31 de agosto de 2024 seria um dia qualquer na vida de seis indivíduos. A não ser que, como num passado não tão distante, tenham recebido um convite que faria essa data ter outro significado.
Não sei dizer se se trata de sonhos, objetivos ou simplesmente resultados, porque, afinal, existe uma trabalho realizado que, durante todos esses anos, possa estar sendo notado agora.
Falo do convite feito lá em março pela Ablaze Produtora, que chamou nós da Código Penal para fazer a abertura do show dos Ratos de Porão!!
RATOS DE PORÃO, cara!!!
Naquele momento, tive um breve momento de tipo: “porra, está acontecendo...”, e de lá até o fatídico dia 31 foram meses de preparo, ensaios, planos. Por que, afinal, era a Ratos de Porão mano, e a Código Penal, carai!!
Lucio e o mitológico Jão, da formação original da Ratos de Porão com João Gordo
Nunca deixamos de acreditar no trabalho da banda, mas também nunca tivemos a pretensão de querer ser mais que ninguém. Só que chegou o dia! Frio na barriga, ansiedade, passagem de som, equipamento, equipe técnica, logística, tudo funcionando em sincronia para a noite….
Porém, durante a semana tivemos um probleminha: nosso baixista foi operado. E agora? Na sexta-feira que antecedia o show, dois dias antes, ele se negou a não fazer o show e, no dia, foi mesmo morrendo de dor. Numa adrenalina insana, subiu ao palco do Bar Opinião e deu o seu melhor.
Começamos com “Terra de Ninguém’, que fez com que o público que estava chegando fosse encostando na grade, pois, afinal, quem é Código Penal?! A sequência foi de mais petardos e, junto disso, a interação com a galera e aquela sensação de ansiedade do início foi também se dissipando, transformando-se no maior espetáculo realizado por nós naqueles 40 minutos em que, acredito, 80% do público que assistiria a Ratos de Porão logo depois sem dúvida prestou atenção no que nós tínhamos pra mostrar e dizer.
Enfim, Código Penal vive firme e forte! E que venham novos desafios, pois estamos prontos!!
Essa coisa de dia dos namorados em junho é só aqui no Brasil, mesmo. Em grande parte dos outros países do mundo, a data dos apaixonados é comemorada em 14 de fevereiro, dia de São Valentin, padroeiro do amor. Como foi tendência no final dos anos 70 e início dos 80, os norte-americanos resolveram fazer filmes de terror para diversas datas comemorativas, "Halloween" (1978), "Réveillon Macabro" (1980), 'Aniversário Macabro" (1981), "Natal Sangrento" (1984), entre outros. O dia dos apaixonados não poderia ficar de fora e para 'celebrar' a data, em 1981, o slasher"Dia dos Namorados Macabro" foi lançado. Extremamente sangrento e com mortes cruéis e chocantes, o longa canadense sofreu com os departamentos de controle chegando ao público mais retalhado que as vítimas do próprio filme. Muito mais 'leve' e palatável na versão que foi aos cinemas, acabou, então, por não agradar os verdadeiros fãs do gênero e, desta forma, não gozando do mesmo respeito que alguns de seus similares, como um "Sexta-feira 13", por exemplo. Mas mesmo assim, "Dia dos Namorados Macabro" ou "My Bloody Valentine" mantém um certo status de cult do gênero.
Levando em consideração todas as restrições sofridas pela produção em sua época, e diante de um cenário atual mais livre, com muito mais recursos tecnológicos e tantas produções que não aliviam na violência gráfica, era mais que justo que "My Bloody Valentine" ganhasse um remake com tudo o que tinha direito e que lhe fora negado lá atrás. O remake aconteceu e não decepcionou! Nos deu sangue, crueldade, grafismo, criatividade nas execuções.
Parece que teremos então no confronto original versus remake uma vitória fácil da nova versão...
Engano!
Como aquele time que está desfalcado, que parece que não terá seus melhores jogadores, mas, momentos antes do jogo, anuncia que terá todo mundo à disposição, o time de 1982, com sua versão uncut, com todas as mortes, sem filtro, sem tarjas, sem desfoque, liberada há pouco tempo atrás, foi pro jogo em igualdade de condições. E aí, ó... tem jogo.
No filme original, depois de uma acidente, quando trabalhadores foram esquecidos numa mina por irresponsabilidade de seus supervisores, mais interessados em ir ao baile do Dia dos Namorados do que em conferir se todos já haviam deixado o local, o único sobrevivente resgatado dos escombros, Harry Warden, fugido de um hospital, um a o depois na mesma data, comete uma série de assassinatos como vingança por o terem deixado para morrer na mina, e por, mesmo em fã e ao acontecido com ele e seus colegas, no ano anterior, ousarem voltar a realizar o baile. Harry é apanhado, preso, mas, aí, sim, com as as novas mortes, todo o trauma da primeira tragédia, a 'sombra' de Harry e tudo mais, o baile passa a não ser mais celebrado na cidadezinha. As coisas ficam assim por 20 anos quando, sentindo que as coisas foram superadas, o prefeito e os habitantes da pequena Hanniger decidem voltar a fazer a festa do dia dos namorados.
Só que às voltas com o surgimento de novos cadáveres e corações humanos em caixas de bombom, acompanhados de macabros bilhetinhos ameaçadores exigindo a não realização dos festejos, o que sugeriria que Harry poderia estar de volta, o prefeito cancela o baile. Sem, no entanto revelar os verdadeiros motivos da decisão, de modo a não causar pânico generalizado, a garotada não totalmente convencida das razões do cancelamento e com tudo pronto para a festa, decide seguir com o plano do baile assim mesmo, por conta própria. E onde seria bom, uma vez que o prefeito fechou o salão da cidade? Na mina, é claro! Ah! Era tudo que o assassino queria! Lá o matador faz a sua festa, enquanto, na área urbana da cidade, o xerife recebe novas pistas e esclarecimentos sobre o paradeiro de Harry em relação ao hospital psiquiátrico onde se encontrava.
Embora basicamente na mesma tônica, a nova versão tem algumas diferenças: depois de sermos brevemente informados, ainda nos créditos iniciais, com manchetes de jornais, sobre os acontecimentos e desdobramentos sobre uma tragédia ocorrida numa mina na cidade de Harmony, na qual vários operários morreram numa explosão provocada por negligência, o único sobrevivente, Harry Warden, desperta do coma com uma fúria incontrolável e, ainda no hospital, nos oferece um banho de sangue brutal, tomando rumo em seguida à mina para se vingar dos que causaram a tragédia., pois a rapaziada da cidade está toda por lá curtindo e tomando umas cervejas.
Na mina, Harry encontra a rapaziada da cidade que está por lá curtindo e tomando umas cervejas e então continua sua jornada de selvageria vingativa. Trucida vários jovens com sua picareta, mas é contido por um dos rapazes e é baleado pela polícia que chegara ao local, fugindo seriamente ferido.
10 anos depois, a cidade tenta voltar ao normal. O xerife da época do massacre se aposentou, Axel, um dos jovens sobreviventes de Harry, virou xerife, o antigo dono da mineradora faleceu, seu herdeiro, Tom, voltou à cidade para se desfazer do negócio, e Sarah, sua ex-namorada, outra que escapou do maníaco, casou exatamente com o novo xerife. Mas o retorno de Tom coincide exatamente com novos assassinatos e deste modo, o herdeiro ausente da cidade por tanto tempo, passa a ser um dos principais suspeitos dos crimes. No entanto, os novos crimes têm a assinatura de Harry: caixas de bombom com um coração humano em seu interior, o que volta a levantar a dúvida se o psicopata teria realmente morrido no tiroteio na mina, dez anos antes.
Se por um lado, o remake tem a vantagem de nos apresentar mais suspeitos em potencial, principalmente, Tom, o filho pródigo da cidade, Axel, o xerife enciumado da esposa, a hipótese da possível sobrevivência de Harry, ou ainda, mais remotamente, de seu retorno sobrenatural, desperdiça toda uma boa trama com um desfecho um tanto... desapontador, cheio de clichês dispensáveis. Mas, mesmo assim, com alguns defeitos, conseguiu o mais importante que era encarar o original de igual para igual. Mas será que foi suficiente para desbancar um clássico?
Saberemos...
"Dia dos Namorados Macabro" (1981) - trailer
"Dia dos Namorados Macabro" (2009) - trailer
Os dois times começam o jogo a mil por hora: se no original temos a cena inicial pré-créditos, dentro da mina, com uma garota sendo pendurada numa picareta cravada na parede, na refilmagem, com alguns minutos a mais, temos o cenário de açougue do hospital na fuga de Harry, com tripas, mutilações e um banho de sangue. 1x1 rapidinho, em menos de cinco minutos.
O original tem o componente do baile que, na minha opinião colabora para o roteiro como um elemento simbólico marcante da recuperação emocional da cidade, item que o segundo filme praticamente ignora. Gol do filme de 1981! Em compensação a trama da nova versão é levemente mais complexa, tem mais subdesdobramentos, apresenta mais alternativas, sugere mais suspeitos e isso lhe dá uma certa vantagem sobre seu antecessor. Gol do time de 2009! 2x2, no placar.
Embora ambos tenham cenas importantes na mina, o primeiro explora melhor o ambiente: o subterrâneo, a escuridão, corredores estreitos, a sensação labiríntica, claustrofóbica, carrinhos de carga em trilhos como um trem fantasma... E tem as ferramentas (picareta, martelo, pá), assassino com máscara (de minerador), muitos jovens, nudez... Tudo muito slasher oitentista. Ah, isso é gol do time dos '80's. 3x2!
A garota pendurada no chuveiro, no vestiário da mina. Uma das boas mortes do filme de 1981
O remake até é mais gráfico, tem uma parte técnica melhor, tem mais sangue jorrando, mas ambos os filmes têm mortes excelentes e o original, cujas cenas mais fortes só foram vistas na íntegra agora na versão integral, não fica devendo em nada ao novo no que diz respeito à maquiagem e efeitos visuais. O primeiro tem a morte da senhorinha organizadora do baile torrada na lavanderia, a do dono do bar com a picareta atravessada na cabeça arrancando um dos olhos, a do garoto com a cabeça mergulhada na panela fervente com salsichas, a do mineiro alvejado com a pistola de pregos na cabeça, e especialmente a da garota pendurada pela cabeça no chuveiro com água jorrando pela boca. Muita qualidade de execução, tranquilidade na cara do gol, frieza. 4x2 para MBV original.
Uma pá pra alargar o sorriso da menina. Provavelmente, a melhor morte do remake e uma das grandes dos filmes slasher
A favor do time de 2009, além de refazer com competência, respeito e reverência (e mais sangue) algumas das mortes, como a da máquina de lavar e a da picareta no olho, nos brinda com a espetacular cena da pá na boca da garota, partindo a cabeça em duas e fazendo a parte superior deslizar pela superfície da ferramenta. Gol de quem conhece do ofício. Gol de matador! E o time de 2009 diminui: 4x3.
Um charme do filme de 1981, que até está presente na nova versão mas que não tem a mesma ênfase são os bilhetinhos do nosso assassino dentro das caixas de coração (com coração), característica típica da festa de São Valentin, explorado aqui como advertências do matador para que não se leve adiante a ideia do baile, em versinhos nada carinhosos. Gol do filme original e o nosso matador sai fazendo coraçãozinho com as mãos para torcida. 5x3
O time do século XXI tenta um recurso típico de sua época para empatar o jogo mas não surte o efeito esperado. Concebido para 3D nos cinemas, o novo MBV tem muita coisa "jogada" na tela como a picareta voando em direção ao espectador, a bala saindo do revólver, o olho saltando da cabeça, o que a meu ver ao invés de se caracterizar em algo positivo, conferiu uma certa artificialidade e uma forçação em algumas cenas que só são filmadas de determinada maneira, de determinada posição, para favorecer o efeito e, no fim das contas, não jogam muito a favor.
E o placar fica assim. O time de 2009 faz bonito, enfrenta o original de cabeça erguida mas com o time de1981 completo, é difícil competir. Lamento,... aqui é mata-mata e só um pode sobreviver na competição.
No alto, os dois assassinos da mina, praticamente iguais, à esquerda o original e à direita o da refilmagem. Abaixo, seu tradicional 'presentinho' de Dia dos Namorados. Vai um docinho aí?
"Dia dos Namorados Macabro 3D" bem que tentou, botou o coração na ponta da chuteira, mas não contava com a escalação do "Dia dos Namorados Macabro" '81, que jogando completo, conhece o mapa da mina.
Esse show está previsto lá para agosto, mas entra já como drops do Cly_live por um bom motivo. E não é somente a próprio Ratos de Porão, a quem já assisti em mais de uma ocasião, inclusive, no mesmo Bar Opinião, em 2013 e 2015. Mas, sim, por que a banda Código Penal, do meu primo-brother Lucio Agacê, vai fazer o show de abertura!
A excelente apresentação que a banda fez no Preto no Metal Festival, em dezembro do ano passado, que registramos aqui, não haveria de passar – com o perdão da aparente contradição – em branco. Como, de fato, não passou. A produtora, na busca por uma banda local legal que pudesse introduzir os veteranos do hardcore brasileiro, chegou na Código em virtude daquela participação também ocorrida no Opinião. Não deu outra.
Felicíssimo com essa conquista da Código e de Lucio, há tento tempo na estrada e cavando oportunidades neste meio. Parabéns, CP! Vocês merecem, e tenho certeza de que irão fazer um show ainda mais matador que aquele primeiro em que pisaram o palco sagrado do Opinião. Estarei lá, certamente – e, com todo respeito, menos pela Ratos do que pela Código.
Fazia tempo que queria ver a Código Penal, uma das bandas do meu primo-irmão-parceiro Lucio Agace. Digo uma das bandas, porque Lucio enfileira, desde os anos 80, algumas das bandas mais legais da cena alternativa gaúcha. A começar pela HímenElástico, projeto que tínhamos em conjunto com meu outro irmão e coeditor deste blog, Cly Reis, e meu outro primo e irmão do Lúcio, Lê, com o adicional de nosso baterista oficial César “Pereba”. Mas a Hímen, há de se dizer, por mais legal que fosse nosso som (considero-a a grande banda gaúcha dos anos 90 que não aconteceu), foi talvez o projeto mais incipiente de Lucio. Vômitos & Náuseas, Causa Mortis e Câmbio Negro, pelo contrário, são alguns desses seus projetos mais consistentes. Mas também há de se dizer: a Código Penal é especial. O som, misto de hardcore, hip hop, funk e uma veia social e urbana muito evidente (em vários aspectos, parecida com a da Hímen) fazem da Código uma banda muito foda de se ouvir. Faltava vê-los no palco.
Pois o Festival Preto no Metal, ocorrido no célebre bar Opinião, trouxe esta oportunidade. A Código se apresentou na sequência de outras bandas muito legais com essa mesma vertente e ativismo, mas confesso que fomos mesmo lá para vê-los. E a expectativa foi totalmente atendida, numa apresentação enérgica, potente, dançante e... foda. A “arquitetura” da banda é apreciável, desde a visual até a sonora, com Lucio e Black to Face dividindo-se nos vocais como verdadeiros vocalistas MCs, dois guitarristas, Marcio Zuza e Eduardo Jack, um fazendo base e outro complementando o arranjo com efeitos e solos, o baixo poderoso de Luciano Tatu, a bateria pegada de Pereba e uma mesa eletrônica comandada pelo próprio Lucio.
O tempo de show de festival, como de costume, curto. Então, o negócio é subir no palco e mostrar serviço, como a Código fez. Aí, foi só paulada, uma atrás da outra. “Terra de Ninguém” pra começar. “Os Dois Lados do Imoral”, na sequência, fez o ambiente pra ótima parceria da banda com Tonho Crocco em “Apologia”, que levantou a galera. “Marginalizado”, “Justiça Injusta” e “Chove Bala”, idem. Pra finalizar, “Sexo nas Ruas” e a ótima “Gangs”, que já rodei no meu programa, o Música da Cabeça, mas que ao vivo ganha uma potência maior, tanto pela reação da galera quanto pela sonoridade própria, com seus samples da trilha de “Sexta-Feira 13”. Aliás, por falar no filme, mais uma das coisas legais da performance da banda e de Lucio, em especial, que é quando ele se ausenta um tempo do palco para voltar travestido de Jason Voorhees, com a máscara característica do personagem, um casaco com capuz preto e um temível taco de beisebol. Fez lembrar outro punk performático chamado John Cale.
Enfim, showzasso da Código, que Leocádia e eu vencemos os 48 graus de sensação de Porto Alegre àquele dia para estar no Opinião, mas que valeu totalmente a pena. Confere aí um pouco de como foi:
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A Código sobe ao palco do Opinião
Lucio, performático, com a máscara do Jason junto com Black to Face
Black to Face mandando ver nas rimas
Um pedacinho de como foi o show
daCódigo Penalno Opinião
Visão da mesa de som
Código in da house, motherfucker!
Mais rimas
Lucio ao centro do palco com a baita banda na "cozinha"
Preto no Metal olhando o Preto no Metal
A galera comemorando o baita show ao final: Jamal, Val, Lucio, Leo e eu
Acima, a capa da versão brasileira e abaixo a de Europa e EUA
"Não sei se somos modelos, mas certamente ajudamos a iniciar todo esse gênero [Trash Metal] de certa forma, e isso me deixa muito, muito orgulhoso. É uma grande honra ter todas essas bandas nos nomeando como sua influência. E eu já ouvi tantas vezes 'Cara, quando ouvimos ‘Restless and Wild’ isso nos fez começar a tocar música.' E para muitas bandas, esse foi o ponto de partida, então isso é incrível. O que mais você pode querer da vida ou da sua carreira musical?"
Wolf Hoffmann
A primeira vez que tive contato com o Accept foi lá pelo início de 1984, escutando o Central Rock, na saudosa Ipanema FM, 94.9, apresentado pelo Ricardo Barão. O programa acho que era transmitido de segundas às sextas ou apenas uma vez por semana, não recordo com exatidão, mas ia ao ar das 22h às 24h.
A música da banda alemã tocada foi "Fast as a Shark", a primeira faixa do disco "Restless and Wild", de 1982. E o seu começo era estranho, pois começava com um som chiado e uma voz feminina cantando “Heidi, Heido, Heida”, e na sequência, escutávamos uma agulha arranhando o disco e entrava o vocal gritado de Udo Dirkshneider, seguido de uma bateria insana e solos de guitarra. O efeito trazia a música tradicional alemã ("Ein Heller und ein Batzen", escrita em 1830 por Albert von Schlippenbach) e de acordo com o guitarrista e líder Wolf Hoffmmann, era para enganar os ouvintes, pois ao colocar o disco, eles iriam escutar uma música que não tinha nenhuma conexão com o álbum e teriam certeza de que haviam comprado o LP errado. Uma pegadinha que deu certo.
A música em questão, "Fast as a Shark" ("Rápido como um Tubarão") é considerada a pedra fundamental do Thrash Metal, do Speed Metal e do Power Metal. E não sou eu que estou afirmando. A opinião foi dada por integrantes de várias bandas do gênero, como Metallica, Exodus, Anthrax. O vocalista do Exodus, Steve Zetro Souza, afirmou que ao escutar "Fast as a Shark" teve uma espécie de epifania. "É isso, é isso", soltou ele, que confessa cantar baseado nos vocais de Udo Dirkschneider e Bon Scott, do AC/DC.
No dia seguinte ao escutar o Central Rock, fui atrás do LP para comprá-lo. Adquirido, é um dos meus preferidos desde sempre. E passados quase quarenta anos, sigo escutando o trabalho da banda alemã, surgida na cidade de Solingen, na então Alemanha Ocidental nos anos 1970.
"Restless and Wild" é um daqueles álbuns perfeitos, ou seja, todas as suas músicas são excelentes, assim como "Powerslave", do Iron Maiden, e "The Wall", do Pink Floyd. Ele é o quarto da discografia do Accept, sucessor do debut homônimo de 1979, “I’m A Rebel”, de 1980, e “Breaker”, de 1981.
A obra foi para as lojas europeias no dia 2 de Outubro de 1982, com dez faixas. Nos Estados Unidos seria lançada no ano seguinte, e chegando ao Brasil no começo de 1984, sendo o primeiro da banda a sair por aqui. Nesta época o estilo Heavy Metal começava a criar força incomum no nosso país, chegando ao auge em 1985, com o advento do primeiro Rock In Rio.
Já falei da música ícone "Fast As A Shark", que abre o lado A, seguida de "Restless And Wild", que dá nome ao disco e como o nome diz, é de uma selvageria musical, até hoje presente nos shows, "Ahead Of The Pack", "Shake Your Heads" e "Neon Nights".
No lado B, estão "Get Ready", que tem uma pegada a la Judas Priest, "Demon’s Night", "Flash Rockin’ Man", "Don’t Go Stealing My Soul Away", um dos títulos de música mais legais, e a épica "Princess Of The Dawn", com um solo monstruoso de Wolf Hoffmann, e uma das minhas preferidas de todos os tempos, escutada pelo menos uma vez por semana desde aquela época.
A capa original do "Restless And Wild" apresenta uma foto de duas guitarras, modelo Flying V, cruzadas e pegando fogo. Aqui no Brasil, no entanto, a capa do álbum mostra a banda se apresentando ao vivo, com luzes vermelhas e vários amplificadores, e em destaque Udo Dirkschneider estrangulando o baixista Peter Baltes - sendo a mesma da versão japonesa.
“Restless And Wild” abriu caminho ainda para uma sequência clássica de grandes lançamentos. O disco seria sucedido pelos mega-clássicos “Balls To The Wall”, de 1983, “Metal Heart”, de 1985, e "Russian Roulette", de 1986. Então, o Accept entraria em crise, com a saída de seu fundador Udo Dirkschneider, que seguiria carreira solo. A banda alemã entraria em colapso nos anos 1990, entrando em um hiato de quase 15 anos. A volta aconteceria em 2010, com novo vocalista, Mark Tornillo, estando na ativa até hoje.
Quatro fatos sobre o Accept em minha vida:
Na época do II Grau (hoje Ensino Médio), cursado no Colégio Estadual Paula Soares, eu emprestei o disco "Restless and Wild", sim, naquela época a gurizada emprestava ou trocava discos sem medo de não tê-los de volta, para um colega punk. O cara levou o disco para casa, curioso em escutar aquele som novo e diferente. No dia seguinte, ele me devolveu o disco, e contou: "quando cheguei em casa, fui para o quarto e coloquei o disco para tocar. E na primeira faixa, achei que ele estava arranhado. E na sequência, entrou aquele cara gritando...na hora a minha mãe abriu a porta do meu quarto e soltou: 'quem foi o débil mental que te emprestou este disco?'"
Caímos na gargalhada. Afinal, o cara era afeito a escutar bandas punk como Exploited, Sex Pistols, Dead Kennedys e Misfits. Mas a mãe dele achou absurdamente doente o som do Accept.
Em 2013, assisti finalmente o Accept ao vivo em show no Bar Opinião, em Porto Alegre. E durante a execução de "Balls to the Wall", o guitarrista Wolf Hoffmann se curvou em direção a plateia, olhou pra mim, e disse: "For you, man", colocando uma palheta na minha mão.
Anos depois, sem conseguir achar uma camiseta do "Restless and Wild" (eu coleciono camisas de bandas), visitei a loja Zeppelin, do Alexandre Nascimento, especialista em ítens sobre Heavy Metal, e comentei com ele. Na hora, o Tiziu pegou o telefone e ligou pra um camarada catarinense, que fez sob medida a camiseta com a capa do disco. E paguei apenas o custo de fabricação, e nada mais: R$ 50,00.
Por fim, em 2023, pude presenciar o show do vocalista mais ícônico do Accept, quando Udo Dirkschneider se apresentou no Bar Opinião. No setlist, apenas músicas clássicas da banda que ele fundou lá na década de 1970.
Agora, chega... bora escutar pela milionésima vez "Restless and Wild" e acordar a vizinhança.
porC H I C O I Z I D R O
★★★★★★
FAIXAS:
1. "Fast as a Shark" - 3:49
2. "Restless and Wild" - 4:12
3. "Ahead of the Pack" - 3:24
4. "Shake Your Heads" - 4:17
5. "Neon Nights" - 6:01
6. "Get Ready" - 3:41
7. "Demon's Night" - 4:27
8. "Flash Rockin' Man" - 4:28
9. "Don't Go Stealing My Soul Away" - 3:15
10. "Princess of the Dawn" - 6:15
Todas as composições de autoria de Wolf Hoffmann, Stefan Kaufmann, Udo Dirkschneider, Peter Baltes
Chico Izidro é jornalista, crítico de cinema e escritor e youtuber. Nascido em Porto Alegre, estudou no Colégio Paula Soares/Pio XII e é formado em jornalismo pela Unisinos. Teve passagens pela Assessoria de Imprensa do Juizado de Menores, Band AM, Ipanema FM, Placar, Folha de S. Paulo, Rádio Guaíba, A Notícia-SC e Correio do Povo. No YouTube mantém os canais Cinema de Peso, ao lado dos críticos de cinema Criba Aquino e Lauro Arregui, e Guaibadas, onde conta causos de sua vida. É autor de dois romances, “Era Vidro e Se Quebrou” e “Olhos Verdes”.
E parabéns para nós, principalmente, por, durante todo esse período de existência, termos tido a honra de contar com colaborações valiosas de convidados das mais diversas áreas. Escritores, jornalistas, músicos, fotógrafos, artistas, deram suas contribuições a partir de suas experiências, preferências pessoais e respectivos repertórios culturais, abrilhantando momentos especiais do nosso blog em datas importantes, números redondos de publicações ou em nossos aniversários anteriores.
Para comemorar os 14 aninhos e essas colaborações maravilhosas, relembramos aqui, exatamente, 14 momentos, 14 participações especiais, 14 grandes convidados que nos proporcionaram publicações de altíssima qualidade e conteúdo valiosíssimo para o Clyblog.
Então aí vão 14 participações de convidados durante os 14 anos, até aqui, de ClyBlog:
1.
Em 2013, o escritor, teólogo, filósofo, ensaísta, crítico de arte, poeta e cronista gaúcho, Armindo Trevisan, nos deu de presente de Natal uma belíssima crônica que sugeria uma merecida reverência silenciosa a um momento tão importante como é o caso do nascimento de Cristo, no nosso Cotidianas Especial de Natal.
"(...)Que maravilhoso seria se, na comemoração do Natal, as nações cristãs, concordassem em instituir um minuto de silêncio em homenagem a tão grande Mistério! Seria preciso que não se ouvisse som algum em nosso mundo! Seria preciso que a paz, silenciosa como as estrelas (ao contrário de nossos ícones que, para serem ovacionados, inflamam as multidões) entrasse nos corações na ponta dos pés, e aí fizesse adormecer as almas ao som da Noite Feliz, traduzida para o português por um frei franciscano de Petrópolis, o qual preferiu o adjetivo feliz ao adjetivo original alemão stille: Noite Silenciosa! (...)"
Marcando a publicação de número 200 dos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, convidamos um cara com autoridade para falar de sua banda favorita: Roberto Freitas, vocalista da banda The Smiths Cover Brasil, uma das mais respeitadas bandas cover do Brasil, revelou tudo sobre sua paixão pelo disco "Meat is Muder", o primeiro que teve da banda, e o álbum que o impulsionou a querer estar em cima de um palco.
"(...) As pessoas sempre me perguntam até hoje qual a minha musica preferida dos Smiths e eu respondo sem pensar muito :"Não tenho apenas uma tenho pelo menos umas dez e a maioria estão no álbum 'Meat is Murder' (...)"
Em 2018, para os nossos 10 anos, o convidado Wladymir Ungaretti, fotógrafo e professor de jornalismo da UFRGS, compartilhou conosco um de seus ensaios fotográficos para a nossa seção Click, chamado "Imagens para melhor imaginar". Modelos em situações sensuais, no limite do vulgar, do sujo. Erótico com um toque de mistério. Não poderia ter sido mais preciso no conceito: fotos que mostram, mas que deixam muito para a imaginação.
"(...) Este é um espaço reducionista. Escrevemos a partir de muitos pressupostos. São muitas as variáveis na conceituação do que seriam fotos pornográficas ou, simplesmente, eróticas. Conceitos determinados por cada contexto histórico e por cada cultura. Uma obviedade muitas vezes esquecida. Fotógrafos estão olhando, sempre, o trabalho de outros fotógrafos. Mesmo quando, por absoluto egocentrismo, digam que não, Faço questão de "copiar". De me deixar influenciar por outros fotógrafos. Busco o despojamento do surrealista Man Ray. A "pornografia" do japonês Araki. Os cenários surpreendentes de Jan Saudek. Pode parecer muita pretensão. Não canso de olhar livros dos fotógrafos que, por razões muitas vezes nada precisas, tocam o meu "olhar". Fotografei estas modelos inspirado pela ideia de Vilém Flusser que diz: "produzimos imagens para melhor imaginar".
Para falar de uma banda e de um álbum, nada melhor do que alguém que criou a banda, foi seu integrante, compôs músicas e tocou no álbum. Carlos Gerbase, hoje, doutor em comunicação social, em outros tempos foi baterista e vocalista da banda Os Replicantes e para o ÁLBUNS FUNDAMENTAIS Especial de 5 anos do ClyBlog, falou sobre o lendário primeiro disco da banda, lá de 1986.
"(...) na hora de decidir como o nosso primeiro LP se chamaria, alguém sugeriu (provavelmente eu mesmo, mas não tenho certeza) que o disco se chamasse “O Futuro é Vortex”. Foi uma boa escolha. Ele estava cheio de canções de ficção científica, e esse título era uma boa síntese (...)"
O jornalista gaúcho Márcio Pinheiro, especialista na área de jornalismo cultural, com passagens pelas redações de jornais como Zero Hora, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Estado de S. Paulo, autor do recém lançado livro "Rato de Redação - Sig e a História do Pasquim", amante de música, especialmente de jazz e MPB, nos deu o privilégio de compartilhar sua admiração pelo disco "Quem é Quem", de João Donato, nos nossos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS. Segue aí um trecho da resenha:
"[João Donato] Era um músico dos músicos, respeitado pelos seus pares mas pouco conhecido pelo público. Da convivência com o cantor Agostinho dos Santos, um grande incentivador de seu trabalho, nasceu a ideia de colocar letras nas suas músicas (...)"
Cléber Teixeira Leão, além de meu primo e um excelente músico, é professor de História e um de seus focos, nas aulas que ministra na rede estadual do Rio Grande do Sul tem sido as relações étnico-raciais, com foco no conceito do estudo crítico da branquitude. Nessa linha, falou para o Claquete do ClyBlog, sobre a representatividade negra nas mídias de entretenimento norte-americanas, nas comemorações de 12 anos do blog. Muito interessante o texto e análise do nosso convidado. Confere só:
"(...) Ainda que de forma ficcional, o Pantera Negra serviu e serve ainda hoje, como símbolo dessa quebra de padrões e imposições, além é claro de personificação imagética do antirracismo. Quando o Marvel Studios lançou em 2017 o filme "Pantera Negra" nos cinemas, a repercussão política e social do Blockbusters foi tanta, que gerou uma das maiores bilheterias da franquia de heróis até hoje (...)"
Uma das histórias mais curiosas e engraçadas de bastidores já contadas no ClyBlog foi relatada por Castor Daudt, ex-guitarrista da banda DeFalla, sobre uma ocasião em que encontraram um integrante da banda New Order, num camarim de um show em São Paulo. Foi para o Cotidianas Especial de 10 anos do ClyBlog, em 2014. Não vou contar mais nada aqui porque vale a pena você mesmo ler.
"(...) Depois do show eu fiquei sozinho no camarim, descansando. Era raro ter um minuto de sossego, na época.
De repente entra um cara meio estranho, no camarim..."
As andanças, por aí, dos nossos convidados também nos trazem colaborações muito interessantes. Fabrício Silveira, jornalista e escritor, quando de sua passagem por Manchester, na Inglaterra, cidade berço de bandas como Joy Division, The Smiths, Stone Roses, The Fall, entre outras, presenciou, possivelmente, o surgimento de mais um nome para se guardar vindo daquele lugar: The Sleaford Mods, uma dupla de eletrônico, punk, minimalista..., estranha mas muito interessante. Nosso convidado nos contou da experiência de ter presenciado um show desses caras para o nosso ClyLive.
"Não há quase nada em cima do palco. Não há equipamento algum, além de um pedestal de microfone e uma mesa de bar, lado a lado. É até um pouco estranho encontrar ali aquele móvel rústico, com pernas dobráveis, trabalhado em madeira nobre. Sobre ele, há um laptop fechado, discreto, quase invisível, que se confunde aos desenhos e aos padrões cromáticos da toalha de mesa. Ao fundo, espessas cortinas de veludo escuro. Em contraste, há uma forte luz branca, opressiva e desconfortável. Este é o cenário. Não há mais nada em cima do palco (...)"
Nosso convidado de um dos especiais dos 11 anos, lá de 2019, participou da gravação desse álbum histórico da música brasileira. Waldemar Falcão, músico, astrólogo e escritor, tocava na banda de Zé Ramalho quando o cantor gravou se clássico "Zé Ramalho 2" ou "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu", de 1979. Ou seja, pouca gente estaria tão autorizada a comentar sobre a obra, as músicas, a atmosfera do álbum. Saca só...
"Quanto mais o tempo passa, mais nos damos conta de que ele na verdade voa mesmo... Quando penso que se passaram 40 anos desde que gravamos esse lendário LP (permitam-me...), chega a ser difícil de acreditar (...)"
Um dos muitos convidados que participaram das nossas comemorações de 10 anos, foi o ator e diretor de teatro Cleiton Echeveste que destacou para a nossa seção Claquete, o filme nacional "Tinta Bruta", de Filipe Matzembacher e Márcio Reolon, de 2018. E, na boa, se ele falou bem do filme, é porque é bom mesmo, porque de atuação e direção o cara conhece.
"(...) Na minha relação com a arte, busco ser o menos analítico possível ao vivenciá-la, esteja eu no lugar de criação ou de fruição. A análise é fria e requer distanciamento, e foi exatamente o contrário disso que “Tinta Bruta” me proporcionou: a vivência da minha humanidade, da minha falibilidade, de dores que são também minhas e que são, por isso, plenamente identificáveis(...)"
Ele já havia sido ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, com seu disco “Sambadi”, de 2013, e convidado a escrever sobre um disco de sua admiração para os 8 anos do Clyblog, o cantor, compositor e arranjador Lucas Arruda, escolheu falar sobre um dos trabalhos que mais o influenciara, "Robson Jorge & Lincoln Olivetti", de 1982. Um AF comentando sobre outro. Essa foi certamente uma participação especialíssima que tivemos.
"(...) Alegria imensa em poder falar um pouco deste álbum! Pessoalmente, é o disco que mais influenciou em termos de arranjo, sonoridade, composição. Minha bíblia! (...)"
Esse cara sempre trazia coisas muito curiosas, interessantes e diversificadas pra o Clyblog. Cinéfilo, fã de cinema anos 70, filmes clássicos, faroeste, colecionador e admirador de cultura pop, além de conhecedor de literatura e folclore sul-americano, Francisco Bino colaborou com o blog durante alguns meses e sempre nos surpreendeu com assuntos instigantes e muita informação.
Num desses textos, nos conta sobre as inspirações em religiões afro na clássica canção "Sympathy for the Devil", dos Rolling Stones. Dá só uma olhada:
"Em uma sexta-feira qualquer de 1968 depois de beber uma garrafa e meia de Jim Beam, Mick Jagger invadiu bêbado e meio "alto" a uma terreira de Candomblé em Salvador na Bahia (...)"
Colaboração ilustre e internacional no ClyBlog nos nossos 12 anos. A escritora angolana Marta Santos aceitou nosso convite para falar sobre algum disco importante, segundo sua opinião, e nos surpreendeu com a ótima dica do trabalho de seu conterrâneo Elias Dya Kymuezu, com o disco "Elias", de 1969, cuja qualidade e influência é reconhecida na música brasileira por nomes como Martinho da Vila e Chico Buarque de Holanda. Abaixo, um trecho da resenha da nossa convidada:
"(...) Elias Dya Kimuezu é bangāo, cheio de classe. Faz lembrar os clássicos americanos. Podemos facilmente perceber a humildade dele e a sua sensibilidade. A sua música, ou melhor, a essência das suas músicas, as suas canções são de lamento de quem lamenta a morte de alguém. Naquela altura, quando ainda eram colonizados, não se lamentava, só isso se lamentava, o sofrimento do povo, e até hoje o cantor não sai da sua canção, do seu ritmo. Porque a sua canção é invocação. Invoca a mãe, a dor invoca toda uma sociedade (...)"
Um Super-Álbuns Fundamentais! Isso foi o que o convidado Lucio Brancato, músico, jornalista, colunista musical e apresentador de TV e rádio, nos proporcionou no nosso aniversário de 10 anos. Pedimos para que ele nos falasse sobre um disco de sua preferência e ele nos deu cinco de uma vez só: Crosby, Stills, Nash & Young, com "Déjà Vu", de1970; Yes, com "Close to The Edge", de 1971; Dillard & Clark, com o disco The Fantastic Expedition of Dillard & Clark, de 1968; Faces, com seu "Oh La La", de1973; e Kinks, com o álbum Face to Face, de 1966. Não tinha maneira melhor de fechar essa lista de colaborações do que essa.
"Mudei o pedido do Daniel Rodrigues para escrever sobre um disco importante na minha vida.
Foram tantos que ficaria muito difícil selecionar apenas um. E mesmo assim, esta lista nunca é definitiva.
Resolvi listar cinco fundamentais na minha formação e talvez os discos que mais escutei na vida."