”, que troca a bola literalmente de pé em pé, lentamente, mas com segurança de que está fazendo o espelhamento certo das funções táticas, abre o placar. A partida volta para o segundo tempo na mesma condição de igualdade de oportunidades do início, tendo em vista o equilíbrio dos dois times. Mas acontece que “The Hall...” já está na frente. Então, “Radioactivity” tem que correr atrás do prejuízo! Preocupado, o técnico decide por o time pro ataque faltando 15 min pra terminar. Ele troca peças e põe em campo o time que jogou em “The Mix”, aquele mais acelerado e pulsante. A mexida, porém, não dá certo, até porque esta versão é inferior tecnicamente à sua original. E já não havia mais tempo pra nada. Num placar apertado, “The Hall of Mirrors”, por muito pouco, vence a Copa Kraftwerk e leva a taça para guardar como relíquia no nobre Salão dos Espelhos, em Dusseldörf!
RADIOACTIVITY 0 X THE HALL OF MIRRORS 1
Se no Catar Argentina, França, Croáccia e Marrocos foram os classificados nas quartas e garantiram vaga para as semifinais, por aqui, na Copa do Mundo Kraftwerk, conheceremos também os semifinalistas.
E aí, quem será que os nossos especialistas kraftwerkianos classificaram?
Vamos conferir como foram os confrontos na avaliação de Luna Gentile, Cly Reis, Daniel Rodrigues e Luciana Danielli:
*******************
Luna Gentile
Trans Europe Expres x Tour de FranceAssim como super-heróis dos quadrinhos, figuras fictícias,
mas de tamanha realidade em sua existência que se tornam mais críveis que muita
gente de carne e osso, JB vive graças ao imaginário do público. Tal Batman,
Super-Homem ou Homem-Aranha, cujas características físicas, psicológicas e
visuais vão sendo manipuladas ao longo do tempo pelas mãos de diversos autores
tendo como base um conceito, este fenômeno acontece com 007 tendo ainda como
atenuante um fator: o de ele não ser um desenho, mas uma pessoa “de verdade”.
Quem ousa dizer que Pierce Brosnan ou Daniel Craig são menos James Bond do que
Sean Connery ou Roger Moore?
Connery, Lazemby, Moore, Dalton, Brosnan e Craig: qual o melhor James Bond? |
Mas a idolatria a Bond e à série não se resume somente ao ator que o interpreta - embora este fator seja de suma importância. A produção caprichada e milionária, os efeitos especiais, a construção narrativa, os lançamentos de moda e design, a trama aventuresca: tudo foi ganhando, à medida que a série ia tendo continuidade, um alto poder midiático. As produções de 007 passaram a ser uma vitrine que dita moda, tendências, comportamentos e parâmetros, inclusive na indústria do cinema, uma vez que os filmes de espionagem nunca mais foram os mesmos depois que este personagem foi parar nas telas. De certa forma, 007 acompanhou e desenvolveu muitas das invenções que o cinema de ação presenciou ao longo deste tempo, funcionando como criador e criatura. Isso tudo sem falar nos detalhes fundamentais: o charme canastrão de Bond, os vilões maníacos, a beleza das bond girls, o tema original e as trilhas sonoras, as invenções estapafúrdias de Q, as paisagens incríveis pelas quais se passeia (não raro, a quilômetros por hora)...
Quem tem autoridade para dizer se tudo isso confere ou não são, claro, os fãs. Por isso, convidamos 8 desses aficionados por James Bond para nos dizerem três coisas: qual o seu ator preferido entre os que encarnaram o espião ao longo destas seis décadas, qual a sua melhor trilha e, principalmente, quais os seus 5 títulos preferidos da franquia. Todos eles conhecem muito bem as artimanhas, os clichês, os truques, as piadinhas, as gags e as viradas narrativas a ponto de antecipá-las mentalmente enquanto assistem algum filme da série. Há longas melhores que outros? Qual o James Bond preferido da galera? E das músicas-tema, muitas vezes oscarizadas, qual a mais “mais”? Para isso, esse time de bondfãs foi chamado. Numa coisa, contudo, todos concordam: é sempre uma emoção ver aquelas aberturas com efeitos especiais conceituais, prólogo e, principalmente, aquela figura elegante surgindo de dentro do círculo branco para virar-se na direção do espectador e atirar enquanto a toca a trilha clássica de Monty Norman e John Barry. É a certeza de que, a partir dali, vem mais uma grande aventura de Bond, James Bond."Contra o Foguete da Morte": "Tá, filme ruim, mas o cara tá no bondinho do Pão de Açúcar... já vale 🤣🤣🤣" |
As várias versões do poster de "Sem Tempo...", último filme da série, um dos escolhidos de Luna |
Só ficaram oito.
Nas oitavas, em alguns casos deu a lógica, em alguns tivemos surpresas, mas o inevitável é que alguns grandes times comecem a ficar pelo caminhoagora. The Model dançou, Autobahn caiu fora e, talvez a maior zebra da rodada, The Man-Machine deu adeus à competição.
Mas, também, com tão poucos concorrentes na briga, nessa reta final, não tem como alguns bons não se despedirem.
Confira aí o comentário dos confrontos, dos nossos julgadores e, consequentemente, os classificados para as quartas-de-finais:
*****************
resultados de Luciana Danielli
Radioactivity 3 X 1 The Model
Estou me sentindo entre a cruz e a caldeirinha fazer a escolha da melhor música para dois duelos de uma das bandas mais importantes ao meu ver, quando se trata de música eletrônica, que surge a partir do pós-Guerra, com as mudanças para a chegada do contemporâneo.
Realmente deveria nascer das profundezas de um país que abalou as estruturas do século XX. Alemanha, como tu és importante!
Escolher as melhores músicas do Kraftwerk é uma tarefa difícil, pois a qualidade sonora, além de estar na vanguarda pra influenciar uma década (I love 80's), bem como estamos com eles no século XXI nós fazendo afirmar que sintetizadores, samplers e agora digitalizados, sem Kraftwerk não sei como seria.
Bom, sem mais delongas, vamos ao primeiro jogo:
Fico com “Radioactivity”. Que música potente, feita nos anos 70's e nós, anos 80's, mundo tivemos que encarar a tragédia de Chernobyl...
Quase profético.
Boing Boom Tschack 2 X The Man Machine 1
Este foi a mais difícil pra mim. As duas músicas são obras-primas, mas a escolhida foi “Boing Boom Tschack”, que pertence a uma das melhores discos da discografia do Kraftwerk. A sonoridade dessa música e a possibilidade de pensar que ela está mixando o disco é muito bom. Sem contar que é a cereja do bolo nos shows da banda, pois é a música para a despedida. Eu só sei que Kraftwerk é bom demais!
resultados de Luna Gentile
Elektro Kardiogramm 1 x 2 Trans-Europe Express
Elektro Kardiogramm já faz um gol logo de início com aqulea batida do coração e voz ecoada, e sai ganhando, mas Trans-Europe não se intimida e com uma batida precisa e os elementos certos entrando ao longo da música, ou melhor, do jogo, consegue virar. TEE ganha de 2x1, uma vitória difícil, mas merecida.
The Hall Of Mirros 2 x 1 Airwaves
Airwaves começa tranquila com sua melodia suave, mas The Hall Of Mirros chega com seus passos e abre o placar: 1x0. The Hall Of Mirros, com seriedade e com aquela espécie de 'solo' incrível, marca o segundo gol. E lá no final do segundo tempo, Airwaves até faz um gol porque, no fim das contas, não jogou mal.
Assim, o placar final ficou The Hall Of Mirros 2 x 1 Airwaves.
*********
resultados de Cly Reis
Autobahn 0 X 2 The Robots
Autobahn aposta na posse de bola. É um jogo lento arrastado e demora pra engrenar. Enquanto isso The Robots entra com um futebol elétrico, meio mecânico, é verdade, muito padrão e automatizado, mas eficiente. Bem típico do futebol alemão. Vitória dos robôs. 2x0, no placar final.
Techno Pop 0 X 4 Metal On Metal
Techno pop, na verdade é tipo aquele time menor na sua cidade. Tem dois grandões, campeões nacionais, continentais e tal e ele, até tem alguns estaduais e tal, mas nem se compara. Techno Pop faz parte do brilhante lado A do disco Electric Café (ou Techno Pop), mas é a parte menos brilhante da tríade completada por Boing Boom Tschack e Music Non Stop.
Até por isso não resiste a Metal on Metal que, também faz parte de uma combinação de faixas, mas que, por sua vez, é tão boa quanto seu complemento, Trans-Europe Express. Vitória fácil de Metal on Metal: 4 x0.
***********************
resultados de Daniel Rodrigues
Planet of Visions 2 (5) X 2 (3) Ruckzuck
Parecia uma partida qualquer de dois times que nunca são dados como favoritos entre o repertório da própria Kraftwerk. Mas sabe aquele jogo que o caldo engrossa porque os adversários se equiparam? O time mais antigo, de 1971, contra o mais recente, 2005, escolas totalmente diferentes, uma ainda com elementos acústicos; a outra, já totalmente computadorizada. E que jogão tivemos, meine jungs? “Ruckzuck” propondo jogo com seu estilo marcante, “Planet” também, este resumo das épocas e características da banda. Por este fator sintético “Planet...” se dá melhor, mas ali ali: 2 x 2 no tempo normal e vitória apertada nos pênaltis por 5 x 3.
Tour De France 1 X 0 Tour De France Étape 2
Clássico francês nos gramados da Copa Kraftwerk! Duas músicas do mesmo disco e com o mesmo nome! Em campo, o que se via era um jogo tático espelhado: 4-4-2 para os dois lados. Muita igualdade na parada. O que resolve quando o “match” está assim? A qualidade técnica e a experiência. Com o desenrolar da partida, nota-se que, mesmo com nome igual, “Étape 2” é, sim, mais inexperiente, mais afoita. Quer sair pedalando na frente sem ter preparado a jogada lá atrás. E disso “Tour De France”, a original, tem de sobra, lá dos idos de 1983, quando entrou em campo pela primeira vez. O resultado é um placar magro, 1 x 0, mas ganho sem grandes sustos para aquela que inventou toda a sonoridade do disco “Soundtracks” com décadas de antecedência e quando a tecnologia nem era tão boa assim. Tem que respeitar.
************
CLASSIFICADOS:
Metal on Metal
Trans-Europe Express
Radioactivity
Boing Boom Tschak
The Robots
The Hall of Mirrors
Tour de France
Planet of Visions
Assim que sortearmos as quartas-de-final, você irá conhecer os confrontos aqui no ClyBlog ClyBola, especial de Copa do Mundo.
Realizado o sorteio, temos definidos os confrontos da primeira fase da Copa do Mundo Kraftwerk, agora recebendo as classificadas da fase prévia, da qual participavam somente as canções dos três álbuns do período embrionário do grupo.
Mas agora é todo mundo!
Nessa fase ainda não teremos dérbis, ou seja, confrontos locais, jogos entre músicas do mesmo álbum, mas a partir da segunda fase, quando haverá novo sorteio, está liberado.
Para definir os classificados em cada fase, juntamos um time qualificado de kraftwerkianos:
Definidos os 'treinadores', vamos, então, conferir como ficaram os cruzamentos desse início de campeonato.
Como cada dupla de jurados ganhou uma partida, corríamos o risco que cada um escolhesse um vencedor. Deste modo, convocamos um convidado "coringa" para cada confronto, de modo a não correr o risco de empate. Anderson Reis, estudante, de Porto Alegre, ajudando a decidir o confronto entre Radioactivity e Metal on Metal, e José Júnior, fotógrafo, de Niterói, colaborando em Tour de France e Hall of Mirros.
Assim, nossos especialistas, juntamente com os participantes de apoio, avaliaram as semifinais e chegaram aos vencedores.
Vamos ver então, quem vai à decisão?
Confere aí, abaixo, o jogo de cada um:
**********************
TOUR DE FRANCE
X
THE HALL OF MIRRORS
Luna Gentile
Um dos confrontos mais difíceis que eu peguei e dois times que não estão para brincadeira. Tour De France é incrivelmente completa e bem construída sendo da década de 80. Mas The Hall Of Mirros é de outro mundo, não da para explicar essa musica que vai se construindo com passos e um teclado tranquilo. E então o meu placar é:****
*************************
RADIOACTIVITY
X
METAL ON METAL
Anderson Reis
Metal on Metal começa o jogo fraca no primeiro tempo, já no segundo ela da uma animada, porém não consegue bater a Radioactivity que já é um time bom do início ao fim.
Darkwing Duck,
uma variação 'justiceira'
do Pato Donald
|