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sábado, 21 de dezembro de 2024

"Meninas Malvadas", de Mark Waters (2004) vs. "Meninas Malvadas", de Samantha Jayne, Arturo Perez Jr. (2024)

 


É como se, tipo, o diretor executivo de um clube que teve sucesso, depois de algum tempo, resolvesse ir para outro montar outro projeto, com um elenco renovado, com outras características e apostasse numa nova proposta de jogo. A atriz Tina Fey, roteirista e idealizadora do clássico juvenil "Meninas Malvadas", 20 anos depois resolve escrever o roteiro uma refilmagem musical de seu sucesso cinematográfico. Ok... Nós do ClyBlog então tratamos de colocar os dois em campo. Frente a frente. Os dois times de rosa porque, afinal, nas quartas, as meninas usam rosa. Sei que vai dar confusão pro juiz, pra torcida, e sei que não é quarta, mas Regina George, certamente não daria a possibilidade do adversário usar sua cor favorita. Seja ela a Regina nova ou antiga.

Em "Meninas Malvadas", Cady Heron, uma adolescente que sempre vivera na África com os pais pesquisadores e fora educada em casa, ao retornar para os Estados Unidos, finalmente entra para uma escola. Lá, num primeiro momento, consegue fazer apenas alguns poucos amigos, dois míseros na verdade, e estes lhe apresentam as "tribos" do território, e a alertam em especial para um grupo de 'patricinhas' pretenciosas, conhecidas como "As Poderosas". Um pouco por curiosidade, um pouco por competitividade, outro tanto por crueldade, Regina George, a 'abelha-rainha' convida a novata Cady para fazer parte do grupo. Uma vez dentro, ela conhece toda a perversidade das riquinhas que desprezam e difamam as demais garotas da escola e ainda mantém um livro de comentários maldosos, fofocas, mentiras, e bullying, com fotos e ofensas contra muitas das outras alunas, com o qual se deliciam dando risadas. 

Nesse meio-tempo, Cady cai de amores por um garoto da escola, só que o gatinho fora namorado exatamente de Regina, que sabendo do interesse da caloura, reata com o rapaz somente para comprovar força e magoar a outra. Indignada com o fato e solidária à única amiga de verdade, a esquisitona Janis, que sofrera humilhações nas mãos de Regina no passado, Cady resolve aproveitar sua situação dentro do grupo para desmoralizar a abelha-rainha, ganhar o garoto e tomar seu lugar na liderança das Poderosas.

As coisas dão certo... mas nem tanto... os objetivos são alcançados mas acabam gerando efeitos colaterais e, digamos, todas têm as lições que merecem e que precisam. Todas, TODAS mesmo! Inclusive as outras garotas da escola que aprendem e entendem a grande lição que meninas, garotas, mulheres devem se apoiar ao invés de ficaram se desvalorizando e se difamando. 

Com pequeníssimas mudanças, a história é a mesma, até mesmo as falas são as mesmas e estão nos mesmos lugares no filme. O que muda é que o remake troca a narração da protagonista por uma condução musical para as explicações, elucidações, impressões e passagens de tempo. Criativo... Ousado... Interessante.

Mas o fato é que, praticamente tudo que a refilmagem se propõe a (re)fazer, é melhor no primeiro. 

A apresentação às Poderosas no refeitório; a famosa cena em que Aaron fala com Cady pela primeira vez e que consagrou o dia 3 de outubro como o Dia Mundial das Meninas Malvadas; a fantasia de Halloween de Cady; a surpresa, o choque, a incredulidade pelo inusitado do atropelamento de Regina; a reunião de grupo de todas as garotas da escola no auditório para analisarem suas atitudes em relação às outras; a competição de matemática; e, é claro a icônica apresentação de Natal, que o remake até muda um pouco a situação excessivamente 'pastelão' do original, mas mesmo assim  não chega perto da do Jingle Bell Rock com Lindsay Lohan salvando a apresentação e botando tudo abaixo numa performance inesquecível.

A propósito, as atualizações de mídias, temas, discussões, atmosfera, o comportamento, são alguns dos méritos da nova versão, mas ao contrário do que eu, que não gosto de musicais, imaginava, os números musicais que conferem ao longa um ar de um grande videoclipão, e as performances vocais de Reneé Rapp, a nova Regina George, são o grande trunfo para o novo filme e fazem com que ele realmente valha a pena. 


Winter Talent Show - "Jingle Bell Rock"
"Meninas Malvadas" 2004


Winter Talent Show - "Rock Around the Pole"
"Meninas Malvadas" (2024)


Mas fica nisso...

Do outro lado temos um dos maiores clássicos teen desde os filmes de John Hughes e não tem como ganhar desse time. Quem pode segurar um ataque com Rachel McAdams, Amanda Seyfried e Lindsay Lohan? Impossível! (E ainda tem a boa Lacey Chabert fazendo função tática no meio). O trio de estrelas trama várias vezes pelo meio da defesa adversária totalmente desguarnecida e marca o primeiro. 1x0 

As cenas clássicas já mencionadas: "Às quartas usamos rosa"; "No dia 3 de outubro ele me perguntou que dia era"; os 'atropelamentos'; a coreografia de Natal... Tudo isso garante o segundo gol para as malvadas de 2004. 2x0 

O terceiro é dela, Lindsay "Loca" . Atleta difícil, daquelas que poderia ter construído um carreira mais exitosa se tivesse mais comprometimento, disciplina e outros detalhezinhos mais... mas que inegavelmente, em sua boa época, em jogos como esse desequilibrava. E foi o que aconteceu: atuação perfeita. Discreta quando tem que ser tímida, verdadeiramente divertida nos momentos engraçados, convincente na parte dramática, arrasadora quando tem que ser poderosa, e irresistível quando tem que fazer a gostosona. Lindsay Malvadeza se infiltra no campo do adversário (o covil da Poderosas), faz a leitura perfeita da jogada (o Livro do Arraso), dá um chega pra lá na rival (dizem que ela empurrou Regina na frente do ônibus...), cai, levanta, marca com categoria (dividindo a coroa do baile) e corre para o abraço com os verdadeiros amigos (Janis e Damian). 3x0 

O remake faz o seu por conta das já destacadas partes musicais, os pequenos videoclipes de transições, pensamentos e devaneios com ótimas adaptações, bem pop e revitalizadas, das canções da peça da Broadway para o filme, além das excelentes performances vocais da cantora Reneé Rapp, cujas canções para sua personagem são especialmente legais. Legais mesmo! 3x1  para MM2004.

O novo filme até surpreende, joga bem, usa seus recursos, até tenta uma cartada de mestre usando a própria craque do time adversário, Lindsay Lohan, que aparece em uma cena como a mediadora da olimpíada de matemática, mas já veterana e sem o mesmo brilho de outros tempos não tem capacidade de mudar o resultado do jogo. Vitória das Poderosas de 2004.

No alto, os dois times, ambos de rosa em campo (as originais à esquerda);
na segunda linha as duas Regina George, e o gatinho em disputa, os dois Aaron;
na terceira, as amigas sonsas, as Karen à esquerda, e as Gretchen, à direita;
e por último, a nossa protagonista em dois momentos,
logo ao entrar na escola e já deslumbrante depois de tomar conta do território.


Não tem jeito: as Malvadonas de 2004 atropelam aquelas que 
cruzaram seu caminho e ousaram desafiá-las.







por Cly Reis



  

sábado, 28 de novembro de 2020

"Herbie, Se Meu Fusca Falasse", de Robert Stevenson (1968) vs. "Herbie, Meu Fusca Turbinado", de Angela Robinson (2005)

 



São dois times com mecânica de jogo semelhantes, ou seja, histórias bastante parecidas. Com uma mudancinha aqui, outra ali, "Herbie, Se Meu Fusca Falasse", de 1968, e "Herbie, Meu Fusca Turbinado", de 2005, se resumem basicamente à de um fusquinha com "vida própria", desprezado e muito subestimado, que se apega a um novo dono e juntos passam a brilhar nas corridas despertando a ira de um concorrente das pistas. Mas como o próprio título da nova versão sugere, as pequenas mudanças dão uma turbinada no remake, e elas acabam sendo cruciais para seu sucesso diante do adversário. Uma rejuvenescida no elenco principal; uma caprichada na parte técnica; um roteiro mais ágil; e, tudo isso somado a uma dinâmica de filme bem mais mais envolvente, tornam "Herbie, Meu Fusca Turbinado" mais atraente e interessante para o espectador.
O novo filme troca algumas peças importantes: como dono do automóvel, põe uma garota, Meg Payton, no lugar de um fracassado corredor, Jim Douglas, dispensado de sua equipe extamente pela idade; troca o até carismático mecânico, que na versão antiga, era quem melhor entendia a personalidade do fusca, por um jovem mecânico que é também o crush da corredora; substitui o insosso dono de uma revenda de automóveis que gosta de participar de corridas, o Sr. Thorndyke, por um arrogante e mau caráter corredor profissional, Trip Murphy, e acrescenta a isso efeitos especiais bem utilizados, cenas de corrida muito mais eletrizantes e uma trilha sonora empolgante com muito rock'roll de Van Halen, T-Rex e Beach Boys.


"Herbie, Se Meu Fusca Falasse" (1968) -
cena vitória na corrida de El Dorado


"Herbie, Meu Fusca Turbinado" (2005)
 cena da vitória na corrida da Nascar


O original não é ruim mas parece aquele time que joga num esquema tático superado, num "vê-dobrevê", quase em desuso no futebol, e assim, o novo, por sua vez, mais atualizado, passa por cima do adversário. Um gol de Lindsay Lohan como a  então jovem protagonista que, na sua época boa, em forma, batia um bolão; Eddie Van Halen cruza e Dave Lee Roth PULA mais alto que a zaga para fazer outro por conta da trilha sonora; em uma disparada em alta velocidade, depois de deixar o zagueiro pra trás, Herbie marca mais um; e pra fechar, o bom ritmo que a trama ganha na nova versão garante mais um.
O vilão da refilmagem, interpretado por Matt Dillon, excessivamente caricato, quase entrega um gol para o adversário, mas o do filme original (David Tomlinson)tão ruim quanto nesse pormenor, não consegue se aproveitar da falha e não sai nada dessa jogada. O filme de 2005 nem precisa se dar ao luxo de usar muito a estrela Michael Keaton, o pai da corredora, que, sem grande brilho, só fica ali, encerando.
O time de 1968, como eu disse, não é ruim e por conta de seu bom conjunto até consegue descontar numa derrapada do zagueiro Beto Fuscão que, estabanado dá um carrinho dentro da área e comete o pênalti. O número 53 vai lá e bate com categoria para diminuir, mas não passa disso. O jogo fica nisso mesmo: o time de 2005 atropela o de 1968 por 4 x1.

Herbie em ação em duas épocas.
À esquerda, o de 1968, e à direita, o de 2005.




O Herbie de 1968 até funciona bem 
mas o Herbie turbinado é uma verdadeira máquina.




por Cly Reis