sábado, 20 de setembro de 2025
Dia do Baterista: os melhores na opinião dos bateristas (e não-bateristas também)
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022
Oscar 2022 - Os Indicados
| "Ataque dos Cães" e "Duna" vislumbrando o Oscar no horizonte. |
Depois de muita especulação acerca de quem já ganhara Globo de Ouro, BAFTA e outros prêmios indicativos, saiu a tão esperada lista do Oscar que, a bem da verdade, confirmou a maioria das expectativas. "Ataque dos Cães", de Jane Campion, como era esperado, por suas inúmeras qualidades, leva um monte de indicações, "Duna" se impõe nos prêmios técnicos, embora também figure em outras categorias, a encantadora animação da Disney, "Encanto" disputa o prêmio em sua categoria, tem tema de James Bond disputando para trilha original, e "Belfast" e "Amor Sublime Amor" pintam como aqueles que podem roubar a cena.
No mais, uma certa surpresa pela não indicação de Lady Gaga a melhor atriz, da mesma forma que surpreende um pouco a indicação de Kirsten Stewart, ignorada em outras premiações. Havia uma expectativa sobre como a Academia lidaria com o badalado e discutido "Não Olhe Para Cima" e, felizmente ele não foi ignorado, sendo nomeado para quatro prêmios, inclusive o de melhor filme e também para aquele que é seu maior mérito, o roteiro. Destaque também para a animação dinamarquesa "Flee" que disputa em três categorias, sendo elas, curiosamente, animação, filme estrangeiro e documentário, coisas aparentemente um tanto distantes uma da outra.
Como hoje em dia, com o streaming e as coisas chegando muito mais rápido às nossas casa, está mais fácil de ver os concorrentes, o negócio agora é preparar a pipoca, zapear os canais de filmes e aplicativos e começar a maratona de filmes.
O Oscar é logo ali. A cerimônia está marcada para o dia 27 de março.
Confira, abaixo, todos os indicados em todas as categorias:
- Melhor filme
"Belfast"
"Não olhe para cima"
"Duna"
"Licorice pizza"
"Ataque dos cães"
"No ritmo do coração"
"Drive my car"
"King Richard: criando campeãs"
"O beco do pesadelo"
"Amor, sublime amor"
- Melhor direção
Kenneth Branagh - "Belfast"
Ryusuke Hamaguchi - "Drive my car"
Jane Campion - "Ataque dos cães"
Steven Spielberg - "Amor, sublime amor"
Paul Thomas Anderson - "Licorice Pizza"
- Melhor atriz
Jessica Chastain - "Os olhos de Tammy Faye"
Olivia Colman - "A filha perdida"
Penélope Cruz - "Mães paralelas"
Nicole Kidman - "Apresentando os Ricardos"
Kirsten Stewart - "Spencer"
- Melhor ator
Javier Bardem - "Apresentando os Ricardos"
Benedict Cumberbatch - "Ataque dos cães"
Andrew Garfield - "Tick, tick... Boom!"
Will Smith - "King Richard: criando campeãs"
Denzel Washington - "A tragédia de Macbeth"
- Melhor atriz coadjuvante
Jessie Buckley - "A filha perdida"
Ariana DeBose - "Amor, sublime amor"
Judi Dench - "Belfast"
Kirsten Dunst - "Ataque dos cães"
Aunjanue Ellis - "King Richard: criando campeãs"
- Melhor ator coadjuvante
Ciarán Hinds - "Belfast"
Troy Kotsur - "No ritmo do coração"
Jesse Plemons - "Ataque dos cães"
J.K. Simmons - "Apresentando os Ricardos"
Kodi Smit-McPhee - "Ataque dos cães"
- Melhor filme internacional
"Drive my car" - Japão
"Flee" - Dinamarca
"A Mão de Deus" - Itália
"A Felicidade das Pequenas Coisas" - Butão
"A Pior Pessoa do Mundo" - Noruega
- Melhor roteiro adaptado
"No ritmo do coração"
"Drive my car"
"Duna"
"A filha perdida"
"Ataque dos cães"
- Melhor roteiro original
"Belfast"
"Não olhe para cima"
"King Richard: criando campeãs"
"Licorice pizza"
"A pior pessoa do mundo"
- Melhor figurino
"Cruella"
"Cyrano"
"Duna"
"O beco do pesadelo"
"Amor, sublime amor"
- Melhor trilha sonora
"Não olhe para cima"
"Duna"
"Encanto"
"Mães paralelas"
"Ataque dos cães"
- Melhor animação
"Encanto"
"Flee"
"Luca"
""A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas"
"Raya e o último dragão"
- Melhor curta de animação
"Affairs of the art"
"Bestia"
"Boxballet"
"A Sabiá Sabiazinha"
"The windshield wiper"
- Melhor curta-metragem em live action
"Ala kachuu - Take and run"
"The long goodbye"
"The dress"
"On my mind"
"Please hold"
- Melhor documentário
"Acension"
"Attica"
"Flee"
""Summer of Soul (...ou Quando A Revolução Não Pôde Ser Televisionada)"
"Writing with fire"
- Melhor documentário de curta-metragem
"Audible"
"The queen of basketball"
"Lead me home"
"Três canções para Benazir"
"When we were bullies"
- Melhor som
"Belfast"
"Duna"
"Sem tempo para morrer"
"Ataque dos cães"
"Amor, sublime amor"
- Melhor Canção original
"Be Alive" - "King Richard: criando campeãs"
"Dos Oruguitas" - "Encanto"
"Down To Joy" - "Belfast"
"No time to die" - "Sem tempo para morrer"
"Somehow you do" -"Four good days"
- Melhor Maquiagem e cabelo
"Um Príncipe em Nova York 2"
"Cruella"
"Duna"
"Os olhos de Tammy Faye"
"Casa Gucci"
- Melhores Efeitos visuais
"Duna"
"Free guy"
"Sem tempo para morrer"
"Shang-Chi e a lenda dos dez anéis"
"Homem-Aranha: Sem volta para casa"
- Melhor fotografia
"Duna"
"Ataque dos cães"
"Beco do pesadelo"
"A tragédia de Macbeth"
"Amor, sublime amor"
- Melhor edição
"Não olhe para cima"
"Duna
"King Richard: criando campeãs"
"Ataque dos cães"
"Tick, tick... boom!"
- Melhor design de produção
"Duna"
"Ataque dos cães"
"O beco do pesadelo"
"A tragédia de Macbeth"
"Amor, sublime amor"
C.R.
sexta-feira, 19 de março de 2021
"O Homem que Sabia Demais", de Alfred Hitchcock (1934) vs. "O Homem que Sabia Demais", de Alfred Hitchcock (1956)
Alfred Hitchcock, se fosse um técnico de futebol, seria daqueles que mostram talento ainda jovens, quando dirigia suas primeiras e pequenas equipes do futebol inglês. Nascido na última década do século XIX, no pacato condado de Essex, situado a sudeste da Inglaterra, aquele gordinho reprimido não tinha porte nenhum para ser um astro dos gramados (ou das telas). Porém, inteligente e detalhista, dava toda a pinta de que seu negócio era comandar os outros com a cabeça. Das primeiras experiências no teatro, ainda na década de 10, não demorou muito para que, já em Londres, passasse a se aventurar naquela nova arte a qual, no período da transição entre o cinema mudo para o falado, início dos anos 30, ajudou a formar a gramática tal como se conhece hoje. Um dos filmes dessa época é “O Homem que Sabia Demais”, de 1934, a primeira versão de um clássico que o próprio diretor refilmaria em 1956. Porém, em outras condições bem diferentes.
Mas para entender o porquê do remake – bem como qual é o melhor entre os dois, nosso objetivo – devemos voltar à carreira de Hitchcock. Com filmes como “Jovem e Inocente”, “Os 39 Degraus”, “Agente Secreto” e o próprio “O Homem...”, o exigente professor Hitch, como seus jogadores respeitosamente o chamavam, fez belas campanhas no futebol inglês, levando times de orçamento modesto a bons resultados. Era período de entre-Guerras na Europa, a grana andava curta e mal tinha pra pagar a folha dos atletas. Mas apertando daqui, inventando uma trucagem dali, usando a criatividade na mesa de edição e valendo-se do já diferenciado senso de enquadramento que tinha, Hitchcock conseguiu, se não montar times campeões, pelo menos de futebol vistoso. Resultado? Aquilo que acontece com talentos emergentes: ganhou vitrine. Em 1940, Hollywood compra seu passe. É como se o cara estivesse comandando um time mediano na segunda divisão e fosse contratado direto por um clube da principal liga de futebol mundial. A partir de então, Hitchcock só voltaria à sua Inglaterra se quisesse. E voltou.
Foram 19 filmes nos 22 anos que separaram o primeiro “O Homem...” do remake, boa parte clássicos sagrados da cinematografia mundial. O ponto importante deste ínterim, contudo, como em todo o retrospecto de Hitchcock, é a progressão exponencial de sua obra em todos os quesitos, seja em conceito, desenho de cena, fotografia, edição, efeitos e condução. Hitch avançava de uma produção para a outra, trazendo quase que invariavelmente inovações técnicas e narrativas que o fizeram consagrar-se já àquela época como principal cineasta dos Estados Unidos. Um mito ainda vivo. Para se ter uma ideia desta evolução, “Interlúdio” (1946), considerado um dos maiores filmes dos primeiros 50 anos do cinema à sua época; “Pacto Sinistro” (1951), noir com a assinatura do mestre do suspense; e “Janela Indiscreta” (1954), para muitos, seu maior filme, são três exemplos de uma sequência de realizações perfeitas de sua filmografia neste intervalo de tempo. A cada projeto, um considerável passo rumo à excelência. A cada nova temporada, um time melhor e mais artilheiro.
A segunda versão de “O Homem” faz parte desta linha progressiva estilística e narrativa de Hitchcock – que desembocaria, dois anos depois, em “Um Corpo que Cai” e, outros quatro, em “Psicose”, seus dois mais aclamados. Um filme tão clássico que só os aficionados ou curiosos para saberem da existência de uma versão inglesa antecessora e feita pelo próprio diretor. Ao rodar “O Homem” pela segunda vez, em que parte das filmagens ocorrem na sua Inglaterra (e a qual retornaria apenas em 1972, para filmar “Frenesi”), era como se o já tarimbado técnico, depois de conquistar o mundo e dirigir os principais times de sua época, fizesse questão de vestir novamente a camiseta daquele que o projetara. Mas, agora, com a estrutura de grande clube, com investimento dos cartolas e plantel estelar com direito a Doris Day e James Stewart como casal norte-americano McKenna, ao invés dos ingleses Bob e Jill Lawrence, vividos por Leslie Banks e Edna Best no primeiro.
“O Homem” de 1956 faz jus ao reconhecimento que tem. Neste, a equipe inteira bate um bolão. Thriller com suspense, aventura e espionagem na medida certa entre tensão e distensão; cenários vistosos; roteiro envolvente; interpretações marcantes; e sequências/cenas históricas. Falando assim, parece que o jogo já está resolvido antes de a bola rolar em favor do time mais novo, colorido, abastado, tecnicamente perfeito, né? Mas não é exatamente assim, pois quando o juiz apita é o mesmo esporte que ambos os adversários estão disputando.
Dotado de qualidades inquestionáveis, “O Homem” de 1934 guarda elementos fundamentais que inspirariam o remake, como o argumento (o sequestro da/o filha/o de um casal de turistas por malfeitores ao se envolverem acidentalmente em uma trama internacional de assassinato) e a proposta funcional dos personagens (o pai destemido em busca de seu rebento; o assassino cruel e amoral; a religiosa perversa; a mãe desesperada mas atuante, etc.). Ou seja: a ideia basal estava lá nos tempos de vacas magras – o que acaba por ser um elogio, visto que o cineasta tirou “leite de pedra” de um projeto tão ousado para a época. Quase gol, aquela que pega na trave e assusta. Até mesmo algumas cenas são "reaproveitadas" de um filme para o outro, como a da missa na capela, inclusive no tom misto de suspense e comédia. Igualmente, a clássica sequência do concerto no Royal Albert Hall, em Londres, cenário para ambas as produções, muito parecidas em montagem, trilha e enquadramento, e que Hitchcock refez em tecnicolor nos anos 50.
Depois de dar um susto com uma bola no poste, tanto pela sequência do concerto quanto pela ágil edição da cena inicial do esqui nos Alpes da Suíça, que impacta o espectador já nos primeiros segundos de filme, o time do antigo “O Homem”, surpreendendo a todos, larga na frente mal a bola começa a rolar. Aí, não demora muito, meio que desnorteado, o filme de 56, que entrou em campo cadenciando o jogo, sofre novo golpe. Sabe aquele meia habilidoso e experiente entre os “pratas da casa” que foi contratado do futebol alemão? Um com histórico de mau comportamento, que atende pelo nome de Peter Lorre – e cuja camiseta não tem um número, mas sim uma estranha letra “M“ estampada... Sim, ele, o raçudo jogador apelidado pela fiel torcida de "Vampiro de Düsseldorf" por chegar "mordendo" seus adversários, com a rara qualidade de um dos maiores de todos os tempos em sua posição, marca mais um gol numa bucha de fora da área. Impiedoso como o seu personagem, o matador Abbott. Para surpresa geral, são 10 minutos de partida e já está 2 x 0 para o time de 34!
Como fez Didi após o gol de Liedholm para a Suécia na final
de Copa de 1958, James Stewart, que não era capitão mas um líder nato da equipe
como o autor da “folha seca”, pega a bola calmamente de dentro da rede e a leva
para o círculo central. Ninguém quer sair em tamanha desvantagem assim, obviamente,
já nos primeiros minutos, mas tem muito tempo de partida ainda. Guiados pelo
talento de Stewart – o melhor mocinho hitchcockiano disparado – e pela mão
firme do seu técnico, que confia no esquema tático proposto, o time mais novo
põe a bola no chão e naturalmente faz valer a sua visivelmente melhor qualidade
técnica. Consertando passagens mal resolvidas do primeiro (como a dramaticidade
da aflição dos pais ao saberem do sequestro), dando-lhe maior unidade narrativa
(o segundo tem aproximadamente 1 hora a mais de duração) e, principalmente, criando
cenas novas (como a da loja de taxidermia) e recriando outras (a morte do
espião a céu aberto no Marrocos ao invés de uma festa confinada na Suíça), o
remake marca, ao natural, o primeiro, o segundo, o terceiro e o quarto. O
primeiro tempo se encerra, e apenas um time agora domina as ações.
No segundo tempo, com o time encaixado, “O Homem” de 56
segue com maior posse de bola, fazendo um quinto gol com a nova sequência no Albert
Hall, que passa a ter 12 minutos de duração (6 a mais do que o original) e onde
o mestre do suspense se esbalda em técnica, reaproveitando a ideia do primeiro, mas refinando-a
em todos os aspectos: fotografia, trilha, cenografia e principalmente, edição.
É como se uma jogada bonita fosse ensaiada e reensaiada exaustivamente até funcionar
como que (ou literalmente) por música. Desnorteado, o filme de 34 se perde
totalmente em campo e apresenta um final medíocre, apressado, querendo que o
jogo termine logo. A sequência do tiroteio dos bandidos com a Scotland Yard,
muito mal concluída com o tiro desferido pela própria Jill (que arranca a arma
das mãos do policial, que não oferece nenhuma resistência...) é, convenhamos,
sofrível. Nada comparada à brilhantemente tensa cena da resolução da trama na
escadaria na casa do embaixador em que a sintonia entre a música que Jo McKenna está
tocando ao piano com a ação do marido, que resgata o filho das mãos dos
bandidos naquele momento, fecha o placar com o gol de misericórdia. É goleada!
O juiz, em respeito ao próprio Hitchcock, tanto o vencedor quanto o perdedor, não
dá nem acréscimos. Final de partida: 6 x 2 para o remake de “O Homem”.
(filme 1934: 6 min - filme 1956: 12 min)
Na coletiva, depois daquelas perguntas sem grande serventia, como: “Qual a sua emoção ao voltar a treinar um time na Inglaterra depois de tanto tempo fora do país?” ou “Por que o senhor, que sempre entra em campo em algum momento, não faz sua tradicional ‘ponta’ justo neste que é tão vencedor?”, um repórter, finalmente, faz a pergunta que os colegas deveriam ter feito: “Professor Hitchcock: por que o senhor decidiu refilmar ‘O Homem’ e por que esta nova realização é melhor que a primeira na sua opinião?”. A resposta veio com a sabedoria de quem conhece como ninguém as quatro linhas – as do gramado e a das telas: "Vamos dizer que a primeira versão é o trabalho de um talentoso amador e a segunda foi feita por um profissional." Entrevista encerrada, mas a torcida aguardava seus ídolos na saída. A galera, extasiada, ovacionava principalmente o seu técnico cantando a plenos pulmões: “o professor Hitch é o homem que sabe demais!”
para disputar uma partida, algo comparável aos sêniores
contra os profissionais em plena forma. Mas campeonato é assim.
E olha que teve até susto no início do jogo com “O Homem” dos anos 30
marcando 2 logo de cara. Mas com a bola no pé, não deu outra:
o time de 56 tomou conta das ações e ninguém mais segurou este
que um dos maiores clássicos da filmografia do professor Hitch.
Futebol inglês, afinal, também pode ser bonito.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
Claquete Especial de Natal
- "Duro de Matar" - "Ho-Ho-Ho!"
- "Cortina de Fumaça" - História de Natal de Auggie Wren
- "O Natal do Charlie Brown"
- "Fanny e Alexander" - Ceia de Natal
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Duelo - com Paulo Telles (1ª parte)
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| Eastwood e seu referencial "Os Imperdoáveis" |
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| "Sem lei e sem alma" |
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James Stewart em "E o sangue semeou a terra".
mito do cowboy
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"Marked Man",
primeiro western
do mestre John Ford
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Barbara Stanwyk,
madrinha do western
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Um dos principais respossáveis
pelo faroeste spaghetti,
Sergio Leone
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