Curta no Facebook

Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Renato Russo. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Renato Russo. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 1 de maio de 2020

cotidianas #677 - "Fábrica"




"Operários", Tarsila do Amaral
Nosso dia vai chegar
Teremos nossa vez
Não é pedir demais
Quero justiça
Quero trabalhar em paz
Não é muito o que lhe peço
Eu quero um trabalho honesto
Em vez de escravidão
Deve haver algum lugar
Onde o mais forte
Não consegue escravizar
Quem não tem chance
De onde vem a indiferença
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portões
Da fábrica?
O céu já foi azul
Mas agora é cinza
O que era verde aqui
Já não existe mais
Quem me dera acreditar
Que não acontece nada
De tanto brincar com fogo
Que venha o fogo então
Esse ar deixou minha vista cansada
Nada demais
Nada demais...
****************
letra de "Fábrica"
da banda Legião Urbana
(letra: Renato Russo)

Ouça:

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Ratos de Porão - Bar Opinião - Porto Alegre/RS (11/11/13)



foto: Lucio Agacê
Nunca tinha assistido ao Ratos de Porão ao vivo. Devia isso pra mim mesmo. Do rock nacional já tinha visto shows de quase todos que considero importantes: Titãs (Arnaldo Antunes e Nando Reis, além do Marcelo Frommer ainda vivo), Camisa de VênusParalamas do Sucesso, Fausto Fawcett, De Falla, Replicantes.Até Humberto Gassinger (sem Engenheiros do Hawaii, mas tocando músicas da banda) eu vi. Legião Urbana que fazia pouco show, ainda mais aqui no Sul, não deu pra ver (quando ia fazê-lo, Renato Russo morreu). Por isso, dos grandes do rock brasileiro faltava-me, de fato, o Ratos. Os caras que inventaram (isso mesmo: sem aspas!) o que pode ser chamado de metal-core antes de qualquer outra banda gringa; o grupo criador de discos essenciais como “Crucificados pelo Sistema”, “Descanse em Paz” e “Brasil”; os desbravadores, no Brasil, de uma malvista e desvalorizada, porém riquíssima, cena juvenil chamada punk junto com Olho Seco, Cólera, Inocentes, Garotos Podres, Lobotomia e outros; os verdadeiros cronistas suburbanos de um Brasil que insiste em ser desigual e decadente desde que eles surgiram, há mais de 30 anos, e bem antes disso; a primeira banda a levar, junto com o Sepultura, o rock nacional pro exterior a custas de muito esbravejo e porrada. Faltava o Ratos a mim.
Faltava.
Depois de mais de um ano me penalizando por não estar na cidade para assisti-los em 2012, quando estiveram em Porto Alegre depois de um bom tempo sem virem, pude, enfim, presenciar João Gordo & cia. “destruírem” o Opinião no projeto 2ª Maluca, da Rei Magro Produções. Showzasso! Gordo, muito a fim de tocar e à vontade com um público verdadeiramente amante da banda, subiu no palco com a gana de realmente fazer um grande show. Com Jão, esmerilhando na guitarra, Juninho, super bem no baixo, e Boka, sempre destruidor na bateria, não foi diferente. O show teve aproximadamente 1 hora e 10 minutos, o que, para uma banda como o RDP, que tem faixas até de 17 segundos, (como “Caos”, que tive o prazer de ouvi-los tocar: “Esse mundo é um caos/ Essa vida é um caos/ Caaaaaos!"), esse tempo todo dá pra executar um monte de coisa. E foi assim, repleto de “crássicos” que incendiaram a roda de pogo.
foto: Lucio Agacê
Eles mandaram ver com “Agressão/Repressão”, “Crianças sem Futuro”, “Aids, Pop, Repressão”, “Sentir Ódio e Nada Mais”, “Realidades da Guerra”, entre outras. Só as foda! “Mad Society”, de uma fase já “madura” dos caras e das minhas preferidas, veio num arranjo super legal junto com “Morrer”, das antigonas. “Sofrer”, das mais conhecidas, claro, enlouqueceu a galera, assim como a versão deles de “Buracos Suburbanos”, da Psykóze, outra memorável do punk rock brazuca. Teve ainda as imortais “Crucificados pelo Sistema” e “Beber até Morrer” - música que, há 25 anos, nos faz pensar se não é, de fato, esta a solução num país, à época da composição, de Plano Cruzado e inflação galopante e, hoje, de Bolsa Família e Mensalão... 
Mas pra pirar mesmo o público de fé que foi lá naquela noite do dia mais chuvoso na cidade em um século (!), o Ratos presenteou-nos com uma execução do clássico do rock gaúcho (quando este ainda era bom pra caralho): “O Dotadão Deve Morrer", d’Os Cascavelletes. Ao seu estilo, tal como gravaram em 1995 no álbum “Feijoada Acidente - Brasil”, ou seja, menos rockabilly e mais hardcore, a banda fez o Opinião vir abaixo, ainda mais no refrão, entoado por toda a plateia - inclusive este que vos fala. Gordo cantava: “Hey, rapazes/ Esse cara deve morrer”, e nós respondíamos em coro: “Deve morrer, deve morrer, deve morrer!”. De arrepiar!
Pra fechar, outro clássico cantado por todos: “FMI” (“O FM’ê’ não está nem a’ê’...”). Como se não bastasse a felicidade de minha realização de, finalmente, assistir ao RDP ao vivo, ainda pude fazê-lo ao lado de meu primo-brother e colaborador deste blog, Lucio Agacê, justamente quem, em meados dos anos 80, mostrou pra mim esta que é, certamente, a maior banda brasileira em atividade hoje. E será que não foi sempre?



fotos: Lucio Agacê


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Entrevista com Cly Reis sobre a antologia "Os Matadores Mais Cruéis que Conheci" volume II



por Alexandre Durigon
revisor e organizador do livro
"(OMMCQC")vol.II



Clayton Reis é gaúcho, mas vive no Rio de Janeiro,
é arquiteto, cartunista, amante de música, literatura, cinema,
criador e editor do blog ClyBlog
 e um dos autores participante
s da coletânea
“Colorados – Nada Vai nos Separar”,
publicado pela editora Multifoco em 2012. 
Alexandre Durigon: Clayton, como você e a literatura se conheceram?
Cly Reis: O curioso é que relutei um pouco para aceitar a literatura na minha vida. Meu pai sempre teve muitos livros em casa, embora hoje eu consiga avaliar que não tivesse grande exigência de qualidade. Mas sempre me estimulou a ler. Tinha muitos best-sellers em casa, daqueles ordinários, tipo Sydney Sheldon, Marguerite Yourcenar e coisas do tipo, só que sempre no meio disso tudo um Cervantes, um Stoker, um Machado. Comecei a ler por essa espécie de 'pressão' dele, mas ainda sem prazer. Depois veio a época das fichas de leitura pra colégio, o que me incomodava por estar lendo coisas impostas contra a minha vontade. Aí desperdicei algumas boas leituras em nome dessa rebeldia lendo com desinteresse, fazendo de conta que lia, copiando fichas dos outros ou pegando livros fininhos pra acabar logo. O gosto mesmo acho que veio com o interesse por música, por rock. As inúmeras ligações que ambos têm. O fato de uma música do Cure ser baseada em Camus; de um Renato Russo querer ser Rosseau; de um álbum da Siouxsie remeter ao reino do espelho da Alice; de Morrissey ser apaixonado por Wilde; e mais tantas outras ligações e referências. Foi uma espécie de descoberta da palavra. As letras de música me mostraram um pouco disso. O quanto às palavras são belas e como podem adquirir tantas formas.



AD: Por que a profissão de escritor lhe interessou?

Cly: Na verdade, acho que não posso tratar as coisas nesses termos ainda. Não se trata, no meu caso, de uma profissão, embora a possibilidade me encante muito. Gosto muito de escrever. Gosto da liberdade da palavra e, como disse, de todas as possibilidades que ela oferece. Tive uma banda, de duração muito efêmera, na qual explorávamos exatamente isso: a liberdade. O que conseguíssemos tirar de um conjunto de palavras era aproveitado, frases desconexas podiam ser interessantes, contar uma estória no formato musical era válido, fazer uma paródia inteligente era algo estimulante. Acho que aí que comecei a escrever mesmo. Sem vergonha, sem filtros, valorizando o que saía de mim.
Fui muito estimulado também por três escritores, fundamentalmente: André Gide, que embora tenha um texto mais formal em determinada fase, defendia essa liberdade de escrita. Nunca vou me esquecer de quando li a introdução de "Os Frutos da Terra" e ele dizia ali "escrevi este livro numa época em que a literatura cheirava a mofo". Aquilo me fascinou e, efetivamente, o livro não obedece a nenhuma regra de ordem, formato ou conceito.
Também por Clarice Lispector e suas descrições apaixonadas pelo ato de escrever, como "escrever é uma pedra lançada num poço fundo", ou, "escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando esta palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu...". Notável!!!
E, por último, mas fundamentalmente, Charles Bukowski que, digamos assim, me tirou o medo de parecer fraco, ridículo, pretensioso ou incapaz. Sua garra, sua vontade de escrever, sua qualidade, sua crueza, sua simplicidade me seduziram. Quando escreveu "Não há nada que impeça um homem de escrever a não ser que ele impeça a si mesmo (...) A rejeição e o ridículo apenas lhe darão mais força.", aquilo parece que tinha sido escrito para mim. Acho lindo quando ele diz, "Não há perdas em escrever, faz seus dedos dos pés rirem enquanto você dorme; faz você andar como um tigre."



AD: Por que participar de uma antologia?
Cly: Exatamente por não ser um escritor profissional, me parece uma boa oportunidade de, por enquanto, mostrar meu trabalho de uma maneira mais ampla. Internet é ampla, mas determinados tipos de conteúdo tem que atingir um público específico e como sabemos, nem todo mundo lê o que está na internet. Muita gente vê um texto grande e já se assusta, só passa os olhos. Acho que a impressão papel direciona para quem realmente está interessado em determinado assunto. A pessoa não comprará, não pegará emprestado um livro, não manterá na bolsa, se não tiver um mínimo de interesse por aquilo. E me interessa que cause interesse. Eu quero ser lido.



AD: Fale um pouco sobre a (OMMCQC) II?
Cly: Gostei da proposta. Essa coisa de assassinos, matadores, maneiras de matar. Meu irmão que também escreve, foi quem me avisou que havia uma seleção de textos aberta e, como no meu blog, não raro tenho algum conto nesta linha, foi só selecionar um que considerasse que teria boas chances de entrar.



AD: Como você define o processo que envolve a compilação de uma antologia?
Cly: Na verdade, nós, autores selecionados, não participamos disso de forma muito direta, embora, em particular neste caso, da antologia (OMMCQC) II, o editor mantenha-nos sempre bastante atualizados sobre as etapas que estão acontecendo. Pelo que percebo, ainda que o trabalho seja árduo e intenso, desde as escolhas até a publicação, parece-me extremamente prazeroso e compensador. Logicamente que envolve muita dedicação e vontade, mas parece trazer suas compensações. 



AD: Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores?
Cly: Eu ainda preciso 'experimentá-lo' de maneira mais efetiva mas ele me parece menos assustador do que se me afigurava antes. Me parece que quem quer, QUER MESMO, e tem qualidade, de uma maneira ou de outra acaba publicando. As oportunidades estão por aí, é só procurá-las e ter perseverança.



AD: Em sua opinião, é possível viver de literatura no Brasil?
Cly: Acho que sempre representa um temor a possibilidade de viver de arte no Brasil. Parece impossível a não ser que já se traga algum sobrenome, uma fama momentânea, um 'paitrocínio' ou algo do tipo. Posso estar enganado. Espero estar enganado. Sinceramente, acho que não correria um risco dessa natureza. Mesmo que venha a engrenar uma carreira de escritor em algum momento, sinto que deva manter uma outra atividade mais estável.



AD: De que maneira a internet atua em sua vida de escritor?
Cly: Ah, para mim, atualmente é meu meio. É meu canal. Coloco praticamente toda a minha produção criativa na internet, no meu blog. Na internet, na verdade, a gente nunca tem certeza de estar sendo lido, muitas vezes o visitante só vai lá e passa os olhos, se acovarda com um texto muito longo, mas só o fato de escrever e colocar ali para quem quer que possa se interessar já é válido. E se uma dessas pessoas realmente ler, apreciar, se fizer um comentário então, já terá sido extremamente compensador.



AD: Fale um pouco sobre o seu conto, "Hoje eu vou comer sua bunda"?
Cly: É um conto do qual gosto muito. Gosto da estrutura dele. Imodestamente, o considero muito bom nesse sentido. As passagens de tempo, os pontos de convergência, o desenvolvimento, a aceleração e desaceleração, são méritos de construção que só o bom leitor consegue perceber.
A minha matadora, anônima na verdade é uma assassina quase casual mas que gostou da coisa, ainda mais pelo fato do novo hobby estar ligado a um fetiche.
O curioso é que muito frequentemente, talvez por uma preocupação subconsciente de não ser interpretado como machista, coloco as mulheres em condição de destaque nos contos e, tendo escrito muitas histórias de assassinatos, frequentemente me aprecem boas matadoras. 



AD: Para encerrar: quais seus planos daqui pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?
Cly: O editor, Afobório, me elogiou de forma muito bonita, o que me estimulou bastante. Tenho uma boa produção de textos nos mais variados estilos, tenho uma crônica já publicada e até agora, 100% de aproveitamento nas tentativas de inclusão em publicações, o que também é muito estimulante. Por enquanto penso em incluir mais alguns contos em outras seleções que abrirem por aí, mas não é de se descartar tentar alguma coisa individual em breve. Também estou com um projeto em andamento de publicação de cartoons e tirinhas, que também são um ponto forte do meu blog, isso ainda é algo em curso, mas que aguardo com muita expectativa.


*************************************************



*entrevista publicada originalmente na página da antologia no Facebook:
 https://www.facebook.com/pages/Os-Matadores-Mais-Cru%C3%A9is-Que-Conheci/527931777301099?fref=ts

terça-feira, 21 de junho de 2011

cotidianas #87 - "O Mundo Anda Tão Complicado"


Gosto de ver você dormir
Que nem criança com a boca aberta
O telefone chega sexta-feira
Aperto o passo por causa da garoa
Me empresta um par de meias
A gente chega na sessão das dez
Hoje eu acordo ao meio-dia
Amanhã é a sua vez


Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você.


Temos que consertar o despertador
E separar todas as ferramentas
Porque a mudança grande chegou
Com o fogão e a geladeira e a televisão
Não precisamos dormir no chão
Até que é bom, mas a cama chegou na terça
E na quinta chegou o som


Sempre faço mil coisas ao mesmo tempo
E até que é fácil acostumar-se com meu jeito
Agora que temos nossa casa
é a chave que sempre esqueço


Vamos chamar nossos amigos
A gente faz uma feijoada
Esquece um pouco do trabalho
E fica de bate-papo
Temos a semana inteira pela frente
Você me conta como foi seu dia
E a gente diz um p'ro outro:
- Estou com sono, vamos dormir!


Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você
Quero ouvir uma canção de amor
Que fale da minha situação
De quem deixou a segurança de seu mundo
Por amor

Renato Russo

quarta-feira, 12 de abril de 2023

Música da Cabeça - Programa #314

 

Pode ser o mês do Ramadã, da Páscoa ou Nissan. Não importa. Importa, sim, que o MDC não escolhe momento para música boa. Hoje, por exemplo, é dia de Pearl Jam, Led Zeppelin, Renato Russo, Titãs, Modern Lovers e mais. Também é a data certa para mais um Cabeça dos Outros, com música de quem ouve o programa. No nosso calendário, é certo que na quarta-feira vai ter programa, 21h, na almanáquica Rádio Elétrica. Produção, apresentação e meio de semana: Daniel Rodrigues. www.radioeletrica.com



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Música da Cabeça - Programa #151


Bolsonazis que querem acabar com a democracia, um recado pra vocês: "o pulso ainda pulsa"! Em plena quarta-feira de cinzas, o MDC sacode a poeira e dá a volta por cima com o enredo de gente como R.E.M., Tracy Chapman, Tom Jobim, Titãs, Grant Green, Renato Russo e Neil Young. Ainda, uma homenagem a José Mojica Marins e um "Cabeça dos Outros" de quadro móvel. Aqui a gente não acaba na quarta-feira: a gente começa. E é às 21h, na carnavalesca Rádio Elétrica. Produção, apresentação e estandarte de ouro: Daniel Rodrigues.


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A Arte do Clyblog em 2014








Em 2014 tivemos alguns trabalhos interessantes na comunicação visual do blog brincando com publicidade, parodiando filmes, homenageando grandes álbuns, ou mesmo apenas deixando a criatividade fluir. Fosse m chamadas nas redes sociais, em novos logos para as seções ou nas Copas do Mundo das bandas, as novidades visuais foram aparecendo ao longo do ano. Neste finalzinho de 2014, deixamos aqui com vocês algumas das imagens, gravuras, adaptações, zoeiras, memes mais legais que pintaram no clyblog este ano. E um Feliz Ano Novo a todos. Em 2015 tem mais.


para pessoas de visão

caça-palavras.
Você achou.


O meme que virpu clássico na internet também serviu ao Clyblog.
"É óbvio, sua besta."

Aprecie sem moderação

Keep Following

Você está com sorte

Curta o Clyblog e não se preocupe com mais nada

É só um blog mas nós adoramos


Logo da Copa Rock do Clyblog
que teve edições das bandas The Cure, Legião Urbana e Beatles

O Fuleco Rock'n Roll

Chamada da Copa The Cure

Final da Copa The Cure na qual "A Forest" sagrou-se a grande Campeã
Uma das chamadas da Copa Legião Urbana

Chamada da Copa L.U.
Renato Russo chamando no gol.



A finalíssima entre dois grandes sucessos da Legião Urbana.
No final, deu "Tempo Perdido" 



Chamada da Copa Beatles

Mais uma chamada, desta vez com os rapazes da Abbey Roa
atravessando o gramado do estádio de Anfield Road, do Liverpool

Um chuta, outro sobe, outro defende outro cabeceia.
Outra da Copa Beatles

Chamada da Copa inspirada no "Hard Day's Night"

E o título nas mãos de "A Day in the Life",
a maior música do Beatles, segundo a nossa Copa

Cartazes de filmes. Aqui "O Poderoso Chefão"


Nosso grito será ouvido no cyberespaço


Um mudo diferente de tudo que você conhece

Tempo de Violência?
Talvez, tempo de inteligência.

Ultraviolento

E pensar que você hesitou

Pop Art

As capas de discos.
Homenagem ao clássico "Physical Graffiti do Led Zeppelin

Carne é assassinato e não curtir é crime

Prazeres conhecidos

Voto inteligente


As felicitações dEle
Feliz 2015

domingo, 4 de janeiro de 2015

Marina Lima - "Marina Lima" (1991)


"Será que você será
a dama que me completa?
Será que você será o homem,
não estou bem certa."
trecho de "Não Estou Bem Certa"




Marina acrescentava o sobrenome Lima ao nome artístico e pela primeira vez o emprestava, agora completo, para batizar um álbum. Não era à toa. Em “Marina Lima”, de 1991, a cantora era mais ela do que nunca. Ao mesmo tempo que atingia seu melhor momento artístico, com um pop mais coeso, mais completo, bem produzido, Marina passava por um momento de questionamentos, de autodescoberta, de auto-revelação e por fim de auto-afirmação. Assim, nada melhor do que afirmar para si mesma e para todo mundo “Esta aqui é Marina Lima e este álbum sou eu.”
Marina, assim como Renato Russo o fizera em determinado momento, reconhecia que gostava de meninos e meninos, e resolvia então externar isso através da sua arte. Não que já não tivesse dado pistas em outros momentos mas em "Marina Lima", era a primeira vez que o fazia tão direta e abertamente. Trechos como "procurar Ricardos em Solanges nunca me fez mal" ou“tudo o que eu pensei ser pra sempre eu já não sei se é mais/ penso na menina e fico atenta aos braços do rapaz”, de “Não Estou Bem Certa”, são muito emblemáticos quanto ao conflito interior que se configura, bem como vários outros versos espalhados pelo álbum, em grande parte dedicado a esta (re)descoberta, ora como reafirmação, ora como dúvida.
Não por acaso, “Ela e Eu”, de Caetano Veloso conhecida até então na interpretação notável de Maria Bethânia, é escolhida para abrir o disco, uma vez que já sugere a mudança e o novo momento da cantora. Cantada à capela com uma interpretação belíssima de Marina Lima, “Ela e Eu” além de dar o recado inicial, funciona quase como uma vinheta de abertura do álbum, praticamente entrelaçando-se com a ensolarada “Grávida”, canção pop leve, gostosa, sobre extrapolar, manifestar-se, pôr tudo para fora da maneira que se achar melhor. Com letra de Arnaldo Antunes, “Grávida” pode-se dizer, de certa forma, é uma espécie de “Saia de Mim” dos Titãs, só que sem toda aquela agressividade.
O adorável pop “Criança”, também sobre descobertas, com sua batida eletrônica e ritmo funkeado muito convidativo tem a marca da qualidade da produção de Liminha num dos melhores momentos do álbum; “Acontecimentos”, outra das boas do disco, um pouco mais lenta, é uma canção de amor característica da carreira de Marina e da parceria com o irmão poeta e letrista Antônio Cícero; e a ótima “Pode Ser o Que For”, de ritmo acelerado, vibrante, pulsante é otimista, corajosa e pra frente.
As baladas ficam por conta da delicada “O Meu Sim” e da triste “Não Sei Dançar”, onde Marina acompanhada apenas pelo teclado, canta alguns dos versos mais arrasados da música brasileira, como “às vezes eu quero chorar mas o dia nasce e eu esqueço” e “e tudo o que eu posso te dar é solidão com vista pro mar”.
“Serei Feliz” é aquele típico final digno: um a boa canção, nada mais que isso, mas que por sua vez não compromete em nada. O ponto negativo fica por conta da péssima “E Acho Que Não Sou Só Eu”, música com cara de improvisação de estúdio num momento de infeliz inspiração momentânea registrado. Com uma programação pobre, uma levada tosca de guitarra e uma letra, parece, inventada na hora, a música soa como uma infeliz colcha de retalhos de elementos de outras faixas do disco. Também não é suficiente para desvalorizar o belo álbum de Marina Lima, mas certamente era desnecessária.
O interessante de “Marina Lima”, o álbum, é que se marcava efetivamente a melhor fase artística da cantora, aquele momento acabaria por não ter uma longa duração. Mesmo tendo lançado em seguida com algum sucesso o bom "O Chamado" e depois o interessante porém irregular “[Abrigo]”, sua voz, problemas físicos e emocionais fariam com que a carreira ficasse um tanto comprometida assim como seus trabalhos seguintes dali para a frente. Até por isso, “Marina Lima”, além de um dos melhores álbuns dos anos 90 no Brasil, passa a ser um registro importante como, possivelmente, o último trabalho em que Marina apresentou-se na sua plenitude.
************************

FAIXAS:
1. "Ela e Eu" 
2. "Grávida"
3. "Criança"

4. "Não Estou Bem Certa"
5. "O Meu Sim"
6. "Acontecimentos"
7. "E Acho que Não Sou só Eu"
8. "Pode Ser o Que For"
9. "Não Sei Dançar"
10. "Serei Feliz"

***********************
Ouça:


Cly Reis

quinta-feira, 20 de junho de 2019

"As Quatro Estações: Legião Urbana", de Mariano Marovatto - coleção O Livro do Disco - ed. Cobogó (2015)




"As Quatro Estações: Legião Urbana" é o mais fraco dos livros da coleção O Livro do Disco dos que li até agora. E olha que li vários. Não é ruim mas, sem dúvida, foi o que, a mim, leitor e fã de música, deixou menos entusiasmado. Apesar do bom trânsito entre os integrantes remanescentes da banda, especialmente com o músico Dado Villa-Lobos, e do acesso a um belo material de fitas disponibilizados pelo guitarrista da Legião Urbana, o livro de Mariano Marovatto não consegue ser muito mais do que uma grande impressão geral sem grande profundidade em nenhum sentido. Não a toa é o que tem menos páginas. Não que isso deva ser determinante. Já li muitos livros extraordinários, de diversos gêneros literários, tão curtos que, pela finura, se duvidaria do tanto que estava contido ali. "É nos menores frascos que estão os melhores perfumes", dizem, não? Não neste caso. No caso deste volume desta sempre ótima coleção literário-musical, o conteúdo parece meramente uma resenha para revista, para o caderno B de um jornal. Tem suas informações, suas curiosidades, é verdade, mas, a rigor, não acrescenta muito mais do que uma mera boa audição do disco. Embora seja inegável que o álbum tenha uma carga espiritual significativa, a abordagem do trabalho de Marovatto parece fixar-se excessivamente no tema, muitas vezes relegando a um segundo plano os elementos mais efetivamente musicais.
No mais, fãs gostarão de conhecer o processo de maturação de "As Quatro Estações", motivações de determinadas letras, alguma coisa do processo criativo de Renato Russo, curiosidades, etc., e é, de certa forma, mais um documento interessante sobre um momento bastante significativo na carreira desta que foi uma das bandas mais importantes da história do rock nacional.
Como eu disse, não é ruim. Mas quanto àquilo que eu costumava afirmar que cada livro que eu lia da coleção O Livro do Disco sempre superava o anterior, desta vez não vale para este.


Cly Reis