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segunda-feira, 26 de junho de 2023

Tour de France - L'Étape Rio (25/06/2023)

 






A França é aqui!

Não, é claro que não é! Mas neste último final de semana, a paisagem encantadora do Rio de Janeiro ganhou ares de Paris, de Riviera, de Côte d'Azour, com uma etapa exterior da principal volta ciclística do mundo, a Tour de France. A competição, fora do circuito oficial, mas avalizada pelo evento original francês, passou por algumas das principais vias, pontos e paisagens mais marcantes da Cidade Maravilhosa, como o Aterro do Flamengo, a Enseada de Botafogo, Copacabana, Ipanema, a Vista Chinesa e deu aos cariocas, pela terceira vez, um gostinho da tradicional prova disputada a mais de 100 anos na terra da Marselhesa.

Sinceramente, não me dei ao trabalho de acordar cedo para ver a largada, às 6h da manhã, nem fiquei acompanhando os principais pontos do percurso, mas tirei umas fotos pelos pontos por onde passei com a minha bike, e deixo o registro com vocês, aqui no Click do ClyBlog


Competidores no Aterro do Flamengo

Pelotão indo

A prova emoldurada pela bela paisagem do Rio de Janeiro

Detalhe dos ciclistas, na área portuária do Rio


fotos: Cly Reis

domingo, 11 de junho de 2023

Exposição “ÀMÌ: Signos Ancestrais” - Espaço Cultural Arte Sesc - Rio de Janeiro/RJ (16/05/2023)

 

Foram poucos dias de visita à minha família naquela que é minha segunda cidade, Rio de Janeiro, mas de uma programação cultural significativa. Teve show, feira, bares, passeios, flâneur e, claro, exposições de arte. Dentre elas, uma que juntou mais de um desses atrativos: após uma caminhada pelas ruas entre o Cosme Velho, a Laranjeiras e o Flamengo, minha mãe e eu fomos parar no charmoso Espaço Cultural Arte Sesc, novo espaço cultural do Rio ao qual já saí de Porto Alegre com intenção de conhecer. Minha mãe, já tinha ido ao bistrô tempo antes, mas não às salas expositivas, que guardavam uma rica surpresa para nós: um encontro com as nossas raízes pretas na bela mostra tripla “ÀMÌ: Signos Ancestrais”.

Antes de mais nada, vale, contudo, conhecer o próprio espaço em si, mesmo que não se almeje ver alguma exposição. Instalado num belo casarão em estilo Eclético construído em 1912, o Espaço Cultural Arte Sesc foi a moradia do empreendedor tcheco Frederico Figner, pioneiro da indústria fonográfica no Brasil e fundador da Casa Edison e da Odeon, a primeira gravadora musical do país (olhe só esses reencontros com aquilo que a gente gosta). Originalmente denominada Mansão Figner, a edificação representa ideais da época em que o Rio de Janeiro era a capital do país, sendo uma das mais relevantes e significativas casas de natureza residencial que integram o patrimônio arquitetônico da cidade.

A bela casa estilo
Eclético do novo espaço
cultural do Rio
Mas voltando à exposição. Ou melhor: tripla exposição. A partir da palavra “ÀMÌ”, que designa “signo” e “símbolo” na língua yorubá, os jovens artistas Guilhermina Augusti e Raphael Cruz valem-se da brilhante e referencial obra do baiano Emanoel Araújo, um ícone da arte brasileira e negra no Brasil, para traçar um diálogo revelador e propositivo. Trazidos da África para o Brasil no século XIX, o povo de origem nagô, antes residente abaixo do deserto do Saara, possuía uma riqueza de ritos, cultos, pensamento matemático que acabaram sendo incorporados ao Brasil como partícipes da cultura nacional. É desta riqueza ancestral que Araújo sempre desvelou raízes e signos afrodescendentes.

As divindades do Candomblé estão identificadas seja na figuração quanto na abstração, em que os artistas assumem um lugar de representação e representatividade. Instigante, a obra de Guilhermina coopta essa divindade para uma realidade mais urbana e moderna, colocando neste panteão personagens pretos como Madame Satã, Yêdamaria e Arthur Bispo do Rosário na sequência de serigrafias. Ela também instiga a reflexão no díptico “Noite Eterna”, em que o machado de Xangô sustenta seu povo, seja no dia ou na noite, quer dizer, na eternidade. Interessante também o painel de Cruz, transversalizando a arte urbana do seu bairro, Irajá, família, ancestralidades e musicalidades afrorreferenciadas.

Mas, evidentemente, o grande impacto fica por conta da seção destinada a Emanoel Araújo. Falecido precocemente no ano passado, este intelectual nascido na terra de Caetano Veloso e Maria Bethânia, Santo Amaro da Purificação, foi escultor, desenhista, ilustrador, figurinista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo. Suas obras tensionam tridimensionalidades que dialogam com construções totêmicas africanas num conjunto de dogmas retrabalhados e reinscritos em um novo lugar: na diáspora afro-brasileira. É o que se vê na assombrosa capacidade de síntese que suas peças deflagram, caso da impactante “Exu”, montada a partir de elementos não apenas artísticos mas, antes de tudo, totêmico: espelhos, miçangas, cabaças, conchas, pregos e ferro. Em sua concepção que amalgama pesquisa em profundidade e sentimento de identidade, a técnica se reveste de simbologia.

O curador da mostra se refere à Araújo dizendo que este “observa e reflete a África em dimensões contemporâneas, pensa a travessia dos signos, registra o povo negro com amabilidade e doçura, raras nas interpretações violentas e caricatas de então, direcionando-se, também, à percepção de si como um homem negro afrodiaspórico”. “Relevo” (madeira e tinta automotiva), “Xangô” (madeira, tinta automotiva, vidro, machado, máscara e miçangas) e “Sem título” (madeira policromada) trazem isso com absoluta coesão. Neste aspecto, a arte de Araújo remete às composições geométricas de um de seus mestres, o conterrâneo Rubem Valentim – com quem há paralelo, inclusive, em outra exposição que visitei, no Casa Roberto Marinho. Os símbolos e emblemas afro-brasileiros de Valentim reaparecem revisitados e ressignificados em Araújo.

Confiram, então, algumas fotos e vídeos da exposição e do espaço:

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Entrando na sala expositiva


Arte urbana de Raphael Cruz no Arte Sesc

Guilhermina Augusti e suas novas divindades

A eternidade do machado de Xangô 

A fascinante obra de 1985, mais antiga da mostra

A densa "Exú", de Emanoel Araújo

Outra obra divina de Araújo

Detalhe da madeira policromada

Os dois flâneurs do Rio encerrando o passeio na exposição

E este blogueiro em frente ao mural do Arte Sesc


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Exposição "ÀMÌ: Signos Ancestrais"
local: Espaço Cultural Arte Sesc
Av. Marquês de Abrantes, 99 - Flamengo (Rio de Janeiro)
período: até 31 de outubro de 2023
horário: de segunda a sábado, das 12h às 19h
ingressos: Gratuito


Daniel Rodrigues

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Caetano Veloso - Tim Music - Praia de Copacabana - Rio de Janeiro /RJ (27/05/2023)



Fiquei longe, leitores.
Tava com a filha e não quis adentrar a multidão.
Já tive a oportunidade de assistir a uma série de grandes artistas brasileiros, de graça, em eventos patrocinados ou iniciativas públicas de prefeituras. Em Porto Alegre, vi Gilberto Gil, Jorge Benjor, já aqui no Rio vi Jards Macalé, Erasmo Carlos, Hamilton de Hollanda, vi Paulinho da Viola lá e aqui, João  Bosco também em ambas as cidades, no entanto, nunca havia tido a ocasião de assistir a um show de Caetano Veloso. E eis que em mais um desses eventos de iniciativa privada, se afigurou a chance. Num evento promovido pela operadora Tim, na praia de Copacabana, o músico baiano foi uma das principais atrações e, como não  poderia deixar de ser, estive presente.

Caetano é muito carisma, é muita doçura, muita poesia e entregou um show à altura de sua grandeza. Embora não tão conhecida do grande público, "Meu Coco", que abriu a apresentação, não decepcionou ninguém, provocando uma calorosa recepção e uma entusiasmada reação do grande público espalhado pela areia da praia. Para minha agradável surpresa, o músico executou a fantástica "You Don't Know Me", de seu lendário álbum "Transa", de 1972. Os trabalhos seguiram com diversos sucessos que cativaram o público e fizeram todo mundo cantar: "Qualquer Coisa", "Um Índio", "Tigresa", "Baby", "Cajuína"... A escolha por tocar Sampa, homenagem tão reverencial à cidade "rival" foi, na minha opinião, algo de um gosto um tanto duvidoso em meio a uma festa tão carioca, mas, em meio à  praia, em plena Cidade Maravilhosa, Caetano compensou a "gafe" com a carioquíssima "Menino do Rio".
"Reconvexo" agitou a galera e fez todo mundo cantar junto, "Odara" pareceu passar uma energia toda especial e fez o corpo de todo mundo ficar meio odara, e Caetano se despediu com vibrante "A Luz de Tieta" deixando, ao final, somente as vozes do público entoando o refrão.
Belíssima apresentação. Emocionada e emocionante. Em tempo consegui vê-lo ao vivo! Brincando, brincando,  o cara já  tem 80 anos e... sem querer secar ninguém (Deus me livre!) Ninguém vive pra sempre.
Mas o que tínhamos lá era um " de 80 anos mas ainda cheio de energia e vivacidade Já  posso dizer, com toda a satisfação e orgulho: eu vi, ao vivo, Caetano Veloso.

Um dos momentos mais marcantes e emocionantes do show.
"A Luz de Tieta" só na voz da galera.



Cly Reis

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Exposição "Um Defeito de Cor" - Museu de Arte do Rio - MAR (14/05/2023)











"Quando não souberes
para onde ir,
olha para trás
e saiba
pelo menos
de onde vens"





Programa de Dia das Mães foi passeio no Museu de Arte do Rio com a coroa. Tivemos a oportunidade de visitar diversas exposições, espalhadas pelo amplo espaço do MAR, das quais falaremos aqui no ClyArt, oportunamente, mas num primeiro momento vou me ater à maior delas, àquela de destaque no espaço, a mostra "Um Defeito de Cor", mostra coletiva, inspirada no livro de mesmo título, contando com mais de 100 artistas com foco na negritude e em todas as suas nuances, desde a sua influência, sua inegável contribuição cultural, à resistência da sociedade branca de ontem e hoje, o amordaçamento, a discriminação, e o genocídio preto nosso de cada dia.
Uma exposição linda, muito intensa e comovente, seja pela beleza, seja pela denúncia. Enfim, um programa que não faz o visitante passar indiferente. Escancara, como diria o poeta, "a dor e a delícia de se ser o que é".

Fique, na sequência, com algumas imagens da exposição:


Já, de cara, a impactante instalação que denuncia a morte de crianças pretas.
"80 peças de roupa, 8 balas, 40, fio de nylon", de Priscila Rezende

Série de xilogravuras de Caribé

A tapeçaria "Diáspora", do artista J. Cunha

Esculturas que remetem ao poder, à luta e a religiosidade negra

A belíssima "Mulher Pássaro", de Nádia Taquary

E da mesma artista, " Mulher Peixe"


Belíssimos registros de Pierre Verger


A alegria, o samba, a musicalidade 
no lindíssimo "Fim de Tarde", de Wallace Pato

Os orixás representados em bonecas

Paisagem da Bahia, de Milton da Costa

Série de "Afrocolagens", de Silvana Mendes

Objetos e artefatos africanos

Belíssima instalação com inspiração na areia e no mar

Uma vista mais ampla da segunda sala da exposição

Expressiva escultura em madeira


"Bananal", da pintora Djanira

Belíssima pintura representando o Mercado de Peixes


Instalação coletiva "Fundamento"

Fantasia carnavalesca, de Alexandre Louzada e André Rodrigues
da Escola Beija-Flor de Nilópolis

Pequenos ídolos em metal, de autoria desconhecida

"Grupo", escultura de Maurino Araújo

A fortíssima "Insondável Mistério", de Nádia Taquary,
que compõe um conjunto com outras pinturas e instalações

Este seu blogueiro, documentando a exposição





Cly Reis

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Exposição "Um Defeito de Cor"
local: Museu de Arte do Rio
Praça Mauá - Centro (Rio de Janeiro)
período: até 27 de agosto de 2023
horário: de terça a domingo, das 10h30min, às 17h
ingressos: R$20,00 (inteira) / R$10,00 (meia-entrada)



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Mesa do Imperador - Parque Nacional da Tijuca - Rio de Janeiro / RJ

 





Belíssimo mirante, localizado no Alto da Boa Vista, dentro do Parque Nacional da Tijuca, era um dos locais favoritos de Dom Pedro II para uma refeição diante da mais bela vista da Cidade Maravilhosa.

Hoje o local, situado a quase 500 metros de altitude, tornou-se um dos pontos preferidos para ciclistas, aventureiros e visitantes que buscam, além de um ponto de parada para suas trilhas, muita beleza e um belo ponto para aquela bela foto. 

Um pouco adiante, ali, na mesma via, fica a famosa Vista Chinesa, outro dos locais prediletos do Imperador, para onde segundo consta, ele, não raro, dava uma esticadinha depois do lanchinho em sua suntuosa mesa de concreto.


Aqui, a Mesa em questão.
Ponto de refeições e convescotes do antigo soberano do Brasil Imperio.

A belíssima rampa que leva ainda mais alto na trilha.

Outros caminhos por dentro da mata da Floresta da Tijuca.

Escadarias em torno da Mesa do Imperador.

Para quem quiser subir ainda mais que os 500 metros,
aonde está localizada a Mesa.


E a lindíssima vista que D. Pedro II apreciava durante seus piqueniques.
Sabia das coisas esse Imperador, hein!



fotos: Cly Reis