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domingo, 17 de setembro de 2023

Exposição "Heitor dos Prazeres é meu nome", de Heitor dos Prazeres - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - Rio de Janeiro / RJ

 




"Eu sou Heitor dos Prazeres,
Heitor dos Prazeres é meu nome.
Este prazer que eu tenho no nome
é o prazer que eu divido com o povo.
Este povo com quem eu reparto este prazer.
Este povo que sofre, este povo que trabalha,
este povo alegre que eu compartilho a alegria desse povo.
A alegria deste povo,
o sofrimento deste povo
é o que me obriga a trabalhar.
É o que me faz transportar para a tela
o sofrimento do povo."
Heitor dos Prazeres


A gente vai protelando, deixando pra depois, pro próximo final de semana, pro próximo, pro próximo, e às vezes acaba perdendo uma exposição daquelas que valem muito a pena.
Nessas de empurrar pra depois, acabei quase perdendo a exposição de Heitor dos Prazeres, no CCBB, aqui no Rio.
Mas deu tempo.
Fui no penúltimo final de semana, mas deu.
Heitor dos Prazeres, um dos maiores nomes das artes no Brasil, retratava em sua obra cenas cotidianas, normalmente com a figura do negro em destaque. Tradições, folguedos, festas, trabalho, brincadeiras, tudo aparece nos quadros do pintor carioca, com muito movimento, muito ritmo e muita cor, numa técnica que, à primeira vista, pode parecer limitada, primária, ingênua, mas que revela uma noção de espaço  e dimensionalidade quase ímpar na pintura mundial.
Heitor, artista multitalentoso, além de pintor, era também escultor, designer, estilista, compositor, violonista e cantor, com igual brilho e talento em todas essas outras áreas. Mas, indiscutivelmente, foi a pintura a atividade que representou a parte mais significativa de seu trabalho e, indubitavelmente, a que lhe rendeu maior reconhecimento, sendo a que recebe maior destaque na exposição e a que apresenta o maior número de itens.
Uma exposição essencial de uma obra valiosíssima da arte brasileira. Uma arte que representa tanto a cultura negra que parece emitir som, suas imagens parecem produzir o ritmo do samba. 

Prazeres? O prazer é nosso por ter o privilégio de apreciar sua obra.


Confira, aí, abaixo, alguns momentos da exposição:

*****************

A formação das favelas cariocas, na pintura de Heitor dos Prazeres

Heitor também retratava cenas rurais em sua obra.
Negros trabalhando na roça.

Mais uma situação de trabalho.
Aqui, uma lavadeira

O belíssimo "A mulher abstrata" (óleo sobre tela)

A feira, mais uma cena cotidiana

Aqui, a seção dedicada à música.
Danças, festas, carnaval...

"Os sambistas", óleo sobre tela de 1963

Brincadeiras, crianças se divertindo na rua.

Detalhe de um dos quadros que retrata as brincadeiras da infância


Carteado, sinuca... As jogatinas

Os nus também marcaram presença na obra do artista.
No quadro, uma modelo posando para um pintor


Já em sua fase final, alguns quadros apresentavam uma
perspectiva pessimista do artista.
Neste, a solidão, a vulnerabilidade, o mercado o consumindo.


Também de sua fase final, o belíssimo "Praça XV"

Alguns esboços do artista


As partituras para sambas e o envolvimento crucial com o carnaval
para a criação das escolas de samba

A parte musical de Heitor dos Prazeres é tão significativa quanto a plástica

Trabalhos de Heitor para cenografia de peças


Figurinos do artista para um musical

Em detalhe, uma peça de vestuário desenhada pelo artista

O lado escultor de Heitor dos Prazeres.
Escultura em madeira.

Uma geral de uma das salas da exposição


Este blogueiro tendo o prazer de
apreciar a obra de Heitor dos Prazeres



*****************

exposição "Heitor dos Prazeres é meu nome", de Heitor dos Prazeres
local: CCBB Centro Cultural Banco do Brasil - Rio de Janeiro
endereço: Rua Primeiro de Março, 66, Rio de Janeiro / RJ
período: até 18 de setembro de 2023
visitação: de segundas, quartas, quintas, sextas e sábados, das 9h às 21h
e domingos das 9h às 20h
ingresso: gratuito




por Cly Reis



quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Música da Cabeça - Programa #333

 

Vocês acreditam em números cabalísticos? Acho melhor começar a acreditar, pois um MDC de 333 num dia 30 de um ano '3' vai te fazer olhar diferente para o céu. Afinal, só uma combinação misteriosa dessas para ter o poder de juntar Chico Buarque, Airto Moreira, R.E.M., Emicida, Geraldo Pereira e outros astros numa quadratura só. E quer mais mágica que Edu Lobo e Dori Caymmi 80 voltas ao redor da Terra na mesma semana? Olha: tô achando melhor se convencer, afinal 21h, hora do programa, são 2 + 1, que dá 3 de novo! Isso tudo na esotérica Rádio Elétrica com produção, apresentação e numerologia de Daniel Rodrigues


  (www.radioeletrica.com)



quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Música da Cabeça - Programa #329

 

sinéad o'connor não nos ensinou só a admirar a beleza de sua arte, mas a levar a música literalmente na cabeça. o programa hoje terá ela e muito mais coisas, como beck, dona ivone lara, the stranglers, vitor ramil e mais. tem, claro, a própria sinéad no quadro sete-list. combatendo o poder, o mdc entra na briga às 21h na aguerrida rádio elétrica. produção e apresentação sem comparação: daniel rodrigues 


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quarta-feira, 12 de julho de 2023

Música da Cabeça - Programa #326

 

Evoé, MDC! Na roda viva da vida, a arte perde ZÉ CELSO, mas ganha a afirmação de sua eternidade. Celebrando este sempre, o programa traz ele e muitas outras peças, que vão de MY BLOODY VALENTINE a TIM MAIA, de CAN a GERALDO AZEVEDO, de ZÉ MIGUEL WISNIK a ANDRÉ ABUJAMRA. Desafiando a plateia, subimos ao palco hoje às 21h na inquieta RÁDIO ELÉTRICA. Produção, apresentação e "merda!": DANIEL RODRIGUES.



quarta-feira, 28 de junho de 2023

Música da Cabeça - Programa #324

Pode desmobilizar o motim: a ordem agora é para curtir o MDC. Aqui não tem espaço pra Grupo Wagner, e sim pra grupos como U2, Nenhum de Nós, The Seeds, Os Mulheres Negras, Garbage e mais. No "Cabeção", uma homenagem aos 8.0 do maestro Eumir Deodato. Avançando pelas ruas da cidade, a tropa musical toma posto às 21h na amotinada Rádio Elétrica. Produção, apresentação e voz de comando: Daniel Rodrigues.


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quinta-feira, 15 de junho de 2023

"O Som dos Negros no Brasil - Cantos, Danças, Folguedos: Origens", de José Ramos Tinhorão - ed. 34 (2008)

 



Estudo sobre as origens e influências dos ritmos de origem africana no Brasil

"Tendo caminhado naquele dia até quase as quatro da tarde,
ouvi perto da estrada, por onde se descia a um vale,
a música pastoril dos pretos, que parecia
se estavam suavizando do jugo do trabalho."
Nuno Marques Pereira, peregrino português,
em relato do final do séc. XVII


"A música tem, em elevado grau,
a faculdade de espairecer o espírito dos negros e,
naturalmente que ninguém lhes pretendia negar o direito
de suavizar sua dura sorte caras quão
desagradáveis aos ouvidos dos outros.
Consta que certa vez se pretendeu proibir que os negros cantassem
[enquanto trabalhavam] para não perturbar o sossego público.
Diminuiu, porém, de tal forma a sua capacidade de trabalho
que a medida logo foi suspensa."
Reverendo Kidder, missionário metodista, 
em relato de 1837


Numa dessas, conversando com minha mãe sobre blues, sobre meu gosto pelo gênero, o efeito que aquele ritmo produz em mim, comentei com ela sobre sua origem, um canto oprimido, simulado, trabalhando, na escravidão, nos campos de algodão do sul dos Estados Unidos. Foi então que ocorreu a ela me apresentar o livro "O Som dos Negros no Brasil", no qual se dava uma situação  semelhante, de escravos negros cantando mesmo durante a mais pesada e forçada labuta. Efetivamente, o livro do jornalista e pesquisador José Ramos Tinhorão dedica uma parte de seu estudo a esse curioso pormenor, contudo, em absoluto, se limita a isso. É um abrangente e muito bem documentado estudo que retorna desde antes da própria colonização em terras brasileiras, já relatando os hábitos e manifestações dos cativos africanos em seu próprio território, em terras portuguesas e, capturados, já submetidos, a bordo das embarcações dos exploradores.

Tinhorão examina a fundo cada passo da manifestação musical dos negros escravizados no Brasil, desde as senzalas, as manifestações religiosas de seus deuses e entidades, as limitações, as proibições, as pequenas concessões dos brancos, avançando para uma tímida 'entrada' na Casa-Grande, a uma gradual aceitação da sociedade, e chegando a apropriação por parte do branco, dos sons dos negros, originais de rituais e folguedos, adaptados a ritmos menos 'selvagens'. Cada detalhe é comprovado por cartas, anúncios de vendas de escravos, matérias jornalísticas da época, documentos oficiais, relatos de viajantes e pesquisadores, e documentos oficiais, não deixando margem de dúvida quanto a datas, locais ou envolvidos em determinado episódio que marque o desenvolvimento dos ritmos negros no nosso país.

À parte as curiosidades, a maneira inferior como eram tratados os hábitos musicais africanos, o desprezo e a resistência da sociedade em relação à introdução desses ritmos na cultura 'civilizada', me chamou atenção, particularmente, a dimensão da influência que esses sons, que essa cultura negra teve na própria música portuguesa, em especial no fado. Dada a leveza e a melancolia do gênero musical tipicamente lusitano, nunca imaginaria ter sofrido tamanha influência da umbigada e do lundu dos negros, afro-brasileiros ("A julgar pela descrição das danças do lundu e do fado feitas por viajantes (...) os pontos coincidentes entre as duas danças são tantos que quase se poderia no fado como um segundo nome para o mesmo lundu.").

Enfim, uma bela recomendação de leitura. Muito melhor do que imaginava. Estudo, pesquisa, trabalho documental, mas nada maçante. Muito pelo contrário! Leitura extremamente prazerosa e estimulante.


Cly Reis 

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Música da Cabeça - Programa #322

 

Se o clima de Dia dos Namorados ainda está no ar, aqui ele permanece em forma de música. Sente só se não é de se apaixonar: Adoniran Barbosa, Th' Faith Healers, Sean Lennon, Novos Baianos e Roberto Carlos. Não tô dizendo que é puro amor? Somando a isso, ainda tem quadros, letra e... mais música. Então, entregue-se de corpo e alma ao MDC, às 21h, na arrebatada Rádio Elétrica. Produção, apresentação e coração preenchido: Daniel Rodrigues


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quarta-feira, 29 de março de 2023

Música da Cabeça - Programa #312

 

Sei que não dá pra ver direito assim de longe o que tá escrito no dirigível. A gente põe uma lupa pra facilitar, mas já dava pra imaginar que é o anúncio do MDC 312, né? O que mais seria? Sobrevoando a cidade hoje estão Nas, Pixinguinha, Lobão, The Clash, Planet Hemp e mais. No quadro especial, um Sete-List daqueles de pura interessância. Também quer viajar nesse balão? Vem com a gente, que é só subir às 21h, na zepeliniana Rádio Elétrica. Produção, apresentação e altos voos: Daniel Rodrigues


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quarta-feira, 15 de março de 2023

Música da Cabeça - PROGRAMA ESPECIAL Nº 310

 

É Lucio Agace in da house, man! O Lucio da banda Código Penal e outros projetos. É ele no MDC de nº 310, que roda nesta quarta-feira, 15/3, às 21h, na antenada Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues. Confere o vídeo aí!



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quarta-feira, 1 de março de 2023

Música da Cabeça - Programa #308

 

Ele voltou! Ah, está falando do Zé Gotinha? Tudo bem, pois a gente voltou também, mas com o programa de hoje. Vamos pingar de novo muita música boa com Miles Davis, Raul Seixas, Sinéad O'Connor, Jovelina Pérola Negra, Pat Metheny e outros. Também, sete doses de George Harrison, este curandeiro que faria 80 anos. A receita é a seguinte: pegue meio copo d'água, adicione gotas de MDC e beba tudo às 21h na vacinada Rádio Elétrica. Produção, apresentação e conta-gotas: Daniel Rodrigues


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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Música da Cabeça - Programa #307

 

Naquele clima de fim de Carnaval? Não deixa as cinzas da quarta-feira te cobrirem. Mas como? A gente dá uma ajudinha no MDC. Levantando a poeira, o programa de hoje vem com The Cure, Chico Buarque, Yoko Ono, Tim Maia, Nina Simone e mais, além de uma da Velha Guarda da Portela pra não dizer que a gente se esqueceu de sambar. Hora de guardar a fantasia de rei ou de pirata ou jardineira pra tudo começar na quarta-feira, às 21h, na ressacada Rádio Elétrica. Produção, apresentação e começo da quaresma: Daniel Rodrigues.


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terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Nelson Cavaquinho: Palhaço

 



"Palhaço" - REIS, Cly
fan-art inspirada na obra de Nelson Cavaquinho
(ilustração digital - GIMP)



"Nelson Cavaquinho: Palhaço"
Cly Reis

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Música da Cabeça - Programa #297

 

Pela vontade do povo brasileiro, expressa pelas audições radiofônicas da maioria, em testemunho desse fato viemos anunciar a excelentíssima edição de n° 297 do Música da Cabeça. Habilitados como testemunhas desta nomeação temos My Bloody Valentine, Chico Buarque, Sapo Boi, Snap!, João Donato e outros cidadãos de impoluta credibilidade. Nos termos da Constituição Federal, o MDC entrará no ar a 14 dias de dezembro do ano de 2022, à vigésima primeira hora na diplomada Rádio Elétrica. Produção, apresentação e democracia devolvida: Daniel Rodrigues.


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quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Música da Cabeça - Programa #296

 

Não fica assim, Busquets! Marrocos só está tomando a Espanha de novo. Olha só: pra você amargar a derrota da melhor forma possível, hoje tem MDC, que vai trazer bálsamos como Whale, Joy Division, Criolo, Adoniran Barbosa e mais. Ainda tem Cabeção sobre o saudoso Arnaud Rodrigues e Música de Fato sobre Os Sertões. É muita coisa boa pra ficar com essa cara aí de chororô! Faz assim: põe na arábica Rádio Elétrica às 21h, que essa ressaca passa. Produção, apresentação e classificação: Daniel Rodrigues


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