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terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Palácio do Planalto e Congresso Nacional - Brasília / DF












E escultura dos Candangos,
na Praça dos Trêes Poderes
O que mais lamentei na invasão do último domingo, além, é claro, da ignorância dessa parcela do povo brasileiro, foram os danos ao patrimônio histórico, cultural e às obras de arte. Podem podem pensar, "com tanta coisa pra lamentar, fica pensando em coisas materiais!". Sim. Desta vez, sim. Uma vez que não houve vítimas, mortes, ferimentos graves (e, se algum daqueles energúmenos tivesse morrido ou se machucado gravemente não teria sido prejuízo algum), e uma vez que a democracia, depois desse episódio lamentável, sai intacta, talvez até, ainda mais fortalecida, tal o risco ao qual fora exposta, o grande lástima que carrego é por aquele acervo artístico danificado.

Algumas pessoas podem não ter noção mas algumas coisas ali são insubstituíveis! Pelo artista por quem fora feito, pela data em que fora obtida, pela personalidade de quem fora recebido, pelo significado histórico... Um móvel usado pelo imperador, um presente dado por um Papa, uma caneta utilizada para assinar um tratado histórico, um painel de azulejos invejado pelos museus do mundo inteiro, nada disso pode ser avaliado. Não é o valor financeiro, é tudo que representa. 

Felizmente tive a oportunidade de visitar o Congresso e o Palácio do Planalto, há alguns anos atrás, e ainda ver algumas dessas obras, desses itens, expostos na visitação guiada pelas áreas autorizadas. Em palácios normalmente frequentados por pessoas desonestas, políticos desprezíveis, legisladores parciais, gente desvalorosa, se há algo fascinante atrás daquelas paredes e vidraças, é a arte e a cultura. E elas foram massacradas!

A imagem do quadro "As Mulatas", de Di Cavalcanti, perfurada em vários pontos por facadas, e as fotos dos presidentes no chão, com as molduras e os vidros quebrados, é muito emblemática, na minha visão. Aquilo ali simboliza exatamente o que essa gente representa: uma gente que odeia a cultura e ignora a história.


A seguir, algumas fotos do Congresso e do Palácio do Planalto, da minha visita a Brasília em 2016:



Pra começar, uma externa da Praça dos Três Poderes

Uma vista da rampa do Planalto.

Como era o segundo andar do palácio do Planalto,
antes de ser totalmente vandalizado.


A obra "O Flautista", de Bruno Giorgi, segundo informações
também foi bastante  danificada

A Câmara dos Deputados, com o belíssimo painel
de Athos Bulcão, ao fundo.

O salão do Senado, que foi invadido, depredado e desrespeitado.


O belíssimo projeto de teto e iluminação da Câmara, 
idealizado por Athos Bulcão e Oscar Niemeyer.


Mais uma obra de Bruno Giorgi.



A galeria dos Presidentes da República,
cujos retratos foram totalmente arrancados rasgados e espalhados pelo chão.

Escultura de Franz Weissmann, "Espaço circular",
no saguão do Palácio do Planalto

Visão geral do Salão Nobre do Palácio do Planalto.

Painel de Burle Marx, no Salão Oeste do Palácio.

Obra "A Evolução", de Francisco Haroldo Barroso Beltrão

"As Orixás", de Djanira da Motta, que graças à ignorância do ex-presidente,
havia sido retirada do Palácio.
(Pelo menos uma boa ação. Salvou o quadro)


Banqueta "Marquesa", e tapete desenhados por Oscar Niemeyer


"Galhos e Sombras " de Franz Krajcberg

Obra sem título, de Geraldo Barros

Quadro "As Mulatas", de Di Cavalcanti, avaliado em, aproximadamente R$8 milhões,
cruelmente "assassinado"  a facadas pelo vândalos


"Colhendo Bananas", de Djanira da Motta


Painel Pasipahe, de Marianne Peretti, no 
Salão Nobre da Câmara dos Deputados

Tapeçaria de Burle Marx que foi arrancada e parcialmente rasgada.


O Salão Verde da Câmara dos Deputados.

Painel de azulejos de Athos Bulcão, de valor inestimável,
avariado pelos terroristas

Painel geométrico genial de Athos Bulcão, no Salão Verde, também danificado.

"Os Candangos", de Di Cavalcanti


Mais um painel de Athos Bulcão que foi danificado na invasão.


Maquete de Brasília. 
Totalmente destruída.

Vitrine com presentes de representantes estrangeiros.
Quebrada, destruída, roubada...

Este seu blogueiro no Senado...




E na Câmara dos Deputados.



Quanta coisa fantástica!!!
Meu Deus...
Agora é torcer para que muita coisa se salve e outras não tenham sido danificadas.

(Sorte que não atacaram o prédio do Itamaraty porque lá, sim, o acervo é ainda mais impressionante).


Cly Reis




sexta-feira, 27 de abril de 2018

Museu Nacional de Belas Artes - Rio de Janeiro (14/04/2018)








O Belas Artes é, sem dúvida, o museu que mais gosto no Rio. Sua arquitetura, contribuindo com o belíssimo conjunto de edificações históricas da Cinelândia; seus majestosos corredores com reproduções de esculturas clássicas; seu acervo próprio que privilegia a arte brasileira em toda sua história; todo seu charme, enfim.
Voltei ao Museu de Belas Artes dia desses, depois de um bom tempo. Queria ter voltado antes mas, sinceramente, evitei fazer o programa, enquanto durassem as obras de reformulação do Centro e de implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos, o VLT, que causou um grande transtorno na região, limitando, até mesmo, em determinado momento, o acesso aos prédios dali.
Mais uma vez pude maravilhar-me com obras históricas e reafirmar a qualidade e representatividade da arte brasileira ao longo de sua história. Lamentavelmente, a seção de arte moderna encontrava-se fechada, o que é sempre um grande acréscimo em se tratando de uma visita como essa, mas os outros setores do Museu são motivo o suficiente para a excursão e merecem por si só a apreciação dos magníficos trabalhos lá expostos.
Fique com algumas imagens do Museu Nacional de Belas Artes.

A imponente escultura ao centro da Galeria de Moldagens do MnBA.

Réplicas em gesso de esculturas gregas e romanas do período clássico

Escultura logo na entrada, ao pé da escadaria principal

O descobrimanto do Brasil retratado em belíssima pintura

Nos corredores instalações contemporâneas
de artistas brasileiros e estrangeiros no
Festival de Esculturas

O impressionante olho espelhado de Anish Kapoor

Natureza morta de Guignard
na exposição temporária O Espaço da Arte

Cândido Portinari também é destaque nesta exposição
que destaca a arte moderna brasileira

A Grande Cidade Iluminada, de Antônio Bandeira

Os Jogos e os Enigmas, de Maria Leontina, de 1954 


A obra do gaúcho Iberê Camargo também aparece na mostra

A impressionate Torre de Franz Weissmann, que "muda"
de forma conforma vamos percorrendo em torno dela.

No espaço Reinvenção do Rio de Janeiro,
pintura panorâmica da cidade no século XVIII
Barco no Lago, de Félix François George Ziem, de 1911

As expressivas pinceladas de Ventania, de Alfred Sisley

E no mesmo espaço, a belíssima arquitetura do prédio do
Museu Nacional de Belas Artes é contemplada

O globo de metal no segundo corredor de esculturas

Belíssima escultura de um bandeirante na
Galeria de Arte Brasileira do séc. XIX

A lindíssima Alegoria às Artes

O clássico quadro da primeira missa no Brasil

O imponente e impressionante retrato da Batalha dos Guararapes,
de Victor Meirelles, do séc. XIX

E o gigantesco, a maior pintura exposta no MnBA,
A Batalha do Avaí´, de Pedro Américo

O espaço interno do Belas Artes e suas obras.
***


Museu Nacional de Belas Artes
endereço: Avenida Rio Branco, 199 - Centro (Cinelândia) Rio de Janeiro

horário: terça a sexta, das 10h às 18h, sábados, domingos e feriados, de 13h às 18h
ingressos: R$8,00 (público em geral) e R$4,00 (meia entrada pra estudantes, menores de 21 anos e pessoas entre 60 e 65 anos); crianças até 10 anos e maiores de 65 anos, não pagam
* aos domingos a gratuidade é para todos



Cly Reis