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quinta-feira, 24 de março de 2022

"Duna", de David Lynch (1984) vs. "Duna", de Denis Villeneuve (2021)


Uma substância valiosa e a disputa pela administração e a exploração desse produto no planeta onde ele é extraído está  no centro das ações de ambas as versões de "Duna". O duque Atreides é incumbido pelo Imperador para a tarefa de chefiar o planeta Arrakis, mas o que parecia ser uma honra e benefício mostra-se, na verdade, uma armadilha tramada pelo Império com os perigosos Hakkonen para eliminar o duque e seu filho, o jovem Paul Atreides que, gerado da relação com uma bruxa, tem atributos um tanto especiais que se acentuam ainda mais quando o jovem chega a Arrakis. Seus talentos, sua sensitividade, seus poderes que ele própro não domina completamente, mostram-se fundamentais, especialmente depois que seu pai é traído e morto pelos Hakkonen, e o rapaz, fugitivo, é obrigado a se isolar no deserto com sua mãe, se aproximando a cada momento, a cada passo, de uma profecia que anuncia um "escolhido" que liderará o povo de Arrakis e acabará com a tirania do Império.
Não estou entre os tantos que deploram a adaptação de David Lynch, de 1984, para o romance de Frank Herbert. O filme tem bom elenco, com Jürgen Prochnow, de "O Barco", Sean Young, de "Blade Runner", Max Von Sydow, de "O Sétimo Selo", Patrick Stewart, que viria  estrelar a saga "Star Trek", o astro pop Sting, e Kyle McLachlan que estrelava seu primeiro longa mas que seria, a partir dali, um dos atores preferidos de David Lynch. Os figurinos são incríveis, a direção de arte é bem impressionante, os cenários muito interessantes, a fotografia, na maioria das vezes, é bem competente, e além de tudo isso, a trilha sonora ficava por conta de Toto e Brian Eno.
O grande problema do filme de Lynch foi a parte técnica. Os efeitos especiais, para um filme de ficção científica e com o bom orçamento que teve, são, no mínimo decepcionantes. Mesmo se levando em consideração a época, as limitações técnicas, a primariedade de alguns recursos, eles são, em determinados momentos, quase risíveis. A armadura, por exemplo, que envolve o corpo dos guerreiros de Atreides, uma espécie de campo de força, é simplesmente ridícula. Uma animação geométrica constrangedora. E não me venham dizer que era o que dava pra fazer em 1984 porque, àquelas alturas, já tinham sido feitos três "Star Wars" (1977, 1980, 1983), "Blade Runner" (1982), dois "Superman" (1978, 1980), só pra ficar em alguns, com efeitos visuais muito mais impressionantes e convincentes.
Mas se ficasse limitado a isso, dava pra dar um desconto. A narrativa é apressada, tem muito texto narrado, o que, ao invés de ajudar, atrapalha mais a compreensão, e a última meia hora é atropelada e confusa. Aí, o resto de boa vontade que podia-se ter com o filme de 1984, foi pro espaço.
O que podia ser um gol contra a nova versão de "Duna", que é o fato de não acabar a história (não estou dando spoiler pois todo mundo sabe que vão rodar uma sequência), acaba sendo positivo pelo fato de não correr com a trama pra resolver logo, como fez seu antecessor. O novo "Duna" usa mais tempo mas desenvolve bem a história, sem presa, com paciência, sem precisar recorrer a uma narração explicativa durante todo o filme, e ainda dá mais profundidade e destaque a alguns personagens subutilizados no primeiro, aproximando-os do espectador. Colabora para isso, também, o elenco, igualmente muito qualificado, como no original: Oscar Issac, de "Ex-Machina" e da nova saga "Star Wars", Rebecca Ferguson, de Doutor Sono" e da franquia "Missão Impossível", Jason Momoa ("Aquaman"l), a veterana Charlotte Rampling ("Coração Satânico", "Melancolia"), a carismática Zendaya, dos novos "Homem-Aranha", e, capitaneado o time, o grande queridinho do momento, Timothée Chalamet, de "Me Chame Pelo Seu Nome" e "Não Olhe Para Cima", ente outros, no papel do "messias" Paul Atreides.
A parte técnica, então, que era o ponto fraco do outro, é exatamente uma das maiores virtudes do novo, com efeitos visuais e som espetaculares, não à toa indicados ao Oscar, além da fotografia, com seu visual sombrio e suas locações no deserto simplesmente impressionantes.

"Duna" (1984) - trailer


"Duna" (2021) - trailer


Elenco por elenco, vamos deixar no empate; protagonista por protagonista, também não vejo grande vantagem para ninguém; no entanto, na caracterização e desenvolvimento dos personagens, o remake salta na frente no placar. E, a propósito de desenvolvimento, o andamento do filme e sua estrutura garantem mais um para a nova versão. Os cenários e a direção de arte, os figurinos do primeiro garantem um tento para o time de 1984, contudo, a fotografia, magistral, do novo filme acabam com a alegria do antigo "Duna" que tem que buscar mais uma no fundo das redes. De um modo geral, os efeitos especiais do filme de Villeneuve são muito melhores, mais espetaculares e, sem dúvida representam um golaço para o time de 2022, embora tenhamos que fazer justiça para com os vermes do primeiro filme que também era muito impressionantes, mesmo para as limitações da época. Em compensação, o que os habitantes subterrâneos do deserto de Arrakis acrescentam de positivo, a tal armadura que envolve o corpo dos guerreiros, tira. Quase um gol contra.
Quanto aos caras da casamata, ou seja, os diretores, são dois maestros competentíssimos e, apesar de ser fã de David Lynch, tenho que reconhecer que, mesmo com um bom material humano, com um bom investimento, ele comete alguns erros que comprometem o desempenho final de seu time, ao passo que Denis Villeneuve conduz seu time com precisão, usa um esquema mais adequado para a situação de jogo e, assim, extrai o melhor de cada um de seus atletas.
Duna '84 foi indicado ao Oscar de melhor som mas sua refilmagem atual, além de ser indicada na mesma categoria, ainda recebeu nomeações para outras nove, incluindo melhor filme. Por aí já dá pra ter um pouco da ideia da diferença entre os dois filmes. Duna '21 está muitos anos-luz à frente.

Alguns pontos de comparação entre os dois filmes:
No alto, a Reverenda Madre da ordem das Bene Gasserit nas duas versões.
 original, à esquerda, mais requintada e exótica, e à direita, a nova, mais sobria.
Na segunda linha, o barão Hakkonen, o original típico das bizarrices de David Lynch,
o outro, mais sério, sinistro é mais fiel ao livro.
Em seguida, os vermes do deserto, a esquerda o antigo e à direita, o novo.
Apesar das deficiências dos efeitos visuais do primeiro filme, os vermes de David Lynch se salvam 
e até se destacam como uma das coisas boas do filme.
Em compensação o escudo virtual do primeiro filme, à esquerda, na quarta faixa, é lamentável,
enquanto o outro, da nova versão. é meramente discreto, mas funciona melhor visualmente.
E para finalizar, os dois Paul Atreides.
Kyle McLaclan, do primeiro filme, não decepciona e vai bem no papel e a derrota não passa por ele,
 bem como o queridinho do momento, Timothée Chalamet, que se não é brilhante , não compromete também. 






Cly Reis 

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Oscar 2020 - Os Indicados




Saiu mais uma lista dos candidatos do ano ao Oscar! Para quem curte cinema, bate aquela fissura de assistir a tudo que for possível antes da cerimônia de premiação. A equipe cinematográfica do Clyblog, no entanto, já vem se empenhando nisso conferindo alguns dos títulos até então pré-indicados, caso, por exemplo, do ótimo “Coringa”, que lidera a lista, com 11 indicações, o “O Irlandês”, de Martin Scorsese, que não ficou muito atrás, com 10, e “Star Wars – A Ascensão Skywalter”, com três técnicas. Mas embora “Coringa” saia na frente e provavelmente leve algumas estatuetas, entre elas, a de Melhor Ator para Joaquim Phoenix, os adversários para Melhor Filme e Diretor, os mais cobiçados da noite, são bem valiosos. A começar pelo primeiro filme sul-coreano a disputar a categoria, o Palma de Ouro “Parasita”, que concorre também a Filme Estrangeiro. O vencedor do recente Globo de Ouro, “1917”, de Sam Mendes, vem com a pompa dos filmes de guerra, temática bem vista pela Academia, assim como “Jojo Rabbit”. E tem também os elogiados “Histórias de um Casamento”, “Adoráveis Mulheres”, “Era uma Vez em... Hollywood”... Há categorias, aliás, que chega a assombrar tamanho o peso, como Ator Coadjuvante, só com já vencedores ou já nomeados várias vezes: Tom Hanks, Anthony Hopkins, Al Pacino, Joe Pesci e Brad Pitt. Destaque também para o documentário “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, que, após muitos anos, põe um filme brasileiro novamente na disputa de um Oscar. Enfim, uma boa disputa, mas que tem os seus favoritos, claro. E nós do blog vamos continuar trazendo nossas impressões de filmes que figuram no Oscar 2020. Então, confira a listagem completa:


▪ MELHOR FILME
Ford vs Ferrari
O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Adoráveis Mulheres
História de um Casamento
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Parasita

▪ MELHOR DIREÇÃO

Martin Scorsese - O Irlandês
Todd Phillips - Coringa
Sam Mendes - 1917
Quentin Tarantino - Era Uma Vez Em... Hollywood
Bong Joon Hoo - Parasita

▪ MELHOR ATRIZ

Cynthia Erivo - Harriet
Scarlett Johansson - História de um Casamento
Saoirse Ronan - Adoráveis Mulheres
Renée Zellweger - Judy - Muito Além do Arco-Íris
Charlize Theron - O Escândalo

▪ MELHOR ATOR

Antonio Banderas - Dor e Glória
Leonardo DiCaprio - Era Uma Vez Em... Hollywood
Adam Driver - História de um Casamento
Joaquin Phoenix - Coringa
Jonathan Pryce - Dois Papas

▪ MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Kathy Bates - O Caso Richard Jewell
Laura Dern - História de um Casamento
Scarlett Johansson - Jojo Rabbit
Florence Pugh - Adoráveis Mulheres
Margot Robbie - O Escândalo

▪ MELHOR ATOR COADJUVANTE

Tom Hanks - Um Lindo Dia na Vizinhança
Anthony Hopkins - Dois Papas
Al Pacino - O Irlandês
Joe Pesci - O Irlandês
Brad Pitt - Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Entre Facas e Segredos
História de um Casamento
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Parasita

▪ MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Adoráveis Mulheres
Dois Papas

▪ MELHOR FILME INTERNACIONAL

Corpus Christi (Polônia)
Honeyland (Macedônia do Norte)
Os Miseráveis (França)
Dor e Glória (Espanha)
Parasita (Coreia do Sul)

▪ MELHOR ANIMAÇÃO

Como Treinar o Seu Dragão 3
I Lost My Body
Klaus
Link Perdido
Toy Story 4

▪ MELHOR FOTOGRAFIA

O Irlandês
Coringa
O Farol
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR MONTAGEM

Ford vs Ferrari
O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Parasita

▪ MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

O Irlandês
Jojo Rabbit
1917
Parasita
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR FIGURINO

O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Adoráveis Mulheres
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR MAQUIAGEM

O Escândalo
Coringa
Judy - Muito Além do Arco-Íris
Malévola - Dona do Mal
1917

▪ MELHORES EFEITOS VISUAIS

Vingadores: Ultimato
O Irlandês
O Rei Leão
1917
Star Wars: A Ascensão Skywalker

▪ MELHOR EDIÇÃO DE SOM

Ford vs Ferrari
Coringa
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Star Wars: A Ascensão Skywalker

▪ MELHOR MIXAGEM DE SOM

Ad Astra
Ford vs Ferrari
Coringa
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

"I Can’t Let You Throw Yourself Away" - Toy Story 4
"I’m Gonna Love Me Again" - Rocketman
"I’m Standing With You" -  Superação - O Milagre da Fé
"Into the Unknown" - Frozen 2
"Stand Up" - Harriet

▪ MELHOR TRILHA SONORA

Coringa
Adoráveis Mulheres
História de Um Casamento
1917
Star Wars: A Ascensão Skywalker

▪ MELHOR DOCUMENTÁRIO

Indústria Americana
Democracia em Vertigem
The Cave
Honeyland
For Sama

▪ MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA METRAGEM

In the Absence
Learning to Skateborad in a War Zone (If You're a Girl)
A Vida em Mim
St. Louis Superman
Walk Run Cha-Cha

▪ MELHOR CURTA METRAGEM

Brotherhood
Nefta Footbal Club
A Sister
The Neighbor's Window
Saria

▪ MELHOR ANIMAÇÃO EM CURTA METRAGEM

Dcera (Daughter)
Hair Love
Kitbull
Memorable
Sister

sábado, 4 de janeiro de 2020

"Star Wars: A Ascensão Skywalker", de J.J. Abrams (2019)



Passou de ano na media! Se esse filme fosse um aluno, aproveitando essa época do ano de final de aulas e início de férias, para fazer essa comparação, diria que passou na média. Poderia ter reprovado? Sim..., mas tinha potencial para ser o melhor o aluno da classe e isso decepciona um pouco. Porem só o fato de ter mais um longa de Star Wars já é algo positivo.
Um ano após a batalha entre a Resistência e A Primeira Ordem em Crait, Rey (Daisy Ridley) segue treinando com a General Leia (Carrie Fisher) para se tornar uma Jedi. Ela ainda se encontra em conflito com seu passado e futuro e teme, mais do que nunca, pelas respostas que pode conseguir a partir de sua complexa ligação com Kylo Ren (Adam Driver). Este, por sua vez, também se encontra em conflito pela Força, ainda que esteja recebendo ordens diretas do temível e lendário Darth Sidious (Ian McDiarmid), outrora conhecido como Imperador Palpatine.
Nosso querido J.J. Abrams tentou (e conseguiu) de todas formas estragar todas as teorias e propostas criadas no filme anterior o que deixou a sensação de que os filmes não dialogam entre si como se não pertencessem à mesma trilogia. O roteiro é um fiapo de ideias com um amontando de referências aos filmes antigos, sem falar nas decisões erradas para o destino de alguns personagens, que a cada filme mudam suas posturas, além do subaproveitamento de outros. Esse amontado de escolhas erradas fazem “Star Wars: A Ascensão Skywalker” ser, sem sombra de dúvidas, o filme mais fraco desta nova Trilogia.
Pelo menos o trio principal se manteve junto. Gostei!
Mas claro, se formos tomá-lo como obra única, esquecer o relacionamento (complicado) dele com os outros, o longa cumpre o papel de divertir.  O trio principal passa mais tempo em tela, o humor está mais latente, a fotografia tem mais cor, o design de produção perfeito, temos ótimas sequencias de ação das batalhas das naves, e efeitos especiais dignos de premiações. Quanto ao desenvolvimento de personagens, ele até acontece mas é tudo muito corrido e insatisfatório. Os atores não estão mal, apenas os personagens estão perdidos. Rey funciona ainda, consegue ser uma heroína de ação apesar de alguns diálogos da personagem serem péssimos. O grande personagem para mim continua sendo Kylo Ren. Ele é o que tem o melhor arco dramático e toda sua confusão faz sentido. É o único que em alguns momentos consegue ser imprevisível.
J.J Abrams fez o seu filme, tem seu toque num que é visualmente belo, porém pobre em roteiro, o que seria fundamental para o fechamento de uma saga tão importante para o cinema, não apenas como indústria, mas para história da S~etima Arte. Fica a sensação que poderia ter sido melhor, BEEEEEEEEEEEEEEEEEEM melhor, mas é o que temos para hoje.
Eterna Princesa Leia. Foi tão difícil segurar as lágrimas
que acabei não segurando.


por Vagner Rodrigues

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Aimee Mann – “Magnolia – Music from the Motion Picture” (1999)



Acima, a capa original, de 1999,
e, abaixo, com os sapos,
da reedição de 2018.

“Aimee Mann é uma cantora e compositora maravilhosa. Provavelmente devo a ela uma tonelada de dinheiro pela inspiração que ela teve neste filme.” 
Paul Thomas Anderson

Esta resenha bem que podia ser sobre o filme. De certa forma é, haja vista que é impossível dissociar, neste caso, filme e trilha. Embora comum a associação entre imagem e música no cinema, nem sempre um resultado tão afinado como este acontece. Tem, claro, as trilhas clássicas, aquelas que basta ouvir meio acorde para lembrar do filme, caso do que John Williams fez com “Tubarão” e a saga “Star Wars” ou Nino Rota para com a trilogia “Chefão”. Igualmente, “Koyaanisqatsi”, dirigido por Godfrey Reggio e musicado por Philip Glass, é assim, mas num nível diferente, haja vista que, para tal, a criação da imagem depende da música para tomar forma e vice-versa. Com “Magnolia”, cuja trilha é escrita pela cantora e compositora norte-americana Aimee Mann, entretanto, essa relação é diferente. A ligação da canção com as imagens do filme se dá num estágio mais sensível de entendimento, tornando-se, por esta via, parte essencial da obra de uma maneira bastante subjetiva e profunda.

Assisti “Magnolia” no ano de lançamento, 1999, cujos 20 anos decorridos só o engrandeceram. O então jovem diretor Paul Thomas Anderson, grande revelação do cinema alternativo dos Estados Unidos dos anos 90 junto com Quentin Tarantino, vinha do ótimo “Jogada de Risco” e da obra-prima “Boogie Nights”. O aguardado “Magnolia”, cujas notícias a respeito davam conta de que trazia um elenco estelar, como Tom Cruise numa atuação elogiadíssima, Juliane Moore, idem, Philip Seymour Hoffman afirmando-se como um dos maiores de sua geração, entre outros destaques, carregava a expectativa de que o cineasta se superasse. E foi o que aconteceu. A trama coral ao estilo Robert Altman, que amarra como sensibilidade a vida de vários personagens, nos deixava boquiabertos e cientes de que estávamos presenciando um novo marco do cinema.

Mas o que aumentava ainda mais essa sensação era a trilha sonora de Aimee, a qual concorreu ao Oscar daquele ano na categoria Canção Original. Responsável por pontuar toda a narrativa, a música composta por ela cumpre o papel de atar a história, contando-a através de sons e poesia. Mas isso não é tudo, visto que a música é tão presente e embrenhada com a história que acaba sendo mais um personagem. São nove preciosidades de um pop cristalino entre o folk e o indie que, além de cumprir a função de banda sonora, funciona perfeitamente como um disco independente do filme que o inspirou. Dá para ouvir “Magnolia” e se deliciar tão somente com a qualidade musical que contém. Contribui para isso também o fato de todas as músicas terem cada uma sua melodia e universo, sem valer-se da comum prática de trilhas sonoras de se desenvolverem variações sobre um ou dois temas musicais centrais para várias faixas.

Mesmo que a audição do disco possa ser aproveitada a qualquer momento, é impossível a apaixonados pelo filme como eu dissociar sua música da memória imagética, pois a trilha faz se transportar para as cenas a cada faixa. Exemplo disso é o tema de abertura tanto do disco quanto do filme: a precisamente intitulada “One”. A quem, como eu, não vem à mente a imagem da flor se abrindo em alta velocidade e os letterings do título aparecendo na tela com a voz de Aimee cantando: “One is the loneliest number/ that you'll ever do/ Two can be as bad as one/ it's the loneliest number/ since the number one”? (“Um é o mais solitário número/ Que você irá encontrar/ Dois pode ser pior que um/ É um número solitário/ depois do número um”).

Após o arrebatador começo, Aimee não dá trégua, emendando uma canção tocante atrás da outra. “Momentum” inicia desconcertada e dissonante para, em seguida, tomar a forma de um country-rock embalado e com um refrão comovente em que a voz de Aimee expressa docilidade mas, igualmente, a força do feminino – elemento narrativo que o filme traz de forma central em vários níveis e aspectos. “Build That Wall”, um pop delicado sobre a sofrida e viciada personagem Claudia (Melora Walters), traz um belo arranjo com flautas Piccolo e a capacidade da compositora de criar melodias e refrões tocantes (“How could anyone ever fight it/ Who could ever expect to fight it when she/ Builds that wall”: “Como alguém pode combatê-la/ Quem poderia esperar para combatê-la quando ela/ Constrói esta parede”).

Outra das mais emocionantes, “Deathly”, sobre suicídio, abre com a voz de Aimee rasgando em uma balada sofrida e realista: “Agora que te encontrei /Você se incomodaria/ Se não nos víssemos mais?/ Pois eu não posso me permitir/ Subir sobre você/ Ninguém tem tamanho ego a gastar“. A letra fala também da dificuldade emocional da personagem Claudia (um reflexo de vários outros personagens, como o arrogante Frank, de Cruise, e o abusador astro da TV Jimmy Gator, vivido por Phillip Baker Hall) de aceitar o amor do oficial Jim (John C. Reilly), que pelas coincidências da vida, encontrou-a e se apaixona: “Nem comece/ Pois eu já tenho problemas demais/ Não me importune/ Quando um simples ato de bondade pode ser/ Mortal/ Definitivamente”.

“Driving Sideways”, linda, repete a fineza comovida das composições, Já a instrumental “Nothing Is Good Enough” dá uma ligeira trégua para, na sequência, mandar outra bomba sentimental: “You Do”, em que novamente Aimee solta a voz com tamanho trato e verdade que é impossível ficar alheio ao ouvir. A também bela “Nothing Is Good Enough” toca num ponto basal do longa, que são as relações familiares: “Era uma vez/ Esta é a maneira como tudo começa/ Mas eu serei breve/ O que começou com tal excitação/ Agora eu felizmente termino com alívio/ No que agora se tornou um motivo familiar”.

Se a carga emotiva já era grande, Aimee, acompanhando o desenrolar do filme, também a intensifica mais para o final. “Wise Up”, tema que marca a sequência logo após a célebre cena da chuva de sapos sobre Los Angeles, revela uma série de tomadas de consciência dos personagens, todos com suas aflições, dificuldades, culpas e medos. O contexto de vícios, desentendimentos, suicídio, incesto, fugas emocionais e rancores, que os personagens trazem cada um a seu grau, ganha a redenção depois daquele fenômeno surreal, o que lhes oportuniza um momento de autoesclarecimento e arrependimentos. Isso, por sua vez, é brilhantemente desenhado pelos acordes de “Wise Up”, que inicia com um leve toque de piano simulando o som da batida de um coração. Figura nada mais adequada. Quando a voz de Aimee surge, é como se aquela vida ainda existisse. Ainda há esperança! Aimee, aliás, mais uma vez, esbanja sensibilidade na melodia e no canto. E o refrão, inesquecível, diz: ”It's not going to stop/ It's not going to stop/ Till you wise up” (“Isso não vai parar/ Isso não vai parar/ Até você se tocar”).

Um desavisado que estivesse escutando apenas o disco poderia achar “Wise...” um final falso. No entanto, quem conhece o filme sabe que, além desta, ainda vem outra para desmanchar em lágrimas de vez qualquer um: “Save Me”. Literalmente, a “salvação” final. Como se a redenção divina expressa naquela sequência de acontecimento recaísse sobre os homens. Misto de country e balada pop, num de seus trechos, diz assim: “Você me pareceu tão banal como radium/ Como Peter Pan ou como o Super-Homem/ Você aparecerá para me salvar/ Venha e me salve/ Se você puder, salve-me/ Deste bando de loucos/ Que suspeitam que nunca irão amar ninguém”. A música, além de marcar a cena de encerramento do filme, representa, na figura da personagem Claudia, a tentativa humana de superar suas dificuldades e dar espaço para o amor. É o arrebatamento final que Aimee dá ao genial filme de P.T. Anderson.

Duas músicas da Supertramp, uma de Gabrielle e um tema orquestrado por Jon Brion ainda desfecham o álbum, mas é evidente que a trilha de “Magnolia” é, de fato, a parte de Aimee Mann. Num momento muito inspirado da carreira, ela consegue imprimir personalidade ao filme através da música e, ao mesmo tempo, compor um disco de igual personalidade quando ouvido separadamente da obra cinematográfica. As músicas dela, através de uma sintonia muito profunda com o filme, se adéquam às cenas muito menos por sua representação narrativa do que por uma afinação que apenas o sentimento imagem/som proporciona. Talvez seja isso que distinga “Magnolia” de outros soundtracks, mesmo os mais clássicos: a música faz remeter ao sentimento que o filme traz, e não à obra a qual está ligada. Pode parecer um detalhe, mas faz toda a diferença. A música de "Magnolia" é como mais um personagem, mas onipresente, imbricado dentro de todos eles: homens e mulheres como nós.

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Lançado em 2018, a versão intitulada "Magnolia - Original Motion Picture Soundtrack" traz, além de um disco com as músicas de Aimee Mann, outros dois com o Original Score composto pelo maestro Jon Brion.


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FAIXAS:
1. “One” (Harry Nilsson) - 02:53
2. “Momentum” - 03:27
3.  “Build That Wall” (Jon Brion/Aimee Mann) - 04:25
4. “Deathly” - 05:28
5. “Driving Sideways” (Michael Lockwood/Aimee Mann) - 03:47
6. “You Do” - 03:41
7. “Nothing Is Good Enough” - 03:10
8. “Wise Up” - 03:31
9. “Save Me” (04:35)
10. “Goodbye Stranger” – Supertramp (Rick Davies/Roger Hodgson) - 05:50
11. “Logical Song” – Supertramp (Davies/Hodgson) - 04:07
12. “Dreams” - Gabrielle (James Bobchak/Tim Laws) - 03:43
13. “Magnolia” - Jon Brion (Brion/ Mann) - 02:12
Todas as composições de autoria de Aimee Mann, exceto indicadas

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OUÇA O DISCO:

Daniel Rodrigues

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Oscar 2019 - Os Indicados



E saiu a lista dos indicados ao Oscar 2019! "A Favorita", filme de época  do diretor Yorgos Lanthimos, e "Roma", do já oscarizado de Alfonso Cuarón, que concorre não somente a melhor filme como a melhor película estrangeira, são os líderes em indicações, mas "Nasce Uma Estrela" com a estrelíssima Lady Gaga, vem logo em seguida com oito e com boas chances. "Pantera Negra", de certa forma, surpreende com sete nominações, tornando-se o filme de super-heróis com maior reconhecimento neste sentido pela Academia, e o badalado “Bohemian Rhapsody”, biografia de Freddie Mercury, garantiu cinco indicações, incluindo, é claro, a de melhor ator com a ótima atuação de Rami Malek que, por sinal não terá vida fácil, especialmente contra Christian Bale, por seu papel em "Vice", e Willem Defoe, por "No Portal da Eternidade". Me surpreende um pouco a escassês de indicações para "O Retorno de Mary Poppins", que achei que fosse passar o rodo nos itens técnicos e, não tão surpreendente assim, uma vez que as qualidades de "Infiltrado na Klan" vem sendo exaltadas constantemente, mas louvável é a ascensão de Spike Lee ao time dos grandes com sua primeira indicação a melhor diretor.
Depois dessa breve passada, vamos ao que interessa. Conheça os indicados ao Oscar em 2019:


  • Melhor Filme
Pantera Negra
Infiltrado na Klan
Bohemian Rhapsody
A Favorita
Green Book: O Guia
Roma
Nasce Uma Estrela
Vice

  • Melhor Atriz
Yalitza Aparicio (Roma)
Glenn Close (A Esposa)
Olivia Colman (A Favorita)
Lady Gaga (Nasce Uma Estrela)
Melissa McCarthy (Poderia Me Perdoar?)

  • Melhor Ator
Christian Bale (Vice)
Bradley Cooper (Nasce Uma Estrela)
Willem Dafoe (No Portal da Eternidade)
Rami Malek (Bohemian Rhapsody)
Viggo Mortensen (Green Book: O Guia)

  • Melhor Atriz Coadjuvante
Amy Adams (Vice)
Marina De Tavira (Roma)
Regina King (Se a Rua Beale Falasse)
Emma Stone (A Favorita)
Rachel Weisz (A Favorita)

  • Melhor Ator Coadjuvante
Mahershala Ali (Green Book)
Adam Driver (Infiltrado na Klan)
Sam Elliott (Nasce uma Estrela)
Richard E. Grant (Poderia Me Perdoar?)
Sam Rockwell (Vice)

  • Melhor Direção
Spike Lee
Pawel Pawlikowski
Yorgos Lanthimos
Alfonso Cuarón
Adam McKay

  • Melhor Roteiro Original
The Favourite
First Reformed
Green Book: O Guia
Roma
Vice

  • Melhor Roteiro Adaptado
The Ballad of Buster Scruggs
BlacKkKlansman
Can You Ever Forgive Me?
If Beale Street Could Talk
A Star is Born

  • Melhor Figurino
The Ballad of Buster Scruggs
Pantera Negra
A Favorita
O Retorno de Mary Poppins
Duas Rainhas

  • Melhor Cabelo
Border
Mary Queen of Scots
Vice

  • Melhor Direção de Arte/Design de Produção
Black Panther
The Favourite
First Man
Mary Poppins Returns
Roma

  • Melhor Trilha Sonora
Pantera Negra
Infiltrado na Klan
Se a Rua Beale Falasse
Ilha de Cachorros
O Retorno de Mary Poppins

  • Melhor Canção Original
All the Stars – Black Panther
I’ll Fight – RBG
The Place Where Lost Things Go – Mary Poppins Returns
Shallow – A Star is Born
When A Cowboy Trades His Spurs For Wings – Ballad of Buster Scruggs

  • Melhor Fotografia
Cold War
The Favourite
Never Look Away
Roma
A Star is Born

  • Melhor Edição
Infiltrado na Klan
Bohemian Rhapsody
A Favorita
Green Book: O Guia
Vice

  • Melhor Edição de Som
Pantera Negra
Bohemian Rhapsody
O Primeiro Homem
Um Lugar Silencioso
Roma

  • Melhor Mixagem de Som
Pantera Negra
Bohemian Rhapsody
O Primeiro Homem
Roma
Nasce Uma Estrela

  • Melhores Efeitos Visuais
Avengers: Infinity War
Christopher Robin
First Man
Ready Player One
Solo: A Star Wars Story

  • Melhor Documentário
Free Solo
Hale County This Morning, This Evening
Minding the Gap
Of Fathers and Sons
RBG

  • Melhor Animação
Os Incríveis 2
Ilha de Cachorros
Mirai
Wifi Ralph
Homem-Aranha no Aranhaverso

  • Melhor Filme Estrangeiro
Capernaum
Cold War
Never Look Away
Roma
Shoplifters

  • Melhor Curta Metragem – Animação
Animal Behavior
Bao
Late Afternoon
One Small Step
Weekends

  • Melhor Curta Metragem – Documentário
Black Sheep
End Game
Lifeboat
A Night at the Garden
Period. End of Sentence.

  • Melhor Curta Metragem – Live-Action
Detainment
Fauve
Marguerite
Mother
Skin

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

"As Aventuras de Brigsby Bear", de Dave McCary (2017)



Bem positivo. Uma mensagem alegre transmitida de uma maneira leve e divertida, “As Aventuras de Brigsby Bear” é aquele típico filme  para ver o lado bom da vida.
Brigsby Bear Adventures é um programa infantil de TV de baixo orçamento produzido para a audiência de um espectador: James. Quando o show termina abruptamente, James percebe que tudo sobre a sua vida é uma mentira e ele deve aprender a lidar com as realidades de um mundo novo sobre o qual não sabe nada .
O foco do filme é fazer com que você sinta-se bem depois de assisti-lo e, sim, ele consegue. Mas para isso ligue suas suspensões de descrença e não se apague às suas soluções fáceis do roteiro. Apesar de ter alguns dramas, o filme não se aprofunda neles, não explora muito os coadjuvantes ou os traumas de James. Ele tende sempre a ir para parte boa e alegre, o que não ruim, mas faz perder uma certa força nos momentos dramáticos.
Cheio de referências a "Star Treck" e "Star Wars"
e a melhor delas é a participação de Mark Hammil
A obra chama atenção para um lado mais fantasioso e inocente, o que o torna muito “good vibe” (o que é muito bom).  Após assistir o filme você se sente mais leve, percebe que muitas vezes é bom ver as coisas de maneira mais “infantil”, sermos nós mesmos, não ficarmos apenas presos a convenções sociais... O estranho é diferente e isso não é ruim. Pelo contrário, pode ser até muito divertido.
A atuação de Kely Monney como James está incrível! Tanto nas cenas inocentes em que está gravando o seu filme de “Brigsby Bear” ,quanto nos momentos mais tristes, no final do segundo ato do filme, o ator consegue passar muito bem seus sentimentos.
Por mais que o longa recorra muito a soluções fáceis, o roteiro perca um pouco de qualidade no seu segundo ato e falte algum peso nos personagens coadjuvantes, isso não atrapalham muito no todo, pois Kely Mooney (James), está muito bem ele segura o filme. Temos também a parte divertida,  as referências a cultura pop e a mensagem de "vá atrás dos seus sonhos", "busque aquilo que você gosta independente do que os outros pensem". Por mais batidas e clichês, é sempre bom de se ver no cinema mensagens assim. Uma obra colorida, alegre, simples e doce, como deve ser a vida.
Ótima atuação e ótima fotografia.



por Vagner Rodrigues

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Oscar 2018 - Os Indicados



Guillermo del Toro, sempre impressionante visualmente,
tem seu filme como um dos favoritos ao Oscar.
E saiu a lista dos filmes indicados para o prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, o famoso Oscar. "A Forma da Água" do mexicano Guillermo Del Toro lidera em indicações com treze, mas "The Post", de Steven Spielberg com elenco estrelar, "Me Chame Pelo Seu Nome",  "Três Anúncios Para Um Crime"e "Lady Bird", também prometem disputarem as atenções. Destaque também para a indicação de "Logan", o primeiro filme de heróis nomeado para roteiro original, para a grande surpresa do ano, o bom "Corra!", na categoria principal, para o brasileiro Carlos Saldanha, diretor da animação "O Touro Ferdinando", indicado em sua categoria, e para a indicação de uma mulher para melhor direção, Greta Gerwig, depois de todas as manifestações de atrizes na premiação do Globo de Ouro. Embora a indicação de Greta responda à contestação de Natalie Portman quando da entrega do prêmio de diretor naquela cerimônia, ela passa longe de resolver todas as questões que envolvem a figura da mulher em Hollywood, assim, independente deste "agrado" da Academia, deveremos ver novas manifestações acerca da condição da mulher não somente dentro da indústria cinematográfica norte-americana como na sociedade como um todo. E aí? Teremos gafes como aquela do anúncio do vencedor do ano passado? Termos protestos feministas? Meryl Streep leva outra estatueta para casa? Guillermo del Toro manterá a tradição mexicana de levar o prêmio de direção, já que são três prêmios nos últimos quatro anos? Muitas perguntas aguardam resposta mas elas só serão respondidas no dia 4 de março, em Los Angeles. Até lá, o negócio é ir dando uma conferida nos títulos que já estão em cartaz e nos que estrearão até lá nos cinemas,e claro ir conferindo aqui no ClyBlog as nossas impressões sobre os filmes aqui no Claquete.
Confira abaixo as listas com todos os indicados:



  • Melhor Filme

Me Chame Pelo Seu Nome
O Destino de Uma Nação
Dunkirk
Corra!
Lady Bird - É Hora de Voar
Trama Fantasma
The Post - A Guerra Secreta
A Forma da Água
Três Anúncios Para um Crime


  • Melhor Direção

Dunkirk - Christopher Nolan
Corra! - Jordan Peele
Lady Bird - É Hora de Voar - Greta Gerwig
Trama Fantasma - Paul Thomas Anderson
A Forma da Água - Guillermo del Toro


  • Melhor Atriz

Sally Hawkins - A Forma da Água
Frances McDormand - Três Anúncios Para um Crime
Margot Robbie - I, Tonya
Saoirse Ronan - Lady Bird - É Hora de Voar
Meryl Streep - The Post - A Guerra Secreta


  • Melhor Ator

Timotheé Chalamet - Me Chame Pelo Seu Nome
Daniel Day Lewis - Trama Fantasma
Daniel Kaluuya - Corra!
Gary Oldman - O Destino de Uma Nação
Denzel Washington - Roman J. Israel, Esq.


  • Melhor Ator Coadjuvante

Willem Dafoe - Projeto Flórida
Woody Harrelson - Três Anúncios Para um Crime
Richard Jenkins - A Forma da Água
Christopher Plummer - Todo o Dinheiro do Mundo
Sam Rockwell - Três Anúncios Para um Crime


  • Melhor Atriz Coadjuvante

Mary J. Blige - Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi
Allison Janney - I, Tonya
Laurie Metcalf - Lady Bird - É Hora de Voar
Octavia Spencer - A Forma da Água
Lesley Manville - Trama Fantasma


  • Melhor Roteiro Adaptado

Artista do Desastre
Me Chame Pelo Seu Nome
Logan
A Grande Jogada
Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi


  • Melhor Roteiro Original

Doentes de Amor
Corra!
Lady Bird - É Hora de Voar
A Forma da Água
Três Anúncios Para um Crime


  • Melhor Animação

O Poderoso Chefinho
Viva - A Vida é uma Festa
O Touro Ferdinando
Com Amor, Van Gogh
The Breadwinner


  • Melhor Filme Estrangeiro

Uma Mulher Fantástica (Chile)
The Insult (Líbano)
Loveless (Rússia)
The Square - A Arte da Discórdia (Suécia)
On Body and Soul (Hungria)


  • Melhor Fotografia

Blade Runner 2049 - Roger Deakins
O Destino de Uma Nação - Bruno Delbonnel
Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi - Rachel Morrison
Dunkirk - Hoyte van Hoytema
A Forma da Água - Dan Laustsen


  • Melhor Documentário em Longa-Metragem

Abacus: Small Enough to Jail
Faces Places
Icarus
Last Men in Aleppo
Strong Island


  • Melhor Documentário em Curta-Metragem

Edith+Eddie
Heaven is a Traffic Jam on the 405
Heroin(e)
Kayayo: The Living Shopping Baskets
Knife Skills
Traffic Stop


  • Melhor Curta-Metragem

DeKalb Elementary
The Eleven O’Clock
My Nephew Emmett
The Silent Child
Watu Wote/All of Us


  • Melhor Curta em Animação

Dear Basketball - Glen Keane e Kobe Bryant
Garden Party - Victor Caire e Gabriel Grapperon
Lou - Dave Mullins e Dana Murray
Negative Space - Max Porter e Ru Kuwahata
Revolting Rhymes - Jakob Schuh e Jan Lachauer


  • Melhor Figurino

A Bela e a Fera
O Destino de Uma Nação
Trama Fantasma
A Forma da Água
Victoria e Abdul - o Confidente da Rainha


  • Melhor Maquiagem e Cabelo

O Destino de Uma Nação
Extraordinário
Victoria e Abdul - o Confidente da Rainha


  • Melhor Montagem

Em Ritmo de Fuga
Dunkirk
I, Tonya
A Forma da Água
Três Anúncios Para um Crime


  • Melhor Mixagem de Som

Em Ritmo de Fuga
Blade Runner 2049
Dunkirk
A Forma da Água
Star Wars - Os Últimos Jedi


  • Melhor Edição de Som

Em Ritmo de Fuga
Blade Runner 2049
Dunkirk
A Forma da Água
Star Wars - Os Últimos Jedi


  • Melhores Efeitos Visuais

Blade Runner 2049
Guardiões da Galáxia Vol.2
Kong - A Ilha da Caveira
Star Wars - Os Últimos Jedi
Planeta dos Macacos - A Guerra


  • Melhor Design de Produção

A Bela e a Fera
Blade Runner 2049
O Destino de Uma Nação
Dunkirk
A Forma da Água


  • Melhor Canção Original

"Remember Me" - Viva - A Vida é uma Festa - Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez
"This is Me" - O Rei do Show - Benj Pasek e Justin Paul
"Mighty River" - Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi - Mary J. Blige, Raphael Saadiq e Taura Stinson
"Mystery of Love" - Me Chame Pelo Seu Nome - Sufjan Stevens
"Stand Up for Something" - Marshall - Diane Warren e Lonnie R. Lynn


  • Melhor Trilha Sonora Original

Dunkirk - Hans Zimmer
Trama Fantasma - Jonny Greenwood
A Forma da Água - Alexandre Desplat
Star Wars - Os Últimos Jedi - John Williams
Três Anúncios Para um Crime - Carter Burwell





C.R.