Curta no Facebook

Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta accirs. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta accirs. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 13 de abril de 2023

15 anos da Accirs - Cinemateca Paulo Amorim - Casa de Cultura Mário Quintana - Porto Alegre/RS (05/04/2023)

 


Desde a primeira reunião, numa final de tarde outonal de 2008, estava lá eu, juntamente com um punhado de outros amantes de cinema num apartamento à Av. Cristóvão Colombo, em Porto Alegre, residência de uma das fundadoras. Eu, que havia recém iniciado um projeto de um blog de cinema, O Estado das Coisas (hoje desativado), ainda nem havia me tornado colaborador do Clyblog, onde de fato expandi meu exercício de crítica, e já me fazia presente ali, meio assustado ao lado de gente que admirava e admiro. Jornalistas a quem eu lia, assistia, ouvia. Profissionais da Academia já referenciais para a cinefilia gaúcha. Críticos de cinema com experiência em veículos, festivais, júris, curadorias. Mesmo intimidado com o desafio, fui dos que deram o aval para o começo de uma entidade congregadora de críticos de cinema em nossos pagos que promovesse este fazer crítico por meio de diversas vias: a realização de seminários sobre crítica, a formação de grupos de estudo sobre a linguagem audiovisual, a programação de sessões de cinema com debates, a geração de conteúdos em diversas plataformas, a composição de júris da crítica, entre outros. Estava criada, a 29 daquele mês, a Associação de Críticos do Cinema do Rio Grande do Sul, a Accirs

Relembrar os movimentos primordiais da associação teve um gosto ainda mais agradável no encontro que promovemos no último dia 5, marcado exatamente para celebrar o aniversário da Accirs. Com a presença de convidados, familiares e amigos, nós nos reencontramos para a ocasião festiva orgulhosos da bagagem pessoal e coletiva que agregamos nestes 15 anos, mas também contentes pela novidade, seja pelos membros não tão antigos como eu (ou Ivonete Pinto, Fatimarlei Lunardelli, Marcos Santuário, Roger Lerina, Adriana Androvandi, minha “madrinha” na Accirs, e outros), seja pela recepção aos novos integrantes, os sete entrantes. A mim, enxergar ao longe aquele Daniel bem mais inseguro mas já capaz de unir-se àqueles pares, é bastante gratificante. Além do crescimento que os anos naturalmente trazem, é-me fácil perceber o quanto a Accirs, na qual hoje sou Secretário, me proporcionou (proporciona) em termos de desenvolvimento enquanto crítico e ente social pensante para tudo aquilo que o cinema propicia.

Os 15 anos de atividades da Accirs contaram também com uma exibição especial: a pré-estreia do longa-metragem brasileiro “O pastor e o guerrilheiro”, novo filme do diretor José Eduardo Belmonte, exibido no 50º Festival de Cinema de Gramado. Na mesma ocasião, foram entregues por nosso presidente, Danilo Fantinel, e nossa vice-presidente, Mônica Kanitz, os certificados para os vencedores do Prêmio Accirs para os Melhores do Ano em 2022. Por “5 Casas”, de Bruno Gularte Barreto, foi entregue ao roteirista do filme, o cineasta e professor Vicente Moreno. Já por “Sinal de Alerta: Lory F.”, o diretor Fredericco Restori, juntamente com a irmã da biografada, a atriz Débora Finochiaro, recebeu o certificado de melhor curta gaúcho. Outro curta, “Madrugada”, dividiu o prêmio de com “Sinal...”, alcançando-se a seus realizadores Leonardo da Rosa e Gianluca Cozza a homenagem. Ainda, Ivonete e Marcus Mello receberam o Prêmio Luiz César Cozzatti, concedido a destaques da cena audiovisual do RS, pela revista Teorema, publicação impressa dedicada à crítica cinematográfica que completou 20 anos de existência.

Foi, por todos estes dois motivos, mas principalmente, pelo encontro de uma história já percorrida com o sopro da renovação, que o brinde pela Accirs foi especialmente bonito. Sorrisos, papos, reencontros, carinho, apresentações, abraços. Uma noite de sair com o peito preenchido – de afeto e de cinema.

Confira algumas fotos tiradas por diversos de nós membros.

*********

Coquetel rolando, papos sobre cinema e tudo mais

Momento de entregar os certificados aos melhores de 2022

Danilo e Mônica falando para a plateia na Sala Paulo Amorim

Ivonete e Marcos, agraciados com o destaque do ano pela Teorema

Os jovens diretores do curta "Madrugada"

Restori falando por seu "Sinal de Alerta Lory F."

A galera toda para a foto oficial: membros e convidados
numa noite especial para o cinema gaúcho


texto: Daniel Rodrigues
fotos: Daniel Rodrigues e membros Accirs

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Lançamento do livro “50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho”, da ACCIRS, na Feira do Livro de Porto Alegre - 05/11/2022


 

Foto coletiva da turma de críticos da ACCIRS
Foi uma tarde cheia de encontros – e autógrafos, claro – pro lançamento do livro “50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho”. Agora, na Feira do Livro de Porto Alegre, em sua 68ª edição, onde não poderíamos deixar de estar. Cerca de 20 de nós membros da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS), e foi possível conversar entre nós e os amigos, parentes e convidados que nos prestigiaram. Editado pela ACCIRS, a coletânea traz 50 artigos sobre filmes gaúchos lançados entre as décadas de 1950 e 2020 no Rio Grande do Sul. Mas com um diferencial editorial-conceitual interessante: não se trata de um apanhado dos “melhores filmes’, mas, sim, aqueles títulos que fazem sentido para cada autor dentro do universo do cinema gaúcho. Ou seja, propõe uma abordagem muito pessoal sobre cada obra, o que, indiretamente, cria ligações diferentes e próprias entre um artigo e outro.

Caso, por exemplo, dos textos de Alice Dubina Trusz e Jaqueline Chala – com quem pude trocar algumas proveitosas ideias durante a sessão – os quais, juntamente com o de Ivonete Pinto, formam uma trinca complementar que avaliou os três principais títulos do novo cinema gaúcho: “Deu pra ti, Anos 70” (Giba Assis Brasil e Nelson Nadotti, 1981), “Inverno” (Carlos Gerbase e Giba, 1983) e “Verdes Anos” (Gerbase e Giba, 1984), respectivamente.

Enfim, uma tarde linda em Porto Alegre, de temperatura agradável, final de semana e começo de mês (ou seja, pessoal com mais grana no bolso) motivou a que a feira estivesse lotada, inclusive com algumas sessões de autógrafos com filmas bem extensas. Muito legal ver a Feira do Livro, mesmo com todas suas ressalvas (preços não tão mais atrativos, ausência de uma praça de alimentação e de área internacional, entre outras coisas), mobilizando a população a circular na praça aberta em razão das letras. Depois do pesadelo do pior da pandemia, que reclusou a Feira ao universo online, poder voltar a circular e ver pessoas, cores, cheiros, artes, sons e tudo que os sentimentos possam captar é muito bom.

Confira aí, então, alguns cliques da sessão de autógrafos e do clima da feira em si conosco aproveitando esse dia encantado em nossa cidade:

*************

Fileira para os autógrafos coletivos da ACCIRS


Autografando o exemplar do amigo Rodrigo,
que foi com sua querida mãe prestigiar a gente


Aqui com o colega de ACCIRS e trabalho Conrado Oliveira, também autor do livro


Depois de passar a fila, chegou minha vez de autografar!


Com a querida colega e coautora Jaque Chala,
voz do cinema da minha adolescência da rádio FM Cultura


Deu também pra adquirir o "Cruber", livro de contos das andanças de Uber
do querido colega de ACCIRS Cristiano "Criba" Mentz


Nós em plena praça, onde tudo começou há 11 anos...


Clima da praça com pessoal circulando sob a bênção dos jacarandás



Os corredores cheios da área infantil


Palhaço fazendo bolhas de sabão gigantes no meio da praça


E deu tempo de encontrar a hermana Carol, que foi ao nosso encontro


Céu azulzinho na linda tarde de sábado na Feira do Livro


Filas e filas pras sessões de autógrafos



Daniel Rodrigues

sábado, 5 de novembro de 2022

Drops lançamento do livro “50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho”, da ACCIRS, na Feira do Livro de Porto Alegre - 05/11/2022





E lá vamos nós para mais uma etapa do lançamento do “50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho”! E desta vez onde não poderíamos deixar de estar: na estimada Feira do Livro de Porto Alegre! Depois do lançamento oficial, lá em março, no Araújo Vianna, em Porto Alegre, e do Festival de Cinema de Gramado, em agosto, agora é a vez de celebrarmos este projeto naquele que é o evento cultural-literário mais antigo (e provavelmente, o mais querido) da cidade.

O livro, editado pela Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS), da qual orgulhosamente faço parte como membro fundador e, hoje, secretário, traz uma coletânea de 50 brilhantes artigos sobre 50 filmes gaúchos lançados entre as décadas de 1950 e 2020 no Rio Grande do Sul. Olha: é só texto bom!

Estaremos lá nós membros da ACCIRS em mais de 20, e a previsão do tempo, tão instável nesta época do ano, promete ser boazinha conosco.

Então, quem tiver por POA, aparece lá, que a pena e a tinta já estão aguardando os autógrafos. Depois a gente volta aqui com registros desta tarde, que promete ser ensolarada de sol e de gente bonita.

**********

lançamento do livro “50 Olhares da Crítica sobre o Cinema Gaúcho”
da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS)  
onde: 68ª Feira do Livro de Porto Alegre (Praça da Alfândega, s/ nº, Centro Histórico - Porto Alegre).
quando: dia 05/11 (sábado) - 15h
organizadores: Daniel Feix, Fatimarlei Lunardelli, Ivonete Pinto, Mônica Kanitz e Rafael Valles
Valor do livro: R$ 50,00*

*Os exemplares poderão ser adquiridos na Feira do Livro ou pelo site da ACCIRS e locais parceiros: accirs.com.br


Daniel Rodrigues

sábado, 12 de março de 2022

Lançamento do livro “50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho” - Coletânea de artigos da ACCIRS


 

E começamos o ano de 2022 com lançamento de livro! E desta vez, não se trata de conto ou ensaio, mas de crítica cinematográfica. O meu tão satisfatório caminho de anos na crítica de cinema se materializa, enfim, em livro, no aguardada primeira obra editada pela Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS) da qual faço parte. Trata-se de “50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho”, correalizado pela Opinião Produtora e que tem organização dos colegas e críticos Daniel Feix, Fatimarlei Lunardelli, Ivonete Pinto, Mônica Kanitz e Rafael Valles. O projeto gráfico é de Flávio Ilha, da editora Diadorim, e a apresentação é assinada pela jornalista e crítica Maria do Rosário Caetano.

Este primeiro livro da ACCIRS reúne 50 artigos sobre 50 filmes gaúchos lançados entre as décadas de 1950 e 2020, e cada texto foi escrito por convidados e por um dos membros da associação – entre os quais, yo. Legal que houve a preocupação de não se fazer uma mera eleição dos melhores títulos produzidos no Estado (o que seria, se não impossível, impreciso), mas sim de trazer visões particulares sobre cada obra. Através de perspectivas jornalísticas, ensaísticas e memorialísticas, é possível revisitar títulos famosos da filmografia do Rio Grande do Sul, bem como descobrir projetos esquecidos ou pouco comentados. De aventuras épicas em 35mm a filmes intimistas e de baixíssimo orçamento da era digital, curtas, médias e longas-metragens entraram na seleta que cobre mais de 70 anos do cinema gaúcho.

Não vou dar spoiler  a respeito de qual filme escrevi, até por se tratar agora de um drops e porque, posteriormente ao lançamento - que será no próximo dia 20 - retorno aqui para comentar melhor sobre o livro e também sobre a minha participação da qual tanto me orgulho. Até porque, assim como percebo para com meus colegas de associação, estou curiosíssimo para ler as críticas de todos, bem como saborear (e me surpreender com) cada filme escolhido, cada visão trazida, cada olhar que une a técnica da crítica com um sentimento especial pela obra a qual se está abordando, o que certamente levará a textos muito interessantes - afora, obviamente, a qualidade comprovada da galera no exercício da crítica de cinema. E, claro, também curioso para manusear o volume e ler a mim mesmo, afinal, como disse Chico Buarque certa vez, há o prazer de escrever, mas há também o de ler a si próprio no livro impresso. Se Chico que é Chico confessa isso, sinto-me permitido. Por ora, fico aqui com o serviço para quem quiser prestigiar o evento de lançamento e/ou adquirir a obra, inédita e que valerá muito, afirmo de antemão.

********

lançamento do livro “50 Olhares da Crítica sobre o Cinema Gaúcho”
da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS)  
organizadores: Daniel Feix, Fatimarlei Lunardelli, Ivonete Pinto, Mônica Kanitz e Rafael Valles
onde: Sala Radamés Gnattali, Auditório Araújo Vianna (Parque Farroupilha, 685, Porto Alegre).
quando: dia 20/03 (domingo) - 11h
Valor do livro: R$ 50,00*

*Os exemplares poderão ser adquiridos no dia do lançamento e, a partir do dia 21 de março, estarão disponíveis no site da ACCIRS: accirs.com.br


Daniel Rodrigues

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Programa Accirs "Crítica em Transe #1" - Racismo no Cinema


Entrou no ar no último dia 30 de junho o novo programa no Youtube da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (Accirs), grupo do qual pertenço, entre idas e vindas, desde seus primórdios, em 2008. É o "Crítica em Transe", um espaço para a conversa e a troca de ideias em torno do cinema e da crítica, que reúne associados a cada edição. Tive a honra de participar deste primeiro programa, o qual contou com a mediação de Fatimarlei Lunardelli e as presenças do presidente da Accirs, Daniel Feix, e do colega Chico Izidro. A pauta? O racismo no cinema. O vídeo está disponível no canal da associação e a gente reproduz aqui também este interessante bate-papo que promovemos.

Os debatedores:
Fatimarlei Lunardelli
Vice-presidente da Accirs, é jornalista, escritora, 
professora e editora do site Escrita Crítica

Daniel Feix
Presidente da Accirs, jornalista, editor do Caderno 
DOC do jornal Zero Hora,

Chico Izidro
Jornalista do Correio do Povo, setorista de futebol e 
apaixonado por cinema, publica críticas no blog Cine 
Correio do Povo e na sua página Sala Escura na internet

**********


"Crítica em Transe #1" - Racismo no Cinema


Daniel Rodrigues

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Melhores do Ano Accirs 2023


Como ocorre tradicionalmente, a Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (Accirs), da qual faço parte, elegeu os Melhores do Ano, destacados entre produções lançadas em mostras e festivais, no circuito comercial e também em plataformas de streaming. A votação é referente ao ano de 2023, quando a Associação atingiu um grande marco ao celebrar seu 15º aniversário consolidada como uma instituição cada vez mais atuante e importante no ambiente cinematográfico do Rio Grande do Sul e do país.

Dividida em dois turnos, a eleição traz os melhores longas-metragens estrangeiro, brasileiro e gaúcho, além do melhor curta gaúcho do ano. A maioria destes filmes, aliás, fomos reportando aqui no blog ao longo do ano na seção Claquete. Fora desta seleção, a premiação da Accirs entrega, desde sua primeira edição, o Prêmio Luís César Cozzatti, que reconhece filmes, projetos, instituições ou pessoas de destaque no cenário audiovisual gaúcho.

Confira os vencedores do Prêmio Accirs 2023:


Melhor curta-metragem gaúcho: 
"Centenário de Minha Bisa", de Cristyelen Ambrozio

Tocante documentário poético da realizadora indígena Cristyelen Ambrozio, confirmando a escolha da nossa associação que, em agosto, no Festival de Cinema de Gramado, concedemos-lhe o prêmio de Melhor Curta Gaúcho pelo Júri da Crítica. O filme tece diversas camadas simbólicas, desde a visão feminina, a dos povos originários, a necropolítica, a herança cultural. Uma joia de Cristyelen, de quem se espera que rendam novos frutos.





Melhor longa-metragem gaúcho: 
"Casa Vazia", de Giovani Borba

O excelente filme de Giovani Borba, do qual tive a felicidade de participar de um debate em setembro, na Cinemateca Paulo Amorim, ao lado deste jovem realizador e da minha colega de Accirs e coordenadora da cinemateca Mônica Kanitz, era também meu preferido entre os longas gaúchos. Afinal, este thiller gaudério, misto de western e drama fantástico, pode ser visto com um marco do novo cinema no Rio Grande do Sul com obras como "Castanha" e "Mulher do Pai".



Melhor longa-metragem nacional: 
"Retratos Fantasmas", de Kleber Mendonça Filho

Outro documentário entre nossos premiados, e outro documentário de um olhar muito pessoal. Mas aqui, no caso, do grande nome do cinema nacional dos últimos anos, o pernambucano Kléber Mendonça Filho. Para quem acompanha sua obra tão marcante, ver o caminho afetivo percorrido por ele para a composição de seus curtas e, principalmente, os longas urbanos "O Som ao Redor" e "Aquarius", é emocionante e revelador. Foi o filme (mal) indicado a representar o Brasil no Oscar mas, mais uma vez, não ficou entre os selecionados. Não tem mesmo o perfil, pois trata-se de uma obra muito poética para o gosto da Academia.


Melhor longa-metragem estrangeiro: 
"Assassinos da Lua das Flores", de Martin Scorsese

Ah, o velho Scorsese, hein? Já discorri mais amplamente sobre este novo filme do mestre do cinema norte-americano e mundial, mas não custa repetir, que "Assassinos..." é um dos grandes filmes de sua extensa filmografia. A visão revisionista da história "yankee" é não só mais um capítulo em seu importante papel para a reconfiguração dos mitos imperialistas como pertinente para o momento de valorização dos povos originários. Mestre.




Poster do curta "Glênio",
de Luiz Alberto Cassol e
exibido em Gramado
Prêmio Luís César Cozzatti (destaque gaúcho): 
Glênio Póvoas

Glênio Nicola Póvoas é pesquisador, professor, diretor e roteirista, Mestre em Ciências da Comunicação pela USP e Doutor em Comunicação Social pela PUC-RS. Com uma longeva carreira profissional dedicada ao cinema, em especial ao gaúcho, foi um dos principais responsáveis pelo lançamento do Portal do Cinema Gaúcho e assina a coordenação geral do projeto – um grandioso banco de dados sobre nosso cinema, apresentado em 2023. Tive o prazer de ser seu aluno na cadeira de Cinema na faculdade de Jornalismo.





Daniel Rodrigues

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

52º Festival de Cinema de Gramado - Bastidores e Premiados

 

Assisti de casa a cerimônia de premiação do 52º Festival deCinema de Gramado, o qual pude, ao menos por alguns dias, participar presencialmente de novo ao lado de Leocádia, assim como havíamos feito pela primeira vez em 2022. E desta, além do prazer de estar no maior e mais longevo festival de cinema do Brasil e de encontrar amigos e colegas, teve um sabor especial: foi o meu primeiro à frente da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (Accirs), entidade a qual assumi a presidência há cerca de 2 meses. Isso fez com que, presentemente, pudesse integrar, também ineditamente, o júri do Prêmio Accirs aos curtas-metragens gaúchos, o chamado “Gauchão”, na Mostra Assembleia Legislativa ocorrida no primeiro final de semana do evento.

Juntamente com meus colegas de associação, Adriana Androvandi, André Bozzetti, Carol Zatt, Cristiano Aquino, Mônica Kanitz e Paulo Casa Nova, deliberamos este prêmio da crítica ao agora, uma semana depois, multipremiado “Pastrana”, de Melissa Brogni e Gabriel Motta, tendo em vista que o filme levou também Kikitos na Mostra de Curtas-Metragens Nacionais, incluindo o principal, o de Melhor Filme. O quase solitário destaque que demos a “Pastrana” na mostra gaúcha (recebeu apenas mais o singelo troféu de Melhor Produção Executiva), quando subi ao palco para entregar-lhes o certificado e nosso livro, foi, de certa forma, chancelado na mostra nacional, que, além do grande prêmio, conferiu ainda o reconhecimento por Fotografia e Montagem a esta homenagem para Allysson Pastrana, skatista de downhill, que faleceu em 2018 durante uma competição. 

vídeo da cerimônia de entrega da Mostra de Curtas Gaúchos - Prêmio Accirs


Mas existe ainda mais um fator de especialidade a esta nova participação minha em Gramado. Havia composto o júri da crítica na 49º edição, em 2021, alto da pandemia da Covid-19, o que obrigou a que todo o festival fosse virtual, inclusive a contribuição do grupo do qual estive. Desta feita, no entanto, outra felicidade me aproximou diretamente dos filmes, que foi integrar a comissão de seleção dos curtas-metragens nacionais, empreitada que encarei entre junho e julho ao lado de três competentes mulheres: a atriz e diretora Fernanda Rocha, do Rio de Janeiro; a professora da UFMS Daniele Siqueira, do Mato Grosso, e a cineasta, professora e minha colega de Accirs Daniela Strack.

Cartaz do excelente "Pastrana",
conquistas nas mostras
gaúcha e nacional
Da difícil seleção dos mais de 300 filmes que assistimos e discutimos, dentre os quais muita coisa de alta qualidade, restaram os 12 títulos concorrentes, seleção esta que, aliás, foi mais de uma vez elogiada no palco durante a cerimônia de premiação, o que me deixa bastante orgulhoso. E mais ainda por ver o gaúcho “Pastrana”, um de nossos escolhidos para esta seleção, sair vencedor como há 9 anos não ocorria – principalmente em um ano em que o Rio Grande do Sul foi tão afetado pelas enchentes ocorridas em maio. Somando-se à escolha do público pelo ótimo e tocante “Ana Cecília”, a outra produção gaúcha da mostra de curtas nacionais pareando com filmes do Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sul do país, pode-se considerar uma vitória do cinema gaúcho e do Rio Grande do Sul.

Ainda sobre os pagos daqui, do Prêmio Sedac/Iecine de Longas-Metragens Gaúchos – que celebrou a produção indígena “A Transformação de Canuto”, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho, com o prêmio de Melhor Filme –, não assisti a nenhum deles por não estar mais em Gramado quando de suas exibições, o que desejo fazer em breve assim que estes começarem a rodar nas salas de Porto Alegre. Já em relação aos documentários, que foram exibidos apenas no Canal Brasil e não no Palácio dos Festivais, dois deles perdi, mas vi o vencedor, “Clarice Niskier: Teatro dos pés à Cabeça”, de Renata Paschoal, embora um doc de estrutura convencional, pareceu-me merecedor num primeiro momento.

Por fim, os longas brasileiros. Foi-me possível conferir apenas dois concorrentes quando em Gramado: “O Clube das Mulheres de Negócios”, de Ana Muylaert, que levou somente Prêmio Especial do Júri pelo conjunto do elenco, mas que, a meu ver, se credenciava a, quem sabe, Trilha Sonora ou Atriz (Cristina Pereira); e “Estômago 2: O Poderoso Chef”, de Marcos Jorge, uma coprodução Brasil-Itália totalmente equivocada capaz de deturpar e diminuir o excelente filme original, de 2007, um cult do cinema nacional. Roteiro confuso, inconsistente e banal, que compromete todo o filme, desde seu ritmo narrativo até as atuações, a ponto de apagar aquele que deveria ser o personagem principal, o chef de cozinha agora presidiário Raimundo Nonato, vivido pelo ator João Miguel.

Cena de "Oeste Outra Vez", grande vencedor do ano
Para grande surpresa minha e de muita gente da crítica, “Estômago 2” foi o maior premiado da edição, com 5 Kikitos, dentre os quais – pasmem! – o de Melhor Roteiro. Sinceramente, equivocada a escolha, visto que injustificável para uma história que não se concatena. Até sondei a possibilidade de se estar privilegiando um filme com potencial de bilheteria (deve estrear nos cinemas em 29 de agosto), mas a hipótese se esvaiu rapidamente, tendo em vista que um júri deve valorizar, em respeito ao espectador e ao cinema, um mínimo de qualidade – o que o roteiro de “Estômago 2” deixa muito a desejar. Ainda mais estranho foi, mesmo com uma atuação que não lhe favorece, visto que a história ofusca o próprio protagonista, é Miguel ter dividido o prêmio de Melhor Ator junto com Nicola Siri! O filme ainda, para completar, abocanhou Trilha Sonora, que nada mais é do que a emulação da, esta sim, ótima trilha do primeiro filme. Tudo muito estranho.

Os outros longas não tive, assim como os gaúchos dessa metragem, a oportunidade de assistir, mas ao que parece, pela reação geral, a redenção dos erros de avaliação foram os prêmios da crítica, para “Cidade; Campo”, de Juliana Rojas, e a escolha do grande filme do ano de Gramado: o goiano "Oeste Outra Vez", de Erico Rassi, que realmente se destaca diante dos outros nas poucas cenas que vi. O faroeste à brasileira, que traz uma narrativa centrada em um universo masculino rural, conquistou também os prêmios para Melhor Fotografia e Melhor Ator Coadjuvante, para Rodger Rogério.

Enfim, uma premiação com altos e baixos (como são na maioria), mas que, independentemente disso, não tira de mim a alegria de ter participado de forma tão mais consistente do Festival de Gramado.

A clássica foto final com os premiados

Confira, então, os premiados da edição de 2024:


LONGAS-METRAGENS BRASILEIROS

Melhor filme: ‘Oeste Outra Vez”, de Erico Rassi

Melhor direção: Eliane Caffé, por “Filhos do Mangue”

Melhor ator: João Miguel e Nicola Siri, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor atriz: Fernanda Vianna, por “Cidade; Campo”

Melhor roteiro: Bernardo Rennó, Lusa Silvestre e Marcos Jorge, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor fotografia: André Carvalheira, por “Oeste Outra Vez”

Melhor montagem: Karen Akerman, por “Barba Ensopada de Sangue”

Melhor ator coadjuvante: Rodger Rogério, por “Oeste Outra Vez”

Melhor atriz coadjuvante: Genilda Maria, por “Filhos do Mangue”

Melhor direção de arte: Fabíola Bonofiglio e Massimo Santomarco, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor trilha musical: Giovanni Venosta, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor desenho de som: Beto Ferraz, por “Pasárgada”

Prêmio especial do júri: “O Clube das Mulheres de Negócios”, de Anna Muylaert

Júri popular: “Estômago 2: O Poderoso Chef”, de Marcos Jorge

Júri da Crítica: “Cidade; Campo”, de Juliana Rojas


CURTAS-METRAGENS BRASILEIROS

Melhor filme: “Pastrana”, de Melissa Brogni e Gabriel Motta

Melhor direção: Lucas Abrahão, por “Maputo”

Melhor roteiro: Adriel Nizer, por “A Casa Amarela”

Melhor ator: Wilson Rabelo, por “Ponto e Vírgula”

Melhor atriz: Edvana Carvalho, por “Fenda”

Melhor trilha musical: Liniker, por “Ponto e Vírgula”

Melhor fotografia: Livia Pasqual, por “Pastrana”

Melhor montagem: Bruno Carboni, por “Pastrana”

Melhor direção de arte: Coh Amaral , por “Maputo”

Melhor desenho de som: Felippe Mussel, por “A Menina e o Pote”

Prêmio especial do júri: “Ponto e Vírgula”, de Thiago Kistenmacher

Júri popular: “Ana Cecília”, de Julia Regis

Prêmio Canal Brasil de Curtas: “Maputo”, de Lucas Abrahão

Menção honrosa

“Ressaca”, de Pedro Estrada

“Via Sacra”, de João Campos

“Navio”, de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real

 "Maputo”, de Lucas Abrahão

 Júri da crítica: “Fenda”, de Lis Paim 


LONGAS-METRAGENS DOCUMENTAIS

"Clarice Niskier: Teatro dos pés à Cabeça”, de Renata Paschoal

 

 LONGAS-METRAGENS GAÚCHOS 

Melhor filme: "A Transformação de Canuto", de Ariel Kuaray Ortega e Ernseto de Carvalho

Melhor Direção: Ariel Kuaray Ortega e Ernseto de Carvalho, por "A Transformação de Canuto"

Melhor Ator: Fabrício Benitez, por "A Transformação de Canuto"

Melhor Atriz: Cibele Tedesco, por "Até que a Música Pare"

Melhor Roteiro: Thais Fernandes, Rafael Corrêa e Ma Villa Real, por "Memórias de um Esclerosado"

Melhor Fotografia: Camila Freitas, por "A Transformação de Canuto"

Melhor Direção de Arte: Adriana do Nascimento Borba, por "Até que a Música Pare"

Melhor Montagem: Jonatas Rubert e Thais Fernandes, por "Memórias de um Esclerosado"

Melhor Desenho de Som: Kiko Ferraz, por "Memórias de um Esclerosado"

Melhor Trilha Musical: André Paz, por "Memórias de um Esclerosado"

Júri Popular: "Infinimundo", de Bruno Martins e Diego Müller 

  

CURTAS-METRAGENS GAÚCHOS - PRÊMIO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE CINEMA

Melhor filme; "Chibo", de Gabriela Poester e Henrique Lahude

Melhor direção: Rodrigo Herzog, por "Está Tudo Bem"

Melhor atriz: Jéssica Teixeira, por "Noz Pecã"

Melhor ator: Victor Di Marco, por "Zagêro"

Melhor roteiro: Victória Kaminski e Rubens Fabrício Anzolin, por "Posso Contar nos Dedos"

Melhor fotografia: Eloísa Soares, por "Cassino"

Melhor direção de arte: Denis Souza, Victoria Kaminski e Nadine Lannes Maciel, por "Posso Contar nos Dedos"

Melhor trilha sonora: Edneia Brasão e Pedro Erler, por "Não Tem Mar Nessa Cidade"

Melhor montagem: Marcio Picoli e Victor Di Marco, por "Zagêro"

Melhor desenho de som: Fábio Baltar, por "Flor"

Melhor produção executiva: Graziella Ferst e Marlise Aúde, por "Pastrana"

 

FILMES UNIVERSITÁRIOS - PRÊMIO EDINA FUJII – CIA RIO

“A Falta que Me Traz”, de Laura Zimmer Helfer e Luís Alexandre, da Universidade de Santa Cruz do Sul

 

texto: Daniel Rodrigues
fotos: Daniel Rodrigues, Leocádia Costa e Edison Vara/Festival de Gramado