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terça-feira, 6 de agosto de 2024

10 músicas francesas de autores não-franceses


Eles não são franceses, mas manjam dos “mon amour”. A sonoridade do idioma francês enseja à musicalidade. E que músico que não gostaria de cantar uma canção em francês? Há os que se aventuraram com muito sucesso, a se ver por Cássia Eller com "Non, je ne regrette rien", Grace Jones com “Libertango” ou Caetano Veloso em "Dans mon Ile". 

No entanto, cantar em francês é uma coisa. Agora, compor não sendo da terra de Piaf é, aí sim, tarefa para poucos. 

Poucos e bons, é possível dizer. Em época de Olimpíadas de Paris, fizemos aqui uma pequena lista de músicos não-franceses e suas composições, originais, na língua de Hugo. E é cada preciosidade, que Aznavour diria, com toda a certeza: “Oh là là”!, elogio que até quem não é da França compreende.

Semelhante ao que fizemos há 3 anos quando das Olimpíadas de Tóquio, pinçamos só coisas interessantes, desde roqueiros a jazzistas, de músicos populares a eletrônicos. Só coisa boa, só "crème de la crème". Confiram aí!

PS: Pensaram que a gente ia puxar a Gretchen cantando "Melô Do Piripipi", hein!?




“La Renaissance Africaine” – Gilberto Gil
Certa vez, nos anos 90, assistia na TV5, canal de televisão estatal francês, a uma entrevista do craque Raí, cidadão francês e ídolo por lá. Até que, de repente, quem o apresentador chama para entrar no estúdio? Gilberto Gil. Com um francês em dia, o mestre teria uma lista só sua de composições francófonas. Uma delas, destacamos aqui, talvez a mais bela de todas, originalmente de 2008 e gravada de maneira gigante em "Concerto De Cordas & Máquinas De Ritmo". Numa Olimpíadas em que grande parte dos atletas da casa são descendentes diretos de africanos, esta música se torna cada vez mais pertinente e poética.




“Dis-mois Comment” – Chico Buarque
O cara tem casa em Paris, onde, aliás, passou o seu recente aniversário de 80 anos. É outro da MPB que domina o francês talvez tanto quanto o português pelo qual é multipremiado como escritor. Tanto que é capaz de escrever canções como “Joana Francesa”, feita para a voz de Jeanne Moreau para o filme homônimo de 1973 na qual brinca com a sonoridade de um idioma e outro. Mas esta aqui, em especial, é integralmente em francês. Trata-se de ser uma das 14 joias da parceria Chico Buarque e Tom Jobim, que nada mais é do que "Eu te Amo", que o autor gravou com a cantora Cecília Leite em 2005.





“Le Petit Chevalier” – Nico
Nico iniciou a carreira musical muito bem amparada por nomes como Bob Dylan, Jackson Browne, Lou Reed e John Cale. Porém, embora o inquestionável talento dessa turma, ela ficava sempre muito dependente e, pior, subjugada a homens e relegada apenas a uma intérprete. Foi então que, em 1971, ela mesma compôs faixa a faixa aquele que é seu melhor álbum: “Desertshore”, no qual consta esta bela canção de ninar cantada em francês pela voz do pequeno francesinho Ari Boulogne, filho da musicista e modelo com o ator Alain Delon, à época com 9 anos. Uma preciosidade, ou melhor, "un bijou".






“Orléans” – David Crosby
Neil Young é amado pelos fãs de rock, mas da turma do folk rock da Costa Oeste David Crosby talvez seja o mais lendário deles. Após encabeçar projetos célebres como a The Byrds, a Crosby, Stills, Nash & Young, ele lança, em 1971, seu primeiro disco solo. Afiado melodista assim como seus parceiros de estrada, ele traz no seu maravilhoso “If I Could Only Remember My Name”  a linda “Orléans”. Tá certo: trata-se de um tema tradicional do folclore norte-americano, mas a roupagem dada pelo arranjo de Crosby justifica o crédito.





“Aéro Dynamik” – Kraftwerk
Por meio e através das máquinas, eles criaram sons universais. Nada mais natural, então, de criarem músicas não apenas no alemão, seu idioma original, mas em outros diversos como inglês, espanhol, português e até japonês. Para a língua da França, no entanto, a Kraftwerk guardou um trabalho especialmente dedicado, que é o belíssimo disco “Tour de France Soundtracks”, de 2003. Todas as músicas não instrumentais receberam letra em francês, como esta, que fala sobre um dos elementos essenciais para o ciclismo e outros esportes de velocidade: a aerodinâmica.





“La Pli Tombé” – Marku Ribas
Marku Ribas é daqueles craques da música brasileira que o Brasil não conhece. Talvez até por isso, ele seja mais bem entendido por quem fala francês. Tendo morado em Paris no final dos anos 60 (atuou neste período em filmes de Robert Bresson e Jean-Marc Tibeau, no qual interpreta o líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes, inclusive), este mineiro incontrolável foi parar na Martinica, onde oficialmente fala-se francês, mas não-oficialmente o crioulo. Numa mistura dessas duas fontes, Marku escreveu algumas de suas canções, como esta, baseada em um folclore tradicional martinicano, que grava em seu excepcional disco “Marku”, de 1976.





“Bonjour, Monsieur Gendarme” – Chico César
Outro talentoso músico brasileiro também se aventurou pelo bom “français”. Chico César, em seu álbum “Vestido de Amor”, de 2022, gravado em Paris e que tem, além da produção do franco-belga Jean Lamoot, toques de músicos africanos, brasileiros e franceses. Primeira composição feita por Chico em francês, foi uma das iscas para atrair os ouvintes de lá para a edição estendida do álbum. Espertinho esse Chico César.





Valse Au Beurre Blanc” – Ed Motta
O ouvido de Ed Motta capta e absorve tudo que é som do mundo. Da tão admirável Paris, não seria diferente. No seu “Dwitza”, de 2009, considerado por muitos seu melhor trabalho, ele manda ver nesta genial “chanson” – e com uma pronúncia daquelas de quem sabe o que está cantando. Mais do que isso: convida para os vocais um coro de barítono e sopranos e ao estilo Bel Canto elegantérrimo. Ah, detalhe: é ele, Ed, quem toca todos os instrumentos. “Va te faire foutre!”, é só o que posso dizer.





Le Mali Chez la Carte Invisible” – Tiganá Santana
O primeiro álbum do compositor, cantor e instrumentista baiano Tiganá Santana, "Maçalê", lançado em 2010, é nada mais, nada menos, do que o primeiro álbum na história fonográfica do Brasil em que um autor apresenta canções próprias em línguas africanas. São línguas do tronco linguístico bantu, mas onde também entra bela canção em francês inspirada em reconstruções idiomáticas de várias pessoas que habitam o solo do continente africano.




Purquá Mecê” – Os Mulheres Negras
A música saiu na gozação com o idioma francês, daquelas típicas da dupla Maurício Pereira e André Abujamra, principalmente, que faria várias dessas na sua banda Karnak anos depois com o russo, o espanhol, o esperanto e por aí vai. Além de ser um barato, a letra, que não diz coisa com coisa, explora a sonoridade do francês e tenta (sim, tenta) traduzir para o português. Clássico d'Os Mulheres Negras.




Daniel Rodrigues

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Copa do Mundo Kraftwerk - Semifinais

Restaram quatro.

Argentina, França, Marrocos e Croácia. 

Ops... Não!

Eu tô falando da nossa Copa do Mundo.

Se lá no Catar temos dois europeus, um sul-americano e um africano, no nosso certame futebolístico-musical temos duas do álbum Trans-Europe Express, uma do Tour de France Soundtracks e uma do Radio-Activity. 

Será que a França vai para afinal no Catar e Tour de France vai para a final aqui? Será que teremos uma final dos ferroviários? Ou será que os radiativos chegarão à grande decisão pra causar uma explosão atômica?

Saberemos...

Agora tudo é semifinal!


Sorteio feito, confira aí, abaixo, como ficaram os confrontos da Copa do Mundo Kraftwerk:




quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Copa do Mundo Kraftwerk - classificados das oitavas-de-final


Afunilou! 

Só ficaram oito.

Nas oitavas, em alguns casos deu a lógica, em alguns tivemos surpresas, mas o inevitável é que alguns grandes times comecem a ficar pelo caminhoagora. The Model dançou, Autobahn caiu fora e, talvez a maior zebra da rodada, The Man-Machine deu adeus à competição.

 Mas, também, com tão poucos concorrentes na briga, nessa reta final, não tem como alguns bons não se despedirem.


Confira aí o comentário dos confrontos, dos nossos julgadores e, consequentemente, os classificados para as quartas-de-finais:


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resultados de Luciana Danielli


Radioactivity 3 X 1 The Model 

Estou me sentindo entre a cruz e a caldeirinha fazer a escolha da melhor música para dois duelos de uma das bandas mais importantes ao meu ver, quando se trata de música eletrônica, que surge a partir do pós-Guerra, com as mudanças para a chegada do contemporâneo.

Realmente deveria nascer das profundezas de um país que abalou as estruturas do século XX. Alemanha, como tu és importante!

Escolher as melhores músicas do Kraftwerk é uma tarefa difícil, pois a qualidade sonora, além de estar na vanguarda pra influenciar uma década (I love 80's), bem como estamos com eles no século XXI nós fazendo afirmar que sintetizadores, samplers e agora digitalizados, sem Kraftwerk não sei como seria.

Bom, sem mais delongas, vamos ao primeiro jogo:

Fico com “Radioactivity”. Que música potente, feita nos anos 70's e nós, anos 80's, mundo tivemos que encarar a tragédia de Chernobyl...

Quase profético.


 Boing Boom Tschack 2 X The Man Machine 1

Este foi a mais difícil pra mim. As duas músicas são obras-primas, mas a escolhida foi “Boing Boom Tschack”, que pertence a uma das melhores discos da discografia do Kraftwerk. A sonoridade dessa música e a possibilidade de pensar que ela está mixando o disco é muito bom. Sem contar que é a cereja do bolo nos shows da banda, pois é a música para a despedida. Eu só sei que Kraftwerk é bom demais!


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resultados de Luna Gentile


Elektro Kardiogramm 1 x 2 Trans-Europe Express

Elektro Kardiogramm já faz um gol logo de início com aqulea batida do coração e voz ecoada, e sai ganhando, mas Trans-Europe não se intimida e com uma batida precisa e os elementos certos entrando ao longo da música, ou melhor, do jogo, consegue virar. TEE ganha de 2x1, uma vitória difícil, mas merecida.


The Hall Of Mirros 2 x 1 Airwaves

Airwaves começa tranquila com sua melodia suave, mas The Hall Of Mirros chega com seus passos e abre o placar: 1x0. The Hall Of Mirros, com seriedade e com aquela espécie de 'solo' incrível, marca o segundo gol. E lá no final do segundo tempo, Airwaves até faz um gol porque, no fim das contas, não jogou mal.

Assim, o placar final ficou The Hall Of Mirros 2 x 1 Airwaves.


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resultados de Cly Reis


 Autobahn 0 X 2 The Robots

Autobahn aposta na posse de bola. É um jogo lento arrastado e demora pra engrenar. Enquanto isso The Robots entra com um futebol elétrico, meio mecânico, é verdade, muito padrão e automatizado, mas eficiente. Bem típico do futebol alemão. Vitória dos robôs. 2x0, no placar final.


Techno Pop 0 X 4 Metal On Metal

Techno pop, na verdade é tipo aquele time menor na sua cidade. Tem dois grandões, campeões nacionais, continentais e tal e ele, até tem alguns estaduais e tal, mas nem se compara. Techno Pop faz parte do brilhante lado A do disco Electric Café (ou Techno Pop), mas é a parte menos brilhante da tríade completada por Boing Boom Tschack e Music Non Stop. 

Até por isso não resiste a Metal on Metal que, também faz parte de uma combinação de faixas, mas que, por sua vez, é tão boa quanto seu complemento, Trans-Europe Express. Vitória fácil de Metal on Metal: 4 x0.


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resultados de Daniel Rodrigues


Planet of Visions 2 (5) X 2 (3) Ruckzuck

Parecia uma partida qualquer de dois times que nunca são dados como favoritos entre o repertório da própria Kraftwerk. Mas sabe aquele jogo que o caldo engrossa porque os adversários se equiparam? O time mais antigo, de 1971, contra o mais recente, 2005, escolas totalmente diferentes, uma ainda com elementos acústicos; a outra, já totalmente computadorizada. E que jogão tivemos, meine jungs? “Ruckzuck” propondo jogo com seu estilo marcante, “Planet” também, este resumo das épocas e características da banda. Por este fator sintético “Planet...” se dá melhor, mas ali ali: 2 x 2 no tempo normal e vitória apertada nos pênaltis por 5 x 3.


Tour De France 1 X 0 Tour De France Étape 2

Clássico francês nos gramados da Copa Kraftwerk! Duas músicas do mesmo disco e com o mesmo nome! Em campo, o que se via era um jogo tático espelhado: 4-4-2 para os dois lados. Muita igualdade na parada. O que resolve quando o “match” está assim? A qualidade técnica e a experiência. Com o desenrolar da partida, nota-se que, mesmo com nome igual, “Étape 2” é, sim, mais inexperiente, mais afoita. Quer sair pedalando na frente sem ter preparado a jogada lá atrás. E disso “Tour De France”, a original, tem de sobra, lá dos idos de 1983, quando entrou em campo pela primeira vez. O resultado é um placar magro, 1 x 0, mas ganho sem grandes sustos para aquela que inventou toda a sonoridade do disco “Soundtracks” com décadas de antecedência e quando a tecnologia nem era tão boa assim. Tem que respeitar.


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CLASSIFICADOS:

Metal on Metal

Trans-Europe Express

Radioactivity

Boing Boom Tschak

The Robots

The Hall of Mirrors

Tour de France

Planet of Visions



Assim que sortearmos as quartas-de-final, você irá conhecer os confrontos aqui no ClyBlog ClyBola, especial de Copa do Mundo.

sábado, 31 de julho de 2021

Cantando de olhinhos puxados


 



Os alemães da Kraftwerk vestiram kimono e puxaram os olhinhos
para cantar no idioma japonês
Olimpíadas rolando em Tóquio e tá todo mundo se arriscando num "sayonara" ou num "arigatô", não é verdade? Mas falar japonês pra valer, convenhamos, é pra poucos. Dada a dificuldade de se entender a milenar língua nipônica, pode-se dizer que cantar em japonês é domínio estritamente de quem é natural de lá.

Mas será mesmo? Se depender de alguns ousados artistas, não é bem assim. Indo além do palavreado simplório, músicos de nacionalidades diferentes da japonesa também se aventuraram nessa difícil e rara empreitada. E fizeram mais do que simplesmente cantar temas originais do Japão ou versar standarts para o japonês: eles compuseram canções novas neste idioma. Seja norte-americano, brasileiro, inglês ou alemão, esses músicos, menor ou maiormente afeitos aos ideogramas hanzi, puseram a cara pra bater e fizeram obras diferentes daquilo que eles mesmos desenvolvem normalmente.

Aproveitando, então, esse clima olímpico de Jogos de Tóquio, selecionamos sete músicas de artistas não-japoneses que não só fugiram dos estereótipos como construíram bonitas obras em homenagem à cultura do país do Sol Nascente.

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“Ito Okashi” - The Passangers (1995)
Composta para a trilha da performance de mesmo nome da artista japonesa Rita Takashina, a canção, cantada por sua conterrânea Akiko Kobayashi, a Holi, é de autoria que ninguém menos que Bono Vox, The Edge, Adam Clayton, Larry Mullen Jr. e Brian Eno, ou seja: a U2 em parceria com seu melhor e mais celebrado produtor. A The Passangers, projeto criado para abarcar as diversas trilhas que a turma compôs junto fora do repertório da renomada banda, lançou um único disco com esta formação e nomenclatura, “Original Soundtracks 1” repleto dessas coisas inusitadas assim como o próprio grupo. “Ito Okashi” é certamente das mais representativas do repertório.

Clipe de "Ito Okashi",da The Passangers



“Ai no Sono” - Stevie Wonder (1979)
Da capacidade de Stevie Wonder não se pode duvidar de nada, nem que ele fique com olhos puxados como um oriental pode debaixo daqueles óculos escuros. A bela “Ai no Sono”, assim como a música da The Passangers, também nasceu de um projeto diferente e ligado a cinema. No caso, a trilha sonora para o filme de animação “Journey Through the Secret Life of Plants”, que o Estevão Maravilhoso não apenas compôs, como tocou, arranjou e produziu de cabo a rabo. Quem pode duvidar, então, que o homem invente uma canção em japonês? Embora irregular e extenso, o disco duplo, guarda essa joia que só poderia ter saído de uma cabeça genial como a de Stevie.
OUÇA



“Made in Japan”
- Pato Fu (1999)

O lado extrovertido da Pato Fu faz com que a banda mineira liderada por John Ulhoa e Fernanda Takai (de origem oriental), diferente de outros grupos “sérios” do rock nacional dos anos 90, não levasse tão a sério a si mesmos. Entre os benefícios disso, está o de levar a sério as próprias brincadeiras, como a de criar uma música toda em japonês. Para quem como eles, que cresceu jogando Hatari e vendo na TV Spectreman e Ultraman (e admite isso), não foi uma tarefa tão difícil. Música do disco “Isopor”, de pouco antes de Fernanda começar a se achar uma grande cantora, ou seja, a se levar a sério.
OUÇA



“Relax”
- The Glove (1983)

Tá certo que é só um refrão “sampleado” de uma voz masculina repetindo as mesmas frases durante a faixa inteira – provavelmente, chupada de algum filme japonês B muito esquisito. Junto a essa voz, outros recortes se entrecruzam com variações de velocidade e compressão, além de sons que fazem referência ao Oriente, como de um koto, de sinos e gongos. Mas, além do inusitado do idioma diferente do inglês em comparação com todos os outros temas cantados de “Blue Sunshine”, o maravilhoso e único disco do projeto de Robert Smith (The Cure) e Steven Severin (Siouxsie & The Banshees), a The Glove, fecha com esta tensa e lisérgica canção, digamos, nada “relax”
OUÇA



“I Love You, Tokyo”
- Os Incríveis (1968)

Em 1968, a banda de rock da jovem guarda Os Incríveis excursionaram pelo Japão e aproveitaram para gravar no álbum “Os Incríveis Internacionais” e, depois em “Os Incríveis no Japão”, a faixa “I Love you Tokyo”. Embora o título em inglês, a letra é, sim, toda em japonês. A sacadinha da turma de Mingo, Risonho, Nenê, Neno e Netinho foi utilizar uma música original da era Meiji, composta por volta do ano de 1700, para inventar a letra. “Vale essa, Arnaldo?” Vale, sim.
OUÇA



“Miki”
- Toninho Horta (2012)
Um dos vários músicos brasileiros admirados no Japão – às vezes, reconhecido mais ou antes lá do que aqui – é o mineiro Toninho Horta, violonista e compositor de mão cheia e um dos artífices do Clube da Esquina. No início dos anos 2010, em constante deslocamento entre o seu país natal e o outro lado do mundo, resolveu, então, solucionar esse problema lançando o disco “Minas Tokio”. Em parceria com a musicista japonesa Nubie, Horta, além de regravar clássicos como “Beijo Partido” e “Giant Steps” e de seus tradicionais e belos temas instrumentais, como a claramente oriental “Shinkansen”, ainda escreveu com ela músicas que fazem essa ponte entre Brasil e Japão não só pela música, mas pela letra também.
OUÇA



“Dentaku” - Kraftwerk (1981)
Os geniais pais da música eletrônica, além de cantarem em inglês e alemão em várias ocasiões, têm como característica a universalidade da sua música. É o que se vê nas músicas “Numbers”, que mistura diversas línguas, as faixas de “Tour de France”, todas cantadas em francês, “Sex Object”, com trechos em espanhol, ou “Electric Café”, quando até o português eles arranham. Por que, não, então, cantar em japonês. É o que fizeram nessa faixa, que é uma corruptela da clássica “Pocket Calculator”, do álbum “Computer World”, que, no final das contas, diz mais ou menos a mesma coisa que seu tema original: um convite para fazer/ouvir música usando as teclas de uma calculadora de bolso. 

"Pocket Calculator/ Dentaku" ao vivo, da Kraftwerk



“Império dos Sentidos” - Fausto Fawcett & Os Robôs Efêmeros (1989)
Não se enganem pelo título em português. Afinal, quem não liga este nome a de um dos mais famosos filmes rodados no Japão, o drama erótico de Nagisa Oshima que escandalizou o mundo nos anos 70? Pois foi com essa clara referência (e reverência), que os criativos Fausto Fawcett, Carlos Laufer e Herbert Vianna escreveram a música que intitula o segundo disco da banda carioca. Para isso, fazem o mesmo expediente que a The Glove: recortam um trecho de voz, neste caso, feminina, que repete a mesma frase em japonês, algo provavelmente extraído do próprio filme. Um clima misterioso e, claro, com elementos orientais além da própria letra, que é dita levemente por uma voz feminina, quase uma “narcotic android nissei com a bateria no fim”, como diria o próprio Fawcett.
OUÇA

cenas do filme "O Império dos Sentidos"


Daniel Rodrigues

segunda-feira, 11 de maio de 2020

As 5 melhores do Kraftwerk na escolha dos fãs - Homenagem a Florian Schneider

Florian Schneider, que morreu no último dia 6, foi, tanto quanto Ralf Hütter é, genial. Embora muito se hibridize a atuação de cada um na banda, não só pela coautoria de tudo, pela imagem/estética que se tem deles ou por conta da postura low profile e até arredia diante da mídia (principalmente de Florian), diz que é Florian a verdadeira cabeça da Kraftwerk.

Eberhard Kranemann, um dos integrantes da correligionária de krautrock Neu!, é categórico: “Para mim, Florian foi o fundador do Kraftwerk. Ele era a pessoa mais importante do Kraftwerk. Depois, as coisas mudaram, e eu tenho a impressão de que Ralf Hütter passou a ser o líder da banda, mas no começo a ideia toda foi do Florian”. Se Ralf passou a ter maior protagonismo no desenrolar da história de quase 50 anos da banda, Florian foi quem, por exemplo, construiu o primeiro drum machine (a partir de uma unidade de ritmo de um órgão!), a que se escuta em “Tanzmuzik”, de 1973, quando, a partir de então, a bateria tal como se conhecia passou a virar antiguidade. Mais do que isso: ele, Ralf e seus séquitos nos fizeram identificar/assimilar que som emite um computador. O imaginário da humanidade entende essa gênese sonora por causa deles. Isso não merecia um Grammy de Música, mas um Nobel de Ciência!

Como “Tanzmuzik”, poderia lançar aqui como exemplo inúmeras outras de autoria dele, esse esteta da era moderna. Várias da Kraftwerk, do "Radio-Activity", do "Trans-Europe Express", do "Authoban", do "The ManMachine". A precisa homenagem do Bowie a eles e a ele, "V-2 Schneider", também caberia. Mas não deixo só a mim esta tarefa. Convido fãs de Kraftwerk para escolherem a suas 5 preferidas, o que talvez nos faça conseguir exprimir um pouco da magnitude da genial obra de Florian Schneider-Esleben .

Daniel Rodrigues





"A Kraftwerk foi uma banda que eu conheci bem no momento que eu estava curtindo essas bandas antigas e mais experimentais, como New Order e Depeche Mode. A primeira música que eu ouvi foi 'The Robots' e vi o clipe naquele momento. Achei genial. Daí baixei o álbum deles chamado 'The Mix', que me marcou bastante. Hoje em dia as músicas todas têm elementos eletrônicos e, basicamente, eles foram os precursores nisso. Daí fico imaginando o pessoal do final dos anos 70 ouvindo Kraftwerk e pensando: 'Ouvir isso é dar um pulo para o futuro!' kkk."
- “Radio-Activity” (“Radio-Activity”, 1975)
- “Trans-Europe Express” (“Trans Europe Express“, 1977)
- “The Robots” (“The Man-Machine”, 1978)
- “Computer Love” (“Computer World”, 1981)
- “Pocket Calculator” (“Computer World”, 1981)




"Assisti à apresentação que o grupo Kraftwerk fez no Cais do Porto, aqui no Rio, em 2004. Foi o grande show da minha vida! Assisti Florian e Ralf fabricarem ali, aos meus olhos, o que definiu todo um mover musical posterior dentro do pop. Ali, bem na minha frente! Aquela apresentação me marcou para toda a vida."
- “Computer World” (“Computer World”, 1981)
- “Home Computer” (“Computer World”, 1981)
- “Numbers” (“Computer World”, 1981)
- “Tour de France” (single “Tour de France”, 1983, e “Tour de France Soundtracks”, 2003)
- “The Telephone Call” (Electric Café”, 1986)



"Muito triste o que aconteceu, mas faz parte não é? Difícil ver nossos heróis indo embora. Cinco músicas de uma das minhas bandas preferidas!"

- “Kometenmelodie II“ (“Autobhan”, 1974)
- “Antenna“ (“Radio-Activity”, 1975)
- “The Man-Machine“ (“The Man-Machine”, 1978)
- “Trans Europe Express“ 
- “Musique Non Stop” (Electric Café”, 1986)




"Eu conheci o Kraftwerk graças ao funk carioca! Viu como o funk salva?! Na verdade, conheci Africa Bambaata e Kraftwerk nos programas de funk da rádios Imprensa e Rádio 98. Entonces, eles fazem parte da minha vida desde criança, rárá!!  Isso também aconteceu com os desenhos animados e meu caso de amor com o jazz. Essas são as minhas preferidas."
- “The Man Machine” 
- “Computer World”
- “Sex Object” (Electric Café”, 1986)
- “Boing Boom Tschak” (Electric Café”, 1986)
- “Vitamin” (“Tour de France Soundtracks”, 2003)




"Difícil selecionar cinco músicas sendo que, pelo menos, dois álbuns da Kraftwerk são inteiramente indispensáveis: 'Trans-Europe Express' e 'Die Mensch-Maschine', que se tratam de instituições movidas por setores prazerosos que merecem muita atenção e preservação. Nossas sinapses agradecem."
- "Tanzmusik" (“Ralf und Florian” 1973)
- "Radio-Activity" 
- "Europe Endless" (“Trans-Europe Express”, 1977)
- "The Hall of Mirrors" (Trans-Europe Express”, 1977)
- “The Model" e "Neon Lights" (“The Man-Machine”, 1978)



"Minha escuta sempre se encantou com a atmosfera que o Kraftwerk possui. Tudo é  música, inclusive os silêncios e as performances. Tudo está  criado com um propósito . A contribuição é inegável e muito contagiou a todos."
- “Computer World”
- "The Hall of Mirrors"
- "Neon Lights"
- “Tour de France”
- “Kometenmelodie II“



"Curto muito Kraftwerk!"

- “The Model”
- “Autobahn” (“Autobahn”, 1974)
- “Radio-Activity”
- “The Robots”
- “The Hall of Mirrors”



"Impressiona-me que, assim como um Kubrick ou um Tarkovski no cinema, a obra da Kraftwerk é pequena em relação ao tempo de atividade, no caso da banda, quase 50 anos. São apenas 7 discos de músicas inéditas (tirando o de mixes e os ao vivo) e, grosso modo, todos essenciais. Um pouco como fiz lá na adolescência, quando apresentei meu primeiro programa de rádio na antiga Ipanema, em 1995, no saudoso Clube do Ouvinte, seleciono um pouco de cada época da banda para dar esse panorama de 5 faixas. Afinal, considero-lhes tudo essencial."
- “Airwaves” (“Radio-Activity”, 1975)
- “Trans-Europe Express”/ “Metal on Metal” (“Trans-Europe Express”, 1977)
- "Neon Lights"
- “Home Computer”
- "Elektro Kardiogramm" (“Tour de France Soundtracks”, 2003)




"Que tarefa difícil escolher só cinco!!! A gente fica pensando: 'Mas e aquela...', 'E aquela outra...' e 'Como é que aquela outra vai ficar de fora?'. É  um dilema. Esforçando-me, brigando comigo mesmo pra deixar alguma de fora, aí vão minhas cinco."
- “Ruckzuck” (“Kraftwerk”, 1971)
- “Kometenmelodie II“
- “Airwaves”
- “The Model”
- “It's More Fun to Computer” (“Computer World”, 1981)




“O Kraftwerk é mesmo uma raça rara: em uma carreira que se estende por 40 anos*, este é um grupo que nunca gravou um disco ruim sequer. De 1973 em diante, o Kraftwerk desenvolveu um estilo eletrônico único e completamente sedutor, alcançando seu auge em três álbuns essenciais: ‘Trans-Europe Express’, ‘The Man-Machine’ e ‘Computer World’, este último sem dúvida sua melhor definição. Não havendo uma compilação final de maiores sucessos de mercado, eis a seguir meu guia para as músicas* essenciais do Kraftwerk”.
- “Kristallo” (“Ralf und Florian”, 1973)
- “Autobahn” (single “Autobahn”, 1975)
- “Spacelab” (“The Man-Machine”, 1978)
- “Radioactivity” (“The Mix”, 1991)
- “La Forme” (“Tour de France Soundtracks”, 2003)

* Trecho do livro “Kraftwerk Publikation: A Biografia”, de 2012, quando a banda havia completado pouco mais de quatro décadas
** Buckley listou os “20 Bits” clássicos da Kraftwerk. Extraímos dessa lista 5 músicas não mencionadas nas outras listas








sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

"Kraftwerk: Publikation - A Biografia", de David Buckley - ed. Seoman (2015)




"Nós falávamos a mesma língua (...)
Éramos Sr. Kling e Sr. Klang."
Ralf Hütter,
sobre quando conheceu Florian Schneider


"As ideias refletidas no nosso trabalho são internacionalistas e também
uma mistura de diferentes formas de arte (...)
a ideia de não separar
a dança aqui, a arquitetura ali e a pintura lá.
Nós fazemos tudo e a união da rte com a tecnologia
constituía o Kraftwerk..."
Ralf Hütter
sobre o trabalho da banda, em 2006



Se as caixas "The Catalogue" e, mais recentemente, a ao vivo "The Catalogue 3D" repassam musicalmente a carreira e  obra do grupo Kraftwerk, um dos mais importantes de todos os tempos pelo seu pioneirismo e definição de uma linguagem, a biografia "Kraftwerk: Publikation - A Biografia" de 2015, faz o mesmo em forma de palavras, indo ainda mais fundo do que as compilações, mergulhando nas origens do projeto chegando desde seus primeiros formatos e configurações.
O livro do autor britânico David Buckley faz uma retrospectiva cronológica desde o momento em que os então jovens Ralf Hütter e Florian Schneider decidem unir suas ideias e pretensões artísticas, até os dias de hoje quando já encontra o atual projeto 3D que baseou o último lançamento.
Fato é que a não ser que Ralf ou Florian resolvam em algum momento lançar suas próprias biografias, nenhum material será melhor e mais completo que "Kraftwerk: Publikation", uma vez que este traz colaboração substancial de uma das vozes de dentro do grupo, da formação clássica e idolatrada, nada mais nada menos do que Karl Bartos, percussionista e integrante desde 1975, que concordou em ser entrevistado e dar seus relatos e versões sobre fatos duvidosos e matérias até então obscuras da história da banda que permaneciam ainda sem esclarecimento exatamente pela característica tão arredia e reservada que seus integrantes sempre mantiveram com a imprensa.
Mas além de Bartos, o grande trunfo jornalístico do biógrafo, o livro ainda conta com depoimentos de pessoas ligadas à banda como o amigo Ralf Dörper e a artista gráfica Rebecca Allen; de contemporâneos como o pessoal do Can e do Tangerine Dream que transitaram na mesma incipiente cena vanguardista alemã; e ainda ex-integrantes como Wolfgang Flur, também da formação clássica; Michael Rother, ex- Neu! e integrante da primeira fase, e ainda Ebenhardt Kranemann, membro do breve período do Kraftwerk, pasmem!, sem Ralf Hütter.
O excelente trabalho de Buckley examina cada um dos discos (mesmo os mais antigos, pouco considerados pela banda) com nomes de capítulos criativos que remetem a cada um dando detalhes técnicos dos mesmos e contextualizando-os ao momento de seus lançamentos, revelando motivações, ideias e peculiaridades que levaram às suas respectivas concepção. A surpresa geral causada por "Autobahn"; o minimalismo de 'Radio-Activity"; o pioneirismo inigualável de Trans-Europe Expressl; a antecipação da disco com "The Man-Machine"; a antevisão da internet de 'Computer World"; o refugo em "Techno Pop" que viria a tornar-se "Electric Café" e a materializar-se conforme o pretendido apenas em "The Mix"; e a finalização de um projeto em "Tour de France Soundtracks", tudo é abordado em "Publikation" com muita pesquisa, informação e seriedade. E mais: curiosidades como os "dois Kraftwerks", a procura de Michael Jackson para uma parceria; os detalhes de seu acidente ciclístico de Hütter, sua personalidade centralizadora; e a demissão do músico português Fernando Abrantes por, supostamente, fazer uma mixagem muito original de "Music Non Stop" e dançar muito entusiasticamente fugindo do padrão caracteristicamente robótico da banda, são apenas alguns dos lances interessantes e marcantes da obra.
Com um volume caprichado, a edição nacional, além dos prefácios do próprio autor, e do ex-kraftwerk Karl Bartos, conta ainda com um prólogo do jornalista Camilo Rocha, ex-Bizz, e um muito legal do DJ Paulo Beto do projeto eletrônico Anvil FX. "Kraftwerk: Publikation" é uma viagem obrigatória pela longa autoestrada da carreira deste extraordinário grupo que, sem dúvida alguma, tem seu nome gravado com honras na história da música.


Cly Reis

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2016



Os líderes já vêem os alemães do Kraftwerk pelo retrovisor.
Vamos combinar que 2016 foi cruel com alguns grandes ídolos da música, não? David BowiePrinceCauby PeixotoPierre Boulez; Alan Vega do Suicide; Paul Katner do Jefferson Airplane; Pete Burns do Dead Or Alive; Glenn Frey dos Eagles; Maurice White  do Earth, Wind and Fire; a espinha dorsal do Emerson, Lake and Palmer, Keith e Greg; Leonard Cohen e, por último, no apagar das luzes do ano, George Michael. Foi pesado, hein! Mas não adianta: esses caras se foram mas suas obras ficam e serão sempre lembrados e, entre outras coisas é para isso que uma seção como esta, a ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, serve. Para eternizar grandes obras do meio musical e manter imortalizados os artistas que nos proporcionaram o privilégio de tê-las entre nós. Prova disso, na nossa coluna, é que o recém-falecido David Bowie ocupa a liderança de discos destacados, ali, abraçadinho com as duas maiores bandas de rock do mundo, Beatles e Stones. Que trinca, hein! Sim, é verdade, a ponta de cima não teve nenhuma alteração em relação ao mesmo período do ano passado, mas a meiúca, o miolo ali teve movimentação com gente nova entrando como a talentosa Janelle Monáe com seu "ArchAndroid", o Blur saindo em vantagem na eterna briga contra o Oasis botando "Parklife" na lista e já com algum atraso, finalmente pintando um Marvin Gaye entre os nossos fundamentais. Alguns subiram de posição, como é o caso do Kraftwerk que com seu "Tour de France Soundtracks" aproximou-se ameaçadoramente dos líderes já colocando na roda seu quarto A.F.; assim como os Smiths que, fazendo a última postagem do ano na seção, tiveram seu terceiro relacionado e já ocupam lugar destacado entre os internacionais.
Por esses lados, Jorge Ben continua na ponta no ranking nacional e a parte de cima continua sem alteração com Titãs, Legião, Engenheiros, Caetano, Gil e Tim Maia seguindo de perto. Os fatos mais  consideráveis foram o de Lobão, com seu "O Rock Errou", por sinal o primeiro A.F. de 2016, ter subido para dois indicados, empatado com nomes como Chico Buarque, Novos Baianos, Tom Jobim, Chico Science, entre outros que já tem um bicampeonato; e o da Tia Rita finalmente ter colocado seus pés no nosso "Hall da Fama" com seu ótimo "Babilônia".
Na disputa por décadas os anos 70 continuam mandando fácil, em compensação por ano, o de 1986, é o que tem mais discos integrantes do nosso grupo de honra. Por nacionalidade, os Estados Unidos lideram com ampla vantagem, e os brasileiros que haviam roubado a segunda posição dos ingleses na temporada passada, ampliaram ainda mais a vantagem em relação ao pessoal da Rainha, mas isso sem contar com Irlanda e Escócia, o que faria, aí sim, com que o Reino Unido estivesse à nossa frente no placar geral. A novidade ficou por conta do primeiro A.F. francês com a dupla Air emplacando seu excelente "Moon Safari" entre os Fundamentais do Clyblog.
E esse empate triplo na ponteira internacional? Ninguém vai pular à frente? E no Brasil, Jorge Ben vai continuar reinando absoluto por tanto tempo? E aí Chico Buarque, não vai reagir? E essa briga Brasil vs Inglaterra pela vice-liderança? Será que o English Team vai se reaproximar? Será que vai passar? Bala na agulha tem pra isso com toda aquela elite do rock, não? Em compensação a criatividade, a musicalidade, o ritmo brasileiro tem meios de se defender. Enfim, 2017 promete. Ainda mais pelo fato de que provavelmente, pelo ritmo que a coisa vai, chegaremos ao número 400 e certamente pensaremos em algo especial com alguma convidado que venha a engrandecer este número e momento especial.
Enquanto isso, voltemos a 2016 e confiramos como foram as coisas. É!!! Porque 2017 já está aí e muitos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS inda estão por vir. Sendo assim, vamos aos números:


PLACAR POR ARTISTA (GERAL)

  • The Beatles: 5 álbuns
  • David Bowie 5 álbuns
  • The Rolling Stones 5 álbuns
  • Kraftwerk 4 álbuns
  • Stevie Wonder, Cure, Smiths, Led Zeppelin, Miles Davis, John Coltrane, Pink Floyd, Van Morrison e Bob Dylan: 3 álbuns cada


PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Jorge Ben 4 álbuns*
  • Gilberto Gil*, Caetano Veloso, Legião Urbana, Titãs, Engenheiros do Hawaii e Tim Maia; 3 álbuns cada
*contando o álbum Gil & Jorge

PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 2
  • anos 40: -
  • anos 50: 13
  • anos 60: 67
  • anos 70: 98
  • anos 80: 92
  • anos 90: 67
  • anos 2000: 9
  • anos 2010: 7


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1

PLACAR POR ANO

  • 1986: 18 álbuns
  • 1976: 15 álbuns
  • 1985: 14 a´lbuns
  • 1991: 13 álbuns
  • 1967, 1972 e 1979: 12 álbuns cada
  • 1968, 1971 e 1992: 11 álbuns cada
  • 1969, 1970, 1973, 1989 e 1992: 10 álbuns cada


PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 133 obras de artistas*
  • Brasil: 94 obras
  • Inglaterra: 86 obras
  • Alemanha: 7 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá e Escócia: 4 cada
  • México, Austrália e Islândia: 2 cada
  • Jamaica, Gales, Itália, Hungria, Suíça e França: 1 cada

*artista oriundo daquele país