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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Música da Cabeça - Programa #375

Diz que a Oasis vai voltar, né? Humm, não sei, não... O que a gente tem certeza é que haverá, sim, uma outra reprise, mas do MDC. Hoje a gente recupera a edição 160, lá de abril de 2020, quando tivemos, além do entrevistado, o jornalista, pesquisador e escritor Marcello Campos, Gal Costa, The Specials, Lulu Santos, Charlie Parker... mas não Oasis. Voltando sempre, o programa vai ao ar na reeditável Rádio Elétrica. Produção, apresentação e versão original: Daniel Rodrigues


www.radioeletrica.com

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Samuel Rosa & Simjazz Orquestra - Vivo Música - Parque Harmonia - Porto Alegre/RS (03/12/2023)

 

Há 30 anos, a revista Bizz, a mais importante publicação sobre música no Brasil dos anos 80 e 90, “lacrava” sobre os quatro principais nomes daquilo que chamavam de “a nova cara da música pop brasileira”. Dois eram equívoco evidentes: Cherry, a vocalista da inexpressiva e rapidamente esquecida banda Okotô, e Edu K, que, erroneamente, já era influência para a música pop há mais tempo de que todos ali por meio de sua referencial De Falla. Quanto aos outros dois “novatos”, pode-se dizer que foram mais assertivos, embora com algum porém. Um deles era Carlinhos Brown, que, assim como Edu K, não se tratava de nenhum iniciante, visto que àquela altura já gravara nos Estados Unidos com Sérgio Mendes, liderava trio elétrico na Bahia e influía diretamente na música de Caetano Veloso. Mas como o Tribalista não havia ainda se lançado em carreira solo (seu debut, “Alfagamabetizado”, sairia apenas três anos depois), até passava a classificação como “promessa” devido a isso. 

O único acerto efetivo dos editores da Bizz da naquela reportagem foi, de fato, Samuel Rosa. O líder da Skank, então em seu primeiro disco dos 15 que lançou em 30 anos de estrada, não apenas atingiria o estrelato, como se consolidaria como um dos mais importantes autores da música brasileira.

A prova daquela profecia pode ser conferida no saboroso show gratuito que o artista mineiro fez em Porto Alegre para o Vivo Música. Acompanhado de sua ótima banda e em alguns números da competente Simjazz Orquestra, Samuel, em começo de vida solo com o consensual fim da Skank, desfilou um cancioneiro tomado de hits, como “Garota Nacional”, “Jackie Tequila”, “Ainda Gosto Dela” e “Sutilmente”. Mas não só isso. Afinal, “chicletes de ouvido” são relativamente fáceis de se fazer a um músico com mínimas habilidades, visto que obedecem a uma construção melódica padrão, que formata um produto musical eficiente, mas nem sempre dotado de emoção. Samuel Rosa, desde aqueles idos de 1993, quando destacado pela Bizz, soube evoluir em sua musicalidade para unir estes dos espectros: o gosto popular e a sofisticação, o pop e o melodioso. De reggaes relativamente pobres, Samuel, principal compositor, evoluiu a olhos vistos para referências a Beatles, à turma de Minas Gerais e sons mais modernos, que o transformara num dos cinco principais compositores da música brasileira destas últimas três décadas.

Com uma sinergia incrível com o público, ao qual agradeceu pela fidelidade de não arredar pé mesmo com a chuva, foram só sucessos do início ao final do show. Algumas, que levantaram a galera, que cantou e dançou junto sem dar bola para a chuva que ia a voltava. A embalada versão da Skank para “Vamos Fugir”, de Gilberto Gil, foi uma delas, assim como “Acima do Sol”, “Vou Deixar” e “Saideira”. Só alegria. São músicas tão embrenhadas no emocional do público, que as pessoas cantam a letra completa mesmo sem saber que as sabiam de cor. Que brasileiro, afinal, não sabe cantarolar “Amores Imperfeitos”, “Tão Seu” ou “Te Ver”, por exemplo? Além destas, tiveram surpresas. Com um Samuel menos atido só ao repertório da Skank, teve cover da beatle “Lady Madonna” com “I Can See Clearly Now”, de Jimmy Cliff, uma homenagem à gaúcha Cachorro Grande, banda coirmã da Skank, com a balada “Sinceramente”, e uma esfuziante “Lourinha Bombril”, da Paralamas do Sucesso, coautoria dele com Herbert Vianna.

Por falar em chuva, que ameaçava desabar a qualquer momento, Samuel, um doce de educação e simpatia, confessou que haviam reduzido um pouco o set-list no meio da apresentação com medo de que isso ocorresse. Mas como durante o show foram, por sorte, apenas algumas pancadas leves, ele mesmo fez questão de alterar a ordem dos números e tocou todas as que haviam se programado. Isso fez com que os principais clássicos estivessem lá. O que dizer de “Resposta”, dele e de Nando Reis, uma das mais belas baladas do cancioneiro brasileiro? E “Dois Rios”, também com Nando e contando com o toque “Clube da Esquina” do conterrâneo Lô Borges? Para fechar, no bis, não uma escolha garantida de algum outro sucesso da Skank, mas, sim, uma versão de “Wonderwall”, da Oasis, pois, como Samuel justificou, o Rio Grande do Sul é terra de roqueiro, então todos ali entenderiam o porquê. 

Passados todos estes anos desde que aquela revista previa que Samuel Rosa se tornaria um pilar da música pop brasileira, fica muito claro que isso realmente aconteceu. Parceiro de alguns dos mais importantes nomes da música nacional, como Nando Reis, Erasmo Carlos, Lô Borges, Chico Amaral e Fernanda Takai, pode-se dizer que, por alto, Samuel é responsável por cerca de 20% dos grandes sucessos da música no Brasil dos anos 90 para cá. Curiosamente, a adoção definitiva do nome próprio e a dissociação direta da Skank fazem com que, de certa forma, Samuel Rosa se reinvente e renasça, como se, novamente, estivesse começando. Então: vida longa a este “velho novato”. Que venham mais 30 anos de maravilhas pop e canções que tocam o coração do Brasil.

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Confira alguns momentos:

Samuel e a Simjazz começando o show


Detalhe do telão

Público atento e interagindo


Samuel em sintonia com a galera

Os dois de rosa pra ver Samuel Rosa: coincidência



texto: Daniel Rodrigues
fotos e vídeos: Daniel Rodrigues e Leocádia Costa

quinta-feira, 4 de maio de 2023

ÁLBUNS FUNDAMENTAIS Especial 15 anos do ClyBlog - Beto Guedes - "Amor de Índio" (1978)



“Homenageei o pai
 em vários discos
 que gravei 
nos anos 1970 e 1980”
Beto Guedes, 
que sempre deixava 
a última faixa do álbum 
para uma canção do pai,
Godofredo Guedes



A pedido do meu amigo Cly, administrador desse blog maravilhoso, que está completando 15 anos de existência, que me pediu para que escrevesse, brevemente, sobre um disco que eu achasse essencial, importante, do coração, clássico, ou algo do tipo, para colocar na seção ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, de pronto aceitei... depois pensando, "puxa vida que tarefa difícil!"

Como sou da tribo rock, de cara lembrei da discografia dos The Beatles (dá pra escolher), Rolling Stones, Pink Floyd, David Bowie, Radiohead, Oasis, Pearl Jam, Alice in Chains e aí vai tantos outros, sem falar nos álbuns clássicos da terrinha.

Mas daí fiquei em uma análise sem fim... “essencial, importante, do coração, clássico, ou algo do tipo”. Então me veio a memória um álbum do coração: "Amor de Índio", de Beto Guedes, talvez o menos badalado do Clube da Esquina, por sua timidez (só uma opinião).
Esse álbum de 1978, já abre com uma canção clássica, do coração, do próprio Beto com parceria de Ronaldo Bastos – "Amor de Índio" (homônimo), gravada e regravada por muitos outros artistas, uma obra prima. Na sequência, "Novela", de Milton Nascimento e Márcio Borges, uma atmosfera forte e contundente; "Só Primavera", de Beto Guedes e Márcio Borges, lembrando muito o Clube da Esquina; "Findo do Amor", de Tavinho Moura e Murilo Antunes, uma letra forte e reflexiva; "Gabriel" do próprio Beto com Ronaldo Bastos, feita e dedicada ao seu filho Gabriel, canção de emocionar, principalmente quem é pai; "Feira Moderna", de Lô Borges, Beto Guedes, e Fernando Brant, alto-astral, demais, dá até pra dançar; "Luz e Mistério", parceria com Caetano Veloso, mais uma com letra profunda, como praticamente todas do álbum, sendo que há uma versão ao vivo com a participação do parceiro de composição Caetano, que empresta à versão sua voz “aveludada”.

"O Medo de Amar é o Medo de Ser Livre", novamente com Fernando Brant, é uma canção que diz tudo desse álbum, também gravada por outros artistas, sendo muito marcante na voz de Elis Regina. "Era Menino" (Beto Guedes, Tavinho Moura e Murilo Antunes) é o típico som de Minas e, por fim, "Cantar", do pai Godofredo Guedes, a quem Beto costumava homenagear com frequência nos discos gravados nos anos '70 e '80, reservando sempre a última faixa do LP para a homenagem: "Belo Horizonte" de Godofredo, em "Página do Relâmpago Elétrico", de 1977; "Cantar", nesse álbum; "Casinha de Palha", em "Sol de Primavera" (1980); "Noite Sem Luar", em "Contos da Lua Vaga", de 1981; e "Um Sonho", também do pai, em "Viagem das Mãos" (1984).

Instrumentista, Godofredo tocava violão e clarinete e compôs mais de cem músicas.

Esse é meu álbum do coração, portanto fundamental na minha discografia e espero que tenha contribuído com o ClyBlog.




por  J U L I O   F A L E I R O


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FAIXAS:
  1. Amor de Índio
  2. Novena
  3. Só Primavera
  4. Findo Amor
  5. Gabriel
  6. Feira Moderna
  7. Luz e Mistério
  8. O Medo de Amar é O Medo de Ser Livre
  9. Era Menino
  10. Cantar
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Ouça:
Beto Guedes - "Amor de Índio"


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Julio Faleiro
 é de Viamão, cidade da região Metropolitana de Porto Alegre/RS. 
É professor, músico, agitador cultural e 
baterista da banda Cardinales de Indie Rock



quinta-feira, 29 de outubro de 2020

The La's - "The La's" (1990)

Os (outros) quatro rapazes de Liverpool


“A The La’s é a [banda] que está mais próxima do sublime.” 
Liam Gallagher

O mais puro e original som saído diretamente de Liverpool e que marcou as gerações futuras de roqueiros. Quatro jovens rapazes, que, por um curto espaço de tempo, promoveram uma revolução na música pop. Não, não estamos falando dos Beatles. Outra banda da mesma cidade do noroeste da Inglaterra, guardadas as devidas proporções de abrangência e profusão, também teve papel fundamental para a linha evolutiva do rock feito na Terra da Rainha: a The La's

Se Paul, John, George e Ringo transformaram a música mundial em menos de 10 anos, a atuação deste outro quarteto, liderados por Lee Mavers (voz e guitarra), mais Peter "Cammy" Cammell (guitarra), Neil Mavers (bateria) e John Power (baixo, vocais), foi ainda mais meteórica. Tanto que, diferentemente dos primeiros, autores de 13 discos de estúdio nos libertários anos 60, a The La’s registrou apenas um histórico e irreparável álbum no início da instável e inconstante última década do século passado. Tempo suficiente, contudo, para seu rock sintético, melodioso e inspirado influenciar toda a geração do rock britânico dos anos 90, a qual teria na figura da Oasis a sua maior representação. Aliás, tanto a banda dos irmãos Gallagher quanto outras como Blur, Ride, Lemonheads e Supergrass, que, juntamente com a leva do grunge norte-americano, dominaram a cena rock noventista. O self-titled da The La’s, o qual completa 30 anos de lançamento, ao lado do igualmente estreante da Stone Roses, de um ano antes, ajudariam a formatar a estrutura que o britpop passaria a ter a partir de então. 

Esta perspectiva sonora passa, como não poderia deixar de ser, pelos originais rapazes de Liverpool. Melodias vocais apuradas, riffs criativos, reelaboração das bases do blues e a energia da Swingin’ London que remetem inevitavelmente a Fab Four. No entanto, o trunfo da The La’s vai além disso, uma vez que captam tudo aquilo que veio antes deles em termos de rock, como o glam, o punk, o pós-punk, o collage, o shoegaze e o indie. Isso faz com que o som do grupo, muito bem produzido pelo craque Steve Lillywhite junto com Mark Wallis, soe certeiro, objetivo, sem rodeios. Psicodélico na medida certa e com tudo no lugar: timbres, vocais, arranjos e instrumentação.

O quarteto liderado por L. Mavers: inconstância 
que lhes rendeu apenas um álbum

Rock, aliás, quando é bom, não tem muito o que se falar. Basta curtir. É o que faixas como a de abertura, “Son of a Gun” (rock no melhor estilo Buffalo Springfield), “I Can't Sleep” (cujo riff já ouvi de uma dita original banda brasileira...) e ”Timeless Melody” (mais Oasis, impossível) fazem: deixar quem as escuta sem palavras – porém, altamente empolgado. Que riffs grandiosos! A postura propositiva típica de um rock puro com seu saudável grau de afetação, mas despido de egocentrismo desnecessário. É rock bom e pronto! “Liberty Ship”, “Doledrum” e “Feelin'” são aulas de como fazer um country-rock. Igual pedagogia são as bluesers “I.O.U.” e “Failure”, esta última, com uma pegada do psychobilly da The Cramps. Nesta linha também, mas retrazendo a atmosfera picaresca de Syd Barrett, “Freedom Song”, outra excelente. Ainda, a balada “Looking Glass”, que encerra dignamente o álbum sob de uma melodiosa base de violão e os vocais saborosamente insolentes de Lee Mavers.

O conceito da The La's foi seguido, naqueles anos 90 de ascensão do tecno e da acid house, por outros artistas que não deixaram a música pop degringolar e repuseram o rock no seu lugar de destaque. Repetindo a "volta às raízes" que os Bealtes propuseram em “Let It Be”, os tarimbados R.E.M. (“Monster”, 1993) e Titãs (“Tudo ao Mesmo Tempo Agora”, 1991) seguiram a linha da The La’s de reencontrar a “pureza perdida”. Para novas bandas de então, como The Strokes, The Killers e Kings of Leon, pode-se dizer ainda mais fundamental a proposta desses irmãos dos Beatles. Seja de maneira mais conceitual ou por influência direta, o fato e que seu único e exemplar disco relembrou ao gênero rock, o qual recorrentemente se desvirtua demais de si mesmo, que “menos é mais”, que o “certo é o fácil”. Ter entendido este ensinamento talvez tenha sido o grande mérito da Oasis, cujo sucesso mundial provavelmente seria ameaçado caso a própria The La’s não ficasse somente no primeiro tiro, o que, mesmo cultuados, inegavelmente lhes limitou ao meio underground

Tá certo: é exagero comparar a The La’s aos autores de "Yesterday", afinal, esta disputa talvez seja somente cabível quando se fala em Rolling Stones. Mas que a The La’s é a segunda melhor banda de Liverpool (junto com a Echo & the Bunnymen, claro), isso é bem provável. Rankings como dos 40 grandes álbuns únicos de um artista/banda da Rolling Stone, em que o disco aparece em 13º, e da Pitchfork, no qual é apontado como um dos principais álbuns do britpop de todos os tempos, não deixam mentir. Por motivos pouco explicados, logo após lançá-lo, Mavers encheu-se e quebrou os pratos com os parceiros. A cara dos anos 90: instável e inconstante. Mesmo tendo havido esporádicos retornos posteriormente, o principal resultado daquilo que produziram fez com que virassem lenda, que é este incrível álbum. O primeiro e, como o próprio nome da banda sugere, “último”. E se não fosse o azar de terem nascido na mesma terra dos Beatles, eles seriam certamente os primeiros.

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The La's - Clipe de "There She Goes"


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FAIXAS:
1."Son Of A Gun" - 1:56
2. "I Can't Sleep" - 2:37
3. "Timeless Melody" - 3:01
4. "Liberty Ship" - 2:30
5. "There She Goes" - 2:42
6. "Doledrum" - 2:50
7. "Feelin'" - 1:44
8. "Way Out" - 2:32
9. "I.O.U." - 2:08
10. "Freedom Song" - 2:23
11. "Failure" - 2:54
12. "Looking Glass" - 7:52
Todas as composições de autoria de Lee Mavers

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OUÇA O DISCO:

Daniel Rodrigues

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

ÁLBUNS FUNDAMENTAIS ESPECIAL 11 anos do Clyblog - Oasis - "Definitely Maybe" (1994)



“Ele é rude, arrogante, intimidador e preguiçoso."
Noel Gallegher sobre Liam Gallegher

"Ele é pior do que Kim-Jun fodendo Tung."
Liam Gallegher sobre Noel Gallegher


26 de agosto de 1994, mundialmente conhecido como o Dia Mundial Contra os Testes Nucleares e também 25 dias e um ano antes do nascimento deste que vos escreve. Aparentemente, datas irrelevantes e pouco lembradas. A não ser por um fato que contribuiu para com a mudança e transformação de quase uma geração na Ilha da Grã-Bretanha, durante a década de 1990: o lançamento de “Definitely Maybe”, o debut sonoro do Oasis.

Se antes o público esperava por alguém que servisse como espelho, o quinteto de Manchester, cidade ao noroeste da Inglaterra, chegava para comprovar que uma banda assim existia. Sem grandes pretensões poéticas, fugindo das ambições do erudito e da cultura ao entorno dos bons costumes da época, a trupe dos Irmãos Gallagher bebeu da fonte dos Beatles e buscou força em pessoas como eles mesmo, desacreditados, aparentemente sem futuro, para chegar ao topo. 


Os irmãos Noel e Liam: amor e ódio
(mais ódio que amor, aliás)
Durante os 51 minutos e 55 segundos de 11 músicas, “Definitely Maybe” mostra como uma cabeça perdida em meio aos sentimentos de um mundo moderno pode funcionar. Noel Gallagher, o autor de todas as faixas do álbum, escreve sobre temáticas que fazem parte de alguém que realmente viveu a loucura inglesa do momento pós-rave, mas que também ama, cultua sentimentos pelos seus e encontra-se em uma cidade que anda rápido e cresce sem parar, com letras que vão desde o sonho hedonista de se tornar uma estrela do Rock (“Rock’N’RollStar”), passando pela entorpecida ‘’Up In The Sky’’, até a emblemática e amorosa ‘’Slide Away’’. 

Parece-me injusto, como fiz anteriormente, citar apenas algumas das obras que permeiam o disco. E admito: apesar de ter destacado três delas, elas não são minhas preferidas. Sinceramente, acho que não cabe a mim explicar cada uma delas e seus porquês. O que cabe a mim é motivá-los a escutar o “DM” (apelido carinhoso) e explicar por que ele conquistou um espaço tão grande no meu coração: porque foi quando tudo mudou pra mim, assim como eu acho que foi há 25 anos, quando também alterou o pensamento de vários outros jovens adultos da época. 

E não foi só a cabeça que mudou. Esse disco mudou a maneira como eu me visto, como eu toco, como eu caminho pelas ruas. Esse disco faz com que eu me sinta livre e forte. Esse disco faz com que eu seja (ainda mais) JOVEM! E eu sei que, para muitos amigos meus, o sentimento é o mesmo. Nós nos sentimos Liam Gallagher quando ouvimos essas músicas - já passamos muito tempo em frente ao espelho imitando o vocalista. 

Embora eu ainda não fosse vivo quando foi lançado, o “Definitely Maybe” representa uma atitude para mim. E eu tenho certeza que foi isso. Eu já ouvi pessoas que estiveram vivas naquele momento, naquele lugar, e parece ser exatamente a mesma coisa que se passa dentro de mim quando o assunto é esse. 

J O Ã O  CA R N E I R O


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FAIXAS:
1. "Rock 'N' Roll Star" -5:22
2. "Shakermaker" -5:08
3. "Live Forever" -4:36
4. "Up in the Sky" -4:28
5. "Columbia" -6:17
6. "Supersonic" -4:43
7. "Bring It on Down" -4:17
8. "Cigarettes & Alcohol" -4:49
9. "Digsy's Dinner" -2:32
10. "Slide Away" -6:32

11. "Married With Children" -3:12
Todas as composições escritas por Liam Gallagher


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OUÇA O DISCO:
Oasis - “Definitely Maybe”


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João Carneiro é um jovem brasileiro de 24 anos. Ele diz que, na verdade, não é nada mais do que um outro mero ser humano, mas é um músico nato e talentoso. É formado em Publicidade e Propaganda, pela PUCRS, e já esteve à frente de uma banda chamada Bordines. Diverte-se ouvindo discos e se alimentando bem.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2016



Os líderes já vêem os alemães do Kraftwerk pelo retrovisor.
Vamos combinar que 2016 foi cruel com alguns grandes ídolos da música, não? David BowiePrinceCauby PeixotoPierre Boulez; Alan Vega do Suicide; Paul Katner do Jefferson Airplane; Pete Burns do Dead Or Alive; Glenn Frey dos Eagles; Maurice White  do Earth, Wind and Fire; a espinha dorsal do Emerson, Lake and Palmer, Keith e Greg; Leonard Cohen e, por último, no apagar das luzes do ano, George Michael. Foi pesado, hein! Mas não adianta: esses caras se foram mas suas obras ficam e serão sempre lembrados e, entre outras coisas é para isso que uma seção como esta, a ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, serve. Para eternizar grandes obras do meio musical e manter imortalizados os artistas que nos proporcionaram o privilégio de tê-las entre nós. Prova disso, na nossa coluna, é que o recém-falecido David Bowie ocupa a liderança de discos destacados, ali, abraçadinho com as duas maiores bandas de rock do mundo, Beatles e Stones. Que trinca, hein! Sim, é verdade, a ponta de cima não teve nenhuma alteração em relação ao mesmo período do ano passado, mas a meiúca, o miolo ali teve movimentação com gente nova entrando como a talentosa Janelle Monáe com seu "ArchAndroid", o Blur saindo em vantagem na eterna briga contra o Oasis botando "Parklife" na lista e já com algum atraso, finalmente pintando um Marvin Gaye entre os nossos fundamentais. Alguns subiram de posição, como é o caso do Kraftwerk que com seu "Tour de France Soundtracks" aproximou-se ameaçadoramente dos líderes já colocando na roda seu quarto A.F.; assim como os Smiths que, fazendo a última postagem do ano na seção, tiveram seu terceiro relacionado e já ocupam lugar destacado entre os internacionais.
Por esses lados, Jorge Ben continua na ponta no ranking nacional e a parte de cima continua sem alteração com Titãs, Legião, Engenheiros, Caetano, Gil e Tim Maia seguindo de perto. Os fatos mais  consideráveis foram o de Lobão, com seu "O Rock Errou", por sinal o primeiro A.F. de 2016, ter subido para dois indicados, empatado com nomes como Chico Buarque, Novos Baianos, Tom Jobim, Chico Science, entre outros que já tem um bicampeonato; e o da Tia Rita finalmente ter colocado seus pés no nosso "Hall da Fama" com seu ótimo "Babilônia".
Na disputa por décadas os anos 70 continuam mandando fácil, em compensação por ano, o de 1986, é o que tem mais discos integrantes do nosso grupo de honra. Por nacionalidade, os Estados Unidos lideram com ampla vantagem, e os brasileiros que haviam roubado a segunda posição dos ingleses na temporada passada, ampliaram ainda mais a vantagem em relação ao pessoal da Rainha, mas isso sem contar com Irlanda e Escócia, o que faria, aí sim, com que o Reino Unido estivesse à nossa frente no placar geral. A novidade ficou por conta do primeiro A.F. francês com a dupla Air emplacando seu excelente "Moon Safari" entre os Fundamentais do Clyblog.
E esse empate triplo na ponteira internacional? Ninguém vai pular à frente? E no Brasil, Jorge Ben vai continuar reinando absoluto por tanto tempo? E aí Chico Buarque, não vai reagir? E essa briga Brasil vs Inglaterra pela vice-liderança? Será que o English Team vai se reaproximar? Será que vai passar? Bala na agulha tem pra isso com toda aquela elite do rock, não? Em compensação a criatividade, a musicalidade, o ritmo brasileiro tem meios de se defender. Enfim, 2017 promete. Ainda mais pelo fato de que provavelmente, pelo ritmo que a coisa vai, chegaremos ao número 400 e certamente pensaremos em algo especial com alguma convidado que venha a engrandecer este número e momento especial.
Enquanto isso, voltemos a 2016 e confiramos como foram as coisas. É!!! Porque 2017 já está aí e muitos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS inda estão por vir. Sendo assim, vamos aos números:


PLACAR POR ARTISTA (GERAL)

  • The Beatles: 5 álbuns
  • David Bowie 5 álbuns
  • The Rolling Stones 5 álbuns
  • Kraftwerk 4 álbuns
  • Stevie Wonder, Cure, Smiths, Led Zeppelin, Miles Davis, John Coltrane, Pink Floyd, Van Morrison e Bob Dylan: 3 álbuns cada


PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Jorge Ben 4 álbuns*
  • Gilberto Gil*, Caetano Veloso, Legião Urbana, Titãs, Engenheiros do Hawaii e Tim Maia; 3 álbuns cada
*contando o álbum Gil & Jorge

PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 2
  • anos 40: -
  • anos 50: 13
  • anos 60: 67
  • anos 70: 98
  • anos 80: 92
  • anos 90: 67
  • anos 2000: 9
  • anos 2010: 7


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1

PLACAR POR ANO

  • 1986: 18 álbuns
  • 1976: 15 álbuns
  • 1985: 14 a´lbuns
  • 1991: 13 álbuns
  • 1967, 1972 e 1979: 12 álbuns cada
  • 1968, 1971 e 1992: 11 álbuns cada
  • 1969, 1970, 1973, 1989 e 1992: 10 álbuns cada


PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 133 obras de artistas*
  • Brasil: 94 obras
  • Inglaterra: 86 obras
  • Alemanha: 7 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá e Escócia: 4 cada
  • México, Austrália e Islândia: 2 cada
  • Jamaica, Gales, Itália, Hungria, Suíça e França: 1 cada

*artista oriundo daquele país

domingo, 11 de setembro de 2016

Blur - "Parklife" (1994)




“Pela própria natureza
 de sermos de uma banda
somos muito competitivos
e queremos estar sempre por cima realmente."
Damon Albarn,
vocalista do Blur

Eu odeio Alex James e Damon Albarn.
Eu espero que eles peguem AIDS e morram”
Noel Gallagher
do Oasis



"Falcão ou Mococa?"
Esta foi a manchete do Jornal da Tarde, em 1979, antes da semifinal do Campeonato Brasileiro entre Internacional e Palmeiras na qual os dois volantes em questão mencionados na chamada, que vinham fazendo uma grande competição, encontrariam-se, num embate decisivo que levaria uma das duas equipes, sensações do campeonato, à final.
Mococa chamara atenção no campeonato com boa saída, bom desarme, é verdade, mas Falcão, o craque do Internacional de Porto Alegre tinha tudo que o outro apresentava e mais um pouco. Era bom defensivamente, na armação, no passe curto, médio, lançamentos, cabeceio, chegada na frente, conclusão, virtude essa última que o fez marcar dois dos três gols do Colorado na fantástica vitória por 3x2 sobre o alviverde paulista e obrigar o jornal a responder a própria pergunta na manchete do dia seguinte: "Falcão, é claro!"
A manchete provocativa de 37 anos atrás sempre me fez lembrar uma pergunta que foi recorrente nos anos 90 e que volta e meia quando se fala nos dois ainda reacende discussões: Blur ou Oasis?
Na verdade uma rivalidade muito mais alimentada pela imprensa no início mas que acabou se consolidando verdadeiramente por conta da personalidade forte do vocalista do Blur e da simplesmente irascível do frontman do Oasis. Bom, para mim, nunca houve a menor dúvida. Uma é inquieta, abusada e ousada e outra acomodadamente pretensiosa repetindo um discurso de grandiosidade tantas vezes que chega quase a convencer muitas pessoas. Uma consegue em um álbum colocar disco-music ("Boys and Girls"), hardcore ("Bank Holyday"); um art-rock ao melhor estilo Talking Heads ("London Loves"); e claro o típico britpop ("Bedhead", "Tracy Jacks") do qual sua música é ainda hoje a melhor representante, enquanto o outro parece estar tocando sempre a mesma música numa homogeneidade desestimulante. O vocal ora é agressivo ("Bank Holyday"), ora é doce ("To The End"), ora é narrado ("Parklife") e por vezes sequer há vocal em vinhetas instrumentais ousadas como no reggae high-tech psicodélico "Lot 105" ou na valsa instrumental meio mambembe, "The Debt Collector" que, esta sim, orgulharia os rapazes de Liverpool dos quais a outra banda tanto se vangloria de ser a única herdeira. Pra ser sincero, no que diz respeito aos vocais, até reconheço que o outro, o bronco e falastrão até tenha melhores recursos técnicos mas no conjunto final, a audácia musical, o atrevimento, a molecagem fazem toda a diferença e só uma delas tem.
Sim, sei que o próprio Damon Albarn, vocalista do Blur declarou que o Oasis seria melhor do que o Blur. Sei, sei. Mas interpreto a declaração muito mais como um sinal de boa vontade dos novos tempos entre as duas bandas, um gesto de generosidade, uma intenção definitiva de trégua do que uma verdade absoluta que, para falar a verdade, bem sinceramente, duvido muito que seja verdadeiramente o pensamento dele. É verdade que hoje em dia sou muito mais simpático ao trabalho da outra banda do que em tempos atrás, já reconheço muito mais méritos e virtudes do que antes e até admito que possam (e até devam), num futuro próximo, ter algum trabalho destacado nesta seção, mas a mim parece que a questão entre as duas tem o mesmo descabimento da quela feita lá em 79 pelo jornal paulista.
Falcão ou Mococa?
Blur, é claro!
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FAIXAS:
1. "Girls & Boys" 4:50
2. "Tracy Jacks" 4:20
3. "End of a Century" 2:46
4. "Parklife" (starring Phil Daniels) 3:05
5. "Bank Holiday" 1:42
6. "Badhead" 3:25
7. "The Debt Collector" (Instrumental) 2:10
8. "Far Out" 1:41
9. "To the End" 4:05
10. "London Loves" 4:15
11. "Trouble in the Message Centre" 4:09
12. "Clover Over Dover" 3:22
13. "Magic America" 3:38
14. "Jubilee" 2:47
15. "This Is a Low" 5:07
16. "Lot 105" 1:17


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Ouça:
Blur Parklife



Cly Reis

sexta-feira, 28 de junho de 2013

100 Melhores Discos de Estreia de Todos os Tempos

Ôpa, fazia tempo que não aparecíamos com listas por aqui! Em parte por desatualização deste blogueiro mesmo, mas por outro lado também por não aparecem muitas listagens dignas de destaque.
Esta, em questão, por sua vez, é bem curiosa e sempre me fez pensar no assunto: quais aquelas bandas/artistas que já 'chegaram-chegando', destruindo, metendo o pé na porta, ditando as tendências, mudando a história? Ah, tem muitos e alguns admiráveis, e a maior parte dos que eu consideraria estão contemplados nessa lista promovida pela revista Rolling Stone, embora o meu favorito no quesito "1º Álbum", o primeiro do The Smiths ('The Smiths", 1984), esteja muito mal colocado e alguns bem fraquinhos estejam lá nas cabeças. Mas....
Segue abaixo a lista da Rolling Stone, veja se os seus favoritos estão aí:

Os 5 primeiros da
lista da RS
01 Beastie Boys - Licensed to Ill (1986)
02 The Ramones - The Ramones (1976)
03 The Jimi Hendrix Experience - Are You Experienced (1967)
04 Guns N’ Roses - Appetite for Destruction (1987)
05 The Velvet Underground - The Velvet Underground and Nico (1967)
06 N.W.A. - Straight Outta Compton (1988)
07 Sex Pistols - Never Mind the Bollocks (1977)
08 The Strokes - Is This It (2001)
09 The Band - Music From Big Pink (1968)
10 Patti Smith - Horses (1975)

11 Nas - Illmatic (1994)
12 The Clash - The Clash (1979)
13 The Pretenders - Pretenders (1980)
14 Jay-Z - Roc-A-Fella (1996)
15 Arcade Fire - Funeral (2004)
16 The Cars - The Cars (1978)
17 The Beatles - Please Please Me (1963)
18 R.E.M. - Murmur (1983)
19 Kanye West - The College Dropout (2004)
20 Joy Division - Unknown Pleasures (1979)
21 Elvis Costello - My Aim is True (1977)
22 Violent Femmes - Violent Femmes (1983)
23 The Notorious B.I.G. - Ready to Die (1994)
24 Vampire Weekend - Vampire Weekend (2008)
25 Pavement - Slanted and Enchanted (1992)
26 Run-D.M.C. - Run-D.M.C. (1984)
27 Van Halen - Van Halen (1978)
28 The B-52’s - The B-52’s (1979)
29 Wu-Tang Clan - Enter the Wu-Tang (36 Chambers) (1993)
30 Arctic Monkeys - Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not (2006)
31 Portishead - Dummy (1994)
32 De La Soul - Three Feet High and Rising (1989)
33 The Killers - Hot Fuss (2004)
34 The Doors - The Doors (1967)
35 Weezer - Weezer (1994)
36 The Postal Service - Give Up (2003)
37 Bruce Springsteen - Greetings From Asbury, Park N.J. (1973)
38 The Police - Outlandos d’Amour (1978)
39 Lynyrd Skynyrd - (Pronounced ‘Leh-‘nérd ‘Skin-‘nérd) (1973)
40 Television - Marquee Moon (1977)
41 Boston - Boston (1976)
42 Oasis - Definitely Maybe (1994)
43 Jeff Buckley - Grace (1994)
44 Black Sabbath - Black Sabbath (1970)
45 The Jesus & Mary Chain - Psychocandy (1985)
46 Pearl Jam - Ten (1991)
47 Pink Floyd - Piper At the Gates of Dawn (1967)
48 Modern Lovers - Modern Lovers (1976)
49 Franz Ferdinand - Franz Ferdinand (2004)
50 X - Los Angeles (1980)
51 The Smiths - The Smiths (1984)
52 U2 - Boy (1980)
53 New York Dolls - New York Dolls (1973)
54 Metallica - Kill ‘Em All (1983)
55 Missy Elliott - Supa Dupa Fly (1997)
56 Bon Iver - For Emma, Forever Ago (2008)
57 MGMT - Oracular Spectacular (2008)
58 Nine Inch Nails - Pretty Hate Machine (1989)
59 Yeah Yeah Yeahs - Fever to Tell (2003)
60 Fiona Apple - Tidal (1996)
61 The Libertines - Up the Bracket (2002)
62 Roxy Music - Roxy Music (1972)
63 Cyndi Lauper - She’s So Unusual (1983)
64 The English Beat - I Just Can’t Stop It (1980)
65 Liz Phair - Exile in Guyville (1993)
66 The Stooges - The Stooges (1969)
67 50 Cent - Get Rich or Die Tryin’ (2003)
68 Talking Heads - Talking Heads: 77’ (1977)
69 Wire - Pink Flag (1977)
70 PJ Harvey - Dry (1992)
71 Mary J. Blige - What’s the 411 (1992)
72 Led Zeppelin - Led Zeppelin (1969)
73 Norah Jones - Come Away with Me (2002)
74 The xx - xx (2009)
75 The Go-Go’s - Beauty and the Beat (1981)
76 Devo - Are We Not Men? We Are Devo! (1978)
77 Drake - Thank Me Later (2010)
78 The Stone Roses - The Stone Roses (1989)
79 Elvis Presley - Elvis Presley (1956)
80 The Byrds - Mr Tambourine Man (1965)
81 Gang of Four - Entertainment! (1979)
82 The Congos - Heart of the Congos (1977)
83 Erik B. and Rakim - Paid in Full (1987)
84 Whitney Houston - Whitney Houston (1985)
85 Rage Against the Machine - Rage Against the Machine (1992)
86 Kendrick Lamar - good kid, m.A.A.d city (2012)
87 The New Pornographers - Mass Romantic (2000)
88 Daft Punk - Homework (1997)
89 Yaz - Upstairs at Eric’s (1982)
90 Big Star - #1 Record (1972)
91 M.I.A. - Arular (2005)
92 Moby Grape - Moby Grape (1967)
93 The Hold Steady - Almost Killed Me (2004)
94 The Who - The Who Sings My Generation (1965)
95 Little Richard - Here’s Little Richard (1957)
96 Madonna - Madonna (1983)
97 DJ Shadow - Endtroducing ... (1996)
98 Joe Jackson - Look Sharp! (1979)
99 The Flying Burrito Brothers - The Gilded Palace of Sin (1969)
100 Lady Gaga - The Ame (2009)

terça-feira, 29 de março de 2011

Melhores Álbuns dos Anos 90

O site da revista Rolling Stone publicou os melhores álbuns dos anos 90 segundo seus leitores. Boa lista. Alguns bateriam com a minha. Discordo de ter dois Smashing Pumpkins, por exemplo, de incluir o, para mim, ruim "Achtung Baby", o tal Jeff Bucley que não existe, mas no todo é bem pertinente. De incontestável mesmo só a quase unanimidade "Nevermind" do Nirvana que normalemente vai aparecer em primeiro em qualquer lista que se faça daquela década.
Confiram aí a lista dos leitores da Rolling Stone:


1. Nirvana - "Nevermind"

2. Radiohead - "OK Computer"

3. Pearl Jam - "Ten"












4. U2 - "Achtung Baby"
5. Oasis - "(What's the Story) Morning Glory
6. The Smashing Pumpkins - "Siamese Dream"
7. Metallica - "Metallica" ou "Black Album"
8. Jeff Bucley - "Grace"
9. The Smashing Pumpkins - "Mellon Collie and The Infinite Sadness"
10. Guns'n Roses -"Use Tour Illusion I e II"

sábado, 31 de julho de 2010

The Chemical Brothers - "Dig Your Own Hole" (1997)




“Os eletrônicos que todo roqueiro deveria ouvir”


Quem disse que música eletrônica é só tunsch-tunsch?
Os Chemical Brothers, juntamente com um pequeno grupo de artistas criativos da cena eletrônica britânica, tratou de mostrar que não era bem assim.
Depois de uma interessante estreia com o elogiado álbum "Exit Planet Dust", a dupla de DJ's Tom Rowlands e Ed Simons, simplesmente concebeu um ÁLBUM com música eletrônica e não apenas uma série de repetições, samples e batidas para tocar em festas.
"Dig Your Own Hole" tem conceito, convicção, intenção, sonoridades variadas e influências diversas. É trabalhado faixa a faixa como se fosse um álbum de uma banda de rock com muitos instrumentisatas. Tudo tem seu lugar  e seu detalhe.
O início é destruidor com "Block Rockin' Beats" e seu sampler empolgante - só um cartão de visitas do que está por vir. "Elektrobank", outro ponto alto, é um funk cheio de ritmo com um vocal alucinado, tudo isso num ritmo de tirar o fôlego.
Em "It Doesn't  Matter", sim, eles fazem uma daquelas músicas bem pra pista de dança mesmo; legítimo trabalho de DJ; com batida básica e sampler repetido, mas não por isso menos bacana e interessante. É uma das minhas favoritas do disco, a propósito.
Com "Setting Sun" eles reinventam "Tomorrow Never Knows" dos Beatles, com uma composição (propositalmente) muito semelhante à original porém mais agressiva, contando com os vocais de Noel Gallagher do Oasis, exatamente o cara que supõe ser a reencarnação de John Lennon (o que, neste caso, ficou até bem apropriado, não?).
"Lost in the K-Hole" tem uma base envolvente e um sample-vocal sensual quase sussurado; "Where Do I Begin" começa com um sampler genial e extremamente bem trabalhado levemente chegado ao country até explodir logo adiante e dar uma reviravolta; e "Private Psychedelic Reel" que fecha o disco, é um épico chapado de 10 minutos com tons árabes, hindus, orientais, que faz mesmo quem não tenha tomado nada, ter a impressão de estar curtindo a maior viagem. Um final monumental para um álbum fantástico.
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FAIXAS:
  1. "Block Rockin' Beats" (Rowlands, Simons e Jesse Weaver) – 5:14
  2. "Dig Your Own Hole" – 5:27
  3. "Elektrobank" – 8:18
  4. "Piku" – 4:54
  5. "Setting Sun" (Rowlands, Simons e Noel Gallagher) – 5:29
  6. "It Doesn't Matter" (Rowlands, Simons, Conly, Emelin, Slye, Ford e King) – 6:14
  7. "Don't Stop the Rock" – 4:48
  8. "Get Up on It Like This" (Rowlands, Simons e Jones) – 2:48
  9. "Lost in the K-Hole" – 3:51
  10. "Where Do I Begin" – 6:51
  11. "The Private Psychedelic Reel" (Rowlands, Simons e Jonathan Donahue) – 9:28 
 todas as músicas, Rowlands/Simons, exceto as indicadas
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Ouça:
Chemical Brothers Dig Your Own Hole

Cly Reis