Não é só porque eles devem ficar presos no espaço, mas eu também ficaria assim, de cabelo em pé, se soubesse do MDC de hoje. Afinal, não é todo dia que a gente reprisa uma edição tão legal como a de nº 360, quando tivemos entrevista com o historiador e professor Christian Ordoque. Em órbita e louco pra voltar pra Terra, o programa vai ao ar hoje na espacial Rádio Elétrica.Produção, apresentação e gravidade zero: Daniel Rodrigues
Na semana em que Krenak virou imortal e Ziraldo se imortalizou, a gente faz uma homenagem ao genial cartunista reprisando nosso episódio 360, que fala especialmente de quadrinhos (y otras cositas más) na entrevista com o historiador e colecionador Christian Ordoque. Mais vivo do que nunca, o MDC vai ao ar na maluquinha Rádio Elétrica. Produção, apresentação e fardão: Daniel Rodrigues
Seja nas salas de cinema, pela Sessão da Tarde ou Corujão
da Globo, pelos VHS ou DVDs alugados, pela TV fechada ou streaming. Filmes mais
antigos ou mais novos. Com este ou aquele ator de protagonista.
Independentemente destas variáveis – todas cabíveis neste caso – os filmes da
série 007 encantam fãs de diversas gerações. Desde os que pegaram o nascer de
James Bond, há 60 anos quando do lançamento de “007 Contra o Satânico dr. No”,
primeiro da celebrada franquia inspirada no romance de Ian Fleming, até as
superproduções recentes, o famoso agente da MI-6, invariavelmente a serviço
secreto da Coroa britânica, tornou-se um dos mais queridos – e longevos –
personagens da história do cinema. Um ícone que excede os limites da tela.
Assim como super-heróis dos quadrinhos, figuras fictícias,
mas de tamanha realidade em sua existência que se tornam mais críveis que muita
gente de carne e osso, JB vive graças ao imaginário do público. Tal Batman,
Super-Homem ou Homem-Aranha, cujas características físicas, psicológicas e
visuais vão sendo manipuladas ao longo do tempo pelas mãos de diversos autores
tendo como base um conceito, este fenômeno acontece com 007 tendo ainda como
atenuante um fator: o de ele não ser um desenho, mas uma pessoa “de verdade”.
Quem ousa dizer que Pierce Brosnan ou Daniel Craig são menos James Bond do que
Sean Connery ou Roger Moore?
Connery, Lazemby, Moore, Dalton, Brosnan e Craig: qual o melhor James Bond?
Mas a idolatria a Bond e à série não se resume somente ao
ator que o interpreta - embora este fator seja de suma importância. A produção
caprichada e milionária, os efeitos especiais, a construção narrativa, os
lançamentos de moda e design, a trama aventuresca: tudo foi ganhando, à medida que a série ia tendo
continuidade, um alto poder midiático. As produções de 007 passaram a ser uma
vitrine que dita moda, tendências, comportamentos e parâmetros, inclusive na
indústria do cinema, uma vez que os filmes de espionagem nunca mais foram os
mesmos depois que este personagem foi parar nas telas. De certa forma, 007
acompanhou e desenvolveu muitas das invenções que o cinema de ação presenciou
ao longo deste tempo, funcionando como criador e criatura. Isso tudo sem falar
nos detalhes fundamentais: o charme canastrão de Bond, os vilões maníacos, a
beleza das bond girls, o tema original e as trilhas sonoras, as invenções estapafúrdias
de Q, as paisagens incríveis pelas quais se passeia (não raro, a quilômetros
por hora)...
Quem tem autoridade para dizer se tudo isso confere ou não
são, claro, os fãs. Por isso, convidamos 8 desses aficionados por James Bond
para nos dizerem três coisas: qual o seu ator preferido entre os que encarnaram
o espião ao longo destas seis décadas, qual a sua melhor trilha e,
principalmente, quais os seus 5 títulos preferidos da franquia. Todos eles
conhecem muito bem as artimanhas, os clichês, os truques, as piadinhas, as gags
e as viradas narrativas a ponto de antecipá-las mentalmente enquanto assistem
algum filme da série. Há longas melhores que outros? Qual o James Bond
preferido da galera? E das músicas-tema, muitas vezes oscarizadas, qual a mais “mais”?
Para isso, esse time de bondfãs foi chamado. Numa coisa, contudo, todos concordam:
é sempre uma emoção ver aquelas aberturas com efeitos especiais conceituais,
prólogo e, principalmente, aquela figura elegante surgindo de dentro do círculo
branco para virar-se na direção do espectador e atirar enquanto a toca a trilha
clássica de Monty Norman e John Barry. É a certeza de que, a partir dali, vem mais uma grande aventura de
Bond, James Bond.
*********
Rodrigo Dutra
formado em Letras e editor do Rodriflix (Porto Alegre/RS)
"Contra o Foguete da Morte": "Tá, filme ruim, mas o cara tá no bondinho do Pão de Açúcar... já vale 🤣🤣🤣"
Melhor James Bond:
Roger Moore
Filmes preferidos:
1. "007: O Espião que me Amava" (Lewis Gilbert, 1977)
2. "007 Contra Goldfinger" (Guy Hamilton, 1965)
3. "007 Contra o Satânico Dr. No" (Terence Young, 1962)
4. "007 Contra GoldenEye" (Martin Campbell, 1995)
5. "007 Contra o Foguete da Morte" (Lewis Gilbert, 1979)
Trilha preferida:
"Live and Let Die", Paul McCartney (filme: "Com 007 Viva e Deixe Morrer")
Christian Ordoque
historiador (Porto Alegre/RS)
Melhor James Bond:
Connery como JB mais velho jogando charme para Kim Basinger em "Nunca Mais..."
Roger Moore
Filmes preferidos:
1. "007 Contra Goldfinger"
2. "007 Contra o Foguete da Morte"
3. "007: A Serviço Secreto de Sua Majestade" (Peter R. Hunt, 1970)
4. "007: Nunca Mais Outra Vez" (Irvin Kershner, 1983)
5. "007 Contra Spectre" (Sam Mendes, 2015)
Trilhas preferidas:
"All the Time in the World" - Louis Armstrong (filme ""007: A Serviço Secreto de Sua Majestade")
"You Only Live Twice" - Nancy Sinatra (filme "Com 007 Só Se Vive Duas Vezes")
"Goldfinger" - Shirley Bassey (filme "007 Contra Goldfinger")
Luna Gentile Rodrigues
estudante (Rio de Janeiro/RJ)
As várias versões do poster de "Sem Tempo...", último filme da série, um dos escolhidos de Luna
Melhor James Bond:
Roger Moore
Filmes preferidos:
1. "Com 007 Viva e Deixe Morrer" (Hamilton, 1973)
2. "007 Na Mira dos Assassinos" (John Glen, 1985)
3. "007: O Mundo Não é o Bastante" (Michael Apted, 1999)
4. "007: Operação Skyfall" (Mendes, 2012)
5. "007: Sem Tempo Para Morrer" (Cary Fukunaga, 2021)
"GoldenEye" -Tina Turner (filme "007 Contra GoldenEye")
"Diamond Are Forever" - Shirley Bassey (filme "007: Os Diamantes São Eternos", 1971)
"On her Majesty's Secret Service" - John Barry (filme "007: A Serviço Secreto de Sua Majestade")
Vagner Rt
professor e blogueiro (Porto Alegre/RS)
Melhor James Bond:
1. Daniel Craig - "Ele bate sem cerimonia, foge do que esperamos do 007, por isso adoro ele."
2. Sean Connery - "Clássico e único, até hoje."
3. Pierce Brosnan - "Meu 007 da infância, de jogar do Nintendo 64."
Filmes preferidos:
1. "007: Quantum of Solace" (Marc Forster, 2008)
2. "007 Contra GoldenEye"
3. "007: Operação Skyfall"
4. "007: O Amanhã Nunca Morre" (Roger Spottiswoode, 1998)
5. "007 Contar Goldfinger""simplesmente clássico"
"007: O Amanhã Nunca Morre":
"Minha mãe era fã desses filmes então eles tem espaço no meu
coração, sem falar que foi o 007 da minha época"
Trilhas preferidas:
"Writing's On The Wall" - Sam Smith (filme "007 Contra Spectre")
"Skyfall" - Adelle
"Goldfinger" - Shirley Bassey
Leocádia Costa
publicitária e produtora cultural (Porto Alegre/RS)
Craig: melhor JB na opinião de Leocádia
Melhor James Bond:
Daniel Craig
Sean Connery
Filmes preferidos:
1. "007 Contra Spectre"
2. "007 Contra GoldenEye"
3. "007: Um Novo Dia para Morrer" (Lee Tamahori, 2002)
4. "Moscou Contra 007" (Young, 1964)
5. "Com 007 Viva e Deixe Morrer"
Trilhas preferidas:
"James Bond Theme" - John Barry (filme ""007 Contra o Satânico dr. No")
"Goldfinger" - Shirley Bassey
"GoldenEye" -Tina Turner
"Die Another Day" - Madonna (filme "007: Um Novo Dia para Morrer")
Clayton Reis
arquiteto, cartunista e blogueiro (Rio de Janeiro/RJ)
Melhor James Bond:
Roger Moore
Filmes preferidos:
1. "007: O Amanhã Nunca Morre"
2. "Com 007 Viva e Deixe Morrer"
3. "007: Operação Skyfall"
4. "007: O Espião que me Amava"
5. "007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro" (Hamilton, 1974)
Trilhas preferidas:
"Diamonds are Forever" - Shirley Bassey
"Tomorrow Never Knows" - Sheryll Crow (filme: "007: O Amanhã Nunca Morre")
"GoldenEye" - Tina Turner
"The World is so Enough" - Garbage (filme: "007: O Mundo Não É o Bastante")
"Live and Let Die" - Paul McCartney
A Garbage está entre as trilhas preferidas
Paulo Altmann
publicitário e blogueiro (Campinas/SP)
"Goldfinger", listado pela maioria e preferido de Altmann
Melhor James Bond:
Sean Connery
Filmes preferidos:
1. "007 Contra Goldfinger"
2. "007 Contra a Chantagem Atômica" (Terence Young, 1966)
3. "007 Contra o Satânico Dr. No"
4. "007: Operação Skyfall"
5. "Com 007 Viva e Deixe Morrer"
Trilhas preferidas:
"You Only Live Twice" - Nancy Sinatra
Daniel Rodrigues
jornalista, escritor e blogueiro (Porto Alegre/RS)
Moore: 0 James Bond mais querido pelos bondfãs
Melhor James Bond:
Roger Moore
Filmes preferidos:
1. "Com 007 Viva e Deixe Morrer"
2. "007: O Espião que me Amava"
3. "007 Contra Goldfinger"
3. "007: O Amanhã Nunca Morrer"
4. "007: A Serviço Secreto de Sua Majestade"
5. "007: Operação Skyfall"
Trilhas preferidas:
"Live and Let Die" - Paul McCartney
"GoldenEye" - Tina Turner
*********
Resultado final:
Melhor James Bond:
Roger Moore - 5 votos
Sean Connery - 2 votos
Pierce Brosnan e Daniel Craing - 1 voto
George Lazemby e Timothy Dalton - o votos
Filmes preferidos:
6 votos
"007 Contra Goldfinger"
5 votos
"007: Operação Skyfall" e "Com 007 Viva e Deixe Morrer"
3 votos
"007: O Espião que me Amava", "007 Contra GoldenEye" e "007: O Amanhã Nunca Morre"
2 votos
"007 Contra o Satânico Dr. No", "007 Contra GoldenEye", "007 Contra Spectre", "007 Contra o Foguete da Morte" e "007: A Serviço Secreto de Sua Majestade"
1 voto
"007 Contra a Chantagem Atômica", "007: Cassino Royale", "007 Contra o Foguete da Morte", "007 Na Mira dos Assassinos", "007: O Mundo Não é o Bastante", "007: Sem Tempo Para Morrer", "007: Quantum of Solace", "007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro" , "007: Nunca Mais Outra Vez", "007: Um Novo Dia para Morrer" e "Moscou Contra 007"
Nós no Opinião, lá em 1997, esperando pelo início do show.
Flávia à esquerda, Iris, à direita, Christian, no fundão
e este seu blogueiro, ao centro.
Já vi muitos shows, já vi alguns artistas mais de uma vez mas, sem dúvida alguma, a banda que eu mais vi ao vivo foi Os Replicantes. Já assisti de graça, pagando, em lugar fechado, ao ar livre, em lugar metido a besta, em ambiente bem punk, no litoral, na cidade... Foram tantas que até perdi a conta. Mas uma das que mais me marcou foi no Bar Opinião, em 1997. Um show vibrante que carregava toda uma energia especial em que o público que podia perceber uma banda motivada, afinzona, superpilhada em dar o melhor de si. A coisa toda já começou com o então vocalista, Carlos Gerbase, entrando no palco, pulando como um louco, vestindo uma fantasia de cachorro, com uma cabeçorra enorme que ele tirou para cantar, é claro, mantendo, contudo, o macacãozinho da indumentária com uma barriguinha branca de pet fofinho. A partir daquele momento a coisa não parou e Os Replicantes botaram o lugar abaixo e incendiaram a galera com seu punk-rock agressivo e ao mesmo tempo divertido e carismático.
Quem assistiu o filme "Uma Cilada Para Roger Rabbit" deve lembrar quando o juiz, tentando desentocar o coelho de seu esconderijo dá algumas batidinhas seguidas nas paredes, provocando o animal-desenho a aparecer, pois ele, exibido como é, não resiste a completar as batidas e se mostrar. "O que é que isso tem a ver?". É que, quando se trata de punk rock, eu sou meio como o Roger Rabbit quando ouve as batidinhas: não resito àquelas guitarras me chamando, àquele pessoal suado se debatendo, aquela "violência", e tenho que ir pra roda punk. Não tive como resistir e, mesmo acompanhado dos amigos Christian Ordoque, Iris Broges e Flávia Howes, pessoal que eu havia conhecido no ano anterior, numa excursão para o Hollywood Rock, várias vezes ao longo do show, os deixava momentaneamente para ir lá pra frente, pra roda, poguear como um louco. Voltava exausto e todo suado mas nada que uma cerveja gelada não resolvesse. Ia de novo.
O repertório dos Replicantes é contagiante: "Boy do Subterrâneo", "Nicotina", "Hippie-Punk-Rajneesh", "Astronauta", o hit "Surfista Calhorda". Uma pedrada atrás da outra sempre levando a galera à loucura. Mas, particularmente, se fixaram na minha memória os momentos do show em que tocaram "Pra Ver Se Eu Conseguia", que eu não conhecia e passei a adorar a partir dali; o "samba-punk" "Samba Cacetada", cujo refrão "Sacode, sacode, sacode...", era praticamente uma ordem para o pessoal intensificar ainda mais o pogo; e a ótima "Eu Quero é Mucra", em que o público levantava as mãos imitando a forma de uma vagina, repetindo o refrão em coro.
Como cereja do bolo, rolou um revival do ex-vocalista Wander Wildner cantando o seu hit solo "Jesus Cristo Vai Voltar", e encerrando o show com seus ex-companheiros de bandacom "Festa Punk, em uma anárquica performance com uma porrada de gente em cima do palco. Nada mais justo que fosse assim e que esta fosse a música escolhida para finalizar, pois, na verdade, ela simbolizava exatamente tudo o acontecera naquela noite: uma grande festa punk.
Afudê!
Os Replicantes - Bar Opinião - 1999
* Aqui trechos de um show dOs Replicantes, também no Opinião mas este em 1999.
Não é o mesmo show mas é a mesma vibe e dá pra ter uma ideia de como foi o que eu me refiro no post.
Está acontecendo, até dia 19 de novembro, a 1ª ExpoArte Feirão das HQ´s, no Le Cód Coffee Beer, no Centro Histórico de Porto Alegre. Encabeçada pelo meu amigo e colaborador deste blog, o historiador Christian Ordoque, um fã de quadrinhos, a pequena mas rica mostra faz parte de um projeto já maduro, o Feirão das HQ’s, que está indo para sua 27ª edição, a qual ocorre dia 25, na Disco Bar, do também amigo (e xará!) Daniel Santos (R. Lopo Gonçalves, 204, Cidade Baixa). A exposição, entretanto, reúne artes originais e prints para venda dos talentosos artistas Mariana Couto, José Weingartner Jr., Paulo Daniel Santos e Guilherme Tesch, este último, a quem entrevistei no meu programa Música da Cabeça, pela Rádio Elétreica, do dia 8 de novembro. Tanto o trabalho de Tesch quanto dos outros artistas valem muito a pena de serem conferidos. Vejam aí algumas fotos do dia da inauguração, quando estive lá:
Christian com os quatro artistas da mostra
Trabalhos de Guilherme e Mariana expostos
Paulo fala sobre suas obras aos presentes
Guilherme observando suas obras expostas
Trabalhos de Pedro: inspirados na sua própria vida
Mitologia e cores nas obras de José Weingartner Jr.
serviço 1ª ExpoArte Feirão das HQ´s onde: Le Cód Coffee Beer (R. Caldas Júnior, 24 - Centro Histórico, Porto Alegre/RS) quando: até 19 de novembro entrada: gratuita horário: das 8h às 18h30
Sábado desses, entre várias atividades que começaram pela
manhã e só terminariam por volta da meia-noite, Leocádia e eu achamos uma
brecha na agenda para conferir a Feira do Vinil da Groovaholic, no bairro Bom
Fim, convidados por nosso antenado e querido amigo Christian Ordoque,
colaborador do blog, que nos esperava lá. Acompanhados da mana Carolina e da
prima Gabriela, para Leo e eu tratava-se de um retorno, haja vista que havíamos
estado na loja em fevereiro, quando a mesma recém abria suas portas. Não havia
ainda nem o café, no qual paramos dessa vez para um agradável papo e um lanche.
Eu à cata dos LP's
foto: Leocádia Costa
Em seguida, entretanto, fui ao que mais interessava ali além
das companhias: os LP’s. Quando estive pela primeira vez enlouqueci pela
qualidade e variedade dos títulos oferecidos. Do rock anos 50, 60 e 70,
passando pela soul music e o rap anos
80 e 90 mas, principalmente, vários clássicos de jazz. Tudo em edições novas,
com arte de capa e encarte caprichados que reproduzem os originais, e gramatura
do acetato de 180 gramas. Uma finura. Desta vez, não foi diferente: muitos
títulos para escolher. No critério, esses aqui foram os que levamos pra casa:
"Crescent", John Coltrane Quartet (1963) – Dispensa apresentações. Talvez o melhor
disco do mestre Trane e seu famoso time de craques (McCoy Tyner, Elvin Jones e Jimmy Garrison), "Crescent" é nada mais nada menos que o último passo antes do
“mantra musical” "A Love Supreme". Para alguns, inclusive, passo esse já
definitivo e definidor até melhor do que o grande clássico de 1964. Tudo
é perfeito e elevado, mas as baladas! Meu amigo: que deslumbre! “Wise One” e
“Lonnie’s Lament”. Isso sem falar da grandiosa faixa-título, da homenagem a
Bessie Smith e da intensa “The Drum Thing”. Será ÁLBUNS FUNDAMENTAL certo.
"Loveless", My Bloody Valentine (1992) – Obra-prima do rock alternativo britânico, é maravilhoso
tê-lo no formato vinil. Listado entre os 30 melhores discos de rock de todos os
tempos pelo crítico musical e historiador italiano Piero Scaruffi (que também o
inclui como 1° na de shoegaze rock),
“Loveless” é uma verdadeira sinfonia das guitarras, tão distorcidas, sobrepostas
e reafinadas que, homogeneizados aos outros sons e timbres, compõem uma peça
única em que as faixas se tornam partes de um todo. Não à toa já é ÁLBUNS FUNDAMENTAL do Clyblog há horas.
“Speak no Evil!”, Wayne Shorter (1964) – Outro clássico do jazz, que completou louváveis
50 anos em 2014. Shorter, dos meus jazzistas preferidos, estava absolutamente
encantado nessa época (haja vista que cunhou outra obra-prima naquele mesmo
ano, "Night Dreamer"). Gosto muito desse disco também, em especial da faixa de
abertura, “Witch Hunt”, e a elegantérrima ”Fee-Fi-Fo-Fum” e a lânguida “Infant
Eyes”. Mas um dos motivos que me motivaram também a comprá-lo nesse formato é a
maravilhosa arte da capa de Reid Miles, para mim uma das mais geniais de todos
os tempos. Promete mais um ÁLBUM FUNDAMENTAL de Shorter.
“Black Monk Time”,
The Monks (1965) – Assim como The Sonics, The Seeds e The Troggs, os Monks são das minhas amadas garage bands
dos anos 60 que anteviram o punk. No caso deles, especificamente, o disco,
talvez o primeiro “álbum preto” da história do rock (abrindo caminho para os
vários “black” e “white” albuns que viriam depois, de Beatles a Metallica), mereceu essa
reedição é uma verdadeira preciosidade, muito bem acabada. Do sulco, sai pura corrosão!
É fantástico imaginar que essa galera (norte-americanos que, servindo na
Alemanha, gravaram-no em Berlim), travestindo-se de monges franciscanos (até no
corte de cabelo!) faziam um som tão revolucionário e agressivo. Merece muitas
audições.
Mas Christian, tu cita o Humberto falando do Duran Duran e o disco não é deles, é do Arcadia! Explico. O Arcadia foi formado por 3 dos 5 integrantes do Duran Duran quando eles resolveram dar uma parada para tocar projetos paralelos. O fundador John Taylor (baixista) e o Andy Taylor (guitarrista) foram tocar com o Robert Palmer e o baterista do Chic no Power Station. Os outros 3 que são o vocalista Simon Le Bon, o tecladista Nick Rhodes e o baterista Roger Taylor fizeram o Arcadia. Uma coisa me passou pela cabeça agora, o Duran Duran poderia se chamar “The Taylors” porque 3 Taylor sem parentesco algum em uma mesma banda não é pouca coisa.
Para este projeto eles ainda contaram com a guitarra do David Gilmour nas faixas "The Promise" e "Missing", e participações como a da Grace Jones, Sting, Carlos Alomar, Herbie Hancock e outros músicos. Para mim é um pop elegante, funkeado e com muitas camadas de produção características dos anos 80, mas sem muito exagero. "Election Day" foi o single que puxou o disco, mas ao longo da audição tu vais percebendo outras músicas que também faziam parte das rádios na época como a "Goodbye Is Forever" e a "The Promise".
Quem puder, ouça a versão tripla que conta com o disco normal, outro disco com versões estendidas/remixes/instrumentais e ainda um DVD com clipes das músicas. Mais ou menos neste período foi que o Duran Duran colocou a música "A View to a Kill" no filme "007 Na Mira dos Assassinos". No clipe desta música pode-se notar o “climão” que estava entre os membros da banda, onde nenhum aparece contracenando com o outro. Este disco foi importante para a retomada do Duran Duran que aconteceu no disco seguinte, que foi o "Notorius", agora resumido a 3 integrantes, o John Taylor, o Simon Le Bon e o Nick Rhodes. Muito do que foi desenvolvido a partir desta reunião já estava contido neste belo disco que é o "So Red The Rose", do Arcadia. Escuta, vale a pena.
“(...) O sincero olhar de um
gato, tão afetuoso quanto penetrante, é capaz de por à mostra aquilo que somos,
para bem ou para mal. Tal como uma imagem que se revela. No caso de Íris
Borges, “gateira” e fotógrafa (não necessariamente nessa ordem), não sei
exatamente o que veio antes, o gosto pela fotografia ou o gato. O que sei é que
este apareceu em sua vida num dia de dezembro de 2009 e, desde lá, tornou-se o
dono da casa. Vendo suas fotos nota-se que ambos, foto e felino, transmutam-se
um no outro perfeitamente, pois, uma vez registrados pelas lentes, passam a
simbolizar justamente o que um gato é capaz de trazer a um lar: amor.”
Foi com um prazer imenso que estive no Paris Cinema Café, na Cidade
Baixa, para a abertura da exposição de minha amiga e fotógrafa Íris Borges
intitulada “Aparício”. Este pomposo nome é de ninguém menos que o gato de Íris
e do também amigo e colaborador do Clyblog, Christian Ordoque, com quem pude
trocar conversas e que estava feliz uma barbaridade com a ocasião da esposa.
Já conhecia muitas fotos do Apinha, como é chamado o bichano, fosse
posando sozinho ou com seus donos. Se não me engano, Íris me disse certa vez
que passavam de mil registros! Pois até por causa disso fiquei curiosíssimo
para saber que recorte a autora daria à sua exposição em meio a tanto material.
Para mim, que havia presenciado a primeira exposição de Íris, a coletiva
"Fotogramas", em julho, o resultado foi uma surpresa realmente positiva. Além
de ter tido um bom critério de seleção, fazendo com que eu, que já conhecia
algumas imagens, não saísse com a sensação de faltar alguma coisa, as fotos em
si são muito bem feitas. O fotogênico Apinha serviu, nas 38 imagens em que
está, como um perfeito modelo para Íris no exercício de captação da luz,
composição de cenário, regulagem de foco, aproveitamento de texturas e, claro,
a percepção da beleza emocional. Aquele momento do click, do enquadramento, que
cada fotógrafo sabe atribuir o seu. Íris soube.
Afora isso, ela amavelmente me encomendou o texto de apresentação para a
mostra, do qual extraí este trecho do início do post. Tive a satisfação de
vê-lo no cartaz oficial da exposição entre as fotos, tendo recebido de viva-voz
vários elogios pelo mesmo, o que me deixa realmente feliz, pois não redigi nada
mais do que uma retribuição pela amizade, admiração e honra pelo convite.