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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Sepultura - "Roots" (1996)



“Max Cavalera é uma lenda.
Nunca se vendeu, 
sempre foi verdadeiro - 
e sempre poderá dizer
‘Eu gravei Roots’.
Para mim, isso é grandioso.”
Dave Grohl (Foo Fighters e ex-Nirvana)


Um daqueles discos que mudou o rumo das coisas. "Roots", da banda brasileira Sepultura, de 1996, como se não bastasse ser legal pra caramba, deu uma nova perspectiva ao metal levando-o a uma nova dimensão. Algum douto pretensioso pedante pode alegar que "uma banda dinamarquesa lá de mil novecentos e setenta e pico já havia misturado regionalismos e folclores nórdicos ao metal e coisa e tal e blablablá..." Tá bem, tá bem. Mas tenho certeza que ninguém o fizera com tamanha qualidade, riqueza e sobretudo, com alcance, por conta do renome que o Sepultura já gozava no cenário mundial.
"Roots" conseguia a proeza de agregar ao metal ritmos brasileiros, indígenas, regionalismos, tradicionalismos e folclore, sem abrir mão do peso e da agressividade, suas marcas registradas.
É certo que seu antecessor, "Chaos A.D.", de 1993, já indicava o caminho, mas coisas como a incrível "Ratamahatta", em parceria, quem diria, com Carlinhos Brown, de letra em português com palavras soltas lançadas praticamente aleatoriamente; e a literalmente tribal "Itsári", uma levada acústica de violões acompanhada de cantos xavantes gravada na própria reserva indígena; eram a confirmação daquela tendência da banda e a afirmação da ousadia sonora em um nível poucas vezes visto no gênero.
No entanto, a melhor síntese da sonoridade pretendida e alcançada no projeto da banda fica por conta da faixa que abre o disco, "Roots", que ao mesmo tempo que mantém as características básicas da banda com todo seu peso e energia, mescla de maneira perfeita  e muito sonora, os elementos rítmicos estranhos à sua linguagem. Uma paulada metal com batucada brasileira. Genial e espetacular.
"Attitude", com seu berimbau; a excelente "Cut-Throat", influência inequívoca para o chamado Nu-Metal com sua estrutura toda quebrada ; a batucada à Olodum de "Breed Apart"; e a ótima "Born Stubborn" em ritmo de ponto de umbanda, também são dignas de nota, bem como o metal-industrial, "Lookaway", que conta com a participação de Mike Patton do Faith No More. Algumas edições do álbum trazem ainda faixas extras como a versão para "Procreation (of the Wicked)" do Celtic Frost e a competente cover do Black Sabbath, "Symphtom of the Universe".
Muitos fãs torceram o nariz para o trabalho mas não há como negar o caráter absolutamente inovador da proposta. Aquilo havia sido algo novo e inusitado e era tão interessante que não só viria a dar rumo aos novos caminhos musicais que a própria banda seguiria, como influenciaria diversas bandas e artistas da cena musical dali por diante.
Um daqueles álbuns que mudou o rumo das coisas.
***************************************

FAIXAS:
1-Roots Bloody Roots
2-Attitude
3-Cut-Throat
4-Ratamahatta
5-Breed Apart
6-Straighthate
7-Spit
8-Lookaway
9-Dusted
10-Born Stubborn
11-Jasco
12-Itsári
13-Ambush
14-Endangered Species
15-Dictatorshit

16-Canyon Jam

17-Procreation (Of The Wicked) – Celtic Frost Cover*
18-Symptom Of The Universe (Black Sabbath Cover)*


***********************************
Ouça:
Sepultura Roots


Cly Reis

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sepultura- "Arise" (1991)




“Max Cavalera é um homem muito importante.
Ele, ao lado do Sepultura, foi o primeiro brasileiro no Metal
a realmente tocar fora do Brasil
e ganhar uma grande e fanática
legião de fãs estrangeiros."
Lemmy Kilmister,
Motörhead



Eles já eram respeitados no exterior e reconhecidos por nomes de pesocomo Anthrax e Motörhead, mas em seu próprio país de origem, somente a partir de “Arise” (1991) foi que passaram a receber a devida atenção. É verdade que o álbum anterior, “Beneath the Remains” já havia chamado atenção aqui, mas seu sucessor então apresentava um aprimoramento tal que não tinha como ser ignorado e colocava a banda, não apenas por conta de seu tardio reconhecimento no Brasil, mas muito pelo inegável salto de qualidade, como um dos grandes nomes do metal mundial.
O som às vezes tosco, os vocais excessivamente guturais com letras inaudíveis, a ausência de ousadia rítmica e questões técnicas de produções deficientes presentes nos trabalhos anteriores davam lugar uma banda mais segura de si, mais equilibrada, mais criativa, metendo o ferro, é claro, mas com muito mais maturidade e qualidade sabendo dosar o peso, a melodia e os estilos musicais, numa produção caprichada e cuidadosa.
O vocal de Max Cavalera continuava gritado, é claro, monstruoso, é lógico, mas com mais técnica e com um inglês aperfeiçoado mais inteligível; as guitarras continuavam aquele turbilhão sonoro, aquele troar vulcanico, mas com riffs mais marcantes, com levadas precisas, com partes e entrepartes, com variações entre o metal, o hardocore, o funk, além das incursões eventuais remetendo a música latina e indígena que viriam a ter importância crucial nos trabalhos posteriores da banda. E a bateria de Igor Cavalera? O que dizer da bateria? Ora,... Fúria, velocidade, técnica precisão em tempestades sonoras proporcionadas por um dos grandes bateristas dos últimos tempos.
Destaques para a faixa que dá nome ao disco uma bomba impiedosa, cheia de peso e alternâncias; para a excelente “Dead Embrionic Cells”, uma das melhores composições do álbum; para “Altered State”, que introduz sutilmente elementos tribais que seriam importantes posteriormente; para a matadora “Desperate Cry” com seu show de bateria com o bumbo duplo no final; para a "Subtraction", não muito badalada mas uma das minhas preferidas; e para o clássico “Orgasmatron”, cover do Motörhead só presente na versão brasileira do álbum, com seu ritmo bem cadenciado, vocal urrado de Max Cavalera e seu final absolutamente extasiante.
“Arise” era enfim o alavancamento do Sepultura como grande nome no cenário mundial, entrada definitiva da banda em seu próprio país e provavelmente, por isso mesmo, marco inicial para uma liberdade artística e criativa que culminariam em experimentações sonoras interessantíssimas já presentes no álbum seguinte, “Chaos A.D.” e que culminariam no excelente  e inovador álbum “Roots” de 1996. Mas isso é assunto para outra resenha, com certeza.
********************************** 

FAIXAS:
  1. "Arise" - 3:19
  2. "Dead Embryonic Cells" - 4:52
  3. "Desperate Cry" - 6:41
  4. "Murder" - 3:27
  5. "Subtraction" - 4:48
  6. "Altered State" - 6:34
  7. "Under Siege (Regnum Irae)" - 4:54
  8. "Meaningless Movements" - 4:40
  9. "Infected Voice" - 3:19
  10. "Orgasmatron" (cover do Motörhead)- 4:43

a edição de relançamento de 1997 traz ainda :
11. “Intro”
12. “C.I.U. (Criminals In Uniforms)”
13. “Desperate Cry (Scott Burns Mix)”

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Ouça;
Sepultura Arise



Cly Reis

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2020

 


Corre pro abraçaço, Caetano!
Você tá na liderança.

Como de costume, todo início de ano, organizamos os dados, ordenamos as informações e conferimos como vai indo a contagem dos nossos  ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, quem tem mais discos indicados, que país se destaca e tudo mais. Se 2020 não foi lá um grande ano, nós do Clyblog não podemos reclamar no que diz repsito a grandes discos que apareceram por aqui, ótimos textos e colaborações importantes. O mês do nosso aniversário por exemplo, agosto, teve um convidado para cada semana, destacando um disco diferente, fechando as comemorações com a primeira participação internacional no nosso blog, da escritora angolana Marta Santos, que nos apresentou o excelente disco de Elias Dya Kymuezu, "Elia", de 1969
A propósito de país estreante nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, no ano que passou tivemos também a inclusão de belgas (Front 242) e russos (Sergei Prokofiev) na nossa seleta lista que, por sinal, continua com a inabalável liderança dos norte-americanos, seguidos por brasileiros e ingleses. 
Também não há mudanças nas décadas, em que os anos 70 continuam mandando no pedaço; nem no que diz respeito aos anos, onde o de 1986 continua na frente mesmo sem ter marcado nenhum disco nessa última temporada, embora haja alguma movimentação na segunda colocação.
A principal modificação que se dá é na ponta da lista de discos nacionais, onde, pela primeira vez em muito tempo, Jorge Ben é desbancado da primeira posição por Caetano Veloso. Jorge até tem o mesmo número de álbuns que o baiano, mas leva a desvantagem de um deles ser em parceria com Gil e todos os de Caetano, serem "solo". Sinto, muito, Babulina. São as regras.
Na lista internacional, a liderança continua nas mãos dos Beatles, mas temos novidade na vice-liderança onde Pink Floyd se junta a David Bowie, Kraftwerk e Rolling Stones no segundo degrau do pódio. Mas é bom a galera da frente começar a ficar esperta porque Wayne Shorter vem correndo por fora e se aproxima perigosamente.
Destaques, de um modo geral, para Milton Nascimento que, até este ano não tinha nenhum disco na nossa lista e que, de uma hora para outra já tem dois, embora ambos sejam de parcerias, e falando em parcerias, destaque também para John Cale, que com dois solos, uma parceria aqui, outra ali, também já chega a quatro discos indicados nos nossos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.

Dá uma olhada , então, na nossa atualização de discos pra fechar o ano de 2020:



PLACAR POR ARTISTA INTERNACIONAL (GERAL)

  • The Beatles: 6 álbuns
  • David Bowie, Kraftwerk, Rolling Sones e Pink Floyd: 5 álbuns cada
  • Miles Davis, Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin, Wayne Shorter e John Cale*  **: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Bob Dylan e Lou Reed**: 3 álbuns cada
  • Björk, The Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Lee Morgan, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, R.E.M., Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground, Metallica, Grant Green e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum  Brian Eno e John Cale , ¨Wrong Way Out"
**contando com o álbum Lou Reed e John Cale,  "Songs for Drella"



PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Caetano Veloso: 5 álbuns
  • Jorge Ben: 5 álbuns *
  • Gilberto Gil*, Tim Maia e Chico Buarque: 4 álbuns
  • Gal Costa, Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**,, João Bosco, João Gilberto***, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão, Sepultura e Milton Nascimento**** : todos com 2 álbuns 
*contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas"
*** contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto" ****
contando com os álbuns Milton Nascimento e Criolo, "Existe Amor" e Milton Nascimento e Lô Borges, "Clube da Esquina"



PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 3
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 90
  • anos 70: 132
  • anos 80: 110
  • anos 90: 86
  • anos 2000: 13
  • anos 2010: 13
  • anos 2020: 1


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 21 álbuns
  • 1985, 1969 e 1977: 17 álbuns
  • 1967, 1973 e 1976: 16 álbuns cada
  • 1968 e 1972: 15 álbuns cada
  • 1970, 1971, 1979 e 1991: 14 álbuns
  • 1975, e 1980: 13 álbuns
  • 1965 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1964, 1987,1989 e 1994: 11 álbuns cada
  • 1966, 1978 e 1990: 10 álbuns cada



PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 171 obras de artistas*
  • Brasil: 131 obras
  • Inglaterra: 114 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
  • País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França, Bélgica, Rússia, Angola e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país
(em caso de parcerias de artistas de páises diferentes, conta um para cada)

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2023

 



Rita e Sakamoto nos deixaram esse ano
mas seus ÁLBUNS permanecem e serão sempre
FUNDAMENTAIS
Chegou a hora da nossa recapitulação anual dos discos que integram nossa ilustríssima lista de ÁLBUNS FUNDAMENTAIS e dos que chegaram, este ano, para se juntar a eles.

Foi o ano em que nosso blog soprou 15 velinhas e por isso, tivemos uma série de participações especiais que abrilhantaram ainda mais nossa seção e trouxeram algumas novidades para nossa lista de honra, como o ingresso do primeiro argentino na nossa seleção, Charly Garcia, lembrado na resenha do convidado Roberto Sulzbach. Já o convidado João Marcelo Heinz, não quis nem saber e, por conta dos 15 anos, tascou logo 15 álbuns de uma vez só, no Super-ÁLBUNS FUNDAMENTAIS de aniversário. Mas como cereja do bolo dos nossos 15 anos, tivemos a participação especialíssima do incrível André Abujamra, músico, ator, produtor, multi-instrumentista, que nos deu a honra de uma resenha sua sobre um álbum não menos especial, "Simple Pleasures", de Bobby McFerrin.

Esse aniversário foi demais, hein!

Na nossa contagem, entre os países, os Estados Unidos continuam folgados à frente, enquanto na segunda posição, os brasileiros mantém boa distância dos ingleses; entre os artistas, a ordem das coisas se reestabelece e os dois nomes mais influentes da música mundial voltam a ocupar as primeiras posições: Beatles e Kraftwerk, lá na frente, respectivamente. Enquanto isso, no Brasil, os baianos Caetano e Gil, seguem firmes na primeira e segunda colocação, mesmo com Chico tendo marcado mais um numa tabelinha mística com o grande Edu Lobo. Entre os anos que mais nos proporcionaram grandes obras, o ano de 1986 continua à frente, embora os anos 70 permaneçam inabaláveis em sua liderança entre as décadas.

No ano em que perdemos o Ryuichi Sakamoto e Rita Lee, não podiam faltar mais discos deles na nossa lista e a rainha do rock brasuca, não deixou por menos e mandou logo dois. Se temos perdas, por outro lado, celebramos a vida e a genialidade de grandes nomes como Jards Macalé que completou 80 anos e, por sinal, colocou mais um disco entre os nossos grandes. E falando em datas, se "Let's Get It On", de Marvin Gaye entra na nossa listagem ostentando seus marcantes 50 anos de lançamento, o estreante Xande de Pilares, coloca um disco entre os fundamentais logo no seu ano de lançamento. Pode isso? Claro que pode! Discos não tem data, música não tem idade, artistas não morrem... É por isso que nos entregam álbuns que são verdadeiramente fundamentais.
Vamos ver, então, como foram as coisas, em números, em 2023, o ano dos 15 anos do clyblog:


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PLACAR POR ARTISTA (INTERNACIONAL)

  • The Beatles: 7 álbuns
  • Kraftwerk: 6 álbuns
  • David Bowie, Rolling Sones, Pink Floyd, Miles Davis, John Coltrane, John Cale*  **, e Wayne Shorter***: 5 álbuns cada
  • Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin, Bob Dylan e Lee Morgan: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, Van Morrison, R.E.M., Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden , U2, Philip Glass, Lou Reed**, e Herbie Hancock***: 3 álbuns cada
  • Björk, Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground, Metallica, Dexter Gordon, Philip Glass, PJ Harvey, Rage Against Machine, Body Count, Suzanne Vega, Beastie Boys, Ride, Faith No More, McCoy Tyner, Vince Guaraldi, Grant Green, Santana, Ryuichi Sakamoto, Marvin Gaye e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum  Brian Eno e John Cale , ¨Wrong Way Out"

**contando com o álbum Lou Reed e John Cale,  "Songs for Drella"

*** contando o álbum "Five Star', do V.S.O.P.



PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Caetano Veloso: 7 álbuns*
  • Gilberto Gil: * **: 6 álbuns
  • Jorge Ben e Chico Buarque ++: 5 álbuns **
  • Tim Maia, Rita Lee, Legião Urbana, Chico Buarque,  e João Gilberto*  ****, e Milton Nascimento*****: 4 álbuns
  • Gal Costa, Titãs, Paulinho da Viola, Engenheiros do Hawaii e Tom Jobim +: 3 álbuns cada
  • João Bosco, Lobão, João Donato, Emílio Santiago, Jards Macalé, Elis Regina, Edu Lobo+, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Ratos de Porão, Roberto Carlos, Sepultura e Baden Powell*** : todos com 2 álbuns 


*contando com o álbum "Brasil", com João Gilberto, Maria Bethânia e Gilberto Gil

**contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"

*** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas"

**** contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"

***** contando com os álbuns Milton Nascimento e Criolo, "Existe Amor" e Milton Nascimento e Lô Borges, "Clube da Esquina"

+ contando com o álbum "Edu & Tom/ Tom & Edu"

++ contando com o álbum "O Grande Circo Místico"



PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 3
  • anos 40: -
  • anos 50: 121
  • anos 60: 100
  • anos 70: 160
  • anos 80: 139
  • anos 90: 102
  • anos 2000: 18
  • anos 2010: 16
  • anos 2020: 3


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 24 álbuns
  • 1977 e 1972: 20 álbuns
  • 1969 e 1976: 19 álbuns
  • 1970: 18 álbuns
  • 1968, 1971, 1973, 1979, 1985 e 1992: 17 álbuns
  • 1967, 1971 e 1975: 16 álbuns cada
  • 1980, 1983 e 1991: 15 álbuns cada
  • 1965 e 1988: 14 álbuns
  • 1987, 1989 e 1994: 13 álbuns
  • 1990: 12 álbuns
  • 1964, 1966, 1978: 11 álbuns cada



PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 211 obras de artistas*
  • Brasil: 159 obras
  • Inglaterra: 126 obras
  • Alemanha: 11 obras
  • Irlanda: 7 obras
  • Canadá: 5 obras
  • Escócia: 4 obras
  • Islândia, País de Gales, Jamaica, México: 3 obras
  • Austrália e Japão: 2 cada
  • Itália, Hungria, Suíça, França, Bélgica, Rússia, Angola, Nigéria, Argentina e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país
(em caso de parcerias de artistas de países diferentes, conta um para cada)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Música da Cabeça - Programa #95


“É a lama, é a lama”. Não a das águas harmoniosas de março, mas a das águas sujas de janeiro, a que soterra Brumadinho, a que expulsa Jean Wyllys do país. Mas o Música da Cabeça não abandona a “promessa de vida no teu coração”, e na semana em que Tom Jobim faria aniversário, damos vivas à boa música através de New Order, Sambrasa Trio, Philip Glass e Sepultura. Além de nossos quadros fixos, “Música de Fato” e “Palavra, Lê”, ainda um “Cabeção” para desfazer dos rostos o desgosto. Tarefa fácil? Não, mas o programa de hoje, às 21h, na Rádio Elétrica, será esse (necessário) “resto de mato na luz da manhã”. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues E, não: não “é o fim do caminho”.


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

domingo, 25 de outubro de 2009

Prodigy - Citibank Hall - Rio de Janeiro (24/10/2009)




Prodigy quebrando tudo!
O que é que foi aquilo ontem?
Destruição total!!!
Vou ter que conferir se o Citibank Hall ainda está em pé, no seu lugar, porque o Prodigy botou abaixo o lugar.
Já saíram anunciando a destruição do mundo com "World is on Fire" e aí, meu amigo, se abriu-se a roda punk e a ninguém segurou mais a galera.
Seguiu-se o agressivo hit "Breathe" que alucinou ainda mais o público e na seqüência, uma das novas queridinhas dos prodigianos, "Omen".
É verdade que houve alguns problemas de som no início e principalmente "Spitfire", que gosto muito sofreu com a deficiência no som dos samples. Tinha a batida, tinha o groove, mas aquele gemidinho cantarolado que conduz a música, e os efeitos ficaram bem sumidinhos. Outra que gosto muito, "Poison", perdeu força ao vivo. Não funcionou. Tanto que o próprio Liam Howlwet deu uma reduzida no tempo dela. "Voodoo People", ao contrário, ficou melhor no palco mesmo tendo perdido o peso daquelas guitarras sampleadas entrecruzadas da versão original, ainda que houvesse um guitarrista no palco. Legal que como ela é um dos temas dos intervalos do futebol americano, e no Rio o esporte é bem popular, parte do público ficava imitando com a boca um sample da música, criando sua própria versão.
O mundo em chamas!
A qualidade do som foi sendo corrigida aos poucos e parece que, muito convenientemente ela melhorou de vez na esperadíssima (e novo xodó dos fãs) "Take me to the Hospital", um verdadeiro atropelamento por um ômibus de dois andares,entoada em côro e puxando de novo a galera lá pro meio do tumulto. Muito foda!
A propósito disso, tanto "Take me...", quanto "World is on Fire", "Omen", "Invaders Must Die", e outras do novo álbum foram aguardadas e cantadas com o mesmo entusiasmo de uma "Firestarter", por exemplo, demonstrando o quanto o público dos caras é fiel e conhece o que a banda vem fazendo, ao contrário de muitas turnês de lançamento de álbuns, onde o público só fica esperando pelos antigos sucessos.
A citada "Firestarter" verdadeiramente "incendiou" o lugar e foi outro dos pontos altos do show na que foi a melhor performance de Keith Flint, que no palco, perde de longe para o Maxxim Reality, que é sim verdadeiramente um MC de presença e domínio. Flint é carismático, com aquele seu visual cyber-punk-Bozo, mas basicamente fica, na maior parte das vezes dançando (pulando) de um lado pra outro no palco.
A primeira parte fechou com a não menos esperada "Smack my Bitch Up" e os caras voltaram só para fazer a clássica "Out of Sapece", detonando, cheia de peso, de groove, mas carregada de raggae.
Uma verdadeira celebração! Uma festa punk! Um dos melhores shows de rock que já assisti. Mas sei que dirão "ROCK? Prodigy é eletrônico". Mais do que nunca ficou provado para mim que rock é mais do que um ritmo, um estado de espírito.
Aquilo era sim um show de rock.
Foi uma celebração!

Um grande show.
OUTROS TOQUES:

-Um horror a primeira banda de abertura lá no Citibank Hall, a tal de Montage.
Quando eu chegeui tavam tocando uma espécie de "funk carioca" meio Prodigy (se é que issso é possível) e lá pelas tantas tocaram uma versão esdrúxula de "I Wanna be Your Dog" que deixaria o Iggy Pop constrangido;

-Depois deles teve o projeto eletrônico do Igor Cavalera, ex-Sepultura com sua esposa, o Mix Hell.
Ruim, pra falar a verdade.
Coisa de criança que ganhou brinquedo novo. Sabe quando a criança quer brincar com todos ao mesmo tempo? É isso. Pra fazer música eletrônica com percussão ao vivo não se precisa utilizar todos os elementos da sua bateria ao mesmo tempo, e é exatamente o que faz o ótimo baterista. além disso as bases sonoras são pobres. As percussivas até são interessantes (como uma com uma sampler de berimbau), mas cansativas e mal aplicadas. No mais das vezes, sobre bases fracas e mal ensaiadas, o espetáculo ficou parecendo um mero exibicionismo de um grande bateirista sobre um improviso eletrônico.
Fraco, fraco.

-Ainda, pra aquecer a galera teve um DJ que, sinceramente não conheço, mas que mandou bem nas pick-ups, enquanto o pessoalzinho do Howlet naõ entrava. Acredito que fosse alguém da trupe deles mesmo, só pra galera não ficar impaciente. Bom DJ. Vou procurar me informar a respeito depois.



Cly Reis

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2014


Sim, amigos, Chegou a hora da verdade! Os números não mentem e falam por si. é hora de fazer aquele pequeno balanço de 2014 e da atual situação dos A.F. do Clyblog. Qual artista tem mais discos indicados, que país botou mais álbuns, qual o ano que mais apresenta destaques ou qual a década mais recheada de grandes obras da música, além dos principais destaques do ano que passou.
Em 2014 o blog continuou tendo participações especiais como vem acontecendo costumeiramente em datas ou momentos importantes e não foi diferente com os ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, que, por sinal, já começou o ano com a resenha especialíssima do jornalista e crítico musical Márcio Pinheiro, com o ótimo "Quem é Quem" de João Donato, além do essencial "Rubber Soul" dos Beatles, resenhado pelo convidado Eduardo Lattes, numa espécie de postagem-dobradinha com o álbum antagonista, "Pet Sounds" dos Beach Boys, que por sua vez estrearam, antes tarde do que nunca, no seleto time do A.F.
E falando em estreia, o ano passado marcou outros ingressos significativos no hall dos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, como os de Ella Fitzgerald, The Police, Funkadelic e Gal Costa, que já saiu metendo dois logo de cara, por exemplo, e algumas reafirmações como as de Prince, Sepultura, Sonic Youth, R.E.M. e Madonna que botaram na roda seu segundo álbum fundamental, cada.
Mas enquanto alguns, recém, levam seu segundo trabalho ao pódio, alguns disparam na liderança, e os Rapazes de Liverpool que no último ano haviam finalmente tomado a ponta, este ano viram o Camaleão, David Bowie, empatar a parada e dividir com eles o topo da tabela, e de quebra, os rivais, Rolling Stones, aproximarem-se perigosamente. Isso no geral, porque se ficarmos no âmbito nacional, Titãs, Legião e Jorge Ben, estão mandando no pedaço. Mas se é para sermos bem exatos mesmo, quem está na frente mesmo é o Babulina que com o ingresso de seu fantástico "África Brasil", se somarmos ao clássico "Gil & Jorge" chega isoladamente à primeira posição de álbuns resenhados nos A.F.entre os brasileiros. "África Brasil" que, a propósito foi um dos que integraram a seleção diferenciada de álbuns que tinham alguma coisa a ver com futebol nas edições especiais dedicadas à Copa do Mundo chamada ÁLBUNS FUNDAMENTAIS ClyBola, que também contou com discos como o "Novos Baianos F.C.", "Chico Buarque vol.4" e "Nuvens" de Tim Maia.
Outra coisa bacana que rolou nos A.F. em 2014 foi que, no ano em que a Blue Note Records, gravadora pioneira do jazz americano, completaria 50 anos, resenhas de grandes artistas do gênero pintaram por aqui pelas mãos de Daniel Rodrigues, destacando "Empyrean Isles" de Herbie Hncock e "The Sidewinder" de Lee Morgan.
Como curiosidades, tivemos o fato de que Richard Strauss com seu "Zaratustra" de 1895 tornou-se o 3º mais antigo da seção, só atrás em antiguidade da "9ª de Bethooven" de 1824, e d"As Quatro Estações" de Vivaldi, de 1725; e lá na outra ponta, entre  os mais atuais, o interessante é que só este ano tivemos destacados mais álbuns do século XXI do que tivéramos até então em 5 anos de blog.
Mas paremos com essa conversa fiada e vamos aos números. Vamos ao que interessa.

PLACAR POR ARTISTA (GERAL)

  • The Beatles: 5 álbuns
  • David Bowie 5 álbuns
  • The Rolling Stones 4 álbuns
  • Stevie Wonder, Cure, Led Zeppelin, Miles Davis, Pink Floyd e Kraftwerk: 3 álbuns cada


PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Jorge Ben (4)
  • Titãs (3)
  • Legião Urbana (3)
  • Gilberto Gil (3)


PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 2
  • anos 40: -
  • anos 50: 12
  • anos 60: 55
  • anos 70: 79
  • anos 80: 76
  • anos 90: 55
  • anos 2000: 7
  • anos 2010: 4


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1

PLACAR POR ANO

  • 1986: 14 álbuns
  • 1985: 13 álbuns
  • 1972 E 1991: 12 álbuns cada
  • 1967: 11 álbuns
  • 1968, 1969, 1970, 1971, 1976 e 1992: 10 álbuns cada


PLACAR POR NACIONALIDADE

  • Estados Unidos: 110 ártistas
  • Inglaterra: 77 artistas
  • Brasil: 70 artistas
  • Alemanha: 6 artistas
  • Canadá e Irlanda: 4 artistas cada
  • Escócia: 3 artistas
  • México: 2 artistas
  • Suiça, Jamaica, Islândia, Gales, Itália, Austrália e Hungria: 1 cada










quarta-feira, 5 de setembro de 2012

cotidianas #177 - Difícil de Explicar


As mulheres resolveram se reunir para comemorar o aniversário de formatura.
Conheciam-se havia, sei lá, 15, 16 anos e nunca tinham marcado nada juntas sem os maridos.
Marcaram uma reuniãozinha na casa de uma delas só pra fofocar, botar a conversa em dia e tomar umas que outras. Os maridos podiam, por que elas não, ora?
Poder, podiam. O problema é que passaram um pouquinho da conta e ficaram um pouco 'altas demais'.
Lá pelas tantas da madrugada, uma delas, completamente bêbada, mal se aguentando em pé, resolveu que era hora de ir embora. Pegou o carro e pôs-se a dirigir a caminho de sua casa, Deus sabe lá como. Só que no meio do caminho, coisas de bêbado, deu aquela irresistível vontade de mijar. Não tinha como segurar. Um muro? Um pátio? Uma moita? Avistou então um cemitério. Ah, ia ser ali mesmo! Parou o carro próximo ao portão e ignorando até mesmo o sinistro do lugar, sem opção melhor e completamente sem noção pela bebedeira, decidiu fazer ali mesmo, dentro do cemitério. 
Desceu do carro, foi-se cambalenado, tropeçando, caindo, esfolando os joelhos, até que não aguentando dar mais um passo subiu na tampa de uma sepultura qualquer, tirou a calcinha e se aliviou ali mesmo.
Ahhhh!!!
Acabando, e não encontrando nada com o que se limpar, pegou a primeira coisa que lhe estava ao alcance, uma fita de uma coroa de flores que estava em cima de um túmulo e a usou como papel higiênico. Levantou, esquecendo-se até mesmo da calcinha, e saiu meio cambaleante andando entre os túmulos até chegar ao carro. Depois disso nem sequer lembrava de como chegara em casa.  
No dia seguinte acordou com uma tremenda ressaca. Não lembrava de praticamente nada da noite anterior. Só recordava de ter saído da casa da amiga e depois, puff! Tudo sumia da sua memória.
Encontrou o marido na cozinha, tomando café e ao lhe dar bom dia, o viu transtornado com os olhos cheios d'água:
- Está tudo acabado entre nós. Tudo - disse o marido.
- Como assim? Mas... por que? Só por que eu saí com as minhas amigas uma única vez? Uma vezinha só! Você sai com seus amigos toda as semanas... - tentou argumentar a esposa.
- Amigas, é??? - retorquiu indignado - Amigas? Então como é que você me explica ter chagado em casa bêbada, de madrugada, com os joelhos todos lascados, sem calcinha e com uma fita presa na bunda com a inscrição: "Jamais te esqueceremos: Vagner, Moisés, Elias e toda a turma da faculdade." ?
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É... Dífícil de explicar.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Ratos de Porão - Bar Opinião - Porto Alegre/RS (11/11/13)



foto: Lucio Agacê
Nunca tinha assistido ao Ratos de Porão ao vivo. Devia isso pra mim mesmo. Do rock nacional já tinha visto shows de quase todos que considero importantes: Titãs (Arnaldo Antunes e Nando Reis, além do Marcelo Frommer ainda vivo), Camisa de VênusParalamas do Sucesso, Fausto Fawcett, De Falla, Replicantes.Até Humberto Gassinger (sem Engenheiros do Hawaii, mas tocando músicas da banda) eu vi. Legião Urbana que fazia pouco show, ainda mais aqui no Sul, não deu pra ver (quando ia fazê-lo, Renato Russo morreu). Por isso, dos grandes do rock brasileiro faltava-me, de fato, o Ratos. Os caras que inventaram (isso mesmo: sem aspas!) o que pode ser chamado de metal-core antes de qualquer outra banda gringa; o grupo criador de discos essenciais como “Crucificados pelo Sistema”, “Descanse em Paz” e “Brasil”; os desbravadores, no Brasil, de uma malvista e desvalorizada, porém riquíssima, cena juvenil chamada punk junto com Olho Seco, Cólera, Inocentes, Garotos Podres, Lobotomia e outros; os verdadeiros cronistas suburbanos de um Brasil que insiste em ser desigual e decadente desde que eles surgiram, há mais de 30 anos, e bem antes disso; a primeira banda a levar, junto com o Sepultura, o rock nacional pro exterior a custas de muito esbravejo e porrada. Faltava o Ratos a mim.
Faltava.
Depois de mais de um ano me penalizando por não estar na cidade para assisti-los em 2012, quando estiveram em Porto Alegre depois de um bom tempo sem virem, pude, enfim, presenciar João Gordo & cia. “destruírem” o Opinião no projeto 2ª Maluca, da Rei Magro Produções. Showzasso! Gordo, muito a fim de tocar e à vontade com um público verdadeiramente amante da banda, subiu no palco com a gana de realmente fazer um grande show. Com Jão, esmerilhando na guitarra, Juninho, super bem no baixo, e Boka, sempre destruidor na bateria, não foi diferente. O show teve aproximadamente 1 hora e 10 minutos, o que, para uma banda como o RDP, que tem faixas até de 17 segundos, (como “Caos”, que tive o prazer de ouvi-los tocar: “Esse mundo é um caos/ Essa vida é um caos/ Caaaaaos!"), esse tempo todo dá pra executar um monte de coisa. E foi assim, repleto de “crássicos” que incendiaram a roda de pogo.
foto: Lucio Agacê
Eles mandaram ver com “Agressão/Repressão”, “Crianças sem Futuro”, “Aids, Pop, Repressão”, “Sentir Ódio e Nada Mais”, “Realidades da Guerra”, entre outras. Só as foda! “Mad Society”, de uma fase já “madura” dos caras e das minhas preferidas, veio num arranjo super legal junto com “Morrer”, das antigonas. “Sofrer”, das mais conhecidas, claro, enlouqueceu a galera, assim como a versão deles de “Buracos Suburbanos”, da Psykóze, outra memorável do punk rock brazuca. Teve ainda as imortais “Crucificados pelo Sistema” e “Beber até Morrer” - música que, há 25 anos, nos faz pensar se não é, de fato, esta a solução num país, à época da composição, de Plano Cruzado e inflação galopante e, hoje, de Bolsa Família e Mensalão... 
Mas pra pirar mesmo o público de fé que foi lá naquela noite do dia mais chuvoso na cidade em um século (!), o Ratos presenteou-nos com uma execução do clássico do rock gaúcho (quando este ainda era bom pra caralho): “O Dotadão Deve Morrer", d’Os Cascavelletes. Ao seu estilo, tal como gravaram em 1995 no álbum “Feijoada Acidente - Brasil”, ou seja, menos rockabilly e mais hardcore, a banda fez o Opinião vir abaixo, ainda mais no refrão, entoado por toda a plateia - inclusive este que vos fala. Gordo cantava: “Hey, rapazes/ Esse cara deve morrer”, e nós respondíamos em coro: “Deve morrer, deve morrer, deve morrer!”. De arrepiar!
Pra fechar, outro clássico cantado por todos: “FMI” (“O FM’ê’ não está nem a’ê’...”). Como se não bastasse a felicidade de minha realização de, finalmente, assistir ao RDP ao vivo, ainda pude fazê-lo ao lado de meu primo-brother e colaborador deste blog, Lucio Agacê, justamente quem, em meados dos anos 80, mostrou pra mim esta que é, certamente, a maior banda brasileira em atividade hoje. E será que não foi sempre?



fotos: Lucio Agacê


quarta-feira, 6 de julho de 2022

Música da Cabeça - Programa #274

 

Sabe a CPI do MEC? Vai ficar pra depois das eleições. O que não fica para depois das eleições é o MDC, que hoje tem The Sugarcubes, Emílio Santiago, Sepultura, The Beach Boys, Eumir Deodato e mais. Ainda tem um Cabeção sobre o pianista e compositor de jazz Ahmad Jamal. Sem procrastinação, o programa vai ao ar às 21h na investigativa Rádio Elétrica. Produção, apresentação e comissão instalada: Daniel Rodrigues.


Rádio Elétrica:
www.radioeletrica.com