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terça-feira, 30 de junho de 2015

Quadrinhos no Cinema #4 - "Scott Pilgrim Contra o Mundo", de Edgar Wright (2010)



A onda Cult dos Quadrinhos




Vamos misturar quadrinhos, música e videogame, depois colocar isso dentro de um filme, vai sair o excelente "Scott Pilgrim Contra o Mundo". Uma obra divertida, muito bem feita, com personagens fantásticos, cheio de referências sobre a cultura pop, mas que só vai funcionar se você estiver por dentro desta cultura.
Scott Pilgrim (Michael Cera) é um adolescente canadense, guitarrista de uma banda de garagem sem nenhuma fama chamada “Sex Bob-omb", que acaba de ser dispensado por sua namorada Kim Pine (Alison Pill), e essa sim passa a ser uma grande estrela da música. Para superar isso ele começa um namoro com Knives Chau (Ellen Wong) que se torna a fã número 1 de sua banda. Mas sua vida muda mesmo, quando ele conhece a entregadora de encomendas especiais do Amazon, Ramona Victoria Flowers (Mary Elizabeth Winstead), por quem ele acaba realmente se apaixonando. Porém, alguns "pequenos" empecilhos impedem os dois de ficarem juntos: "Os 7 ex-namorados do mal" de Ramona. Sim, para ficar com sua amada Scott terá que duelar e vencer todos os sete. 
O "belo" casal Scott e Ramona
A história é bem boba, mas funciona porque há diversos personagens interessantes. Além do casal Scott e Ramona, onde Michael Cera está perfeito como Scott Pilgrim, há outros excelentes, como os companheiros de banda de Scott, o amigo gay com quem Scott mora junto e sua irmã mais velha, que vive julgando as atitudes de seu irmão, todos grandes coadjuvantes que garantem muitas risadas. 
Scott Pilgrim é um filme que dialoga com outras artes, e tudo muito bem feito. O filme tem muitas referências aos jogos de videogames, toda vez que Scott luta contra um dos "sete ex-namorados do mal", o duelo é igual ao dos jogos de luta. Ele utiliza superpoderes, voa, tem super força, e sempre que Scott vence um combate, os adversários viram moedas como se cada namorado fosse um chefe de fase e o prêmio final de Scott é ficar ao lado de sua amada (Alô Mario!), e isso é fantástico, especialmente se você for fã dos jogos de videogames.
Outras referências vão aparecendo ao longo do filme, e são bem colocadas. É um filme que fala sobre jogos, sem necessariamente ser um filme sobre videogame. A trilha sonora também é muito boa, com uma pegada Rock Indie, bem dinâmica e dançante.
A 'porradaria' frenética que mistura
HQ's, games e rock'n roll.
A obra tem um andamento um pouco diferente da HQ escrita por Bryan Lee O'Malley por escolha dos roteiristas, algo que não me incomodou, mas pode desagradar alguns. O ponto positivo do filme, e também o negativo, é que por fazer muitas referências aos games e por conta desse cenário mais underground da música, o filme fica bastante específico para agradar certo público e as pessoas que conhecem essas referências, e se você não está na onda "nerd cult" dos últimos anos o filme certamente não vai dialogar muito bem com você. Isso fez com que o filme fosse um sucesso de crítica, porem não de público, e por conta disso, comercialmente o filme não foi bem.
Este é um filme super agradável de assistir, de fácil compressão, mas você tem que estar disposto a aceitar as maluquices dele e sua montagem frenética. É um filme diferente, quase que experimental, e se você aceitar isso, vai ser uma grande experiência assisti-lo. 
A ambientação bem feita, atuações convincentes, e a narrativa dinâmica de jogos de videogame, me conquistaram, por isso, peço para que você dê uma chance a ele, assopre os cartuchos do seu videogame, tire o pó das fitas K7 e assista ao filme!


O grande elenco do filme.
Destaque para dois "ex-namorados do mal": Chris Evans, o atual Capitão América da Marvel,
e Brandon Routh, o Superman, de "Superman Returns"