“Eu tinha um cem número de problemas com a direção da banda no passado recente, antes de Roger sair. Eu achava que as músicas tinham muitas palavras, e que devido ao significado dessas palavras serem tão importantes, a música tinha-se tornado um mero veículo para as letras, o que não era muito inspirador...” David Gilmour
Conheci Pink Floyd aos 7 anos, assistindo "The Wall", terminando o filme eu me liguei que já tinha escutado “aquela banda” e foi ai que tudo começou...
Particularmente, prefiro a “Era Gilmour”. Gosto do Waters também (tanto que até hoje assisto "The Wall"), mas o feeling do David é algo inexplicável! Não foi a toa que ele foi considerado 14º melhor guitarrista do mundo pela revista norte-americana Rolling Stone.
E esse álbum em especial, "The Division Bell" que foi lançado em 1994, é o que tem as músicas mais fantásticas que já ouvi. Solos de guitarra e vocais perfeitos.
Um belo exemplo de solo? "Coming Back To Life"!
De vocais? "What Do You Want From Me", que, ao vivo é lindo de ver aquele bando de mulher fazendo esses backings.
Uma música em especial que cada vez que ouço me dá vontade de sair dirigindo sem rumo é "Take It Back", não me pergunte o motivo. Mas, talvez seja por que a primeira vez que escutei foi em uma volta da praia com minha mãe, devia ter uns 13 anos, sentada no banco de trás e “obrigada” a escutar o que os adultos escutavam e, surprise: "Take It Back" na rádio.
O nome do disco faz alusão ao division bell (sino da divisão, traduzindo ao pé da letra). E nesse álbum, boa parte dele lida com as questões de comunicação, tipo a ideia de que muitos dos problemas da vida podem ser resolvidos através do diálogo. Canções como "Poles Apart" e "Lost for Words" às vezes são interpretadas como referências ao longo estranhamento entre o ex-membro Roger Waters e os restos dos integrantes da banda, Gilmour negou, no entanto que o álbum é uma alegoria sobre a separação.
Se é ou não, não sei. Só sei que é um baita álbum!
Gilmour usou vários estilos diferentes no álbum. "What Do You Want From Me" tem influências de blues de Chicago e "Poles Apart" tem vários tons folk. Nos improvisados solo de guitarra de "Marooned" usou um pedal Digitech Whammy para elevar as notas numa oitava. Em "Take It Back" usou um EBow (um dispositivo que simula o som de uma guitarra tocando com um arco, com uma Gibson J-200 passou por um aparelho de efeitos).
Como eu digo: esse cara é o cara!
Acabei falando muito do Gilmour, mas, com a saída do Waters da banda em 1985, ele disse que sem ele o Pink Floyd não ia pra frente. Daí, o Gilmour foi lá e assumiu por completo o controle da banda, e tá ai um dos álbuns mais belos da “Era Gilmour” e do Pink Floyd!
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FAIXAS: 1. Cluster One 2. What Do You Want From Me 3. Poles Apart 4. Marooned 5. A Great Day For Freedom 6. Wearing The Inside Out 7. Take It Back 8. Coming Back to Life 9. Keep Talking 10. Lost For Words 11. High Hopes
"The Wall" definitivamente não é melhor trabalho do Pink Floyd, não é melhor que "Wish You Were Here" ou "The Dark Side of the Moon", mas é tão icônico quanto. É um álbum fundamental pela qualidade musical aliada a temática existencialista e, também, pela enorme capacidade de adaptação as novas mídias, adaptação para cinema, shows e novas versões, que cativam o público fiel da banda e atraem novos admiradores para Pink Floyd.
Pink Floyd foi uma banda inglesa formada em Londres no ano de 1965, liderada por Syd Barret (1946-2006), cujo período marcado pelo psicodelismo durou até o ano de 1968, quando foi substituído por David Gilmour (1946) nos vocais e guitarra. Roger Waters (1943) nos vocais e guitarra baixo, Richard Wright (1943-2008) nos vocais e teclados e Nick Mason (1944) na bateria completam a formação clássica que imprimiu uma linha de som progressiva, período que lançou o álbum The Wall.
"The Wall", álbum duplo produzido e lançado em 1979, é uma “ópera rock” que rivaliza com outros sucessos do gênero, como "Tommy" (1969) do The Who e "...Ziggy Stardust" (1972) de David Bowie. São exatamente 26 músicas compostas na sua maioria por Roger Waters, que apresentou a proposta temática a banda, assumiu as letras, a maioria das músicas, a coprodução, e o design do álbum. A personalidade de Waters se agigantou ao longo da produção de "The Wall", tomando o controle da banda para si, quando os componentes do Pink Floyd já demonstravam a incapacidade de administrar seu egos e anseios artísticos.
O tema elaborado por Waters de The Wall, em tom autobiográfico, trata da perda do pai (Eric Fletcher Walter morto na Batalha de Anzio na Itália durante a 2ª Guerra Mundial), a imagem da mãe protetora, a repressão do sistema educacional inglês, a sexualidade reprimida na adolescência e a traição, que vão compondo partes de um muro protetor ao redor do solitário personagem do trama, que em meio ao medo e ao ódio, renasce na pele de um líder fascista.
Musicalmente, "The Wall" segue a linha criativa dos trabalhos anteriores do Pink Floyd, com uma base instrumental irrepreensível, marcada pela pegada firme do baixo de Waters em sintonia com o peso da bateria de Mason, os voos solos da guitarra de Gilmour, mas pouca coisa de Wright (em processo de saída da banda). Mixagens e efeitos sonoros estabelecem um diálogo que alterna velocidade e ritmo, com Waters em uma vocalização esquizofrênica contrapondo o tom vocal mais contido de Gilmour.
No meio de tantas faixas, destacam-se "Another Brick in the Wall", música em três partes, a conhecida música do helicóptero foi faixa de trabalho nas rádios por ocasião do lançamento do álbum, sendo considerada um hino contra a repressão escolar. "Mother", trata da superproteção e castração materna, e "Hey You" um pedido desesperado de ajuda. Mas é "Comfortably Numb", considerada por muitos como a melhor composição do grupo, criação original de Gilmour para seu trabalho solo, mas que apresentado a Walters, este deu letra à música, e incorporou ao álbum, com o destaque do virtuoso solo da guitarra de Gilmour.
"The Wall", o filme, foi adaptado para o cinema em 1982, conduzido pelo ótimo diretor Alan Parker (cuja filmografia também é fundamental), cineasta recentemente falecido, com Roger Walters de roteirista. O filme narra a vida de Pink, astro de rock interpretado por Bob Geldof, cuja estória é ancorada pelas músicas do álbum. O filme obteve boas críticas em geral, considerado por alguns como uma das melhores obras do gênero musical e do rock. "The Wall" custou US$12 milhões e arrecadou $22 milhões só nos Estados Unidos. Em Porto Alegre as exibições ocorreram no antigo e saudoso cinema Baltimore, onde a sala de exibição tinha uma atmosfera própria, um névoa londrina tomava conta do local, provocada pelo consumo cigarros proibidos e embalada pela poderosa trilha sonora. Terminado a exibição os expectadores se misturavam com a horda que habitava o bairro Bonfim, reduto boêmio da cidade da época.
Filme"The Wall", de Alan Parker
"The Wall", o show, originalmente apresentado entre 1981 e 1982 na Europa e EUA, passou pelo Brasil em turnê de Roger Waters, por três cidades brasileiras (Porto Alegre, São Paulo e Rio) em março de 2012, sendo um dos maiores espetáculos musicais apresentados no país. O palco era constituído de um muro de 137 metros de largura, onde eram projetadas imagens originais de Gerald Scarfe do álbum, e incluía o famoso avião cruzando o estádio do Beira-Rio (estádio do Sport Club Internacional, que estava em obras na época) e explodindo junto ao muro. Segundo a revista Billboard, a turnê arrecadou mais de 450 milhões de dólares, o que faz dela a terceira de maior sucesso na história.
Passados 40 anos do lançamento de "The Wall", e 75 anos do fim da 2ª guerra mundial, com o fim da vida daqueles que testemunharam e lutaram contra a escalada do fascismo na Europa, assistimos o renascimento da cultura do ódio e do medo em vários cantos do mundo. Sim, "The Wall" continua atual, o que o eleva a categoria de Álbum Fundamental.
"The child is grown
The dream is gone"
versos finais da música "Confortably Numb"
por Á L V A R O S T E I W
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Lado 1 (primeiro vinil)
1."In the Flesh?" 2."The Thin Ice" 3."Another Brick in the Wall (Part I)" 4."The Happiest Days of Our Lives" 5."Another Brick in the Wall (Part II)" 6."Mother"
Lado 2 (primeiro vinil)
1."Goodbye Blue Sky" 2."Empty Spaces" 3."Young Lust" 4."One of My Turns" 5."Don't Leave Me Now" 6."Another Brick in the Wall (Part III)" 7."Goodbye Cruel World"
Lado 3 (segundo vinil)
1."Hey You" 2."Is There Anybody Out There?" 3."Nobody Home" 4."Vera" 5."Bring the Boys Back Home" 6."Comfortably Numb"
Lado 4 (segundo vinil)
1."The Show Must Go On" 2."In the Flesh" 3."Run Like Hell" 4."Waiting for the Worms" 5."Stop" 6."The Trial" 7."Outside the Wall"
Álvaro Steiw é arquiteto e mestre em Sensoriamento Remoto, trabalha na área ambiental. Gosta de filmes, fotos e músicas antigas. Seu álbum preferido do Pink Floyd é "Ummagumma".
"Shine On You Crazy Diamond" não é realmente sobre Syd — ele é só um símbolo para todos os extremos de ausência que algumas pessoas têm de passar porque é o único jeito com que elas podem lidar com o quão triste isso é."
Roger Waters
O sucessor do brilhante "The Dark side of the Moon" carregava consigo já, antes de seu lançamento, a grande responsabilidade de no mínimo se manter no mesmo patamar técnico, criativo, qualitativo e por que não, seguir as marcas de sucesso do seu antecessor. O Pink Floyd não esteve muito segura quanto a lançar um novo álbum tão cedo. Houve divergências quanto a trabalhar mais o novo disco, prolongar a turnê do exitoso álbum anterior, discutir mais o conceito, mas por fim, o que apresentaram não foi nada mais nada menos que outra obra-prima do rock. "Wish You Were Here" era lançado em 1975 e trazia estados alterados da mente, espíritos maltratados, melancolia, decepções com o meio musical e com a sociedade como um todo. Tudo isso traduzido brilhantemente de maneira poético-musical por Gilmour, Waters, Wright e Mason.
O álbum é constituído a partir de uma longa peça musical em duas partes e apenas outras 3 canções. "Shine on You Crazy Diamond", a composição que abre e fecha a obra, dividida no primeiro trecho em 5 partes e no segundo, o final, um pouco mais encorpado, em 4, é uma pequena sinfonia monumental desenvolvida pacientemente, agregando elementos até preencher-se por completo constituindo por fim uma joia musical de rara inspiração. Composta em homenagem ao amigo e ex-parceiro de banda, Syd Barrtet, "Shine on You Crazy Diamond" trata do desequilíbrio interior, da confusão mental, da perda de si próprio, numa das mais belas canções da banda e com atuações individuais absolutamente notáveis de cada um dos intergrantes.
"Walcome to the Machine", sobre as imposições, vontades e condições do mundo da música tem destaque para os teclados e sintetizadores de Wright; "Have a Cigar", como que compensando o fato de ter sido praticamente preterido pela banda em nome de um vocalista convidado para cantar a canção, tem uma performance excepcional de Waters no baixo; e "Wish You Were Here", a faixa que empresta o nome ao álbum, é simplesmente uma das mais belas baladas já feitas na história da música, com seu inconfundível e belíssimo riff e uma interpretação emocionante de David Gilmour.
E o sucessor de "The Dark Side of the Moon" não só não decepcionava como em pouco tempo se constituiria em um daqueles discos legendários da história do rock.
Álbum brilhante! Como um diamante. Lapidado, raro, louco... cheio de luz e matizes.
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FAIXAS: 01 - Shine On You Crazy Diamond (Part 1-5) (vocal principal: Waters) 02 - Welcome To The Machine (vocal principal: Gilmour) 03 - Have A Cigar (vocal principal: Roy Harper) 04 - Wish You Were Here (vocal principal: Gilmour) 05 - Shine On You Crazy Diamond (Part 6-9) (vocal principal: Waters)
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Ouça: Pink Floyd Wish You Were Here
ESPECIAL DIA DA MULHER Eles compõem. Mas a voz é delas
porDaniel Rodrigues
com colaboração dePaulo Moreira
Michael Jackson e Diana Ross: devoção à sua musa
Mestre Monarco disse certa vez que, embora a maioria quase absoluta de sambistas compositores sejam homens, nada sairia do zero sem a autoridade das pastoras. Se aquele samba inventado por eles entrasse numa roda de pagode e as cantoras da quadra não o "comprassem", ou seja, não o considerasse bom o suficiente para ser entoado, de nada valia ter gasto tutano compondo-o. Era como se nem tivesse sido escrito: pode descartar e passar para o próximo. Isso porque, segundo o ilustre membro da Velha Guarda da Portela, são as cantoras da comunidade que escolhem os sambas, que fazem passar a existir como obra de fato algo até então pertencente ao campo da imaginação. A voz masculina, afirma Monarco, não tem beleza suficiente para fazer revelar o verdadeiro mistério de um samba. A da mulher, sim.
Cale e Nico: sintonia
Talvez Monarco se surpreenda com a constatação de que seu entendimento sobra a alma da música vai além do samba e que não é apenas ele que pensa assim. Seja no rock, no pop, no jazz ou na soul music, outros compositores como ele partilham de uma ideia semelhante: a de que, por mais que se esforcem ou também saibam cantar (caso do próprio Monarco, dono de um barítono invejável), nada se iguala ao timbre feminino. Este é o que casa melhor com a melodia. Se comparar uma mesma canção cantada por um homem e por uma intérprete, na grande maioria das vezes ela é quem sairá vencendo.
A recente parceria de Gil e Roberta Sá
Isso talvez não seja facilmente explicável, mas é com certeza absorvível pelos ouvidos com naturalidade. Por que, então, o Pink Floyd poria para cantar "The Great Gig in the Sky" Clare Torry e não os próprios Gilmour ou Waters? Ou Milton Nascimento, um dos mais admirados cantores da música mundial, em chamar Alaíde Costa especialmente para interpretar "Me Deixa em Paz" em meio a 20 outras faixas cantadas por ele ou Lô Borges em “Clube da Esquina”? Ao se ouvir o resultado de apenas estes dois exemplos fica fácil entender o porquê da escolha.
Nesta linha, então, em homenagem ao Dia da Mulher, selecionamos 7 trabalhos da música em que autores homens criaram obras especialmente para as suas “musas” cantarem. De diferentes épocas, são repertórios totalmente novos, fresquinhos, dados de presente para que elas, as cantoras, apenas pusessem suas vozes. “Apenas”, aliás, é um eufemismo, visto que é por causa da voz delas que essas obras existem, pois, mais do que somente a característica sonora própria da emissão das cordas vocais, é o talento delas que preenche a música. Elas que sabem revelar o mistério. “Música” é uma palavra essencialmente feminina, e isso explica muita coisa.
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Elizeth Cardoso– “Canção do Amor Demais” (1958) Compositores: Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes
"Rua Nascimento Silva, 107/ Você ensinando pra Elizeth/ As canções de 'Canção do Amor Demais'", escreveu Tom Jobim na canção em que relembra quando, jovens, ele e o parceiro Vinicius compuseram um disco inteirinho para a então grande cantora brasileira: Elizeth Cardoso. Eram tempos de pré-bossa nova, movimento o qual este revolucionário disco, aliás, é o responsável por inaugurar. Mesmo que o gênero tenha ficado posteriormente conhecido pelo canto econômico por influência de João Gilberto e Nara Leão, o estilo classudo a la Rádio Nacional da “Divina” se encaixa perfeitamente às então novas criações da dupla, que havia feito recente sucesso compondo em parceria a trilha da peça “Orfeu da Conceição”, de 3 anos antes. Um desfile de obras-primas que, imediatamente, se transformavam em clássicos do cancioneiro brasileiro: “Estrada Branca”, “Eu não Existo sem Você”, “Modinha” e outras. O próprio João, inclusive, afia seus acordes dissonantes em duas faixas: a clássica “Chega de Saudade” e a talvez mais bela do disco “Outra Vez”.
FAIXAS 1. "Chega de Saudade" 2. "Serenata do Adeus" 3. "As Praias Desertas" 4. "Caminho de Pedra" 5. "Luciana" 6. "Janelas Abertas" 7. "Eu não Existo sem Você" 8. "Outra Vez" 9. "Medo de Amar" 10. "Estrada Branca" 11. "Vida Bela (Praia Branca)" 12. "Modinha" 13. "Canção do Amor demais" OUÇA
Dionne Warwick – “Presenting Dionne Warwick” (1963) Compositores: Burt Bacharach e Hal David
Raramente uma cantora começa uma carreira ganhando um repertório praticamente todo novo (cerca de 90% do disco) e a produção de uma das mais geniais duplas da história da música moderna: Burt Bacharach e Hal David. Mais raro ainda é merecer tamanho merecimento. Pois Dionne Warwick é esta artista. A cantora havia chamado a atenção de David e Bacharach, que estavam procurando a voz ideal para suas sentimentais baladas. Não poderia ter dado mais certo. Ela, que se tornaria uma das maiores hitmakers da música soul norte-americana – inclusive com músicas deles – emplaca já de cara sucessos como "Don't Make Me Over", "Wishin' and Hopin'", "Make It Easy on Yourself", "This Empty Place".
FAIXAS 1. "This Empty Place" 2. "Wishin' and Hopin'" 3. "I Cry Alone" 4. "Zip-a-Dee-Doo-Dah" (Ray Gilbert, Allie Wrubel) 5. "Make the Music Play" 6. "If You See Bill" (Luther Dixon) 7. "Don't Make Me Over" 8. "It's Love That Really Counts" 9. "Unlucky" (Lillian Shockley, Bobby Banks) 10. "I Smiled Yesterday" 11. "Make It Easy on Yourself" 12. "The Love of a Boy" Todas de autoria David e Bacharach,, exceto indicadas OUÇA
Nico– “The Marble Index” (1968)
Compositor: John Cale
Diferente de Dionne, Nico já era uma artista conhecida tanto como modelo, como atriz (havia feito uma ponta no cult movie “La Dolce Vita”, de Fellini) como, principalmente, por ter pertencido ao grupo que demarcaria o início do rock alternativo, a Velvet Underground, apadrinhados por Andy Wahrol e ao qual Cale era um dos cabeças ao lado de Lou Reed. Já havia, inclusive, gravado, em 1967, um disco, o cult imediato “Chelsea Girl”. Porém, coincidiu de tanto ela (que não gostara do resultado do seu primeiro disco) quanto Cale (de saída da Velvet) quererem alçar voos diferentes e explorar novas musicalidades. Totalmente composto, produzido e tocado por Cale, “Marble”, predecessor do dark, é sombrio, denso, enigmático e exótico. A voz grave de Nico, claro, colabora muito para essa poética sonora. A parceria deu tão certo que a dupla repetiria a mesma fórmula em outros dois ótimos discos: “Deserthore” (1970) e “The End” (1974).
Na segunda metade dos anos 70, quando a era disco e a black music dominavam as pistas e as paradas, foi comum a várias cantoras norte-americanas gravarem discos com esta atmosfera. Aretha Franklin fez a seu modo: para a trilha sonora de um filme inspirado na história das Supremes, chamou um dos gênios da soul, Curtis Mayfield, para lhe escrever um repertório próprio. Deu em um dos melhores discos da carreira da Rainha do Soul, álbum presente na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame. As gingadas “Jump” e “Rock With Me”, bem como as melodiosas ‘”Hooked on Your Love”, “Look into Your Heart” e a faixa-título, não poderiam ter sido compostas por ninguém menos do que o autor de “Superfly”.
Já que lembramos das Supremes, então é hora de falar da mais ilustre do conjunto vocal feminino: Diana Ross. Com uma longa discografia entre os discos com a banda e os da carreira solo, em 1985 ela ganha de presente do amigo e admirador Barry Gibb, líder da Bee Gees, baladas e canções pop esculpidas para a sua voz aguda e sentimental. De sonoridade bem AOR anos 80, o disco tem, além de Gibb, a da devoção de outro célebre músico à sua idolatrada cantora: Michael Jackson. Seu ex-parceiro de palcos, estúdios e de cinema, o autor de “Thriller” coassina a esfuziante faixa-título para a sua madrinha na música. Merecida e bonita homenagem.
A afinidade de Caetano e Gal é profunda e vem de antes de gravarem o primeiro disco de suas carreiras juntos, em 1966, “Domingo” – quando ele, aliás, compôs as primeiras músicas para a voz dela, como as célebres “Coração Vagabundo” e “Avarandado”. Ela o gravaria várias vezes durante a longa carreira, não raro com temas escritos especialmente. “Recanto”, disco que já listamos em ÁLBUNS FUNDAMENTAIS e entre os melhores da MPB dos anos 2010, é, de certa forma, a maturidade dessa relação pessoal e musical de ambos. “Recanto Escuro” e “Tudo Dói” são declarações muito subjetivas de Caetano tentando perscrutar a alma de Gal, o que vale também para o sentido inverso. Referência da música brasileira do início do século XXI, o disco, que tem a ajuda fundamental de Kassin e Moreno nos arranjos e produção, é, acima de tudo, a cumplicidade entre Caê e Gal, estes dois monstros da música, vertida em sons e palavras.
Talvez este seja o único caso entre os listados em que a cantora não está à altura do repertório que recebeu. Não que Roberta Sá não tenha qualidades: é afinada, graciosa e tem lá a sua personalidade. Mas que sua interpretação fica devendo à qualidade suprema da música do mestre Gil fica. “Giro”, no entanto, é bem apreciável, principalmente faixas como “Nem”, “Afogamento”, “Autorretratinho” e “Ela Diz que Me Ama”, em que a artista potiguar consegue reunir novamente Gil e Jorge BenJor, num samba-rock típico deste último: os contracantos, o coro masculino como o do tempo do Trio Mocotó e a batida de violão intensa, a qual Gil – conhecedor como poucos do universo do parceiro –, se encarrega de tocar.
Um álbum clássico!
Uma obra mágica.
Um disco legendário.
Um trabalho genial envolto em lendas, mitos e polêmicas.
Uma brilhante resenha musical sobre o cotidiano e as loucuras da vida moderna: angústia, pressa, dinheiro, comportamento... Tudo traduzido magistralmente em música sob variadas formas e possibilidades. “The Dark Side of the Moon” de 1973 não é apenas um grande álbum, é um marco na música contemporânea. Não só pelo sucesso alcançado, pela dimensão que assumiu no mundo desde seu lançamento, mas pela influência musical que exerce até hoje, pelas temáticas extremamente atuais e pertinentes, veja-se “Money” ou “Time”, por exemplo; pela ousadia de experimentação, como no caso de “On the Run”; pela qualidade técnica; pela concepção gráfica e estética vanguardista; e por tudo mais, ora bolas!
“Speak to Me”, a vinheta que introduz a obra, antecipa todos os elementos que serão apresentados ao longo da obra, partindo do som da batida de um coração que se mistura a rápidos recortes de cada uma das músicas que se seguirão, numa espécie de trailer musical; e estes pequenos flashes, subitamente, desembocam então em“Breathe”, uma canção leve que, então, majestosamente abre efetivamente o disco.
Sem pausa, na seqüência, vem “On the Run” uma alucinante faixa instrumental eletrônica cheia de ruídos e experimentações de estúdio. “Time” que a segue, começa com seus estridentes sons de relógios, despertadores, campainhas e badalos, dando início a um dos maiores clássicos da banda com aquela entrada inconfundível e marcante na voz de David Gilmour e seu solo espetacular na segunda parte. Aí "Time" desacelera, e com uma passagem, que não é mais que uma breve repetição de “Breathe”, traz consigo a magnífica “The Great Gig in the Sky”, uma base instrumental que sustenta uma improvisação vocal memorável e emocionante da cantora convidada Clare Tory.
Ao som de outra introdução inconfundível, como a de “Time”, mas esta com sons de moedas e caixas registradoras, Roger Waters nos apresenta um blues embalado e bem marcado no baixo e com uma série de variantes interessantíssimas, como acelerações, ênfases, solos de guitarra e saxofone, nesta que é para mim a grande música do álbum: "Money".
Depois vem a longa “Us and Them” com sua melodia lenta e emocional e, assim como na anterior, com um belíssimo solo de saxofone.
A instrumental “Any Colour You Like” é outra bem experimental com sua série de efeitos sobrepostos com guitarras e vice-versa.
A belíssima “Brain Damage”, que carrega em sua carne o nome do disco, começa a encaminhar o final da obra, e praticamente como sua continuação, com uma separação muito sutil, a emocionante “Eclipse” fecha a obra-prima de forma majestosa , inclusive, diz a lenda, com um trechinho de "Ticket to Ride" dos Beatles podendo ser ouvido lá ao fundo, no final, quando o som já está abaixando, depois das batidas de coração... as mesmas que começaram o disco lá em "Speak to Me". E ele brilhantemente acaba como começou, ou começa onde acaba, ou mesmo... não tem fim.
Além da misteriosa "Ticket to Ride" que, oficialmente, teria sobrado de uma fita mal apagada, o que não falta são lendas e estórias a respeito deste disco, tais como as alusões codificadas a Syd Barret em diversas faixas; a afirmação de que a versão CD da época não teria sido copiada das fitas originais e Gilmour indignado teria mandado refazer; ou que os temas das músicas, como dinheiro, tempo, angústia, etc., teriam sido feitos quase aleatoriamente num banheiro; e a mais famosa delas, aquela que supõe haver uma estranha e impressionante sincronia do disco com cenas do filme "O Mágico de Oz". Verdade? Mentira? Concidência? Não interessa. Como se não bastasse a qualidade musical superior, coisas como esta só aumentam a aura mística de uma obra absolutamente magistral como esta. Enfim, um álbum fundamental, senhores.
Um disco legendário.
Uma obra mágica.
Um álbum clássico!
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FAIXAS: 1.Speak to Me 2.Breathe 3.On the Run 4.Time 5.The Great Gig in the Sky 6.Money 7.Us and Them 8.Any Colour You Like 9.Brain Damage 10.Eclipse
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Ouça: Pink Floyd The Dark Side of the Moon
A gente se emocionar com uma banda é normal. Quando a gente vê que os músicos e equipe também se emocionaram com o mesmo show é a prova de que aquela noite foi realmente mágica e única. Conversei com meu pai após o show e comentei que, das bandas que NÓS dois realmente gostávamos, dos que ainda estão vivos e/ou na ativa, com o show do The Who poderíamos dizer que assistimos A TODOS: Steppenwolf, Santana, Rolling Stones, Ringo Starr e Paul McCartney (Beatles), Jack Bruce e Eric Clapton (Cream), Roger Waters e David Gilmour (Pink Floyd), Robert Plant (Led Zeppelin), Jethro Tull. Assistimos muitos shows juntos, é claro, mas estes aí com certeza são os que nos agradam fortemente e tem um sabor especial.
As lendas Daltrey e Townsend
Ver no palco (finalmente!) Roger Daltrey e Pete Townsend, acompanhados de uma fenomenal banda, com energia de garotos, com execução perfeita dos sons, com bom humor, felizes de estarem ali, felizes pelo feedback que estavam tendo do público (é o que o texto deste link fala), tocando uma sonzeira atrás da outra (óbvio que como fã eu gostaria de escutar várias mais) deu gosto, deu muito gosto esperar todo esse tempo.
Noites mágicas ficam na memória pra sempre, e estar com os que eu amo junto quase fez esse coração explodir de felicidade, não havia lugar pra se estar no planeta Terra, a não ser o show do THE WHO naquela noite. "Listening to you I get the music Casing at you I get the heat Following you I climb the mountain I get excitement at your feet Right behind you I see the millions On you I see the glory From you I get opinions From you I get the story." da letra de "See Me Feel Me", do The Who
Delírio do público porto-alegrense que conferiu o show, elogiado pela própria equipe da banda
Mas Christian, tu cita o Humberto falando do Duran Duran e o disco não é deles, é do Arcadia! Explico. O Arcadia foi formado por 3 dos 5 integrantes do Duran Duran quando eles resolveram dar uma parada para tocar projetos paralelos. O fundador John Taylor (baixista) e o Andy Taylor (guitarrista) foram tocar com o Robert Palmer e o baterista do Chic no Power Station. Os outros 3 que são o vocalista Simon Le Bon, o tecladista Nick Rhodes e o baterista Roger Taylor fizeram o Arcadia. Uma coisa me passou pela cabeça agora, o Duran Duran poderia se chamar “The Taylors” porque 3 Taylor sem parentesco algum em uma mesma banda não é pouca coisa.
Para este projeto eles ainda contaram com a guitarra do David Gilmour nas faixas "The Promise" e "Missing", e participações como a da Grace Jones, Sting, Carlos Alomar, Herbie Hancock e outros músicos. Para mim é um pop elegante, funkeado e com muitas camadas de produção características dos anos 80, mas sem muito exagero. "Election Day" foi o single que puxou o disco, mas ao longo da audição tu vais percebendo outras músicas que também faziam parte das rádios na época como a "Goodbye Is Forever" e a "The Promise".
Quem puder, ouça a versão tripla que conta com o disco normal, outro disco com versões estendidas/remixes/instrumentais e ainda um DVD com clipes das músicas. Mais ou menos neste período foi que o Duran Duran colocou a música "A View to a Kill" no filme "007 Na Mira dos Assassinos". No clipe desta música pode-se notar o “climão” que estava entre os membros da banda, onde nenhum aparece contracenando com o outro. Este disco foi importante para a retomada do Duran Duran que aconteceu no disco seguinte, que foi o "Notorius", agora resumido a 3 integrantes, o John Taylor, o Simon Le Bon e o Nick Rhodes. Muito do que foi desenvolvido a partir desta reunião já estava contido neste belo disco que é o "So Red The Rose", do Arcadia. Escuta, vale a pena.
Em uma época em que as músicas eram lançadas apenas em singles, um dos maiores sucessos da história do rock, uma das canções símbolos do gênero e um de seus maiores clássicos, só veio a sair em álbum um ano depois de seu lançamento, por sinal, meio tímido e um tanto decepcionante. "Rock Around The Clock" foi gravada em 1954, por Bill Halley e sua banda, The Comets, para ser, num primeiro momento, lado B de "Thirteen Women (and Only One Man in Town). Até alcançou as paradas mas não teve o desempenho comercial que a gravadora Decca esperava. Foi somente num segundo instante, quando a canção foi incluída na trilha sonora do filme "Sementes da Violência" (1955) que se fez realmente notar e tornou-se um fenômeno musical e cultural. "Rock Around The Clock" estourava num momento efervescente da juventude, da sociedade, quando o rock começava a efetivamente ganhar popularidade e construía sua identidade, seu comportamento e suas idolatrias e, de certa forma, foi decisiva pra que nomes como o próprio Elvis, fosse elevado à condição de Rei do Rock, tomasse a dimensão que ganhou.
A canção só saiu em LP, mesmo, um ano depois, na compilação de singles "Shake, Rattle and Roll", mas foi no disco que levava seu nome, "Rock Around The Clock", do mesmo ano, 1955, aí sim em 12", que a música estourou pela segunda vez e foi principal responsável por impulsionar o lançamento, um dos precursores do formato álbum no rock, ao primeiro lugar nas paradas.
Embora a canção seja um hino imortal do rock, inúmeras vezes regravada e reverenciada, o disco não se limitava a ela. "Shake, Rattle and Roll" é outra altamente contagiante; "Razzle and Dazzle é um rock gostoso; "Rock-A-Beatin' Boogie" é mais um rock empolgante; e "Thirteen Women" com seu sax bem marcado conversando com a guitarra é outra que merece destaque.
Disco importantíssimo para a história do rock. Um marco. Um cometa que passou e caiu no nosso planeta e deixou marcas inapagáveis.
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FAIXAS: 1. "Rock Around the Clock" (James E. Myers, Max C. Freedman) 2:08 2. "Shake, Rattle and Roll" (Jesse Stone) 2:31 3. "A.B.C. Boogie" (Al Russel, Max Spickol) 2:29 4. "Thirteen Women (And Only One Man in Town)" (Dickie Thompson) 2:53 5. "Razzle-Dazzle" (Charles E. Calhoun) 2:43 6. "Two Hound Dogs" (Bill Haley, Frank Pingatore) 2:59 7. "Dim, Dim the Lights (I Want Some Atmosphere)" (Beverly Ross, Julius Dixon) 2:31 8. "Happy Baby" (Frank Pingatore) 2:36 9. "Birth Of The Boogie" (Haley, Billy Williamson, Johnny Grande) 2:15 10. "Mambo Rock" (Bix Reichner, Mildred Phillips and Jimmy Ayre) 2:38 11. "Burn That Candle" (Winfield Scott) 2:46 12. "Rock-A-Beatin' Boogie" (Haley) 2:21