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quinta-feira, 20 de junho de 2019

"As Quatro Estações: Legião Urbana", de Mariano Marovatto - coleção O Livro do Disco - ed. Cobogó (2015)




"As Quatro Estações: Legião Urbana" é o mais fraco dos livros da coleção O Livro do Disco dos que li até agora. E olha que li vários. Não é ruim mas, sem dúvida, foi o que, a mim, leitor e fã de música, deixou menos entusiasmado. Apesar do bom trânsito entre os integrantes remanescentes da banda, especialmente com o músico Dado Villa-Lobos, e do acesso a um belo material de fitas disponibilizados pelo guitarrista da Legião Urbana, o livro de Mariano Marovatto não consegue ser muito mais do que uma grande impressão geral sem grande profundidade em nenhum sentido. Não a toa é o que tem menos páginas. Não que isso deva ser determinante. Já li muitos livros extraordinários, de diversos gêneros literários, tão curtos que, pela finura, se duvidaria do tanto que estava contido ali. "É nos menores frascos que estão os melhores perfumes", dizem, não? Não neste caso. No caso deste volume desta sempre ótima coleção literário-musical, o conteúdo parece meramente uma resenha para revista, para o caderno B de um jornal. Tem suas informações, suas curiosidades, é verdade, mas, a rigor, não acrescenta muito mais do que uma mera boa audição do disco. Embora seja inegável que o álbum tenha uma carga espiritual significativa, a abordagem do trabalho de Marovatto parece fixar-se excessivamente no tema, muitas vezes relegando a um segundo plano os elementos mais efetivamente musicais.
No mais, fãs gostarão de conhecer o processo de maturação de "As Quatro Estações", motivações de determinadas letras, alguma coisa do processo criativo de Renato Russo, curiosidades, etc., e é, de certa forma, mais um documento interessante sobre um momento bastante significativo na carreira desta que foi uma das bandas mais importantes da história do rock nacional.
Como eu disse, não é ruim. Mas quanto àquilo que eu costumava afirmar que cada livro que eu lia da coleção O Livro do Disco sempre superava o anterior, desta vez não vale para este.


Cly Reis

quarta-feira, 28 de março de 2018

Música da Cabeça - Programa #51


"No final, tudo é rock né, véio?", já diria o Gordo Miranda. O Música da Cabeça de hoje, além de lembrar do já saudoso músico e produtor, que nos deixou dias atrás, terá isso mesmo: rock. Ou então o que é David Bowie, Legião Urbana, Wayne Shorter e Chico Buarque? Ah, Shorter e Chico não são rock? Ora, aqui TUDO é rock, bebê! Não perde, então, hoje, às 21h, na Rádio Elétrica. Produção, apresentação e mão chifrada: Daniel Rodrigues.


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

terça-feira, 6 de junho de 2017

Tributo à Legião Urbana: Guilherme Lemos e Os Filhos da Revolução - Bar La Esquina - Rio de Janeiro/RJ (02/06/2017)




Guilherme Lemos em momento
completamente entregue
à interpretação.
Eu não vou parabenizar Guilherme Lemos e sua banda, Os Filhos da Revolução, pelo show da última sexta-feira, 02/06, no Bar La Esquina, eu gostaria de agradecer pelo show. Agradecer pelo fato de terem me feito sentir novamente a energia de um show da Legião Urbana. Não, não era a Legião, não era Renato Russo à frente da banda, mas penso que poucos artistas poderiam demonstrar tamanha vivacidade como o fizeram Guilherme Lemos e banda.
Guilherme é um representante legítimo dessa religião chamada Legião Urbana. Com seu domínio de palco, de repertório, carisma e  ele transporta-nos para o universo legionário sem muito esforço. Sua aparência física ajuda, é claro, mas o que seria de sua semelhança com Renato se não houvesse nenhum talento ou competência? Não é porque estamos VENDO Renato Russo, é porque o estamos SENTINDO.
Para que se tenha ideia da atmosfera que a banda consegue transmitir, eu, homem feito, cheguei a ficar  emocionado em diversos momentos, em parte pelo repertório sempre muito tocante, mas muito também por conta das interpretações contagiantes que o cantor imprimia às canções.
Um desses momentos mágicos foi na longa mas nunca cansativa "Faroeste Caboclo". A saga de João de Santo Cristo com suas alternâncias de ritmos e intensidades foi cantada verso por verso por toda a plateia numa apresentação nada menos que sensacional.
Guilherme e sua turma conseguiram fazer de "Love Song (Cantiga de Amor)", mais do que meramente um apêndice de "Metal Contra as Nuvens" dando a ela vida própria; e à apenas mediana "Dezesseis", dar mais vivacidade compensando um pouco suas carências. "A Dança", por sua vez, foi absolutamente vibrante, intensa; e "Química", no trecho punk final do show, foi visceral, ocasionando uma pequena festa headbanger na pista do La Esquina.
"Pais e Filhos" teve mantida intacta a emoção que era passada por Renato Russo no palco e ainda teve, assim como nas apresentações dos rapazes de Brasília, o medley com "Stand By Me", por sinal, não menos arrepiante.
 O show teve lá seus problemas técnicos, falhas de microfones, retornos, pedaleiras, mas nada que uma banda tarimbada  como é, não conseguisse tirar de letra  com muito jogo de cintura. Sinceramente, só me desagradou um pouco o fato de Guilherme Lemos dedicar parte do show a uma transmissão via celular para uma pessoal em outra cidade, em Santa Catarina. Foram duas músicas com o celular na mão dando mais atenção a quem estava do outro lado do que para o público à sua frente, mas dá para relevar por tudo que foi o show em si, ali na nossa frente.
Já havia sido convidado pela produtora e esposa do cantor, Patrícia Ferreira, algumas vezes e por circunstâncias diversas não havia conseguido ir a um show deles. Felizmente desta vez tive a oportunidade de vê-los e pude comprovar o porquê da reputação de Guilherme Lemos como o melhor cover de Renato Russo no Brasil, apoiado por uma banda competentíssima e extremamente profissional.
Obrigado à amiga Patrícia pelo convite e a Guilherme Lemos e Os Filhos da Revolução por me fazerem reviver a sensação de assistir a um show da Legião Urbana. Tenho a impressão que todas aquelas pessoas vibrando diante do palco se sentiram um pouco gratos também.



abaixo algumas imagens da noite:


Guilherme em ação no palco com sua competentíssima banda.

E que tal esse setlist?

O blogueiro com a produtora e esposa do cantor, Patrícia Ferreira.

Tietagem no camarim com o grande Guilherme Lemos.


Cly Reis


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Legião Urbana - "As Quatro Estaçoes" (1989)




"EXISTEM MARÉS
E EXISTE A LUA (...)
EXISTEM
CANÇÕES"
(do texto do encarte do disco)



O imenso sucesso do terceiro disco da Legião Urbana, “Que País É Este”, gerou uma enorme expectativa pelo lançamento do seu sucessor, até porque, embora extremamente exitoso em vendas e nas paradas, “Que País É este” era uma espécie de coletânea de material não lançado porém já conhecido por parte do público. Esperava-se então uma novidade, supostamente de material composto desde o grande "Dois" , de 1986. O que sabia-se há muito, desde praticamente o andamento da turnê do terceiro, era que o trabalho seguinte chamar-se-ia, “As Quatro Estações”. Conhecido o nome, que de certa forma continuava a seqüência numérica interrompida pelo último disco, (“Legião Urbana” de 1985, conhecido como “Um” por não ter nome e “Dois” de 1986) começavam as especulações sobre como viria a Legião para este novo trabalho. Se seguiria a linha do "Dois" que na verdade, em termos de ineditismo era o antecessor imediato; se a veia punk resgatada em “Que País É este” seria a tônica a partir daquele momento; se o modelo cancioneiro, quase acústico de "Faroeste Caboclo" prevaleceria. As possibilidades eram muitas. Renato Russo avisava que voltaria a utilizar material antigo do Aborto Elétrico e sinalizava com as gravações de “Dado Viciado” e “Marcianos Invadem a Terra”, duas conhecidas do público de Brasília mas não lançadas em disco e que acabaram só aparecendo mesmo muitos nos depois na coletânea póstuma “Uma Outra Estação”. Mas os planos mudaram, tudo mudou, fatos novos aconteceram, a banda mudou, a cabeça do vocalista mudou e o lançamento prometido para o início de 1988 foi sendo postergado por diversas vezes. Primeiro, inesperadamente para os fãs, Renato Rocha, o baixista competente de bases firmes e sangue punk foi afastado da banda em circunstâncias naquele momento pouco esclarecidas. Isso teria gerado a primeira mudança de rumo e afastamento da idéia inicial, já concebida e em fase de maturação para o novo álbum. Em segundo lugar, o estado emocional de Renato Russo, deprimido, confuso e se reavaliando, repensando novamente então o conceito que pretendia desenvolver no projeto. Depois ainda, resultado dessa autoavaliação com certeza, Renato Russo decidia, neste meio tempo, assumir sua homossexualidade, fator importante e decisivo para o resultado final do trabalho, mas que naquele momento fazia com que novamente alguma coisa fosse revista, excluída, incluída no trabalho. Assim, somente depois de 3 anos, era apresentado o tão esperado “As Quatro Estações” da Legião Urbana e a sensação quando se ouviu foi a de que valeu a pena esperar.
Com um Renato Russo mais equilibrado depois de tantas complicações, a Legião, agora um trio, nos brindava com um disco mais leve, mais otimista, mais espiritual, que como o próprio Renato afirma no encarte do álbum, não fora feito sem ajuda, valendo-se desde a Bíblia à filosofia oriental para compor uma das grandes obras da discografia nacional.
A lindíssima “Monte Castelo”, de sonoridade medieval, com letra praticamente tirada do soneto “O Amor é o fogo que arde sem se ver” de Camões, refrão adaptado da Epístola de São Paulo, com toques do “Tao Te King” do filosofo chinês Lao Tse, é bom exemplo de todos os pontos levantados: da ‘ajuda’ externa, da espiritualidade e do otimismo. “Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto” também serve de amostra dessa aura positiva, esperançosa e mística de Renato e da banda. Sobre uma contagiante levada de violão, Renato convoca-nos (como sempre) a reagir e fazer um mundo melhor. Detalhe: toda a parte do “tudo é dor e toda a dor vem do desejo de não sentirmos dor” é de uma doutrina budista creditada a Bukkyo Dendo Kyokai, mais um dos inusitados ‘parceiros’ de autoria no disco.
A propósito de parceiros, mas agora em outro sentido, Renato Russo aproveita o disco pra se libertar e gritar para o mundo o que realmente é, e o faz especialmente no gostosíssimo rock “Meninos e Meninas” e na grave “Maurício”; fazendo, por sua vez, menção também à AIDS, que mais tarde lhe vitimaria, na excelente “Feedback Song For a Dying Friend”, um hard rock agressivo, guitarrado, cantado em inglês, finalizado com um instrumental árabe extasiante.
“Pais e Filhos” um dos grandes sucessos do disco é um blues acústico que coloca diversas situações familiares desde um aguardado nascimento de uma criança até um suicídio por falta de atenção, nos lembrando de um princípio básico da vida, num dos refrões mais conhecidos da música nacional (“é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã porque e você parar pra pensar na verdade não há”).
Com uma condução lenta, pontuada por um bandolim e com teclados soando como sinos, “Eu Era um Lobisomem Juvenil” é uma das poucas que soa um pouco mais lamentosa pela desilusão amorosa que expõe, mas no fundo falando mesmo simplicidade de espírito, de alegrias comuns, de coisas corriqueiras que parecem desimportantes mas que são na verdade a verdadeira vida.
O disco é tão positivo que até uma romântica como “Sete Cidades”, rock básico conduzido por uma harmônica muito legal, não chega a ser uma canção de amor sofrida como em muitos casos, servindo mais como uma espécie de instrumento de autoconhecimento e resignação do que uma dor-de-cotovelo clássica.
A primeira faixa de trabalho do disco, a smithiana “Há Tempos”, impressionava pela objetividade e contundência das sentenças manifestando, nesta sim, um certo desapontamento e preocupação com a juventude em um daqueles hinos característicos de Renato dirigidos à sua ‘geração Coca-Cola’. “Há Tempos” também tem colaborações externas assumidas e o segundo verso (“muitos temores nascem do cansaço e da solidão”) é adaptado da “Desiderata”, obra do filósofo-poeta Max Ehrmman.
A punkzinha “1965 (Duas Tribos)” também aborda um tema desagradável, a tortura e a ditadura militar, mas no fim das contas propõe uma volta por cima e cobra uma atitude positiva (“eu quero tudo pra cima”)
“As Quatro Estações” termina com “Se Eu Fiquei Esperando Meu Amor Passar”, outra canção romântica de composição simplória e delicada e que confirma toda a espiritualidade do disco encerrando com os versos do rito litúrgico “Cordeiro de Deus”.
E num momento equilibrado de Renato, tranquilo da banda, os abençoados éramos nós, os fãs, por recebermos depois de tanta espera um disco iluminado como aquele “As Quatro Estações”. Fresco como um dia de outono, gostoso como um dia de primavera, não sem ser severo como um dia frio de inverno, mas, sobremaneira, ensolarado como um dia de verão.

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FAIXAS:
  1. "Há Tempos" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 3:18
  2. "Pais e Filhos" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 5:08
  3. "Feedback Song for a Dying Friend" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 5:25
  4. "Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 3:13
  5. "Eu Era um Lobisomem Juvenil" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 6:45
  6. "1965 (Duas Tribos)" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 3:44
  7. "Monte Castelo (Renato Russo) – 3:50
  8. "Maurício" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 3:17
  9. "Meninos e Meninas" (Villa-Lobos/ Russo/Bonfá) – 3:23
  10. "Sete Cidades" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) – 3:25
  11. "Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar" (Villa-Lobos/Russo/Bonfá) 4:56
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Ouça:

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Legião Urbana - "Legião Urbana" (1985)


URBANA LEGIO
OMNIA VINCIT
(Legião Urbana a tudo vence)



Mesmo em meio à explosão do rock nacional da metade dos anos 80, podia-se notar que a Legião Urbana tinha algo de diferente. Ainda que tenham sido elevados quase que imediatamente a uma espécie de papel de porta-vozes de uma geração, pelas letras engajadas, políticas, sociais, as mesmas não se limitavam à mera convocação ao levante popular ou a um niilismo juvenil, mostrando diferenciais intelectuais e estruturais de seu principal compositor, Renato Russo; e mesmo as mais pessoais, por sua vez se destacavam do lugar comum, saindo do tradicional modelo intimista- apaixonado-desesperado com uma poesia muito peculiar, elaborada e de qualidade. Na parte instrumental, embora não se destacassem tecnicamente por virtuosismos instrumentais individuais, compensavam isso por uma solidez sonora, competência, doses equilibradas de agressividade e lirismo.
“Legião Urbana”, seu primeiro trabalho de 1985, é um tanto cru ainda, meio tosco em alguns momentos, mas essa pureza talvez seja interessante para que se perceba o verdadeiro espírito da música do grupo que nunca foi abandonado mesmo em trabalhos posteriores mais elaborados e sofisticados.
“Será”, não só faz as honras de abertura do disco como é a responsável por apresentar a banda ao Brasil, mostrando muitas das marcas que o grupo levaria consigo ao longo de sua trajetória. Num punk-rock bem trabalhado que fundia brilhantemente questões pessoais com um âmbito mais amplo, abraçando dúvidas e anseios coletivos, Renato Russo, como voz e representante, aproximava-se de maneira muito íntima e solidária de seus interlocutores, e começava a criar grande parte da empatia e liderança que viria a exercer sobre seus fãs.
Segunda faixa do álbum, a embalada “A Dança”, é uma pedrada numa juventude vazia, sem interesses, valores ou expectativas, conduzida com competência pelo baixo de Renato Rocha, o melhor instrumentista da banda, que deixaria a banda em seguida. Se “O Petróleo do Futuro”, a terceira, é um exemplar mais característico do punk de Brasília do início dos anos 80, mais tosca, pesada e agressiva; “Ainda é Cedo”, requintada e limpa, talvez seja o momento de maior maturidade sonora da banda até então para um primeiro disco, numa canção de amor, desentendimento e despedida, interpretada de forma esplêndida por Renato Russo. O disco segue com “Perdidos no Espaço”, canção de amor apenas interessante e de estrutura esquisita em determinados momentos; e com “Geração Coca-Cola”, um daqueles hinos instantâneos, ainda mais naquele contexto pós-militarismo clamoroso por democracia, um autêntico manifesto punk, agressivo e indignado, mas gritado com muito mais inteligência, vocabulário e recursos que o punk paulista suburbano, por exemplo, que sempre fez aquilo, verdade seja dita, mas de forma tão primária que muitas vezes caía no folclórico.
Em “O Reggae”, como o título já faz supor, a banda explora o tradicional ritmo jamaicano, e Renato Russo nos dá a primeira mostra de sua capacidade de desenvolver histórias musicais, no que mais tarde ficaria célebre em "Eduardo e Mônica" e “Faroeste Caboclo”, descrevendo aqui uma trajetória anunciadamente trágica, desde o berço até a crueldade das ruas. Em “Baader-Meinhof Blues”, o vocal conduzido levemente por Renato Russo contrasta com a letra pesada e irônica sobre violência; e igualmente impactante é a pessimista “Soldados”, com sua batida marcial e teclado melancólico.
O espetacular punk-rock “Teorema”, de letra extremamente bem concebida, encaminha o final do disco de forma absolutamente empolgante, especialmente no fraseado de guitarra de introdução para o refrão e no improviso vocal final, extático, histérico, espontâneo e inspirado de Renato Russo. E se por um momento o ouvinte vem a pensar que não poderia haver um encerramento melhor do que aquele notável epílogo que acabara de ouvir, vem então a belíssima “Por Enquanto”, uma melancólica canção de amor, que apenas com uma flutuante base de teclado desenvolvida sobre uma batida eletrônica quebra toda a energia beligerante do álbum e, aí sim, se despede do ouvinte com o sugestivo e inesquecível verso “estamos indo de volta pra casa”. Um final perfeito.
Estava feito: com a quele primeiro álbum a Legião Urbana era conhecida. O mito estava começando a surgir. O sucesso, mito, a idolatria, a identificação, a comoção... O resto da história todo mundo conhece.
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FAIXAS:
1. "Será" (D. Villa-Lobos/M. Bonfá /R. Russo) 2:30
2. "A Dança" (D. Villa-Lobos/M. Bonfá/R. Russo/R. Rocha) 4:01
3. "Petróleo do Futuro" (D. Villa-Lobos/R. Russo) 3:02
4. "Ainda É Cedo" (D. Villa-Lobos/I. Ouro Preto/M. Bonfá/R. Russo) 3:57
5. "Perdidos no Espaço" (D. Villa-Lobos/M. Bonfá/R. Russo) 2:57
6. "Geração Coca-Cola" (R. Russo) 2:22
7. "O Reggae" (R. Russo/M. Bonfá) 3:33
8. "Baader-Meinhof Blues" (D. Villa-Lobos; M. Bonfá; R. Russo) 3:27
9. "Soldados" (M. Bonfá/R. Russo) 4:50
10. "Teorema" (D. Villa-Lobos/M. Bonfá/R. Russo) 3:06
11. "Por Enquanto" (R. Russo) 3:16 

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Ouça:


Cly Reis






terça-feira, 20 de maio de 2014

Copa do Mundo Legião Urbana - Grande Campeão


Como já diria o filósofo contemporâneo, Jardel, ex-atacante do Grêmio, "Clássico é clássico e vice-versa". Pois é. Deu jogaço na decisão. Duas grandes equipes, duas grandes músicas e a nossa bancada legionista, integrada por Luan Pires, Christian Ordoque, Daniel RodriguesCly Reis e Jowilton Amaral da Costa, ajudada pelos amigos no facebook, decidiram qual o grande vencedor desta competição que mexeu com os fãs da LEGIÃO URBANA.
Pois então, vamos lá, um a um, vamos descortinar os votos, os comentários e o andamento da partida segundo cada um dos integrantes:







HÁ TEMPOS x TEMPO PERDIDO



Luan Pires
É um jogo sem favoritos. Duas torcidas fanáticas. Dois times bem estruturados, maduros, objetivos. Duas letras inteligentes, maduras, sem filosofar demais, sem filosofar de menos. Melodias marcadas, que crescem, que explodem. Jogo épico. Jogo respeitoso. Nada de muitos gols. Empate até os momentos finais. Até que um lance desequilibra tudo. Um único lance que vem da motivação. É que Há Tempos sempre me pareceu uma música de constatação, de aceitação, de doce amargor, de conformidade nua e crua. Já em Tempo Perdido sinto uma fagulha de otismo, de querer mudança, de não ter desistido. Para outros, os sentidos podem ser diferentes e até contrários. Mas Tempo Perdido, pra mim, reflete alguém que ainda tem fé. Tempo Perdido não desiste, da vida, do mundo, do jogo. Um digno jogo pra marcar histórias, dividir opiniões e alimentar rodas de conversa por muito tempo ainda. Mas a vitória só pode ir para um: Tempo Perdido ganha com um gol feio, esparramado, nos minutos finais.
Porque acho que música é um pouco isso: não desistir de mudar as coisas, jamais
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Christian Ordoque
Tempo Perdido e Há Tempos têm uma conexão cronológica e de conteúdo muito interessante. Por elas terem chegado às finais fico muito contente. Tempo Perdido tem o mérito de ser uma boa música pop smithiana com estrutura de verso e refrão. É o Satisfaction da Legião Urbana. Sempre achei muito mal mixada com ‘esses’ muito sibilantes. Tempo Perdido passa uma mensagem positiva de esperança de jovem que se acha dono do mundo e por isso padece de soberba. Inebriado pelo primeiro amor como todo jovem fica e por isso se julga eterno. E todo jovem é eterno. Até que a realidade bate à sua porta ou algumas vezes a coloca abaixo. Nesse momento, ele se dá conta que não tem mais todo o tempo do mundo e que não terá nem mais nem seu próprio tempo. O mundo o oprime ou na melhor das hipóteses o sujeita, o submete. No verso: Não tenho medo do escuro, Mas deixe as luzes acesas agora, O que foi escondido é o que se escondeu, E o que foi prometido, Ninguém prometeu é onde essa nova realidade do amadurecer aparece. E a partir daí, desse momento de crueza do mundo ante o idealismo juvenil e da certeza da morte que começa Há Tempos. Com mensagem mais pé no chão que diz maisoumenos o seguinte: “Ok, foste jovem, mas a maior parte da tua vida será como adulto”. Fazendo uma relação com a Tempo Perdido seria a frase: “Há tempos tive um sonho, não me lembro, não me lembro” a ponte de contato entre o que pensávamos quando jovens e que agora ficou mais longe ?
Quantas vezes andando de carro isolado e pressionado por problemas das mais diferentes ordens explodi gritando ao volante para aliviar a pressão ? Doença muito cedo, aos 18 anos “Há tempos são os jovens que adoecem”, a volta dela dez anos depois aos 28 e ficar sempre a monitorando como uma sombra na existência. Enfim, tratar a vida como ela é, sabendo de tuas limitações do teu tamanho e que em última instância tu não podes com ela, não tens a ilusão da juventude e já tiveste vários amores de olhos castanhos, verdes e azuis. Não tenho mais todo o tempo do mundo, tenho menos tempo pela frente do que o tempo que já passou. E no último verso fica o ensinamento da música e da vida: Disciplina é liberdade Compaixão é fortaleza, Ter bondade é ter coragem. Por mostrar a vida real de adulto e não a ideal de jovem que meu voto para melhor música da Legião Urbana vai para Há Tempos.


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Daniel Rodrigues
Se Santos e São Paulo é o Clássico dos Santos, porque não poderia ter o Clássico dos Tempos? Pois é: “Há tempos” e “Tempo Perdido”, também Clássico dos Pares (discos “Dois” e “Quatro Estações”). Pois, como dizia aquele jogador extremamente lógico e filosófico: “clássico e clássico”. Tanta expectativa posta em cima de cada equipe deu num jogo truncado, cheio de faltas no primeiro tempo. Galera chegando junto. Mas todo mundo estava decidido a ganhar, afinal, são, em tese, as duas melhores da Legião. No segundo tempo, então, os times vieram determinados a fazer gol. “Há tempos” abre o placar logo aos 3 min com um gol de bicicleta! Que catêga, hein? Mas o lance bonito não assustou “Tempo perdido”, cuja máxima futebolística vocês já conhecem: “sempre em frente, não temos tempo a perder”. Time ofensivista esse! Tanto que, aos 12 min, num chute na entrada da área, empatam. “Tempo perdido” se empolga, vai pra frente de novo e quase amplia. Mas “Há tempos” não tava morta e mete uma no ângulo que o goleiro faz milagre e põe pra escanteio. E esse escanteio foi o ponto-chave do jogo. Aos 40 min, lateral esquerdo cobrou, o atacante, que foi lá defende. Ele tira de cabeça e a bola vai parar no pé do meia armador, que estava fora da área só esperando ela sobrar. Contra-ataque. Fulminante. Depois de 12 toques na bola, a jogada é concluída pelo mesmo atacante, que percorreu todo o campo para ir lá na frente só escorar de cabeça e por a bola pra dentro. “Tempo perdido”: 2 x 1 e, com o perdão da redundância, não há mais tempo pra nada. "Há tempos" ainda leva o resultado para o tapetão, alegando que "Tempo perdido" jogou o campeonato inteiro com um jogador a mais (aquele finalzinho acústico valeria, segundo o adversário, como outra música, e que “Tempo Perdido” teria tirado vantagem com isso). Mas a Confederação analisou as súmulas e tava tudo certinho. Tempo Perdido campeã!

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Jowilton Amaral da Costa
Há tempos x Tempo Perdido. E chegou a grande final, um grande jogo sem dúvida. Ainda assim, acho que diante das finalistas “Índios” é a melhor, mas, o choro é livre no futebol, todo mundo sabe disso. Bem, aproveito para agradecer ao Daniel pelo convite para participar como comentarista e ao Cly pela aceitação. Muito obrigado, me diverti a vera. Voltei a ouvir músicas que há um bom tempo eu não escutava, e isso foi uma boa viagem. Agradecer também ao outros comentaristas, o Luan e o Christian. Valeu pela companhia e pelos comentários sempre criativos, emocionados e, sobretudo, especializados. Valeu mesmo galera. Contudo, vou dar uma cornetadinha que ninguém é de ferro, né? Senti falta de Geração Coca-cola, Eduardo e Mônica, Faroeste Caboclo e Metal Contras as Nuvens nas fases finais. Mas está de bom tamanho. As finalistas são grandes canções de dois belos discos. Não vou me alongar nos comentários propriamente ditos. Neste jogo para mim ganha Tempo Perdido de 2 a 1.
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Cly Reis
Pelas mesmas virtudes que a fizeram eliminar Índios, aquele riff inicial matador, a letra repleta de figuras de linguagem utilizadas de maneira poética e perfeita, o ímpeto final a partir do "então me abraça forte..." e aquele somos tão jovens que, mais que um verso transformou-se numa espécie de epígrafe da banda, sem falar na, profundidade, na permanência e na dimensão do sucesso alcançado, Tempo Perdido derruba a ótima Há Tempos, que também tem grandes virtudes, muitas até parecidas, mas que não são páreo para as da oponente. Tempo Perdido faz 2x0. Mas não um 2x0 fácil. É aquele de um gol no primeiro tempo quando o jogo estava equilibrado e o segundo só lá pelas tantas depois de quase ter sofrido o empate por diversas vezes. Pra mi, Tempo Perdido é a campeã.



TEMPO PERDIDO CAMPEà


vídeo de Tempo Perdido - Legião Urbana

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Copa do Mundo Legião Urbana - finalistas

As semifinais não poderiam ter sido mais emocionantes. Dois clássicos locais definiram os classificados para a grande final. Foram decisões difíceis para cada um dos membros da nossa bancada legionística mas, a muito custo, cada um chegou às suas finalistas. Confira aí os comentários, o desenvolvimento, as impressões dos jogos e as classificadas de cada um:







Luan Pires
HÁ TEMPOS x MENINOS E MENINAS
Aquele jogo que eu já começo torcendo pra dar empate. A melodia de Há Tempos sai na frente, consolidando o resultado com sua letra poética e forte. Mas, a inteligência de Meninas e Meninas empata o jogo. A sutileza das ironias de Meninas e Meninas ultrapassa e fica a frente. Os fãs Legionários mais fanáticos reclamam: Há Tempos é favorita! Há Tempos tem história, tem fãs dentro dos fãs. Mas camisa não ganha jogo. Meninas e Meninas ainda faz mais um gol e se classifica para espanto de uns e para alegria de outros.
MENINOS E MENINAS CLASSIFICA

ÍNDIOS x TEMPO PERDIDO

Índios ou Tempo Perdido? Indecisão. Times e forças equivalentes, apesar de jogarem diferentes. O primeiro é racional, forte, social. O outro é um clássico emocional, um show de interpretação. Os detalhes contam. Mas, o detalhe mais importante conta mais: qual mexe mais. Qual marca mais. Qual mobiliza mais. Qual é mais carnal, mais épico? Me fiz essas perguntas por alguns minutos e só aí vi qual time deveria passar. Tempo Perdido merece uma vaga. Vitória apertada, mas ainda vitória. O grito da torcida fanática ajudou.
TEMPO PERDIDO CLASSIFICA

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HÁ TEMPOS x MENINOS E MENINAS
Há momentos na vida em que se deve ser atrevido. Isso vale para o futebol. E música. “Há tempos” é daqueles baita times, sabidamente grande, mas que, por ser ter de sustentar uma imagem tão séria, se esquece às vezes de que as coisas podem ser diferentes. Isso não quer dizer que não tenha qualidade, pelo contrário, tanto que foi “Há tempos” que abriu o placar no primeiro tempo, terminando os primeiros 45 min em vantagem. Mas o deboche de “Meninos e Meninas”, com seu jogo mais atrevido, mais pra frente, surpreendeu na segunda etapa. Empatou aos 10 min, e aí o negócio engrossou. Depois de tomar um sufoco de “Meninos...”, que se animou e foi pro ataque, “Há tempos” se reorganizou e também ofereceu perigo, com uma bola na trave. Mas a animação de “Meninos...” foi recompensada: aos 32 min, numa jogada de velocidade dentro da área que ia resultar em gol certo, o zagueiro não teve outra alternativa senão fazer a falta: pênalti. Empurra-empurra, tapa na cara, voadeira, “seu juiz viado” pra cá, técnico entrando no campo pra lá, uma balbúrdia. O zagueiro, último homem, já tinha um amarelo e foi expulso. O pênalti só foi ser cobrado 5 minutos depois de os brigadianos tirarem todo mundo de campo. E convertido. Com acréscimos até os 49 min (que o juizinho também não é bobo de dar mais que isso), “Meninos...”, com um homem a mais, segura o resultado e vence o clássico local.
MENINOS E MENINAS NA FINAL!


ÍNDIOS x TEMPO PERDIDO
Times se respeitando. Bem armados, com a categoria de hits campeões e que sustentam, com justiça, até hoje a mística. Resultado: 0 x 0 no primeiro tempo, com os dois times chegando bem na frente, mas perigo mesmo, apenas um lance pra cada lado. O negócio pegou fogo mesmo na segunda etapa, tendo em vista que ambas ganham força da metade pro final. Teve bombardeio de “Índios” na área de “Tempo perdido”, com direito a bola na trave e zagueiro salvando na linha um gol que já era certo. Dois minutos depois, do outro lado, “Tempo...” também botou pavor na área adversária em quatro escanteios seguidos, que o goleiro teve que se desdobrar pra defender as cabeçadas do atacante goleador e do lateral bom de cabeceio. Mas aos 37, num passe errado de “Índios” no campo de defesa, contra-ataque de “Tempo...” bem articulado. Não dá pra ratear com um time desse calibre numa semifinal, né? Golzinho chorado num cruzamento da linha de fundo que o meia raspou nela prensado com o zagueiro. O goleiro ainda abafou, e a bola foi morrer fraca, mas dentro da goleira. Aí, foi só segurar. O técnico de “Tempo...” sacou do banco um zagueiro e um volante e só manteve o atacante lá na frente sozinho. Vai que rolasse outro contra-ataque, né? Mas ficou assim. 1 x 0 e...
TEMPO PERDIDO NA FINALEIRA!

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Jowilton Amaral da Costa
HÁ TEMPOS x MENINOS E MENINAS
Em primeiro lugar devo dizer que fiquei bastante espantado com a canção Meninos e Meninas ter chegado ate as semifinais. Para mim é surpresa. Mas é assim mesmo, eu desclassifiquei Ainda é Cedo no primeiro confronto, e, provavelmente, deixando muitos de queixo caído. Bem, vamos para o jogo, contudo, antecipo que Meninos e Meninas duelando com Há Tempos não tem chance. É um bom jogo, sem dúvida, mas, não é tão disputado quanto o outro confronto da semifinal. Há Tempos domina a partida do início ao fim. Fechando-se como uma fortaleza lá atrás, tocando a bola com disciplina e liberdade no meio de campo, e atacando com coragem, só não goleando por pura compaixão e bondade. Meninos e Meninas 0 x 2 Há Tempos
HÁ TEMPOS CLASSIFICA

ÍNDIOS x TEMPO PERDIDO
Aqui estão duas das minhas músicas preferias da banda. E, em minha opinião, duas das melhores canções da Legião. Jogo duro. As duas fizeram intensamente parte da minha adolescência. Tempo Perdido tem um time veloz, jovem e muito habilidoso. A formação de “Índios” é mais madura, mesclando jovens com jogadores mais experientes. Tempo Perdido prioriza o ataque, sem se preocupar muito em defender. “Se eles fazem um aqui, nós vamos lá e metemos três”, é essa a filosofia do time. Já “Índios”, joga mais cadenciado e é organizado nos três setores do campo, principalmente no meio. “Índios” possui uma “meiuca” cerebral, formada por jogadores clássicos. Com dois cabeças de área marcadores, mas, que têm um ótimo passe e que sabem jogar com a bola no pé., e um camisa dez a lá Zico. Contudo, Tempo Perdido tem os artilheiros do campeonato.A bola rola. Logo aos cinco “Índios” abre o placar numa bela triangulação do seu dez com o centroavante. Tempo Perdido 0 x 1 “Índios”. Tempo Perdido sai com tudo ao ataque, mas de forma desorganizada. Num contra-ataque fulminante “Índios” amplia. 2 a 0 “Índios”. Quando pensávamos que ficaria por isso mesmo na primeira etapa, “Índios” marca o terceiro, num lançamento primoroso do zagueiro que encontrou o atacante sozinho na ponta esquerda que domina e acerta um cruzamento fenomenal na cabeça do camisa nove, que só cumprimenta para o fundo das rede. “Índios” 3 a 0. O segundo tempo foi morno até os trinta minutos e em ebulição dali em diante. Tempo Perdido não conseguia articular o seu jogo e incrivelmente não ameaçava a meta adversária. Aos trinta, num chutão para frente dado pelo goleiro de Tempo Perdido, o zagueirão de “Índios” domina a bola e tenta dá uma de craque e sair driblando na frente da área, mas, acaba entregando o ouro numa lambança magistral, o camisa sete não perde a oportunidade e cara a cara com o goleirão toca em sua saída. Tempo Perdido 1 x 3 “Índios”. O escrete de Tempo Perdido se empolga e vai para o abafa. Dá certo. Aos Trinta e oito, numa bela e veloz jogada pela ponta, o lateral de Tempo Perdido invade a área e é derrubado pelo mesmo zagueiro que entregara o ouro momentos antes. Defensor expulso e pênalti convertido. Tempo Perdido 2 x “Índios” 3 e com menos um em campo. O jogo fica nervoso. “Haja coração amigo, o jogo é teste pra cardíaco, amigo”. Aos quarenta e seis, o juizão olhando para o relógio, já doido pra apitar o fim da partida, o meia-esquerda de Tempo Perdido arranca do meio de campo, passa por dois antes de invadir a área, o goleirão sai nele e ele dá um traço rápido, dando um toquinho para a linha de fundo, o guarda-meta passa batido, contudo, o toque saiu com uma força a mais do que a necessária, e quando ele chega para concluir o ângulo não é mais favorável, mesmo assim ele chuta. A bola caprichosamente bate na trave e corre para o meio da zona do agrião. O centroavante de Tempo Perdido chega babando, com tudo, e salta esticando a perna, junto dele o zagueiro de “Índios”. Até hoje não se sabe direito se quem tocou na bola foi o atacante, ou o zagueiro, ou os dois ao mesmo tempo. O que importa foi que a bola não entrou, passou tirando tinta da trave. O juiz não pensou duas vezes e encerrou o jogo. “Tempo Perdido 2 x 3 “Índios”. Que jooooogo amigo!
ÍNDIOS CLASSIFICA

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HÁ TEMPOS x MENINOS E MENINAS
Daí é brabo. Necessitamos critério. Meninos e Meninas começa com aquela levada de violão que tu escutas e pensas "Lá vem um hit" e vêm mesmo, com versos, refrões e tempo determinado para tocar em rádio. Há Tempos é a primeira música deste disco, o que faz dela um excelente cartão de visitas. Belíssima letra atemporal. Meninos e Meninas é hit. Há Tempos é hit com um pequeno detalhe. Não tem refrão, embora pareça ter. Por isso passa, pela ousadia de ser colocada como primeira do disco e segurar o tirão.
HÁ TEMPOS PASSA

ÍNDIOS x TEMPO PERDIDO
Passa Índios. Assim, de cara, sem "duvidamente". Tempo Perdido cumpriu seu papel de Smithear a Legião o que para mim é um problema pq se tem uma banda supervalorizada é os The Smiths. Banda de single que construiu discos ao redor deles. A mesma coisa tentaram fazer com a LU nesse disco. Vamos colocar 2 confirmadas Eduardo e Mônica e Tempo Perdido e coloca qualquer coisa aí para encher linguiça que tá bom. Reza a lenda que Índios foi feita aos 44 do segundo tempo em estúdio de forma apressada. Imagina se tivesse tido tempo. Talvez não tivesse ficado tão boa. Quem escreve sabe que em algumas vezes o texto já sai redondo, com poucos ajustes e é esse o caso de Índios. Colocada estrategicamente no final do disco, ao vivo tinha um ganho imenso que auxiliada pelo coral da audiência destrói o poder do hit de Tempo Perdido.
PASSA ÍNDIOS 

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MENINOS E MENINAS x HÁ TEMPOS
Meninos e Meninas é um barato, uma música muito legal, uma manifesto pessoal de afirmação e lebertação, um grande sucesso e tal, mas não tem condições de bater com Há Tempos. Não dá. Há Tempos é muito mais completa enquanto música, conceito, ideia, letra e o que mais que seja. Vitória tranquila por 2x0. Um gol em cada tempo sem tomar pressão.
Para mim, HÁ TEMPOS CLASSIFICA PARA A FINAL

ÍNDIOS x TEMPO PERDIDO
Jogo equilibradíssimo! Dois times muito qualificados com características parecidas mas com estruturas táticas diferentes. Contudo, logo de início, por conta daquele riff inicial marcante, Tempo Perdido faz 1x0. Depois da surpresa do início, as letras vão se desenvolvendo e por mais que TP tenha suas qualidades, a estrutura de Índios com suas anáforas se mostra um diferencial e garante o empate: 1x1. O jogo vai se desenvolvendo equilibrado com chances para os dois lados. Segue assim quase até o final do jogo, mas ali pelos 35 do segundo tempo, aquela parte do “então me abraça forte...” é o 2x1 de Tempo Perdido, que logo na sequência, aos 38 faz o terceiro por conta daquele emblemático “somos tão jovens” que é matador. O jogo estava liquidado! Não, não. Ainda havia tempo e aos 42 por causa daquele trecho “quem me dera ao menos uma vez fazer com que o mundo saiba que seu nome está em tudo...”, Índios faz seu 2º. Teremos emoção até o apito final. E no apagar das luzes, aquele desfecho fantástico “tentei chorar e não consegui”, garante o empate já nos acréscimos. Um 3x3 emocionaNte. O jogo vai pra prorrogação e tanto aquele finalzinho no violão de índios quanto aquela extensaõzinha acústica de Tempo perdido parecem cansadas demais para mudar o resultado. A prorrogação acaba sem que ninguém mexa no placar e vamos para os tiros livres da marca do pênalti. Como pênalti é loteria, a única maneira de decidir esse confronto é na sorte. Portanto, agora, amigos, neste momento estou jogando uma moeda para cima (cara é Índios, coroa é Tempo Perdido) e deu...
Coroa: TEMPO PERDIDO GANHA O JOGO E, PARA MIM, VAI PARA A FINAL.



pela maioria
"HÁ TEMPOS" e "TEMPO PERDIDO"
classificadas para a grande final

Agora é aguardar a decisão do colegiado legionista e dos fãs no Facebook para conhecermos o campeão. O campeão sai nos próximos dias. 
Fiquem ligados.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Copa do Mundo Legião Urbana - semifinais


Tiruliruli- tirulirulá e pimba na gorduchinha!
Vão começar as semifinais da Copa do Mundo Legião Urbana e elas não podiam ser mais emocionantes. Teremos nada mais nada menos que dois clássicos entre times do mesmo álbum para decidir as vagas na grande final. Tempo Perdido e Índios fazem o "Clássico do Dois" e Meninos e Meninas contra Há Tempos fazem o "Clássico das Estações".
Quem vai passar? Quem classifica? Quatro das mais amadas e admiradas canções de uma das bandas mais cultuadas de todos os tempos do Brasil, frente a frente em partidas de tirar o fôlego
Quem vai classificar eu não sei, mas o que é certo é que não teremos mais uma decisão do mesmo disco na final como aconteceu na Copa do Mundo The Cure. Teremos uma vencedora do segundo álbum, o idolatrado Dois ou do quarto trabalho, o não menos adorado As Quatro Estações.
Agora é entregar à nossa comissão de legionários, consultar a vontade da tribo nas redes sociais e esperar pra ver quem vai para a finalíssima.
É isso aí... É semifinal!, Não dá pra escolher adversário.



segunda-feira, 12 de maio de 2014

Copa do Mundo Legião Urbana - classificados para as semifinais


Ao que parece os álbuns "Dois" e "As Quatro Estações" querem mostrar mesmo que são os melhores da Legião Urbana. Dos quatro semifinalistas temos dois representantes de cada álbum. Ou seja, garantia de grandes jogos nas semifinais.
Agora o bicho pega.
A partir de agora os jogos não serão mais distribuídos entre os integrantes da bancada legionista. Agora todos os integrantes examinarão os dois jogos e da avaliação geral teremos os classificados.
Confira abaixo os comentários do colegiado dos confrontos das quartas-de-final que resultaram nos quatro classificados para as semis:






Luan Pires
ÍNDIOS x EU ERA UM LOBISOMEM JUVENIL
É como ver seu time do coração jogar contra seu time de admiração. Explico: "Eu era um Lobisomem Juvenil" é minha música de alma, de carinho. Apesar dos defeitos, acho ela perfeita. Acho que os defeitos a deixam perfeita para mim. Mas não posso simplesmente desconsiderar a qualidade técnica de Índios e sua importância histórica. Índios é um exemplo futebolístico do mundo Legião Urbana. Tem tudo que eu, particulamente, admiro numa música: Letra incrível, melodia linda, um grito de simplicidade e ousadia (e não me perguntem como isso é possível, mas é como eu vejo). Como bom libriano que sou, preciso balancear as coisas: não posso só falar com o coração, nem só com a razão. Música é uma mistura homogênea dessas duas coisas. Quando a música é boa, afeta teu racional e teu emocional. Mexe contigo pelo emocional e tem o poder de mexer com o mundo pela capacidade racional dela. Um exemplo perfeito disso é "Índios". Nesse jogo é ela que leva a melhor. Mas pra mim, como fã de "Eu era um Lobisomem Juvenil", é um orgulho ver minha música querida perder com dignidade para esse time histórico que é Indios. 1x0 para Índios. o jogo mais triste e feliz ao mesmo tempo, pra mim. E viva a contradição!
ÍNDIOS CLASSIFICA PARA AS SEMIFINAIS EM JOGO APERTADO


Jowilton Amaral da Costa
DANIEL NA COVA DOS LEÕES x HÁ TEMPOS
Agora o bicho pegou. Grande jogo. Dois timaços, duas grandes músicas. Uma do disco 2, o disco mais conhecido e se não me engano o mais vendido da banda. A outra do disco As Quatro as Estações, o álbum que muitos acham o melhor e o mais inspirado de todos. Sem dúvida são os dois discos com as canções mais conhecidas. Daniel na Cova dos Leões começa com tudo, vai pra cima de Há Tempos, encurralando-o em seu campo defensivo e no final do primeiro tempo abre o placar. Há Tempos volta modificado, deixando de lado a cadência do seu jogo e partindo para o ataque. Dá resultado e empata o embate aos quinze minutos. Daí em diante o jogo fica aberto, chances claras para ambos os times, no entanto, a bola não estufa mais as redes. A prorrogação termina como começou, 1 x 1. Vamos para os pênaltis. Daniel na Cova dos Leões desperdiça sua última batida. O jogador de Há Tempos parte confiante para a marca de cal, bate, faz e se classifica. Daniel na Cova dos Leões 4 x 5 Há tempos (Na disputa das penalidades máximas)
HÁ TEMPOS CLASSIFICA NAS PENALIDADES MÁXIMAS
PERFEIÇÃO x MENINOS E MENINAS
Perfeição não. Nanananananana nananana nananana Hey Jude. Hit menor da Legião assim como é este disco que a contém, O Descobrimento do Brasil. Disco "flôxo". Meninos e Meninas sim. Carro-chefe do Quatro Estações que por si só é um baita disco. Seria o melhor da Legião ? Pode ser hein... As Quatro Estações é meio que o time do Inter quando ganhar um próximo título nacional. Explico: O pessoal tava órfão de música nova da LU e veio este disco glorioso. Meninos e Meninas passa fácil com placar folgado de 4x0 e faz os adversários ficarem com as barbas de molho.
MENINOS E MENINAS CLASSIFICA COM TRANQUILIDADE


ACRILIC ON CANVAS x TEMPO PERDIDO
Jogaço, clássico local, uma Inter x Juve, Fla-Flu, Boca x River, desse naipe. Com seu futebol bem armado e mais cadenciado, “Acrilic” sai jogando com cautela, estudando o adversário, que, pelo contrário, vale-se do seu lema de futebol agressivo: “Sempre em frente”. Porém, com aquele baixo matador do Renato Rocha e a voz grave do Renato Russo, quase embriagada, “Acrilic”, aos 15 min, não se assusta com a correria de “Tempo Perdido” e abre o marcador. Cedo. “Acrilic”, que já tá bem descornada, se indigna com a empáfia de “Tempo Perdido” quando esta diz que o suor sagrado deles é bem mais belo que o sangue amargo do outro. Quê isso?! Agressão oral também não pode, seu juiz! Pois a indignação faz “Acrilic” aplicar mais um aos 37 min, e assim vão pro vestiário. Quê: banho de bola justo numa das favoritas ao campeonato? O que tá acontecendo? O técnico, puto da cara, enche a turma de osso no intervalo, e ele voltam, aí sim, com o brio de que faz jus ao nome, afinal, se os primeiros 45 min foram desastrosos, o negócio é recuperar o tempo perdido. Aos mesmos 15 min, desconta: 2 x 1. Placar perigoso pra quem tá ganhando, porque, se o adversário é forte e se determina, a qualquer hora pode haver o empate. Pois “Acrilic” não resiste à pressão e cede o empate. Faltam 15 min pra acabar. Acabará assim e irá para os pênaltis? Pois o time de “Tempo Perdido” estava decidido a vencer. Da casamata o técnico gritava: “não temos tempo a perder”. E deu resultado o chamado do professor, que queria terminar a partida dentro dos 90 min pra não desgastar mais ainda sua equipe. O terceiro gol sai num cruzamento na área que o atacante sobre mais que todo mundo e cabeceia pro chão, sem chance de defesa.
E TEMPO PERDIDO, DE VIRADA, AVANÇA PRAS SEMIFINAIS.



Sorteio dos enfrentamentos das semifinais nesta segunda-feira, dia 12/05/2014

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Copa do Mundo Legião Urbana - quartas-de-final



Prepare seu coração!
Agora são só 8 músicas em busca do 'caneco' de melhor música da Legião Urbana. Chegamos às quartas-de-final e ao que parece, os álbuns "Dois" e "As Quatro Estações" confirmam que são os melhores do grupo. Sete das oito participantes desta fase integram um dos dois álbuns e apenas "Perfeiçaõ" aprece de intrusa, tendo desbancado, por sinal, "Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto", que seria mais uma para monopolizar a disputa entre aqueles dois discos.
Mas não vamos ficar falando de quem ficou pelo caminho, vamos ao que interessa e o que importa agora são os confrontos já sorteados para as 4as.-de-final. Com 4 times do "Dois" e 3 do "Quato Estações" era inevitável sair algum clássico regional, e até que deu pouco, só saiu um. Em compensação é um de sair faísca. Enfim, vamos aos jogos destas quartas-de-final. Olho no lance!



terça-feira, 6 de maio de 2014

Copa do Mundo Legião Urbana - confrontos das oitavas-de-final

Fumaceira!
Só fumaceira daqui pra frente. Só dá jogaço nessa competição, ainda mais agora que só restaram 16 equipes e todas elas altamente credenciadas, carimbadas com o selo de qualidade Renato Russo.
Se na fase anterior tivemos 4 clássicos locais e o superconfronto "Pais e Filhos" x "Tempo Perdido", essas oitavas não deixam nada a desejar também. Se por um lado só temos um 'derby', "1965" x "Meninos e Meninas" fazendo o "Clássico das 4 Estações", temos pelo menos três embates de arrepiar: "Perfeição" contra "Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto", "Acrilic on Canvas" versus "Que País é Esse" e, na minha opinião o mais terrível dessa fase, "Há Tempos" pegando "Eu Sei". É gente, não tem moleza pra ninguém. O bicho tá pegando e agora é salve-se quem puder. Além dos jogos já citados, confiram abaixo todos as partidas das oitavas-de-final da Copa do Mundo Legião Urbana:


segunda-feira, 5 de maio de 2014

Copa do mundo Legião Urbana - classificados para as oitavas-de-final


Só restam 16.
A segunda fase, como prometia, foi eletrizante e derrubou mais algumas que eram dadas como candidatas certas ao título: Faroeste Caboclo já havia sido eliminada na primeira fase e agora na segunda, Eduardo e Mônica, Será e Por Enquanto ficaram pelo caminho e, no super-confronto desta fase, Pais e Filhos foi eliminada por Tempo Perdido.
Confrontos difíceis? Vocês não viram nada. Agora que vem o pior. Tá afunilando, tá afunilando e as dezesseis músicas destacas em vermelho, abaixo, seguem na competição. Amanhã saem os confrontos.





sexta-feira, 2 de maio de 2014

Copa do Mundo Legião Urbana - segunda fase

Eletrizante!
É a única palavra que eu tenho para definir a fase que se abre agora na Copa do Mundo Legião Urbana. Como a partir de agora os clássicos locais, ou seja, os enfrentamentos de músicas do mesmo álbum está liberada, logo de cara já temos 4 jogaços caseiros: "Perfeição" pega "Os Anjos" no derby d"O Descobrimento do Brasil", Baader-Meinhof Blues enfrenta "Será" no embate do disco de estreia; e "Quimica encara a fortíssima "Que País é Esse" que dá nome ao disco ao qual ambas pertencem; e "Fábrica" pega a poderosa "Índios" no duelo das músicas do álbum "Dois". Mas não pára por aí! Não fiquemos só nos clássicos regionais, a adorada "Eduardo e Mônica" pega a forte "A Dança", a boa "Sete Cidades" bate de frente com "Eu Sei", uma das mais queridas da banda; e "Meninos e Meninas" encara 'Por Enquanto" num confronto que promete muito equilíbrio. Mas o grande confronto da fase fica por conta de "Tempo Perdido" contra "Pais e Filhos", duas das grandes favoritas se enfrentando cedo na competição e o pior: só uma sobreviverá.
Vai sair faísca!!!
Confira abaixo todos os confrontos da segunda fase da Copa Legião Urbana:





  • HÁ TEMPOS x O LIVRO DOS DIAS
  • 1965 (DUAS TRIBOS) x QUANDO VOCÊ VOLTAR
  • ACRILIC ON CANVAS x DEZESSEIS
  • BAADER-MEINHOF BLUES x SERÁ
  • EDUARDO E MÔNICA x A DANÇA
  • SETE CIDADES x EU SEI
  • ESPERANDO POR MIM x DANIEL NA COVA DOS LEÕES
  • MENINOS E MENINAS x POR ENQUANTO
  • PERFEIÇÃO x OS ANJOS
  • FABRICA x ÍNDIOS
  • QUANDO O SOL BATER NA JANELA DO TEU QUARTO x ANDREA DORIA
  • EU ERA UM LOBISOMEM JUVENIL x O DESCOBRIMENTO DO BRASIL
  • A FONTE x FEEDBACK SONG FOR A DYING FRIEND
  • A TEMPESTADE x GIZ
  • QUÍMICA x QUE PAÍS É ESSE
  • PAIS E FILHOS x TEMPO PERDIDO