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quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Música da Cabeça - Programa #347

Não, você não está tendo uma alucinação: é mesmo o MDC te chamando para ouvir a edição desta semana. Por pura curiosidade, vamos violar as amarras da mediocridade com Nação Zumbi, Patti Smith, Edo Lobo, Esquivel, Milton Nascimento e mais. Ainda tem um Cabeça dos Outros de gente com nenhuma paranoia dentro dela. Metendo o ferro quente, às 21h vamos botar pra ferver na inviolável Rádio Elétrica. Produção, apresentação e vozes do além: Daniel Rodrigues.


www.radioeletrica.com

Capas de K7 VII - "Elastica"

 








RODRIGUES, Daniel
"Elastica"
Arte para fita cassete doméstica sobre o disco da banda Elastica, de 1995, pela gravadora Geffen
Recorte, impressão e colagem sobre papel sulfite
9,5 x 10,3 cm
s/d

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Ed Motta - “Aystelum” (2005)


"20 anos de 'Aystelum', um dos meus prediletos. Toques de free jazz com samba, Broadway, funk. Que sorte que pude gravar esse disco. 'Aystelum' tem a bênção de um santo protetor na minha vida".
Ed Motta

O cara se contradiz, é desrespeitoso, brigão e, por vezes, arrogante. Ao mesmo tempo, é sincero e fala verdades necessárias que poucos ousam dizer. Controverso, paga o preço por isso, sendo “cancelado” em vários meios. Mas uma coisa não se pode discordar: como o próprio se autodefine sem nenhum constrangimento pela soberba, ele é um dos “gênios da nossa latinoamerica”. Ed Motta, essa figura única, é, definitivamente, um dos músicos mais completos do mundo. Dono de um vocal cheio de técnica e timbre, este carioca nascido em família musical (sobrinho de Tim Maia, conviveu na infância com o tio e seus amigos Lincoln Olivetti, Cassiano, Hyldon entre outros, o suficiente para se encantar com o universo dos músicos) é capaz de, como nenhum outro cantor, compositor e instrumentista vivo, unir com tamanha densidade a soul, o jazz, o samba, o funk e os ritmos latinos. Nisso, há de se concordar com ele sem se contaminar pela insolência do próprio: Ed é o cara.

Prodígio, Ed teve carreira artística iniciada aos 16 anos já com os megassucessos “Manoel” e “Vamos Dançar”, da Ed Motta & Conexão Japeri, de 1988. Sua precocidade, aliada à personalidade contestadora e, por vezes difícil, no entanto, o prejudicaram ao longo dos anos no mainstream. Fez sucesso, rompeu com gravadoras, voltou atrás, fez mais sucesso, vendeu milhões e, a exemplo de seu tio, rompeu de novo com as gravadoras que faltavam até ficar escanteado. Disso tudo, a consequência: o trabalho realmente autoral de um artista que sempre buscou esse objetivo só pode ser realizado por ele mais de uma década depois de sua estreia: em “Aystelum”, de 2005, décimo álbum de Ed, que completa 20 anos de lançamento.

Fruto do encontro de Ed com o selo Trama, de João Marcelo Bôscoli, “Aystelum”, na esteira do excelente “Dwitza”, de três anos antes, e “Poptical”, o primeiro pela Trama, é o resultado da libertação criativa de um músico sem fronteiras de gêneros, estilos e temporalidade. É música pura – e no mais alto nível que o país de Moacir Santos, Tom Jobim, Tânia Maria, Filó Machado, Johnny Alf, Dom Salvador e tantos outros mestres de sua admiração pode produzir. Mas, claro, não somente estes professores musicais. Fã da música negra norte-americana desde criança, Ed usa e abusa nesse disco da sonoridade do afro jazz, do free jazz, do latin jazz e do spiritual jazz, sem deixar de referenciar suas bases da soul, Donny Hathaway, Donald Fagen, Gil Scott-Heron, Patrice Ruschen, entre outros. “Aystelum”, no entanto, ainda adiciona outra paixão de Ed: a música da Broadway de autores como Leonard Bernstein, George Gershwin, Stephen Sodenhein e Irvin Berlin.

Essa sonoridade livre está impressa na faixa de abertura, um afro jazz modal latino e spiritual em que brilham não somente o band leader, nos teclados, como toda a banda: o baixista Alberto Continentino; o baterista Renato Massa; o trompetista Jessé Sadoc Filho; o piano elétrico de Rafael Vernet; o guitarrista Paulinho Guitarra; o craque da percussão Armando Marçal; e o chileno Andrés Perez, “saxofonista tenor com a sonoridade do Coltrane, Joe Henderson, conhecimento alto das escalas e também de efeitos que o sax pode fazer, harmônicos, etc.”, como aponta Ed.

A então recente aproximação de Ed com a música brasileira – uma vez que, infantilmente, até pouco tempo antes a renegava em detrimento da norte-americana – fez com que ganhasse, aqui, dois presentes. Nei Lopes. compositor, cantor, escritor e estudioso das culturas africanas escreve-lhe as letras de “Pharmácias”, um samba-jazz influenciado pela música brasileira tradicional tocado só com instrumentos eletroacústicos, e a obra-prima “Samba Azul”. Nesta última, em especial, Ed encontra uma improvável intersecção entre samba-canção, blues, bossa-nova e bolero, tudo num arranjo primoroso do maestro Jota Moraes, parceiro de longa data. Mas não só isso: a música, além da magnífica letra de Lopes (“Tudo azul/ Beija-flor voa ao leu/ Sobre Vila Isabel/ Elegante/ Vai pousar distante/ Na Portela”), ainda tem um duo com Alcione, uma “força da natureza” cuja voz põe todo mundo no estúdio para “voar”, descreveu Ed.

A faixa-título, composta por uma palavra inventada por Ed sem nenhum sentido, apenas dotada de sonoridade, é outro jazz instrumental em que a turma arrebenta. O tema mais spiritual jazz de todos do repertório, lembrando bastante coisas de John Coltrane e Pharoah Sanders. Esse abstratismo é logo contraposto por “É Muita Gig Véi!!!”, que é puro ritmo. Baseada na ideia de improvisação, cada músico traz para dentro da jam suas experiências e bagagens. Samba e jazz em perfeita comunhão com direito a show de cuíca de Mestre Marçal. Outra espetacular nesta linha é “Partidid”, das melhores do disco, na qual fica evidente a reverência à sonoridade sofisticada e gingada de bandas como Azymuth e Black Rio.

Porém, sem se prender a nenhum formato, Ed traz para dentro desse caldeirão musical algo extremamente próprio e bonito, que é o musical norte-americano. Neste sentido, “Balendoah” é divisional. Mais uma dessas palavras tiradas da mente de Ed (que querem dizer, no fundo, apenas “muita musicalidade”), este número é fundamental para a narrativa do disco. Nele, Ed une os dois polos que o álbum propõe: o jazz de matriz africana e a música da Broadway. “Negros e judeus, o ápice da música que eu amo”, classificou ele próprio. Com a engenhosidade harmônica complexa extraída dos mestres Duke Ellington, Randy West, Moacir Santos e Charles Mingus, Ed amalgama uma melodia de voz que cria essa ponte com o teatro/cinema musical norte-americano. “Balendoah”, assim, além de uma música arrebatadora, abre caminho para a “segunda parte” do disco.

Tal virada em “Aystelum” surpreende, mas não destoa. O trecho de "7 - O Musical”, que Ed escreve para a peça musical de Charles Möeller e Claudio Botelho, é um medley em que constam a graciosa “Abertura”, a atonal “Na Rua”, com vocal de timbres metálicos de Tetê Espíndola, e a bela “Canção Em Torno Dele”. Interessante notar o “libreto” em português e não em inglês, contrariando a própria lógica do tradicional musical, o que denota um Ed desprovido de afetação para com a língua inglesa, a qual teria maior naturalidade.

“A Charada”, parceria com Ronaldo Bastos, retoma a sonoridade soul num AOR romântico, que poderia tranquilamente ser uma música de trabalho não tivesse “Aystelum” feito tão pouco sucesso de público, que estranhou todo aquele experimentalismo. “Guezagui”, então, um funk tomado de groove e musicalidade, fecha a conta deste histórico e sui generis disco da discografia brasileira.

Ed já havia dado seu grito de independência com “Entre e Ouça”, de 1992, então apenas seu terceiro trabalho. Além de ainda muito jovem (só tinha 21 anos), naquela época não tinha a credibilidade e nem a experiência de um trintão amadurecido musicalmente como em “Aystelum”. Foram necessários que os anos lhe dessem tempo para agregar as diversas sonoridades entre as milhares que rondam sua cabeça, as quais absorve e traduz com espantoso poder de síntese e originalidade. Depois de tantos acertos e topadas, paixões e desavenças, fama e infortúnio, de tanto céu e inferno, Ed chegava, enfim, na paz da sua própria obra. Como quem toma a bênção de um santo protetor e pronuncia, em louvor, uma palavra que somente os deuses da música compreendem: “Aystelum”.

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FAIXAS:
1. "Awunism" - 5:37
2. "Pharmácias" (Nei Lopes/ Ed Motta) - 3:17
3. "Aystelum" - 6:48
4. "É Muita Gig Véi!!!" - 3:53
5. "Samba Azul" (Lopes/ Motta) - 4:49
6. "Balendoah" - 4:19
"7 - O Musical (Medley)" (Claudio Botelho/ Motta)
7. "Abertura" - 1:33
8. "Na Rua" - 2:06
9. "Canção Em Torno Dele" - 1:54
10. "A Charada" (Ronaldo Bastos/ Motta) - 4:00
11. "Patidid" - 2:26
12. "Guezagui" - 3:50
Todas as composições de autoria de Ed Motta, exceto indicadas

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OUÇA O DISCO:
Ed Motta - "Aystelum"



Daniel Rodrigues

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

CLAQUETE ESPECIAL DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA - “Também Somos Irmãos”, de José Carlos Burle (1948)

 

Os movimentos negros surgidos no século 20 no Brasil edificaram a mentalidade e o discurso antirracista como hoje conhecemos, bem como a valorização da cultura afro-brasileira e a luta pelos direitos sociais, civis e políticos do povo preto. Aquilo que passou a ser mais comum na tela do cinema ou da televisão a partir dos anos 90, intensificando-se anos 2000 afora, é certamente resultado da organização formal de grupos como Palmares e Movimento Negro Unificado, surgidos à base de muita resistência em plenos anos de chumbo da Ditadura Militar.

Porém, um fundamental movimento ocorrido no Brasil ainda em um período em que a mentalidade escravagista e colonial era ainda mais forte, visto que vigente em um país jovem e recém-saído do sistema escravocrata, foi o Teatro Experimental do Negro. Fundado pelo genial Abdias do Nascimento, ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras brasileiras, este centro de cultura e arte serviu não apenas para formar profissionais, como atores, diretores, técnicos, entre outros, mas cidadãos negros conscientes de sua posição na sociedade brasileira. 

A força simbólica e prática do TEN foi tamanha, que chegou até o cinema. O principal resultado deste impulso é o filme “Também Somos Irmãos”, de José Carlos Burle, de 1948. Embora com características comuns a outros filmes produzidos pela Atlântida, como a abordagem popular, a narrativa linear, o maniqueísmo da trama, os números musicais e a dramatização de situações cotidianas, o filme absorve estes mesmos elementos de forma muito consciente para abordar corajosamente o tema do racismo no Brasil dos anos 40.

Como menciona o jornalista e crítico de cinema João Carlos Rodrigues em seu essencial livro “O Negro e o Cinema Brasileiro’, “Também...” é um caso raro dentro da cinematografia brasileira, dada a sua capacidade de abordar um tema mais do que apenas sensível, pois também negado e desvirtuado. Com roteiro de Burle e Alinor Azevedo, o longa trata do racismo e das relações de classe de forma muito consistente e realista dentro das possibilidades de um cinema melodramático como propunha a Atlântida.

Na história, dois irmãos negros, Renato e Miro (Aguinaldo Camargo e Grande Otelo respectivamente), cresceram na casa do rico Sr. Requião (Sérgio de Oliveira), que também adotou duas crianças brancas, Marta (Vera Nunes) e Hélio (Agnaldo Rayol). Enquanto Renato, apaixonado por Marta e determinado a concluir seus estudos em Direito, se mantém submisso, Miro comete pequenos delitos. Renato, compositor nas horas vagas, tem grande carinho pelo irmão caçula Hélio, que interpreta suas canções. Após se formar, Renato assume a defesa de Miro, acusado de crimes. Quando Walter Mendes (Jorge Dória), um golpista, tenta enganar Marta e o Sr. Requião, o amor fraterno é colocado à prova.

Tecnicamente muito bem realizado, "Também..." traz, contudo, a sua grande força nas atuações. É absolutamente tocante a interpretação de Grande Otelo, o maior ator que este país já teve, em um papel que é certamente um dos seus melhores em cinema e, talvez, o que mais dignifique sua genialidade interpretativa. No papel de Miro, ele consegue encontrar um equilíbrio dificílimo entre os arquétipos do negro revoltado, do malandro e do favelado, pegando as definições estudadas por João Carlos Rodrigues quanto à figura do negro na história do cinema brasileiro.

Mas não apenas Grande Otelo brilha. Aguinaldo Camargo, um dos frutos do TEN, assim como Ruth de Souza, que faz Rosália no filme. Dada a importância de seu personagem, Aguinaldo, no entanto, desempenha um papel essencial na construção maniqueísta da história de luta entre bem e o mal, cumprindo uma posição ideológica diretamente oposta a do seu irmão. Ele, um “homem da lei”; o irmão, um “fora-da-lei”. Ele é o típico “negro de alma branca” ao representar a superfície na qual o brancocentrismo o coloca; o irmão, ao contrário, não está nessa superfície, e, sim à margem. Um “marginal”.

Burle, que ainda dirigiria clássicas comédias musicais da Atlântida como ”Carnaval Atlântida”, de 1952, e “Quem Roubou meu Samba”, de 1959, conduz a história dramática com habilidade. Primeiramente, pelo fato de que não há concessões sentimentalistas. Os negros seguem sendo negros, os brancos seguem sendo brancos, a polícia segue sendo polícia e os ricos seguem segregando e dando as cartas. Igualmente, porque Burle consegue dar a este drama social a dose certa de chanchada, como as cenas musicais com Grande Otelo e do pequeno Agnaldo Rayol, bem como as de ação. 

Porém, o roteiro é o que acende o filme. Alguns diálogos são primorosos. Um dos mais brilhantes da história do cinema brasileiro, inclusive, é o que abre este destoante filme do cinema brasileiro. Em pouco mais de 4 minutos e com atuações memoráveis, a conversa entre os irmãos no barraco de Renato, após Miro fugir da polícia pelas ruelas do morro, é exemplar. Devidamente salvo, Miro, então, passa a travar um diálogo com o irmão mais velho na qual é possível compreender e identificar elementos narrativos importantes a toda a continuidade do filme. Fica clara a relação existente entre os dois, o papel simbólico de cada um dentro da sociedade racista, o histórico de vida que os levou até ali e as diferentes aspirações. Tudo isso sem, contudo, tomar partido de ninguém. O espectador é quem, com os elementos cênicos e narrativos que lhe são informados, formará a sua opinião a partir de então. 

Aguinaldo e Grande Otelo: dupla de atores negros de extremo talento

Nesta mesma cena, um desses elementos cênicos é especialmente simbólico: o contraste entre branco e preto nos sentidos físico e psicológico do termo. Perceptível desde a fotografia até o figurino, este aspecto se dá principalmente por conta da contraposição “sujeira x limpeza”. Explicando: ao fugir dos policiais pelas ruas enlameadas e sem estrutura urbanística de uma favela, Miro acaba por emporcalhar a bainha de sua calça clara, o que é imediatamente percebido por ambos e motivo de reprimenda do irmão mais velho para com o caçula. Porém, não se trata apenas de uma roupa suja como um inconveniente doméstico. Esta “sujeira” representa as ideias de mácula de caráter e de limpeza étnica alimentada pela sociedade pós-escravidão. É o próprio racismo, que age indistintamente sobre os dois personagens: um que o identifica e se revolta e o outro, que busca não enxergar para ser aceito pelo sistema e salvo da sua condição desumanizada. 

Para uma sociedade preconceituosa e mal resolvida, ser negro é errado, pois ser negro é ser sujo, enquanto que o branco deve ser o padrão a se seguir. Além de desencadear a discussão entre os irmãos de um ponto tão central para a trama, a cena serve também para contrapor, mais adiante, outro momento importante da fita. Quando Renato está se dirigindo à cerimônia de formatura, onde acredita que receberá o diploma das mãos da irmã adotiva por quem é apaixonado, os vizinhos, num ato muito bonito do senso de comunidade dos negros, vão para a rua festejar sua conquista e estendem tábuas sobre o chão barrento para que este não manche suas calças e chegue ao destino limpo. No entanto, Renato volta para casa frustrado pela ausência da irmã, proibida pelo impositivo pai de comparecer à formatura. Resultado: Renato volta para casa mais cedo e não encontra mais o simbólico tapete vermelho sobre o chão para o salvar. Isso faz com que, justo ele, que sempre buscou responder à sociedade branca da forma como esta gostaria, acaba por sofrer a mesma indignidade que o irmão marginal. O racismo estrutural é implacável.

Dado como perdido por muitos anos, o filme foi restaurado pela Cinemateca Brasileira a partir de materiais remanescentes em 16mm. A cópia existente, ainda que com prejuízos no som e na imagem, preserva o filme em sua íntegra. Um trabalho de importância cívica, visto que “Todos...” é uma obra ousada e corajosa essencial para entender os processos que o povo preto enfrenta e como esses reflexos foram levados à popular arte do cinema. Nem mesmo o desfecho denota sentimentalismo, ainda que num contexto melodramático. A moral, imperiosa, age, assim, com pesos desiguais. Tanto que uma mentira é muito mais cabível para resolver uma questão jurídica do que um amor verdadeiro mas proibido. 

A despeito de Burle ser um homem branco da alta sociedade carioca (justamente, o alvo de crítica do filme na figura dos Requião), o próprio título “Também...” contém, se não ingenuidade, certo simplismo advindo do perigoso (mas bastante vigorante à época) conceito de "democracia racial". Há, contudo, de se desculpar possíveis equívocos de uma obra datada de um momento histórico brasileiro em que recém se construía algum tipo de consciência negra, quanto mais por não saber manejar o que hoje se entende como letramento racial. Até porque, ainda hoje, o filme se mantém atual em diversos aspectos da questão antirracista, mesmo que ainda nem se pensasse em usar esse termo para designar o óbvio: que a verdadeira sujeira da alma é o racismo.


Filme "Também Somos Irmãos" completo e restaurado



Daniel Rodrigues

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Música da Cabeça - Programa #346

 

Maldito é uma espécie de bendito ao contrário. É nessa lógica que vamos falar da perda de Jards Macalé: ao invés de lamentar, celebraremos! Afinal, temos muito sempre a exaltar de Macau, a começar pela entrevista que ele nos prestou em 2011 para a edição especial de nº 200 do MDC, que iremos reprisar hoje. Também, nesta Semana da Consciência Negra, teremos outros artistas e ainda mais Jards, seja em forma de notícia, letra ou nos abençoando com sua maldição. Desafiando o coro dos contentes, o programa não vai ficar no porto chorando, não, pois às 21h embarca naquele velho navio da Rádio Elétrica. Produção e apresentação american black do Brás do Brasil: Daniel Rodrigues


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