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sábado, 22 de julho de 2023

"Armageddon Time", de James Gray (2022)

 


Cinama - Armageddon Time
Um filme bem fácil de pegar você. Um olhar inocente de uma criança em meio a um mundo cheio de transformações. O longa do diretor James Gray tem excelentes personagens mas é uma pena que nem todos acabem tendo espaço para mostrar suas histórias, o que dá uma sensação, ao final, de que algo ficou faltando. 

Baseado nas memórias de infância do diretor, como estudante na Escola Kew-Forest, no Queens, "Armageddon Time" é uma grande história de amadurecimento que explora a amizade e a lealdade, no contexto de uma América do Norte pronta para eleger Ronald Reagan como presidente.

O filme é bem dirigido e você não sente o tempo passar com os personagens sendo apresentados juntamente com suas histórias. No entanto, como já mencionado, alguns são deixados de lado, e assim como suas trajetórias e definições que poderiam render bons debates, acabam ficando inacabadas. O melhor exemplo é Johnny Davis (Jaylin Webb), que aparece, vai ganhando destaque, você fica interessado nele, entretanto várias vezes o personagem é esquecido em algumas partes, e parece que a gente é que perdeu algo, mas infelizmente não é isso: é somente algo do filme que não nos é mostrado. A narrativa, que, à sua maneira, tenta mostrar o mundo da época, ao mesmo tempo quer se deter ao olhar do menino e seu próprio mundo, o que o longa um tanto perdido na sua proposta como um todo.

Como sua proposta principal é mostrar a vida e a realidade de Paul Graff (Banks Repeta), nesse ponto ele se destaca bastante. O olhar inocente do garoto sobre as coisas, uma visão mais "simples" dos problemas, e a forma como ele busca solucioná-los, de maneira tola , perigosa e até, por vezes, fora da lei. Banks Repeta como, Paul  Graff, entrega  um ótimo personagem, consegue se sustentar bem sozinho e mas também se sustenta bem nas interações com os outros personagens. Destaque para as belas cenas com seu avô 'Grandpa' Aaron Rabinowitz (Anthony Hopkins) e as mais tensas com Irving Graff (Jeremy Strong), seu pai. 

Cinema - Armageddon Time
Aquele almoço "agradável" em família,
onde o prato principal é... cobranças.

A forma como as coisas vão sendo desenvolvidas e amarradas, dentro do contexto de vida do garoto,  tanto no âmbito familiar como no social, é bem conduzida e sentimos o peso das decisões tomadas por por Paul e, especialmente as tomadas por seus pais. 

Acabou sendo um filme bem pessoal no qual muito da história de vida do autor foi colocada nele. Gostar ou não dessa escolha também se torna uma opinião bastante pessoal do espectador. Entre erros e acertos, ”Armageddon Time” consegue atingir um nível bem satisfatório, fazendo um recorte de uma parte importante da história americana e mundial e apontando alguns problemas que permanecem na sociedade até hoje, para isso mostrando a diferente realidade de vida das crianças. 

Apesar de alguns detalhes de como a condução da narrativa, no final das contas temos uma boa obra. Ver o garoto conhecendo o mundo e suas crueldades é algo que nos impacta, seja na beleza, doçura e inocência, em alguns momentos, seja na crueldade ou falta de empatia com o outro em determinadas situações.  “Armageddon Time” nos mostra que a vida é bela e feia ao mesmo tempo, e devemos estar preparados (ou pelo menos tentarmos...) para esses momentos. E se para adultos já é complicado, imagina para crianças. 

Cinema - Armageddon Time
As diferenças de realidades das crianças como recurso interessante para situar o momento histórico.



por Vagner Rodrigues


segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

"Meu Pai", de Florian Zeller (2020)

 

MELHOR ATOR
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO


Fui assistir a "Meu Pai", filme do escritor e diretor francês Florian Zeller, com a expectativa de ver nada muito além de um drama familiar com boas atuações. Recebi muito mais do que isso! "Meu Pai" é envolvente, tem um roteiro brilhante, instigante, fascinante. Zeller coloca o espectador dentro da cabeça, do universo confuso, embaçado, embaralhado de Anthony, um idoso que sofre de um processo gradativo de deterioração de memória, possivelmente um Alzheimer, embora não mencionado diretamente no filme, e ocasiona uma série de dificuldades à filha, que mesmo extremamente carinhosa, atenciosa, pacienciosa, começa a ver-se impotente diante das limitações do pai. O filme, com um roteiro inteligente e uma montagem brilhante, cria uma espécie de labirinto que embaralha situações, impressões, objetos, numa proposital desordem de espaço e tempo, que faz com que o espectador tenha um pouco da sensação do que acontece dentro da mente de uma pessoa naquelas condições. Informações são dadas e são negadas, objetos parecem estar em determinado lugar mas logo não estão mais, pessoas aparecem mas não temos certezas que existem, lembranças são recuperadas mas não sabemos se os fatos aconteceram... Como era de se esperar, dadas as indicações ao Oscar da dupla de protagonistas, as atuações são memoráveis! Olivia Colman, já oscarizada por "A Favorita", tem uma atuação perfeita mesmo sem arroubos ou exageros. Ela ganha o filme num olhar, emociona numa expressão facial, na maneira como coloca uma frase. Anthony Hopkins, por sua vez, vivendo o personagem de seu mesmo nome, Anthony, está absolutamente brilhante (mais uma vez na carreira). Suas mudanças de expressão, muitas vezes na mesma cena, oscilando entre o afeto, a fragilidade, a irritação e a confusão, são simplesmente incríveis! A cena final em que ele parece, por um momento, finalmente, dentro de toda sua demência, perceber sua vulnerabilidade e de certa forma, volta a ser um menininho chamando pela mãe, é de encher os olhos de lágrimas e aplaudir de pé. "Meu Pai" é muito mais que um filme de atuações mas só as atuações já o justificariam. Mas ainda bem que, além delas, temos mais do que isso. 

Dupla espetacular em cena.



Cly Reis

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Oscar 2021 - Os Vencedores



A diretora Chloé Zaho, de "Nomadland",
o grande vencedor da noite.
E o Oscar de 2021 foi diferente! Pra começar, foi agora, em abril, e não em fevereiro, como tradicionalmente ocorre; não aconteceu em um auditório cheio de gente e sim numa cerimônia quase intimista com os convidados dispostos em mesas protocolarmente distanciadas; teve indicados recebendo prêmios em vários lugares do mundo, ao vivo; os números musicais foram externos, breves e distribuídos, em sua maioria, antes da cerimônia; sem orquestre e com um DJ; o prêmio de melhor filme não sendo anunciado por último; mas o mais importante: poucas vezes houve tanta diversidade e representatividade, tanto nas indicações quanto na premiação. Negros, mulheres, asiáticos, homossexuais foram premiados de forma natural e justa, por inegável mérito de seus trabalhos muito mais do que por uma pressão social como em outros momentos quando a qualquer gritaria de "mais mulheres", "mais negros", se dava três ou quatro estatuetas só para satisfazer os grupos e depois voltar à normalidade dos critérios da academia. Me pareceu que, mais que nunca, eram tão incontestes as virtudes das minorias representadas, que seria impossível não lhes prestar o reconhecimento com as vitórias em suas categorias. 

Numérica e quantitativamente, não tivemos, novamente, nenhum grande vencedor, como acontecia em outros tempos quando uma só produção fazia uma limpa nos prêmios, arrebatando sete ou oito estatuetas, mas não há como negar que um filme que leva as categorias de filme, direção e protagonista é, sem dúvida o grande vencedor. Foi o caso de "Nomadland", que já vinha sendo multipremiado em outras competições e festivais e que só confirmou seu favoritismo, marcando também a segunda vitória de uma mulher Chloé Zaho, na categoria de direção. Outras mulheres também fizeram história como foi o caso de Emerald Fennel, a jovem diretora que em sua estreia ganhou o prêmio de melhor roteiro original, Youn Yuh-jung, a primeira sul-coreana a vencer o prêmio de atriz coadjuvante, e  Mia Neal e Jamika Wilson , as primeiras negras a vencerem o prêmio de maquiagem e cabelo. Por falar em representatividade negra, além diversas indicações, representantes negros foram premiados em diversas categorias, nas mais variadas modalidades como na, já mencionada, maquiagem, na música, como no caso do parceiro de Trent Raznor e Atticus Ross, na trilha de "Soul", Jon Baptiste, e pela canção de "Judas e o Messias Negro" interpretada pela cantora H.E.R.; no curta "Two Distant Strangers", produzido por negros, e que aborda a morte de afro-americanos pela força policial; e especialmente, na categoria de melhor ator coadjuvante, com o prêmio para Daniel Kaluuya, interpretando o líder dos Panteras Negras, Fred Hampton.

Ainda falando em representatividade, é marcante também a participação de "O Som do Silêncio", que se só por sua mera proposta já era extremamente significativo ao abordar a temática dos deficientes auditivos, tornou-se ainda mais importante ao vencer duas categorias, a de produção  de som, na qual era esperado e justíssimo, e montagem, na qual acabou sendo, de certa forma, uma agradável surpresa. 

Por falar em surpresa, para muitos a grande surpresa da noite ficou com o prêmio para melhor ator, vencida pelo veterano Anthony Hopkins, pelo filme "Meu Pai", numa categoria que muitos apontavam o falecido ator Chadwick Boseman como favorito a um prêmio póstuma por sua atuação em "A Voz Suprema do Blues".

No mais os prêmios ficaram bem divididos e, acredito que, de um modo geral, com bastante justiça, premiando exatamente as melhores virtudes de cada um dos concorrentes. Dois para "Mank", , dois para "Judas e o Messias Negro", dois para "Meu Pai", dois para "Soul", dois para "O Som do Silêncio", três para "A Voz Suprema do Blues" e todos saíram felizes. Até a Glenn Close que, mesmo não levando a estatueta, em sua oitava indicação, roubou a cena da cerimônia, rebolando no desafio musical do DJ da festa. Impagável!



Confira abaixo todos os vencedores em todas as categorias:


Melhor Filme

  • Nomadland 

Melhor Direção

  • Chloé Zhao – Nomadland

Melhor Ator

  • Anthony Hopkins – Meu Pai

Melhor Atriz

  • Frances McDormand – Nomadland

Melhor Ator Coadjuvante

  • Daniel Kaluuya – Judas e o Messias Negro

Melhor Atriz Coadjuvante

  • Yuh-jung Youn – Minari

Melhor Roteiro Original

  • Bela Vingança

Melhor Roteiro Adaptado

  • Meu Pai

Melhor Fotografia

  • Mank

Melhor Figurino

  • A Voz Suprema do Blues

Melhor Trilha Sonora Original

  • Soul

Melhor Canção Original

  • “Fight For You” – Judas e o Messias Negro

Melhor Design de Produção

  • Mank

Melhor Edição

  • O Som do Silêncio

Melhores Efeitos Visuais

  • Tenet

Melhor Cabelo e Maquiagem

  • A Voz Suprema do Blues

Melhor Produção de Som

  • O Som do Silêncio

Melhor Documentário

  • My Octopus Teacher

Melhor Filme Estrangeiro

  • Another Round (Dinamarca)

Melhor Filme de Animação

  • Soul

Melhor Documentário em Curta-metragem

  • Colette

Melhor Curta-metragem de Animação

  • Se Algo Acontecer… Te Amo

Melhor Filme em Curta-Metragem

  • Two Distant Strangers

C.R.

sábado, 24 de abril de 2021

"O Som do Silêncio" ou "O Som do Metal", de Darius Marder (2019)


VENCEDOR DO OSCAR DE
MELHOR EDIÇÃO E
MELHOR PRODUÇÃO DE SOM

É sempre muito legal assistir algum filme cuja forma dialoga com a gramática do cinema. Desde obras propositadamente metalinguísticas como “Blow Up” e “Amnésia” ou mesmo comédias aparentemente banais, tal “Cegos, Surdos e Loucos”, o uso de maneira intencional de algum dos sentidos humanos como objeto do filme é capaz de, em igual proporção, enriquecer semiologicamente a obra e intensificar a mímese desta – mesmo que isso se dê apenas subliminarmente quando o espectador não está atento ao uso desse trato técnico. Além da visão, da memória ou da fala, sentidos mais comuns de serem abordados no cinema, há filmes que se dedicam ao tema da audição, como é o caso de "O Som do Silêncio" ou "O Som do Metal".  O filme de Darius Marder vale-se deste recurso narrativo-linguístico para colocar o espectador em contato com uma realidade tocante e não rato aflitiva: a dos deficientes auditivos.

Na história, Ruben (vivido magistralmente por Riz Ahmed), um jovem baterista de uma banda de heavy metal que tem com a namorada Lou (Olivia Cooke), teme por seu futuro quando percebe que está gradualmente ficando surdo. Suas duas paixões estão em jogo: a música e ela. Essa mudança drástica acarreta em muitas incertezas e angústias, a qual provoca uma série de acontecimentos, frustrações e encontros com questões muito profundas dos personagens.

Diferentemente de clássicos thrillers como "Um Tiro na Noite" e "A Conversação", que integram os diferentes aspectos da sonoridade para imprimir tensão e mistério a suas narrativas, "O Som" vale-se deste recurso sensorial em um drama, o que é bastante interessante. É comum o espectador “sentir” o som como algo a lhe provocar a intensificação dos sentidos, caso das explosões e estardalhaços das cenas de ação, mas perceber esse elemento fílmico de maneira dramática é mais incomum. Os momentos em que se ouve o som abafado do ouvido de Ruben, os ruídos estridentes, os cacos ou a angustiante sensação de silenciamento a qual o protagonista vai se deparando gradativamente são como que vividas também por quem assiste, até porque o roteiro, envolvente, é muito bem construído. Concorrente ao Oscar de Roteiro Original, a trama de “O Som” narra um percurso pessoal e existencial, que, novamente, tem tudo a ver com a gramatica cinematográfica: a percepção/captação de algo externo (som) e a consequência externa dessa transformação.

Oscarizáveis: Ahmed e Raci contracenam em "O Som do Silêncio"

Quanto ao Oscar, dos seis que disputa, mais provável são dois ou apenas um para "O Som". Ahmed, por melhor que esteja, dificilmente levará, haja vista que concorre com fortes candidatos como Gary Oldman ("Mank") e, principalmente, Chadwick Boseman ("A Voz Suprema do Blues"), apto a abocanhar a estatueta postumamente. Mas nessa categoria é daqueles casos que só a indicação e estar ao lado de excelentes e oscarizados atores, como estes dois e Anthony Hopkins (“Meu Pai”), já é um reconhecimento. De Filme, igualmente, não leva, pois têm outros bem mais fortes favoritos na frente. Ator Coadjuvante, parecido, pois somente "Judas e o Messias Negro" põe dois nesse páreo (LaKeith Stanfield e Daniel Kaluuya) contra Paul Raci. 

Restam-lhe os prêmios técnicos: edição e, o que seria muito legal se acontecesse, o de Produção de Som. Contrariando a prática comum de premiar produções espetaculosas, como musicais, aventuras ou ficções científicas, cairia muito bem à Academia num momento de revisão de conceitos valorizar um drama de abordagem humana e mais humilde perto de superproduções como “Dunkirk”, “Bohemian Rhapsody” e "Ford vs. Ferrari", vencedoras das últimas três edições do Oscar na categoria Edição de Som, como era classificada a categoria até ano passado.

Independente de prêmio ou não, o fato é que "O Som" é um filme peculiar e sensível, capaz de extrair da pequena história de um drama pessoal questões universais como amor, família, caridade e perdão. Uma história que leva à compreensão de que, independentemente dos sentidos físicos, o que vale é saber escutar o som que vem do coração.

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trailer de "O Som do Silêncio"


Daniel Rodrigues

terça-feira, 16 de março de 2021

Oscar 2021 - Os Indicados

 



2020 foi uma no esquisito! Tudo parou, coisas foram suspensas, canceladas, adiadas, e não foi diferente com a indústria cinematográfica. Por conta disso, a premiação do Oscar, que, a essas alturas já teria sido realizada, em circunstâncias normais, só agora teve divulgados os indicados das produções da última temporada.
Mas se a época foi complicada, repleta de interrupções percalços e dificuldades, não foi por isso que deixamos de ter grandes filmes e ótimos concorrentes este ano. "Mank", filme de David Fincher, lidera as indicações com 10 categorias, incluindo melhor filme mas, contra minhas apostas iniciais, fica fora de melhor roteiro. original, contudo, o número de indicações não lhe garante nenhum favoritismo prévio considerando que "Minari", de Lee Isaac Chung, e "Nomadland", de Chloé Zhao, vêm abocanhando as principais categorias em outras premiações,
Por falar em Chloé Zaho, o Oscar desse ano marca o ineditismo de, pela primeira vez, ter duas mulheres concorrendo na categoria de melhor direção, tendo a sul-coreana a concorrência de Esmerald Fennel, por "Bela Vingança".
No que diz respeito a nós brasileiros, a expectativa que se alimentava de que "Bacurau" pudesse ter indicações, acabou não se materializando, mas, certamente, não é nada que desmereça a qualidade do filme de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, que já faturou o prêmio do júri de Cannes, no ano passado. 
No que diz respeito a atuações, Chadwick Boseman, a exemplo de Heath Ledger, foi indicado a prêmio póstumo por seu papel em "A Voz Suprema do Blues" e, assim como o brilhante Coringa, tem boas chances de ter premiada sua interpretação; na parte musical, a curiosidade fica por conta dos Nine Inch Nails, Trent Raznor e Atticus Ross, já vencedores por "A Rede Social" , que dessa vez tem dupla chance de ganhar, concorrendo por dois filmes, "Mank" e "Soul", filme da Pixar que, por sinal também tem grandes chances na categoria de animação.
A cerimônia de premiação acontece, dessa vez, em 25 de abril então a gente aproveita para deixar você a par de todos os indicados pra você aproveitar esses novos tempos em que, em parte por causa da pandemia, em parte por conta de novos hábitos e tendências, muitas das produções estão disponíveis, desde já, em plataformas de streaming.
Dá uma conferida na lista aí abaixo, prepara a pipoca e cai dentro dos aplicativos na Smart TV.


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Melhor Filme

  • Meu Pai
  • Judas e o Messias Negro
  • Mank
  • Minari
  • Nomadland
  • Bela Vingança
  • O Som do Silêncio
  • Os 7 de Chicago

 

Melhor Direção

  • Chloé Zhao – Nomadland
  • Thomas Vinterberg – Another Round
  • David Fincher – Mank
  • Lee Isaac Chung – Minari
  • Emerald Fennell – Bela Vingança

 

Melhor Ator

  • Riz Ahmed – O Som do Silêncio
  • Chadwick Boseman – A Voz Suprema do Blues
  • Anthony Hopkins – Meu Pai
  • Gary Oldman – Mank
  • Steven Yeun – Minari

 

Melhor Atriz

  • Viola Davis – A Voz Suprema do Blues
  • Andra Day – The United States vs. Billie Holoday
  • Vanessa Kirby – Pieces of a Woman
  • Frances McDormand – Nomadland
  • Carey Mulligan – Bela Vingança

 

Melhor Ator Coadjuvante

  • Sacha Baron Cohen – Os 7 de Chicago
  • Daniel Kaluuya – Judas e o Messias Negro
  • Leslie Odom Jr. – Uma Noite em Miami
  • Paul Raci – O Som do Silêncio
  • LaKeith Stanfield – Judas e o Messias Negro

 

Melhor Atriz Coadjuvante

  • Maria Bakalova – Borat: Fita de Cinema Seguinte
  • Glenn Close – Era Uma Vez um Sonho
  • Olivia Colman – Meu Pai
  • Amanda Seyfried – Mank
  • Yuh-jung Youn – Minari

 

Melhor Roteiro Original

  • Judas e o Messias Negro
  • Minari
  • Bela Vingança
  • O Som do Silêncio
  • Os 7 de Chicago

 

Melhor Roteiro Adaptado

  • Borat: Fita de Cinema Seguinte
  • Meu Pai
  • Nomadland
  • Uma Noite em Miami
  • O Tigre Branco

 

Melhor Fotografia

  • Judas e o Messias Negro
  • Mank
  • Notícias do Mundo
  • Nomadland
  • Os 7 de Chicago

 

Melhor Figurino

  • Emma
  • A Voz Suprema do Blues
  • Mank
  • Mulan
  • Pinóquio


Melhor Trilha Sonora Original

  • Destacamento Blood
  • Mank
  • Minari
  • Notícias do Mundo
  • Soul


Melhor Canção Original

  • “Fight For You” – Judas e o Messias Negro
  • “Hear My Voice” – Os 7 de Chicago
  • “Husavik” – Festival Eurovision da Canção
  • “Io Si (Seen)” – Rosa & Momo
  • “Speak Now” – Uma Noite em Miami

 

Melhor Design de Produção

  • Meu Pai
  • A Voz Suprema do Blues
  • Mank
  • Notícias do Mundo
  • Tenet


Melhor Edição

  • Meu Pai
  • Nomadland
  • Bela Vingança
  • O Som do Silêncio
  • Os 7 de Chicago

 

Melhores Efeitos Visuais

  • Lov and Monsters
  • O Céu da Meia-Noite
  • Mulan
  • O Grande Ivan
  • Tenet

 

Melhor Cabelo e Maquiagem

  • Emma
  • Era Uma Vez Um Sonho
  • A Voz Suprema do Blues
  • Mank
  • Pinóquio

 

Melhor Produção de Som

  • Greyhound
  • Mank
  • Notícias do Mundo
  • Soul
  • O Som do Silêncio


Melhor Documentário

  • Collective
  • Crip Camp: Revolução pela Inclusão
  • The Mole Agent
  • My Octopus Teacher
  • Time

Melhor Filme Estrangeiro

  • Another Round (Dinamarca)
  • Better Days (Hong Kong)
  • Collective (Romênia)
  • The Man Who Sold His Skin (Tunísia)
  • Quo Vadis, Aida? (Bósnia)

 

Melhor Filme de Animação

  • Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica
  • Over The Moon
  • Shaun, o Carneiro: O Filme – A Fazenda Contra-Ataca
  • Soul
  • Wolfwalkers

 

Melhor Documentário em Curta-metragem

  • Colette
  • A Concerto is a Conversation
  • Do Not Split
  • Hunger Ward
  • A Love Song For Latasha

 

Melhor Curta-metragem de Animação

  • Burrow
  • Genius Loci
  • Se Algo Acontecer… Te Amo
  • Opera
  • Yes-People

 

Melhor Filme em Curta-Metragem

  • Feeling Through
  • The Letter Room
  • The Present
  • Two Distant Strangers
  • White Eye



C.R.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

"Manhunter - Caçador de Assassinos" ou "Dragão Vermelho", de Michael Mann (1986) vs. "Dragão Vermelho", de Brett Ratner (2002)



Tom Noonam até é um bom vilão, é convincente, é assustador, mas Ralph Fiennes, no mesmo papel, como o desequilibrado Francis Dolarhyde, com sua insegurança imprevisível, joga mais; William Petersen faz um bom policial Will Graham, correto, sem defeitos, mas Edward Norton, é mais jogador ; Joan Allen como a cega Reba está normal, dá conta do recado, mas Emily Watson, desempenhando a mesma função, é show de bola; Brian Cox, mesmo com uma aparição muito breve, faz um Hannibal Lecter discreto em campo, suficiente para sua posição, mas Anthony Hopkins, que já imortalizara o personagem no cinema em "O Silêncio dos Inocentes", é sacanagem!!! É craque! Michael Mann até é mais técnico que Brett Ratner, mas isso não basta para que o time de "Manhunter" de 1986, seja superior ao do "Dragão Vermelho" de 2002.
A refilmagem é mais completa, desde a introdução ao personagem de Hannibal Lecter, nos dando detalhes de como ocorrera sua captura, passando pelo próprio afastamento do policial Graham decorrente dessa prisão, chegando a uma construção melhor do serial killer, fazendo-o mais presente ao longo do filme e aperfeiçoando sua relação com o espectador.
O filme original passa longe de ser ruim. Na verdade é um cult policial dos anos 80, mas a refilmagem soube utilizar o que o antigo tinha de bom, aprimorar a estratégia de jogo tão bem e ainda preencher espaços vazios do campo.
Nos dois filmes, um agente do FBI, Will Graham, aposentado por questões físicas e emocionais depois dos incidentes que levaram à prisão do canibal Hannibal Lecter, é chamado a voltar às atividades para investigar um novo serial-killer que vem matando famílias, dentro de suas próprias casas e colocando cacos de espelho no lugar dos olhos das vítimas. O curioso é que o assassino, apelidado entre os policias e pela imprensa de Fada-do-Dente, parece ter conhecimento das casas, do dia a dia das famílias e isso intriga o FBI. Graham concorda em voltar à ativa e entende que, por mais desagradável que seja a melhor maneira de entrar na mente de um psicopata é consultando outro. Sim! Ele decide então pedir ajuda ao homem que capturara, Lecter que, além de um bom gourmet de carne humana, era também um conhecido e respeitado psiquiatra e poderia dar alguma colaboração no entendimento das razões e perfil psicológico do novo assassino. O problema é que o Dr. Lecter não é lá flor que se cheire e faz um jogo duplo com o agente, ao mesmo tempo lhe dando dicas sobre o serial killer mas fornecendo, mesmo de dentro da cadeia, informações sobre o agente ao procurado, deixando-o extremamente exposto ao criminoso.
Fora os elementos já citados como a apresentação do episódio que viria a levar à prisão de Lecter, o aproveitamento melhor do personagem canibal ao longo do filme, a presença mais constante do Fada-do-Dente no decorrer do longa, a maior importância dada à colega cega do assassino no enredo, há uma diferença fundamental entre os filmes que é o final. Sem dar spoiler, enquanto o antigo se encerrava no embate entre o Graham e Dollarhyde, numa das mais cultuadas cenas do cinema policial, a segunda versão vai além desse momento, se estendendo para um final mais dramático e operístico na casa do agente.

"Manhunter" - cena final


"Dragão Vermelho" - cadeira de rodas em chamas

A sequência incial do concerto, do jantar e de Graham capturando Lecter, é gol para o novo filme logo nos primeiros minutos de jogo; e o matador Fada-do-Dente põe fogo no jogo fazendo o segundo para o remake com toda a sequência da cena do repórter em chamas colado na cadeira de rodas, muito mais impactante que a do original. Por outro lado, ainda que a extensão do epílogo da nova versão seja bem interessante, o primeiro final, cultuado pelos fãs, com a entrada do policial estilhaçando a vidraça, a luta entre os dois dentro da casa de Dolarhyde, a troca de tiros e a fotográfica posição do corpo formando o Dragão Vermelho, tudo ao som alucinante de "In-A-Gadda-Da-Vida", do Iron Butterfly, garante um golaço para o time de 1986. Por mais que Edward Norton e Ralph Fiennes estejam muito bem em seus papeis, os do original, William Petersen e Tom Noonan, não desapontam em nada e esse quesito não constitui vantagem pra nenhum dos lados, mas aí o craque desequilibra e Anthony Hopkins, com seu Hannibal Lecter, garante mais um para o remake de 2002. Só que como muitos jogadores espetaculares, Hannibal é temperamental e logo depois de fazer o gol, dá uma mordida no adversário, ao melhor estilo Luís Suárez, e deixa seu time com uma menos em campo, o que acaba não fazendo diferença pelo bom esquema de jogo montado pelo seu técnico. A propósito, no que diz respeito à direção, mesmo com um jogo correto, bem estruturado de Brett Ratner, Michael Mann joga mais e guarda o seu lá no fundo da meta adversária. Mas o placar fica assim: 3x2 para o remake num jogo emocionante.

De cima para baixo,
os dois agente Graham, os dois Fada-do-Dente e os dois Hannibal Lecter.
À esquerda os da versão original de 1986 e à direita os da refilmagem de 2002.

Bom jogo de dois times mordedores e com matadores de ambos os lados.




Cly Reis

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Oscar 2020 - Os Indicados




Saiu mais uma lista dos candidatos do ano ao Oscar! Para quem curte cinema, bate aquela fissura de assistir a tudo que for possível antes da cerimônia de premiação. A equipe cinematográfica do Clyblog, no entanto, já vem se empenhando nisso conferindo alguns dos títulos até então pré-indicados, caso, por exemplo, do ótimo “Coringa”, que lidera a lista, com 11 indicações, o “O Irlandês”, de Martin Scorsese, que não ficou muito atrás, com 10, e “Star Wars – A Ascensão Skywalter”, com três técnicas. Mas embora “Coringa” saia na frente e provavelmente leve algumas estatuetas, entre elas, a de Melhor Ator para Joaquim Phoenix, os adversários para Melhor Filme e Diretor, os mais cobiçados da noite, são bem valiosos. A começar pelo primeiro filme sul-coreano a disputar a categoria, o Palma de Ouro “Parasita”, que concorre também a Filme Estrangeiro. O vencedor do recente Globo de Ouro, “1917”, de Sam Mendes, vem com a pompa dos filmes de guerra, temática bem vista pela Academia, assim como “Jojo Rabbit”. E tem também os elogiados “Histórias de um Casamento”, “Adoráveis Mulheres”, “Era uma Vez em... Hollywood”... Há categorias, aliás, que chega a assombrar tamanho o peso, como Ator Coadjuvante, só com já vencedores ou já nomeados várias vezes: Tom Hanks, Anthony Hopkins, Al Pacino, Joe Pesci e Brad Pitt. Destaque também para o documentário “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, que, após muitos anos, põe um filme brasileiro novamente na disputa de um Oscar. Enfim, uma boa disputa, mas que tem os seus favoritos, claro. E nós do blog vamos continuar trazendo nossas impressões de filmes que figuram no Oscar 2020. Então, confira a listagem completa:


▪ MELHOR FILME
Ford vs Ferrari
O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Adoráveis Mulheres
História de um Casamento
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Parasita

▪ MELHOR DIREÇÃO

Martin Scorsese - O Irlandês
Todd Phillips - Coringa
Sam Mendes - 1917
Quentin Tarantino - Era Uma Vez Em... Hollywood
Bong Joon Hoo - Parasita

▪ MELHOR ATRIZ

Cynthia Erivo - Harriet
Scarlett Johansson - História de um Casamento
Saoirse Ronan - Adoráveis Mulheres
Renée Zellweger - Judy - Muito Além do Arco-Íris
Charlize Theron - O Escândalo

▪ MELHOR ATOR

Antonio Banderas - Dor e Glória
Leonardo DiCaprio - Era Uma Vez Em... Hollywood
Adam Driver - História de um Casamento
Joaquin Phoenix - Coringa
Jonathan Pryce - Dois Papas

▪ MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Kathy Bates - O Caso Richard Jewell
Laura Dern - História de um Casamento
Scarlett Johansson - Jojo Rabbit
Florence Pugh - Adoráveis Mulheres
Margot Robbie - O Escândalo

▪ MELHOR ATOR COADJUVANTE

Tom Hanks - Um Lindo Dia na Vizinhança
Anthony Hopkins - Dois Papas
Al Pacino - O Irlandês
Joe Pesci - O Irlandês
Brad Pitt - Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Entre Facas e Segredos
História de um Casamento
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Parasita

▪ MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Adoráveis Mulheres
Dois Papas

▪ MELHOR FILME INTERNACIONAL

Corpus Christi (Polônia)
Honeyland (Macedônia do Norte)
Os Miseráveis (França)
Dor e Glória (Espanha)
Parasita (Coreia do Sul)

▪ MELHOR ANIMAÇÃO

Como Treinar o Seu Dragão 3
I Lost My Body
Klaus
Link Perdido
Toy Story 4

▪ MELHOR FOTOGRAFIA

O Irlandês
Coringa
O Farol
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR MONTAGEM

Ford vs Ferrari
O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Parasita

▪ MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

O Irlandês
Jojo Rabbit
1917
Parasita
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR FIGURINO

O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Adoráveis Mulheres
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR MAQUIAGEM

O Escândalo
Coringa
Judy - Muito Além do Arco-Íris
Malévola - Dona do Mal
1917

▪ MELHORES EFEITOS VISUAIS

Vingadores: Ultimato
O Irlandês
O Rei Leão
1917
Star Wars: A Ascensão Skywalker

▪ MELHOR EDIÇÃO DE SOM

Ford vs Ferrari
Coringa
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Star Wars: A Ascensão Skywalker

▪ MELHOR MIXAGEM DE SOM

Ad Astra
Ford vs Ferrari
Coringa
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

"I Can’t Let You Throw Yourself Away" - Toy Story 4
"I’m Gonna Love Me Again" - Rocketman
"I’m Standing With You" -  Superação - O Milagre da Fé
"Into the Unknown" - Frozen 2
"Stand Up" - Harriet

▪ MELHOR TRILHA SONORA

Coringa
Adoráveis Mulheres
História de Um Casamento
1917
Star Wars: A Ascensão Skywalker

▪ MELHOR DOCUMENTÁRIO

Indústria Americana
Democracia em Vertigem
The Cave
Honeyland
For Sama

▪ MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA METRAGEM

In the Absence
Learning to Skateborad in a War Zone (If You're a Girl)
A Vida em Mim
St. Louis Superman
Walk Run Cha-Cha

▪ MELHOR CURTA METRAGEM

Brotherhood
Nefta Footbal Club
A Sister
The Neighbor's Window
Saria

▪ MELHOR ANIMAÇÃO EM CURTA METRAGEM

Dcera (Daughter)
Hair Love
Kitbull
Memorable
Sister