Que bonito!!!! Como são impactantes os longas
da Pixar. Um longa que vem falar, de autoconhecimento, da busca de saber quem
você é, de aceitação e de amizade, mas aquela amizade verdadeira mesmo, aquela
que é para vida toda, como o legado Pixar.
Na Rivera Italiana, Luca vive
aventuras com seu novo melhor amigo, mas a diversão é ameaçada por um segredo:
seu amigo é um monstro marinho de outro mundo que fica abaixo da superfície da
água.
Não há nenhuma inovação na
questão de roteiro que, por sinal, segue uma fórmula Pixar que agrada crianças e adultos.
Esteticamente, o longa é lindo, suas cores vivas, a parte mágica dos monstros
muito bem criada, assim como a cidade, muito bem caracterizada, que ficou tipicamente italiana. E se não houve nenhum grande salto técnico em comparação aos últimos longas da produtora, o charme, como
sempre, fica no encanto do jeito Pixar de falar de sentimentos.
A forma bela como trata amizade é algo único e profundamente tocante. "Luca" consegue ser melodramático, mas sem
exagerar, consegue ser profundo ao falar de temas, como aceitação, sem ser sério
e tenso de mais. Tudo é na medida certa.
Uma jornada de descoberta,
desvendar o mundo, as amizades, aceitar as diferenças, principalmente se
aceitar, se descobrir. Para muitos o mundo não vai ser colorido e belo, vai
ser cruel, vai ser cinza e, nesse momento, você deve estar bem com você mesmo para
aguentar isso, de preferência cercado de pessoas boas que, mesmo com diferenças de
estilos, cor, crença, humano ou monstro, queiram chegar no mesmo objetivo que você, mesmo que por caminhos diferentes.
Acredite em você, se aceite e, se lá
no fundo, houver algumas voz dizendo para você não fazer, não se arriscar, apenas
diga... "SILÊNCIO BRUNO!!!".
"Luca" é mais um longa da Pixar que vai além da mera animação infantil e do entretenimento.
Esse é o filme para apresentar para aquela pessoa que você conhece que tem preconceito com longas de animação. O conceito dessa pessoa vai mudar , com certeza. Não só pela estética, pelo visual exuberante, pela qualidade de animação que ultrapassa a perfeição, mas também pela delicadeza e profundidade do roteiro e a maneira como ele aborda esse tema da vida e morte de modo tão simples e belo. Vou secar as lágrimas e continuar o texto...
Em "Soul", Joe Gardner é um professor de música de ensino fundamental, desanimado por não conseguir alcançar seu sonho de tocar no lendário clube de jazz, The Blue Note, em Nova York. Quando um acidente o transporta para fora do seu corpo, fazendo com que ele exista em outra realidade na forma de sua alma, ele se vê forçado a embarcar em uma aventura ao lado da alma de uma criança que ainda está aprendendo sobre si, para aprender o que é necessário para retomar sua vida.
Eu acredito que esse seja um dos longas da Pixar que menos senti o peso “infantil”, temos muito desta parte com a personagem 22, mas de resto é um filme repleto de simbolismos. Claro que uma criança conseguirá entender sobre o que fala o filme, vai acompanhar a narrativa muito bem, mas o filme, dialoga muito mais com quem já tem uma história de vida, embora apresente uma certa dificuladade em trabalhar conceitos estabelecidos por ele mesmo, onde em tal hora, determinada coisa é importante e em outra, logo ali, já não é mais.
Um longa de surpresas boas. Reflexivo, profundo e, ao mesmo tempo, viualmente agradável para os pequenos.
A Pixar com "Soul" atinge um nível de qualidade de animação absurda! As cores, a modelagem dos personagens, as texturas, os cenários, o cuidado em cada detalhe, é tudo primoroso. A construção de personagem, a sua jornada, a forma sutil e divertida da narrativa faz com que você nem perceba o tempo passar. A Pixar acerta demais.
Eu não consigo lembrar de um longa Pixar que seja decepção. Claro quetem aqueles que não atingem a nossa expectativa mas o que provavelmente, nesses casos, ocorre mais por culpa nossa do que do filme, porque DECEPÇÃO mesmo, nunca houve. "Soul" é tão magnífico em seu texto, que, por mais sutil que sejam suas falas, quando você reflete sobre o que está sendo dito em tela, aquilo é como um soco na sua consciência. Tem suas falhas, suas incoerências com a própria história, mas é uma narrativa muito bem feita com umas viradas que quebram suas expectativas.
Por mais que utilizem mais uma vez a fórmula Pixar (e muito bem executada, mais uma vez), seus longas nunca são só isso e sempre entregam algo mais. Em "Soul”, você vai ver uma animação para se divertir e passar tempo e termina refletindo sobre a sua vida, sua jornada, se dedicar uma vida para realizar apenas um sonho, deixar de aproveitar outras oportunidades da vida, outras portas que se abrem, por um único objetivo e vai acabar se questionando se tudo isso é tão valido assim.
E quando chegar no seu sonho? Vai ter forças para buscar outro? A vida tem sentido sem um objetivo? Ahhhhh!!!! Chega... Assistam “Soul”, sou seus bando de Zé.
Na boa! A animação de “Soul”, junto com sua trilha, são algumas das melhores coisas que você vai ver e ouvir nesse 2021. Já falo agora!
De tempos em tempos, a Pixar acerta a mão. Acontece de intercalarem boas produções e outras irregulares, mas talvez nunca tenham ficado tanto tempo sem emplacar algo realmente significativo. Desde "Soul", de 2020 (ou seja, há 4 anos), que o estúdio mais vanguarda da Disney não conciliava uma história interessante e bem desenvolvida como "Viva! - A Vida é uma Festa" ou "Ratatouille" com, claro, entretenimento - afinal, é disso que o cinema de massa vive. Mas "Divertida-Mente 2" devolve a Pixar o protagonismo da animação em cinema conquistado há pouco menos de 30 anos. Um dos motivos disso é que a excelente continuação do filme original de 2015, acerta, assim como ocorreu na pioneira franquia "Toy Story", em trazer à luz os conflitos existenciais humanos comuns e, por isso, universais.
O filme de Kelsey Mann prossegue a história da garota Riley, que está mais velha em relação ao primeiro filme, quando ainda era uma criança. Junto com o amadurecimento da temida adolescência, a tresloucada sala de controle da mente dela também está passando por uma adaptação para dar lugar a algo totalmente inesperado: a presença de novas emoções. Somam-se à Alegria, a Tristeza, a Raiva, o Medo e a Nojinho, então gestores do QG cerebral de Riley até então, a Inveja, o Tédio e a Vergonha. No linguajar chulo: fudeu!
O grande acerto do filme reside, antes de mais nada, no roteiro. "Divertida-Mente 2", noutra feliz comparação com "Toy Story", trata do "rito de passagem". Por contar o desenvolvimento emocional da personagem, que deixa a infância para entrar na fase adulta, o bem amarrado roteiro utiliza uma história pequena (basicamente, a ida dela para a colônia de férias e a sua tentativa de entrar na seleção de rugby da escola) para desdobrar os diversos elementos psíquicos e emocionais que emergem de dentro dela.
De maneira hilária, as emoções de Riley, como no primeiro filme, ganham personalidade estereotipadas, o que funciona muito bem para a recepção da informação ao espectador e, claro, para render muitas risadas. As novas emoções do inconsciente de Riley são, como as já manifestas no primeiro filme, bem caracterizadas: a Inveja, uma garotinha verde ativa mas insegura; a Vergonha, um tímido menino gorducho com baixa autoestima; o Tédio, um típico jovem da Geração Z, e a esquisitona Ansiedade, que muda totalmente o andamento das ações (e da história, e da cabeça de Riley) quando entra em conflito com as emoções "antigas". Afinal, qual adolescente não é ansioso com todos os conflitos psicológicos e as mudanças fisiológicas que essa etapa da vida traz?
"Divertida-Mente 2" tem a grande qualidade de saber ser engraçado, mas não histriônico. Os momentos de diálogos são muito bem equilibrados com os lances de piada, assim como (e principalmente) as cenas de aventura, que não se excedem como em outros filmes da Pixar ou de animações em geral. Até mesmo os ótimos "Up - Altas Aventuras" e "Os Incríveis", às vezes, se perdem um pouco no percentual de movimentos, luzes e explosões, o que, ao contrário do que o cinema norte-americano acha, não raro cansam ao invés de animar.
A adolescente Riley: personagem principal, mas não protagonista
Essa coerência se revela também na relação entre as personagens/emoções, fruto de um visível aprofundamento dos roteiristas, assessorados pela competente dupla de psicólogos consultores Dacher Keltner e Lisa Damour. A reação moderada da invariavelmente explosiva Raiva quando percebe o desânimo da sempre positiva Alegria - até então, a principal responsável pelo emocional da menina até a chegada da Ansiedade - é um desses momentos muito bem (com o perdão da redundância) pensados. Igualmente, a união da melancólica Tristeza com a Vergonha, identificados na situação em que tentam salvar o ameaçado “sistema de valores” da pequena "patroa". E no momento em que a Ansiedade perde o controle, a que emoção o inconsciente de Riley recorre? A Alegria, claro. Na aparente descontração de uma animação pop, cabe, sim, muita pesquisa técnica, uma qualidade processual às vezes esquecida em Hollywood, como se não precisasse haver esse tipo de cuidado para um produto de grande público.
Porém, mais do que apenas desenvolver bem a trama, a própria estrutura é sui generis. Embora a personagem Riley seja a principal, ela não é necessariamente a protagonista, o que é mais cabível de se imputar à Alegria. Novamente referindo "Toy Story", essa é exatamente a mesma forma, principalmente a do terceiro da série, de 2010, em que a história dos bonecos, de função narrativa semelhante a que as emoções desempenham em "Divertida-Mente 2", se entremeia a do "personagem humano": Riley, neste filme, e o garoto Andy, de "Toy Story". Em ambos, é como se houvesse um espelho, que refletisse ora o interno, ora o externo.
Num plano filosófico, "Divertida-Mente 2" também aprofunda. A mensagem que o filme deixa, embora aparentemente inofensiva (pois positiva como o cinema norte-americano geralmente intenta), diz muito sobre a visão do sistema em que se vive: é a da aceitação. Um entendimento de que o ser humano é, sim, complexo e contraditório. Um avanço em se tratando de cinema norte-americano, contumaz disseminador da visão cartesiana do povo dos Estados Unidos, a qual é convertida numa cultura altamente individualista. "Divertida-Mente 2", num concepção mais holística, mesmo que seja estrategicamente proferida, quebra este pensamento dualista e pragmático.
Coerência em roteiro, animação do melhor nível, técnica perfeita. Resultado? Um sucesso de critica e publico. Para o Oscar de 2025, certamente o filme já se coloca como um forte candidato. O fato de ser maior sucesso de bilheteria da história da Disney/Pixar até então só denota o quanto o público aguardava por uma produção com a qualidade que o estúdio tem poderio para oferecer, mas que fazia anos que isso não acontecia. Que não se demore muito mais novamente.
Uma das marcas mais confiáveis da indústria cinematográfica da atualidade não é necessariamente um cineasta ou uma escola, mas, sim a Disney/Pixar. Invariavelmente, suas produções, seja em curta ou longa metragens, agradam (quando não surpreendem) tanto quem busca por entretenimento quanto por arte. “Viva – A Vida é uma Festa”, de Lee Unkrich e Adrian Molina, é um bom exemplo. Para quem como eu e Leocádia, que nos sentimos desassistidos diante da grade dos cinemas comerciais, optar por ver uma animação da Pixar ao invés de qualquer blockbuster tão “real” quanto descartável é um acerto no alvo. Afora a qualidade técnica indiscutível, os filmes da produtora estabelecem alto poder de diálogo com o público adulto (às vezes, até priorizando-o, caso de “Wall-E”) e, ao mesmo tempo, divertem a criançada.
“Viva” tem, de fato, grandes méritos, tanto que é um dos concorrentes ao Oscar de Melhor Animação e Canção Original deste ano. Na história, Miguel Rivera é um menino de 12 anos que quer muito ser um músico famoso, mas ele precisa lidar com a desaprovação de sua família de tradicionais sapateiros traumatizada com um episódio do passado em que um músico os abandonou para nunca mais voltar. Determinado a seguir os passos do seu ídolo, o cantor Ernesto de La Cruz – espécie de Roberto Carlos mexicano, mas já falecido –, ele acaba desencadeando uma série de eventos e aventuras no feriado mexicano do Dia dos Mortos, celebrado com devoção no México. Estes, por sinal, envolvem tanto a sua família – sejam os entes vivos ou não – quanto o misticismo peculiar do povo mexicano, cuja linha entre vida e morte é estreita – pelo menos, quando os sentimentos estão aflorados para o feriado de finados.
O simpático Dante: mensageiro entre os dois mundos
As cores vibrantes, a luz tropical, a musicalidade, as formas e as crenças do México são muito bem representados no roteiro, que engendra uma trama capaz de unir tudo isso sem deixar de ser um verdadeiro entretenimento. Afinal, não apenas de coisas agradáveis se compõem os fatos da trama. Se tem o colorido das roupas e da música ou a beleza onírica da mitologia, há também os tabus, como a presença permanente da morte e a passagem do tempo. Assim, a história equilibra com felicidade em seu ritmo narrativo a tríade aventura/humor/drama, sine qua non para uma produção da Pixar, com estes traços característicos da cultura mexicana, inserindo-o na narrativa tradicional do cinema norte-americano mas sem deturpá-los.
Um dos aspectos folclóricos a que me refiro é exatamente a morte e como esta se dá no imaginário do povo mexicano. A sensibilidade de artista e de criança do pequeno Miguel é usada para mostrar como a antiga cultura mexicana mistifica a morte e, ao mesmo passo, a elabora melhor do que o convencionado no Ocidente. Seja no mundo dos vivos ou dos mortos, o que mantém as relações é o afeto e a energia que este emana. Sem a energia vital, capaz de manter acesa a memória afetiva, as pessoas são esquecidas e desaparecem. Este lado espiritualista do ser mexicano, advindo dos povos indígenas originários, é abordado com delicadeza e reverência. Um exemplo são os bichos, como o simpático cão Dante, naturalmente conectado com os diferentes planos de existência por sua condição de pureza animal.
O nível de profundidade que o filme atinge é realmente louvável. Além da questão da morte e dos laços familiares e suas implicações na forma de ser e ver o mundo, a história toca, num âmbito mais apurado, na questão da identidade. A busca do menino Miguel por aquilo que lhe faz sentido, a música (mesmo que, para isso, tenha preciso mover, literalmente, “céus e terras”), bem como a ligação que isso tinha com seu laço sanguíneo, vai ao cerne dessa premissa. Seja na fase infantil ou adulta, é sempre tocante a um espectador ver numa obra de cinema o encontro emocional com as origens – mesmo que o personagem seja um desenho animado inventado e não necessariamente uma pessoa interpretando um papel.
O pequeno Miguel em sua aventura no mundo dos mortos
Outro aspecto interessante de “Viva” é a evidente valorização da música. Esta ganha nuança de arte transformadora tanto no sentido biográfico de Miguel quanto biológico, uma vez que ele guarda geneticamente o talento de seu antepassado. Porém, também pode ser vista como uma força capaz de unir as almas deste plano ou do além. Ou melhor: de provar que não existem fronteiras para quem ama. Momento muito bonito do filme é quando Miguel tenta de todas as maneiras reavivar a memória de sua “mamá”, a bisavó velhinha e praticamente sem reação sobre uma cadeira. Ele só o consegue quando toca ao violão uma música do pai dela, seu tataravô. É o reconhecimento de si mesmo na forma da vibração energética motivada pela música, bem como da apreensão, mesmo que somente naqueles instantes mágicos em que os sons ressoam, do tempo: o novo que segue, agora a seu modo, aquilo que é da essência dos Rivera. Além disso, a cena é o próprio cinema em sua acepção: o registro da memória.
Toda criança – ou adulto – tem a sua animação da Pixar preferida. Há os que adoram “Toy Story”, “Os Incríveis”, “Up – Altas Aventuras”, “Monstros S.A.” ou outro título. A variedade e a qualidade é grande. “Viva”, com certeza, passa a figurar nessa lista. Ao se valer como tema o México com suas tradições, folclores e história, o filme presta uma bela homenagem à cultura do país vizinho de Estados Unidos numa época em que este vem sofrendo com a política protecionista do governo Trump, principalmente no que diz respeito aos imigrantes. Resta ver se, na premiação do dia 4 de março, essa valorização vai realmente se concretizar. Qualidade para isso, “Viva” tem sem nenhuma dúvida.
A abordagem de "Os Incríveis 2", dando um protagonismo maior para sua personagem feminina e examinando questões de igualdade de gênero, de direitos e obrigações, não joga nem contra nem a favor do filme de Brad Bird enquanto produto final. Não o prejudica em nada, não o faz perder em dinâmica, ação, carisma dos personagens, mas também não o consegue fazer superar seu antecessor, que, com todo seu humor cativante e criatividade, já tratava de assuntos relevantes em relação à vida familiar na sociedade atual há quatorze anos atrás. "Os Incríveis 2" é apenas um bom filme, um bom entretenimento com este incremento de debate, de reflexão, de atualidade que a Pixar sabe fazer tão bem.
Nesta sequência, que começa exatamente de onde a última aventura acabou, na saída do estádio, com o vilão Escavador saindo debaixo da terra e causando pânico e destruição à cidade, a família de super-heróis vê-se novamente às voltas com a proibição da atuação dos paladinos mascarados e dificuldades financeiras, só que desta vez uma oportunidade "ilegal" surge para a Mulher-Elástico, patrocinada por um fã de super-heróis que pretende contribuir para revogar a lei e vê-los de novo livremente em ação. O problema é que a escolha da esposa Helena e sua exposição na mídia, além de causar uma enorme ciumeira em Beto Pêra, o Senhor Incrível, o colocam diante das obrigações do dia a dia como às quais ele não é nada afeito e para as quais ele vai descobrir que para dar conta tem que ser mais que um super-herói.
Em grande parte é esse o reconhecimento que o filme quer fazer às mulheres, mostrando o quanto é difícil ser mãe, dona de casa, administradora, professora, psicóloga e tudo o que o cotidiano mandar pela frente, e colocar em discussão a necessidade da colaboração, da divisão de tarefas, de tempo, de preocupações dentro da vida de um casal.
A ideia central do filme, não só na questão conjugal específica como também na trama, no combate ao vilão e na resolução do caso, parece ser a ênfase à importância do trabalho em conjunto, tentando mostrar que unindo forças as dificuldades podem vir a tornar-se menor árduas. Se o filme trata com sua forma sutil e inteligente de assuntos sérios, as risadas são garantidas pelo bebê Zezé que, agora exibindo seus poderes, ainda sem muito controle, causam uma série de confusões e trapalhadas.
Algumas cenas de ação meio longas demais; o roteiro ainda que bem bem desenvolvido, um tanto esparso ali pela metade, tentando atender a todos os personagens, mas no geral um filme bem agradável e divertido. Não, não é melhor do que "Os Incríveis", mas seria querer muito que superasse uma das melhores e mais maduras animações que a Pixar já fez. Mas dá pra ver numa boa e curtir sem decepção nem arrependimento.
Em "Os Incríveis 2", a Mulher-Elástico tira o traje antigo do armário,
sai pra trabalhar e deixa o marido em casa tomando conta das crianças.
Embora algumas modalidades já tenham iniciado suas competições, os Jogos Olímpicos de Tóquio estão abertos, oficialmente mesmo, a partir de hoje e, desta forma, também está aberta a temporada de publicações referentes a esporte e ao país sede, o Japão, aqui no ClyBlog.
Pra começar, assim como fizemos na última Olímpíada, preparamos uma listinha destacando alguns filmes relacionados com esportes olímpicos. Alguns filmes são especificamente sobre determinada modalidade, em outros há uma cena ou um momento marcante, em outros o esporte é um elemento contextual, em outros é decisivo para a trama... Tem para todos os gostos! O importante é que os esportes estão ali. É lógico que um evento desse porte tem tantas modalidades esportivas que não dá para destacar todas e, sinceramente, eu duvido que tenhamos filmes de algumas delas, mas aqui no Claquete destacamos dez e achamos que ficou uma lista bem diversificada quanto a gêneros cinematográficos, estilos, abordagens, nacionalidades e com esportes bem interessantes que renderam bons filmes. Então, chega de papo-furado, e vamos à lista:
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"O Campeão", de Franco Zefirelli, (1979) - Quando se fala em filmes com esporte, é impossível não pensar nos filmes de boxe, e quando o boxe é assunto na telona, alguns filmes imediatamente vêm à mente como a saga "Rocky" e o cultuado "Touro Indomável". Mas outro que é referência quando se fala na Nobre Arte é o dramático "O Campeão". Dirigido por Franco Zefirelli, o filme trata da história de um boxeador aposentado, com problemas com álcool e um filho pequeno para criar, depois que a mãe os abandonara. Com problemas de dinheiro, tentando garantir a guarda do filho diante da mãe (Faye Dannaway), que retornara cheia de grana e arrependimento, e ainda querendo justificar a idolatria do filho, que o vê como um herói, Billy Flynn, vivido por John Voight, resolve voltar aos ringues. Mas já sem as melhores condições físicas e contrariando recomendações médicas, uma nova luta, àquelas alturas, pode não ser uma boa ideia... Embora muita gente já tenha visto, não vou dar spoiler e contar o final, mas, só para dar uma ideia, o filme é considerado um dos mais tristes de todos os tempos. Já da pra imaginar, né?
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"Caçadores de Emoção", de Kathryn Bigelow (1991) - O surfe, que estreia em Olimpíadas este ano, em Tóquio, aparece em "Caçadores de Emoção", uma aventura policial em que um agente se infiltra em um grupo de surfistas que, ao que parece, vem realizando roubos a bancos fantasiados com máscaras de presidentes americanos. Johnny Utah (Keanu Reeves), se aproxima, aprende a surfar e, para ganhar a confiança do líder do grupo, Bhodi, interpretado por Patrick Swayze, até pega umas ondas com os carinhas. Dirigido por Kathryn Bigelow, que anos depois seria a primeira mulher a ganhar o Oscar de melhor direção por "Guerra ao Terror", e com Patrick Swayze no auge de sua popularidade e em sua melhor forma física, para delírio do público feminino, "Caçadores de Emoção", se não é um grande filme, ao menos mantém o espectador grudado na trama e na aventura. O surfe está presente em muitos momentos do filme em boas cenas cheias de adrenalina, mas a cena final, numa espécie de "hora da verdade", é a mais marcante e uma das mais icônicas dos filmes de ação dos anos 90.
"Caçadores de Emoção - cena final"
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A galerinha de "Kids", com o skate presente,
dando um daqueles rolezinhos.
"Kids", de Larry Clark (1995) - Não é um filme sobre skate e, na verdade, o esporte também debutante em Jogos Olímpicos, este ano, nem tem tanto destaque assim. O fato é que a turminha que protagoniza os eventos e envolvimentos do longa é um grupo de jovens skatistas, uma galerinha da pesada que não tá nem aí pra nada e só quer saber de trepar, ficar doidão e barbarizar por aí. Filme pesado, duro, com algumas situações angustiantes, revoltantes e até degradantes. Produzido no auge da situação da AIDS, o filme que era para ser uma espécie de alerta para a irresponsabilidade, especialmente entre os jovens, em suas relações, parece não ter conseguido sequer controlar o próprio set de filmagem que, pelo que se sabe foi um caos com sexo e drogas para todo lado. Consta que alguns atores, muitos deles amadores, ficaram traumatizados com a experiência e outros sequer conseguiram voltar a atuar. Daquele time, no entanto sobreviveram à experiência e vingaram na carreira as boas Rosario Dawson e Chloë Sevigny.
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"Troca de Talentos", de John Witesell (2012) - Mesma pegada do consagrado "Space Jam" mas sem os desenhos e sem a mesma qualidade. Brian, um garoto impopular, fracote, zoado, fãzaço de basquete mas sem nenhum talento para a prática do jogo, vai assistir a um jogo de seu time, o Oklahoma City Thunders, onde jogava Kevin Durant na época, e, por uma rara sorte em sua azarada vida, naqueles entretenimentos do intervalo de jogo, ganha de Durant uma bola de basquete, mas por uma circunstância toda especial e mágica, acabam trocando de talentos no momento da entrega da bola para o garoto. Aí o que acontece é que o garoto, que era um pereba na escola, passa a arrasar, entra pro time principal, vence todos os jogos contra outras escolas e, de quebra, conquista a gatinha que tanto cobiçava. Na outra ponta da história, o craque da NBA, passa a jogar nada, decepciona na liga, é responsável por derrotas, vai para a reserva e até mesmo pensa em encerrar a carreira. Seu empresário, desesperado, passa a procurar as razões para aquela queda tamanha e repentina de qualidade e, juntando os pontos, elementos, fatos, chega até o garoto e a noite da entrega da bola. Aí, só resta descobrir como fazer para devolver os respectivos talentos a cada um. Filme fraquinho, previsível, cheio de clichês mas, no fim das contas, se o espectador for pela mera diversão, sem muita exigência, até pode achar uma comediazinha bem divertida.
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"O Casamento de Muriel", de P.J. Hogan (1994) - Muriel é uma gordinha simpática, doce, sonhadora, fã de ABBA, mas, infelizmente, não muito popular e sem nenhum amigo. Ela tem o sonho de mudar de vida, sair da pequena Porpoise Split, conhecer gente, afastar-se de sua sufocante família, em especial de seu desprezível pai, e, acima de tudo, se casar. Mas casar da forma mais bela e tradicional: com cerimônia, bolo, vestido branco e tudo. Mas que diabo esse filme tem a ver com esportes e com Olimpíadas? Tem que, depois de sair de Porpoise Split, encontrar uma boa amiga, finalmente se sentir viva por um momento na vida, mudar o nome para Mariel, voltar à cidadezinha, ser descoberta no golpe que aplicou na própria mãe, fugir de casa, ir morar com a amiga, nossa protagonista, decidida em casar, decide procurar, em anúncios especializados de jornais, um homem à procura de uma jovem para matrimônio. Ela conhece David Van Arkle, um nadador sul-africano que busca de uma esposa local a fim de obter cidadania australiana e e poder participar dos jogos olímpicos. Assim, Muriel consegue realizar seu sonho, embora, salvo raros momentos, o casamento não tenha sido exatamente o paraíso que ela poderia imaginar. Boa comédia com elementos dramáticos, com destaque para Tony Colette, no papal que, de certa forma, impulsionou sua carreira.
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"O Homem Que Mudou o Jogo", de Bebnet Miller (2012) - Se o futebol americano já ganhou uma certa força e popularidade no Brasil, o beisebol, que tem uma quantidade considerável de produções cinematográficas por parte da indústria norte-americana, ainda nem tanto. Desta forma, salvo algum argumento mais emotivo ou atraente, os filmes sobre o tema acabam não caindo totalmente nas graças do público brasileiro. E entre tantas histórias de ex-jogadores com algum tipo de crise, dramas de superação, times infantis de bairro, paizões treinadores, animações, um dos que merece destaque dentro desse universo, muitas vezes tão pobre de qualidade, é o bom "O Homem Que Mudou o Jogo", de Bennet Miller, história real de um cara que, com muita observação, perspicácia, coragem, em 2002, impulsionou um time nada mais que mediano, o Oklahoma Atlhetics, e o tornou um dos destaques da MLB, tendo seu modelo de gestão, imitado depois, até mesmo, por times maiores e tradicionais. É um filme de beisebol mas outras questões como os métodos do manager Billy Beane, sua determinação, os objetivos, as dificuldades, se salientam tanto que a estranheza do esporte yankee, de nossa parte, acaba sendo superada pelo bom roteiro e pela ótima atuação de Brad Pitt no papel do protagonista. Filme de beisebol que vale a pena, apesar do beisebol.
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"Uma Razão Para Vencer", de Sean McNamara (2018) - Filmes com voleibol são bem raros e até por isso, mesmo não sendo grande coisa, vale a pena mencionar na nossa lista de filmes com esporte, o longa norte-americano "Uma Razão Para Viver". Baseado em fatos reais, o longa trata sobre um time de vôlei cuja capitã e melhor jogadora, Caroline, uma jovem alegre, positiva e vibrante, morre num acidente trágico de motocicleta, e sua melhor amiga, completamente desestruturada a partir do acidente, passa a tentar recuperar o estímulo e o prazer pelas coisas. Para isso, contará com a liderança e persistência da treinadora do time que vai fazer com que a decisão de voltarem a jogar e disputarem o torneio, se torne uma espécie de missão e tributo à jovem que não está mais entre elas. "Uma Razão Para Vencer" é um típico drama de superação, de motivação, meio irregular no ritmo, meio cansativo em alguns momentos, mas que não é um lixo e conta com um bom elenco, com nomes como a boa Erin Moriarty e os oscarizadosWilliam Hurt, como pai da garota falecida, e Helen Hunt, no papel da determinada treinadora.
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A tensa cena da corrida em que
Ali tem que dar tudo de si (mas nem tanto assim).
"Filhos do Paraíso", de Majid Majidi (1999) - Não é um filme de atletismo mas a cena da corrida é uma das mais emocionantes do filme e... se encaminha para ser decisiva para a resolução do problema. E qual é o problema? A questão toda é que um garoto, Ali, de uma família humilde de Teerã, perde o único sapato da irmã menor ao levá-lo para consertar, no sapateiro. Constrangido e culpado, e sem outra opção, dadas as condições da família e o temor de contar para os pais, ele empresta os seus próprios tênis, rasgados e velhos, para a irmã ir a escola pela manhã, aguardando que ela volte para que ele possa ir à sua aula, à tarde. Mas a combinação tem seus problemas, seus imprevistos, seus atrasos, suas correrias e a situação passa a ficar insustentável. Quando tudo só parece ficar cada vez pior, uma corrida promovida pela escola parece ser a grande oportunidade de resolver o problema, pois o prêmio para o terceiro colocado é, nada mais nada menos que um tênis. Mesmo com uma certa indisposição dos professores em relação por conta dos muitos atrasos ocasionados pelo revezamento do tênis, Ali dá um jeito de ser inscrito na prova e terá que, ao mesmo tempo ser competente e rápido o suficiente para estar no grupo da frente, entre os primeiros, mas cuidadoso o bastante para não chegar em primeiro nem em segundo. Como eu já disse, a cena toda é algo absolutamente tensa e agoniante, ainda mais quando, um dos concorrentes trapaceia e derruba Ali, que tem que se recuperar na prova e dá uma arrancada decisiva para que fará com que consiga (ou não) o tão almejado prêmio. Mais um dos ótimos filmes da safra iraniana dos anos 90, com toda aquela competência que os cineastas de lá têm, de nos apresentar, dentro de uma trama aparentemente simples, todo um aspecto humano sempre relevante e significativo, além de uma contextualização de realidade social e cultural com sensibilidade e beleza.
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O tiro certeiro de Merida que lhe garantiu
a solteirice (e a indignação da mãe).
"Valente", de Branda Chapman (2012) - Merida passa longe de ser a princesa ideal. É largadona, dasaforada, rebelde e, por isso tudo, em constante conflito com a mãe, a rainha autoritária e intransigente Elinor. Ela quer que a filha siga os padrões de comportamento de acordo com sua posição e mantenha as tradições do reino, tornando-se sua sucessora, casando-se com o pretendente de outro clã que vencer um torneio de arco e flecha que ela pretende promover. Merida não quer que seu destino seja decidido numa competição, num jogo, mas, já que é assim, ela dá um jeito, reinterpreta as regras e se habilita a competir contra os próprios pretendentes. Autoconfiante e certeira, ela, praticante desde pequena do esporte, não dá a menor chance para os competidores, acabando com essa história de casamento e causando revolta nos líderes dos outros clãs mas, especialmente na mãe, que fica uma fera. Elas discutem, brigam e Merida foge para a floresta onde é guiada por chamas mágicas à cabana de uma bruxa, a quem pede para que a mãe deixe de ser como é. A bruxa atende mas... a ideia não era bem a que Merida tinha em mente. A mãe que estava uma fera com ela, se transforma, literalmente numa fera, mesmo. A rainha é metamorfoseada num enorme urso negro e, agora, Merida tem que lidar com a criatura transfigurada da mãe e impedir um conflito que se aproxima entre seu povo e o reino vizinho, por conta do descumprimento da promessa do casamento que representaria a paz entre eles. Muita aventura, confusão, boas risadas e algumas boas quebras de paradigmas como só a Pixar sabe fazer quando negócio é animação. "Valente" é a Pixar apostando num filme de princesa pouco convencional, numa fábula diferente, numa heroína incomum e acertando no alvo.
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"Match Point", de Woody Allen (2006) - Woody Allen teve uma sequência de trabalhos geniais, quase ininterruptamente, ali, do início dos anos '70 até a metade dos '80. Praticamente só obras-primas! Ali, a partir dos anos '90, a qualidade já passou a oscilar um pouco e, se às vezes éramos brindados com mais um filmaço que poderia se juntar, tranquilamente, à galeria dos seus melhores, outras tantas tínhamos algo bem enfadonho e dispensável. Mas nessa época de altos e baixos, um dos que, certamente, pode ir para a categoria dos grandes é "Match Point - Ponto Final", um suspense policial que, literalmente, deixa o espectador com o coração na mão até o último momento, até o último ponto. Chris Wilton é um ambicioso ex-jogador de tênis que se torna instrutor em um requintado clube inglês e que ganha a confiança de Tom Hewitt, um ricaço filho de um grande empresário, passando a ser seu treinador somente para se aproximar de sua irmã e, quem sabe entrar para a família. O golpe está dando certo até que ele conhece a noiva de Tom, a belíssima Nola, o que é o começo de sua ruína. Chris casa com a filha do milionário, garante um lugar como executivo em sua empresa, dá o golpe do baú, mas o envolvimento paralelo com Nola , uma inesperada gravidez (será???) e a ameaça da revelação do affair, que colocaria todo seu esforço a perder, faz com que tome atitudes drásticas e resolva se livrar da amante. Fora alguns contratempos, alguns imprevistos de um assassino de primeira viagem, superados com uma certa dose de sorte, seu plano corre bem, seus álibis são convincentes e não há nada que a polícia possa suspeitar. Um crime perfeito! Bom, quase... Pois uma certa intuição de que alguma coisa não fecha, não bate, faz com que um dos investigadores refaça os passos e chegue se aproxime do assassino. Exatamente para eliminar qualquer suspeita, Chris pretende se livrar dos pertences que levara do apartamento vizinho, de modo a fazer tudo parecer mero um roubo que terminara em assassinato. Ele joga as coisas da senhoria de Nola no rio, mas ao jogar o último item que percebera em seu bolso, o anel da idosa, o objeto, na cena mais marcante do filme e uma das grandes da filmografia do diretor, caprichosamente, bate no parapeito, sobe e.... Allen desacelera a cena num slow-motion angustiante, com o anel no ar, e remete à própria cena inicial do filme, quando uma bola de tênis bate na rede e, num quadro parado, fica no ar, podendo decidir o jogo. Para um lado, cai na água, e a prova do crime é eliminada; para o outro, cai no chão e o policial, que se está em seu encalço, poderá ter a prova que falta de que Chris estivera no prédio no dia dos crimes.
Não vou dar spoiler aqui. Aliás já falei demais, mas posso garantir que a cena faz a gente torcer como se fosse uma partida de tênis de verdade. Filme que começa leve, parece uma comédia, parece um romance, vira um drama, passa a ser um um policial, até tornar-se um suspense eletrizante, "Match Point" é Woody Allen na melhor forma, voltando ao gênero do thriller policial, ao melhor estilo de "O Misterioso Assassinato em Manhattan", um dos seus bons dos anos 90, só que aqui sem a comédia e com muito mais tensão. "Match Point", em sua brilhante construção e desenvolvimento, além de todas suas qualidades e virtudes cinematográficas, tem o mérito de fazer refletir sobre a impotência humana diante do todo, de que não temos domínio sobre tudo. Que, no fim das contas, muitas das vezes, na vida, por mais que façamos tudo "certo" ou tudo errado, as coisas se resumem, na verdade, em para qual lado a bola vai cair.
Uma personagem carismática mera coadjuvante num filme no qual praticamente roubou a cena e que é elevada à condição de protagonista mas que infelizmente, na linha de frente, não teve bala na agulha pra sustentar sua nova condição de superstar. Não deu. Eu também adoro a Dory mas não deu. "Procurando Dory" é fraco. A história é fraca, o argumento é fraco, quase não há situações verdadeiramente hilárias e a ação não empolga. Totalmente sustentado pelos lapsos (não raros!) e flashes de memória da peixinha (frequentes demais para quem nunca lembrou de nada) o filme filme fica picotado e não engrena. A própria motivação da jornada de Dory é bastante questionável. Pra quem não sabe, Dory, depois de toda a ventura do primeiro filme da busca do peixe-palhaço pelo filho Nemo, agora vive próxima a eles, confusa e esquecida como sempre mas de repente algumas palavas, fatos, situações passam a funcionar como gatilhos de lembranças perdidas no fundo da mente da peixinha que lembra que tem pai e ma~e e resolve ir atrás deles. Ok! Não que encontrar os pais não seja algo importante, motivador, etc., mas teeeempos depois, com uma criatura que tem falhas constantes de memória fica tão pouco plausível ou aceitável. A busca do Marlin em "procurando Nmo", não. Aquilo era uma busca obstinada de um pai que acabara de perder um filho e não se conformava com aquilo, indo até o inferno, se precisasse para encontrá-lo. Sim, mas porque era uma coisa presente, uma coisa palpável, não uma memória apagada talvez nem exatamente fiel. E a propósito de Nemo, o despropósito e´q eu ele e o pai aparecem quase forçadamente, sem propósito, protagonizando uma cena aqui outra ali nas quais nem precisariam ser eles a estarem presentes que daria na mesma.
Tá bom, ela é muito querida, as cenas dela bebê são muito fofas, a mensagem sobre crianças com algum tipo de dificuldade é extremamente válida mas pra mim não foram o suficiente para fazer um bom filme. Entretenimento? Tá bom. Se eu for considerar só isso posso dizer que não é aquela coisa que dá ódio de ficar quase duas horas no cinema com aquela sensação de dinheiro jogado pela privada. Não chega a isso. Tem cisas legais. A cena da perseguição de caminhão foi muito bacana, o personagem Hank, o polvo, é um barato, a qualidade da animação da Pixar é impecável e, é claro, a Dory é divertida, louquinha e um amor. No mais, quem ficou procurando, procurando, procurando alguma coisa e não encontrou, fui eu.
O polvo Hank, personagem de destaque no filme. Um tanto ranzinza mas gente boa.
Neste último domingo dia 01/02/2015, conhecemos o mais
novo campeão da NFL (liga Nacional de futebol americano dos Estados Unidos). A
NFL tem 32 duas equipes que são distribuídas em duas conferências AFC (Conferência
Americana) e a NFC (Conferência Nacional), cada conferência tem 16 equipes, e o
campeão de cada conferência (vamos pular os playoffs e ir direto para o que
interessa) ganha o direito de disputar a gloriosa final, conhecida como SUPER BOWL.
O SUPER BOWL é
uma final de jogo único, em um estádio já definido antes do começo da
temporada. Este ano SUPER BOWL XLIX
aconteceu no University of PhoenixStadium, em Glande, Arizona (Estádio
do Arizona Cardinals) e na disputa
pelo título tivemos New England Patriots
(campeão AFC) contra Seattle Seahawks
(campeã NFC e atual campeão do SUPER BOWL).
LaFell abrindo o placar.
Um início de partida bem movimentado, onde conseguimos
ver como seria o jogo, o QB do Patriots
Tom Brady (marido de Gisele Bündchen) variando seus passes, colocando todos os
seu recebedores para jogar, mas sempre com passes curtos evitando o confronto
com "legion of boom" (como
é conhecida a espetacular secundária doSeahawks ), mesmo sofrendo
uma intercepção, Tom Brady não diminui o ritmo e seguiu controlando o jogo. Do
outro lado, o Seahawks fazia campanhas rápidas, não ia muito longe, mas o RB
Marshall Lynch, assim como foi durante todo temporada seguia quebrando tackles
e conseguindo bons avanços terrestres, o QB Russel Wilson de Seattle, mostrava toda sua frieza e técnica
apurada para sair do pocket, e
procurar alvos livres para seus passes, mas com a boa marcação da secundária do
Patriots, Wilson acabava resolvendo
com as pernas (uma de suas grandes qualidades) e assim conquistava algumas
Jardas, com esse equilíbrio,
O
primeiro quarto terminou empatado 0 x 0
"The Beast" Lynch empata o jogo.
O segundo quarto continuou movimentado, mas agora com touchdowns, com um passe de Brady, LaFell abriu o placar da partida, em seguida
tivemos o empate do Seahawks com uma
corrida de Lynch. Então entra ação uma
das melhores duplas da NFL, Brandy e Gronkowski, com um belo passe de Brady, Gronk
faz os Patriots voltarem à frente do
placar.
Estamos no final do segundo quarto, indo para
intervalo do jogo, quando novamente aparece Chris Matthews, WR do Seahawks, para uma recepção para touchdown,
Matthews já tinha feito uma bela recepção na campanha do primeiro touchdown de
Seattle, o surpreendente, é que ate então ele não tinha feito nenhuma recepção
na temporada, a bola nunca tinha sido jogada na sua direção em toda sua vida,
sequer Russel Wilson sabia que ele existia antes do jogo (bom esse último é
mentira, acho que me empolguei com o lance, desculpa). Então vamos para o
intervalo com um empate, e a certeza de que teremos um segundo tempo
fantástico.
A bela Katy Perry comandou o show do intervalo.
Bom, intervalo, vamos ao banheiro, trocar de canal,
repor o estoque guloseimas... Que nada, não dá tempo para isso, pois aí vem o
famoso show do intervalo do SUPER BOWL,
onde já tivemos Michael Jackson, Madonna, Rolling Stones, The Who, entre outros grandes artistas, esse ano ficou por
conta da bela Katy Perry animar o público. O show visualmente, foi um
espetáculo grandioso, o palco fantástico, show de luzes e fogos, trocas de
figurinos, Katy foi embora voando em uma estrela, tudo incrivelmente lindo, já
as músicas, foram todos os principais hits da cantora americana, não que eu não
goste de Katy, a voz dela é muita boa, ela estava super animada, presença de
palco nota dez, mas foi cansativo, uma
dela já bastava, até porque, Lenny kravitz só foi fazer número, ficou no palco
uns 30 segundos, e a rapper Missy Elliott só cantou uma parte de "Lose control" (música que me
agrada bastante), resumo para quem estava em Glendale: Viu um belo
espetáculo e pode dançar, pois sentiram a energia de perto, já pela TV, só
ficou o belo espetáculo. No início da partida tivemos também o cantor John
Legend cantando “American The
Beautiful" e Idina Menzel (let
go, let go...sim a voz do sucesso de Frozen) interpretando o Hino norte americano.
Ainda aproveitando a pausa do jogo vou falar
rapidamente sobre os trailers que passaram durante as paradas de jogo, ao longo
de toda partida (apenas para TV americana). Diversos blockbusters estão por vir aí, vou destacar alguns que irão fazer
barulho aqui no Brasil (acredito que não muito pela qualidade dos filmes, mas
sim pele mídia feita em cima deles): 1) Tomorrowland (baseado em uma das
atrações de sucesso do parque da Disney, assim como Piratas do Caribe, pode
sair coisa boa ai); 2) Vingadores - Era
de Ultron ( vai ser f0d@); 3)Divertida Mente (essa animação é uma
das grandes apostas da Disney/ pixar para o ano); 4) Jurrasic World (a
nostalgia me levará ao cinema); 5) Velozes
e Furiosos 7 ( Sete já? Chega, né?); 6) Ted
2 ( mais do mesmo); 7) Minions (vai ser f0d@); 8) O Sétimo
filho (vamos dar uma chance); 9)Cinquenta
tons de Cinza (Hummmmm, não verei no cinema, desculpa); 10) O Exterminador - Genesis (Não sei se
eu quero mais um filme do exterminador); 11)
Divergente : Insugente (Mais do
mesmo) e 12) Bob Esponja: Um herói fora d'água (boas risadas com o Patrick).
Gronkowski recebe um belo passe de Brady
e coloca o Patriots novamente em vantagem.
Agora voltamos ao jogo, o segundo tempo começa com o Seahawks melhores, já conseguindo um field goal e passando a frente do placar
pela primeira vez. Melhores na partida, o Seahawks
amplia o placar com touchdown de Doug
Baldwin, que foi encontrado por Wilson, sozinho, passeando pela end zone dos Patriots.
Com o ataque funcionando bem e a defesa mostrando
porque é uma das melhores da NFL, o Seahawks
parecia que caminharia tranquilamente para o bi campeonato, só não combinar
isso com um certo Tom Brady.
Malabarismo do ataque de Seattle para
colocar a bola na linha de uma jarda.
No último quarto Brady conduziu o seu time a uma
incrível virada, com duas campanhas perfeitas que terminaram em dois touchdowns, um de Amendola e outra quase
no final da partida de Eldeman. O jogo está ganho, pode começar a festa em New
England... Não, ainda não, pois o Seahawks
vai para a sua campanha final, e com uma recepção circense (meio malabarista, e
meio palhaço), Lochette consegue deixar seu time na linha de uma jarda. Pronto
acabou, pode começar a festa em Seattle. Eles irão fazer um "pass rush" para Marshall
Lynch, que vai quebrar tackles e
fazer o touchdown da vitória, mas
nada disso acontece, não sabemos por que, mas eles tentam um passe curto e
acabam sendo interceptados na linha de uma Jarda, faltando 20 segundos para
acabar o jogo, é inacreditável, interceptação feita pelo CB Butler, sua
primeira intercepção na carreira, e ela acaba decidindo o SUPER BOWL. Final mágico, cheio de emoção e Patriots campeão, 28 a 24.
Buttler, o calouro, decidiu o Superbowl.
Ao invés de ficar questionado o culpado pela horrível
chamada ofensiva do Seahawks, prefiro
falar de uma lenda viva, Tom Brady, que já era considerado um dos melhores quaterbacks de todos os tempos, agora
com seus quatro títulos (e mais uma vez escolhido o melhor jogador da final), recordista
de passes para touchdowns em SUPER BOWLS, superando a lenda Joe
Montana (grande ídolo de Brady), Brady pode ser considerado o melhor de todos
os tempos? Não sei, mas sei que estamos vendo um homem fazer história, e se
tornar uma lenda, um jogador devemos agradecer por ver ele jogar.
Parabéns para todos nós que assistimos esse inesquecível
SUPER BOWL XLIX!
Brady, uma lenda do esporte da bola oval, celebrando o título de campeão dos Patriots.