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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Sean Lennon - "Into the Sun" (1998)


“Sean Lennon inteligentemente se posicionou entre o pop e o experimental, propondo uma ideia caleidoscópica como fizeram os multiculturais dos anos ‘90 Beastie Boys, Beck e Cibo Matto.” 
 Stephen Thomas

A estas alturas, segunda década dos anos 2000, já é possível identificar com clareza quais foram os grandes discos da última década do século passado, os anos 90. Depois dos anos 50, marco do nascimento do rock, dos explosivos e extrapolados ’60, dos psicodélicos e revoltados ’70 e dos criativos e inteligentes ’80, o que restaria à música pop nos ’90? Repetir-se? Não! Alguns artistas souberam recriar e até trazer coisas bem novas. "Broken" , do 9 Inch Nails, "Nevermind" , do Nirvana, ou "Loveless", do My Bloody Valentine, já elencados como Álbuns Fundamentais neste blog, são bons exemplos. “Moon Safari”, do Air, “Odelay”, do Beck, e “Big Calm”, do Morcheeba, provavelmente darão as caras por aqui ainda. Mas mesmo gostando mais de alguns destes, um que a mim marcou muito os anos 90 e com o qual me delicio a cada audição é “Into the Sun”, do cantor, compositor e multi-instrumentista Sean Lennon, o “filho do homem”.
“Into the Sun” é, simplesmente, apaixonante. De sonoridade sofisticada, experimental e com um toque artesanal, o CD de estreia deste abençoado ser – resultado da cruza de John Lennon com Yoko Ono – emenda uma pérola atrás da outra, numa explosão de criatividade e técnica. O referido ar “caseiro” não é à toa: exceto algumas participações, Sean compõe, produz, canta e toca todos os instrumentos. A delicada faixa-título – uma bossa-nova de rara beleza com direito à batida de violão a la João Gilberto – é a única em que divide o microfone, acompanhado de Miho Hatori, vocalista da banda Cibo Matto. A outra integrante deste grupo, a então namorada Yuka Honda, co-produtora e “musa inspiradora” da obra, dá sua contribuição com samples, programações e no vocal de “Two Fine Lovers”, um jazz-lounge funkeado ao mesmo tempo romântico e dançante, e de “Spaceship”, outra das melhores.
Uma peculiaridade que impressiona na música de Sean é a sua capacidade de inventar melodias de voz absolutamente belas. É o caso de “Home”, single do CD que rodava direto na MTV com o ótimo clipe de Spike Jonze. Por trás das guitarradas estilo Sonic Youth e da bateria possante do refrão, a melodia de voz é doce, linda, daquelas de cantar de olhos fechados pra saborear cada frase. Outra assim é “Bathtub”, um mescla de MPB com Beatles em que, novamente, Sean destila sua destreza com a palavra cantada, principalmente na parte final, onde se cruzam três melodias de voz apresentadas durante a faixa.
Eu sei, eu sei! É óbvio que a dúvida surgiria: afinal, a música Sean se parece com a de John? Como TUDO em música pop depois dos  The Beatles, sim; mas, surpreendentemente, menos do que seria normal pela consanguinidade. A voz, claro, lembra o timbre levemente infantil do beatle. Das músicas, “Wasted”, só ao piano e voz, e, principalmente, “Part One of the Cowboy Trilogy”, um country como os que John tinha incrível habilidade ao compor, remetem bastante. Mas fica por aí. No máximo, a parecença conceitual com álbuns do pai como “Plastic Ono Band” ou “Imagine” por conta da diversidade estilística – o que, convenhamos, não era uma característica só de sir. Lennon.
Outra marca de Sean é a composição no violão. Da ótima faixa de abertura, “Mystery Juice”, à balada “One Night”, passando pelas bossas – a já citada “Into the Sun” e “Breeze”, outra belíssima –, ele brande as cordas de nylon para extrair melodias muito pessoais e profundas. A mais intensa destas é, certamente, “Spaceship”, que começa só ao violão sobre ruídos eletrônicos e na qual vão se adicionando outros instrumentos e sons, até estourar em emoção no refrão, com guitarras distorcidas, bateria alta e a voz de Honda no backing. Ótima.
Mas a variedade musical de Sean não pára por aí. Depois de MPB, indie, country e balada, ele apresentaria ainda, se não melhor, a mais bem trabalhada música do álbum: “Photosynthesis”, um jazz-rock instrumental no melhor estilo Art Ensemble of Chicago. Puxado pelo baixo acústico, que mantém a base o tempo inteiro, tem samples, solos de flauta e de piano, até que, depois de um breve breque, a música volta com um impressionante solo de percussão latina e, emendando, um outro de trompete. Incrível! “Sean’s Theme”, mais um jazz, este mais piano-bar, fecha bem “Into the Sun”, que traz ainda “Queue”, um gostoso rock embaladinho que termina sob uma camada densa de guitarras, revelando, mais uma vez, a engenhosidade no trato com a melodia de voz.
Um “disco de cabeceira” para mim, que não canso de reouvir. Um baita disco de rock com a distinção de quem herdou o que de melhor seu pai tinha como gênio da música que foi: a sensibilidade artística.

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vídeo de "Home", Sean Lennon



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FAIXAS:
1. "Mystery Juice"
2. "Into the Sun"
3. "Home"
4. "Bathtub" (S. Lennon/Yuka Honda)
5. "One Night"
6. "Spaceship" (S. Lennon/Timo Ellis)
7. "Photosynthesis"
8. "Queue" (S. Lennon/Y. Honda)
9. "Two Fine Lovers"
10. "Part One of the Cowboy Trilogy"
11. "Wasted"
12. "Breeze"
13. "Sean's Theme"

Todas as músicas de autoria de Sean Lennon, exceto indicadas.
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Ouça:

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Música da Cabeça - Programa #223

 

A vida não tá fácil nem aqui e nem em Cuba, né minha filha? Para facilitar um pouquinho as coisas, a gente só traz coisa boa no MDC desta semana. Saca só: Cibo Matto, Electronic, Jorge Ben Jor, Miles Davis, MF DOOM, Barão Vermelho e mais. Tem também notícia e letra de música homenageando os 7.5 de João Bosco. Então, ouve o programa hoje, às 21h. É fácil: só sintonizar na Rádio Elétrica. Produção, apresentação e una cuba libre bem gelada (que ninguém é de ferro): Daniel Rodrigues

Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/


quarta-feira, 13 de abril de 2011

cotidianas #76 - "Sugar Water"

Acordar, tomar um banho, pegar a correspondência, presenciar um acidente na rua, um dia de azar... (ou tudo isso ao contrário?). O que pode ser mais cotidiano?
Com vocês, "Sugar Water" do Cibo Matto.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Música da Cabeça - Programa #202

 

Convenhamos: é infalível montar uma arte com as poesias do mestre Augusto de Campos, né? Celebrando os 90 anos do grande poeta concretista, mas também lamentando a partida da lenda Chick Corea, o MDC de hoje vem sem ziriguidum, mas com muita coisa boa. Luiz Melodia, Sex Pistols, Ely, Caetano Veloso e Cibo Matto estão entre elas. Ainda, os quadros e muito mais. Se o teu Carnaval não teve batucada, vem escutar o programa hoje, às 21h, na Rádio Elétrica, que vai dar samba. Produção, apresentação e tamborim guardado: Daniel Rodrigues.




quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Música da Cabeça - Programa #33



“Diga 33”. Não, não é o pneumotórax. É o Música da Cabeça, em sua 33ª edição, trazendo aquela salada musical indistintamente curiosa e interessante. Quer saber um pouco do que vai rolar? Então, prende a respiração: vai de Cream a Gang of Four, de Gilberto Gil a Cibo Matto, de Paulinho da Viola a The Temptations. Sacou a “interessância”? Então, fecha teu feriadinho do dia 15 de novembro escutando o programa hoje, às 21h, na Rádio Elétrica. Fará bem aos pulmões e ao coração, podem ter certeza. Produção, apresentação e auscultação: Daniel Rodrigues.


Ouça: Programa #33

quarta-feira, 11 de março de 2020

Música da Cabeça - Programa #153


Coronavírus se espalhando, "pibinho" na economia, demonização do abraço, perda de McCoy Tyner e Max Von Sydow, dólar nas alturas... Olha: só mesmo ouvindo o Música da Cabeça pra aliviar a coisa. Temos pílulas relaxantes de boa música no programa de hoje das marcas Grace Jones, Jorge Ben, Cibo Matto, Jards Macalé, Elza Soares e outras. Ainda, lembramos o Dia da Mulher, celebrado dia 8, e fazemos homenagem no "Cabeção". A dose semanal que você precisa está na Rádio Elétrica. Siga a prescrição: tome às 21h. Com produção e apresentação de Daniel Rodrigues. É tiro e queda.


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/