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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Body Count - "Body Count" (1992)


"A próxima canção é dedicada a alguns
amigos pessoais meus:
A L.A.P.D.
[Departamento de Polícia de Los Angeles]
A cada policial que já tenha tirado
vantagem de algum deles,
batido ou ferido
por terem cabelos compridos,
por ouvirem o tipo errado de música,
ou por terem a cor errada,
ainda que achassem que fosse motivo para fazê-lo,
Para cada um desses policiais de merda,
Eu gostaria de ter um destes porcos aqui neste estacionamento,
e dar um tiro na porra da cara dele."
"Out of Parking Lot",
introduçao de "Cop Killer"

Motivado em parte pelo incidente ocorrido com o taxista negro Rodney King*, espancado brutalmente por policiais em março de 1991, que acabaram originando os conflitos generalizados em Los Angeles em abril de '92 em virtude da absolvição dos envolvidos, o rapper Ice-T abandonava momentaneamente seu segmento habitual para se dedicar a um projeto musical envolvendo suas outras predileções como o metal, o punk-rock, o hardcore e outros gêneros mais viscerais. O resultado dessa aventura de um rapper/ator é um dos discos mais pesados, agressivos, violentos e destruidores que o rock já viu. Em "Body Count", disco de estreia que leva o mesmo nome de sua banda, Ice-T mira direto na discriminação racial, no abuso policial, nas drogas, na pobreza e sai varrendo tudo a tiros como se fosse uma poderosa metralhadora.
Ice-T é forte, é incisivo é agressivo a cada frase, a cada verso, e quando fala de preconceito racial, ao contrário de grupos como o Public Enemy que só olhava para a discriminação contra o negro, curiosamente trata de chamar a atenção para o racismo inverso também, como na sinistra "Momma's Gotta Die Tonight" na qual uma mãe se opõe a uma relação do filho negro com uma branca e tem um fim assustador.
Sinistra também é a sombria "Voodoo" sobre uma velha feiticeira de New Orleans; bem como a pervertida "Evil Dick" com sua letra sobre um 'pau demoníaco' que se apodera do seu dono, num metal cadenciado com um trecho mais rápido de bataria no qual Ice-T acompanha no vocal simulando uma trepada enlolouquecida. Já "The Winner Loses", a mais leve (sonoramente) do disco trata sobre a tristeza de jovens se perdendo nas drogas, num metal melódico muito bem construído e com uma performance show de bola do ótimo guitarrista de Ernie C.
Mas no geral, a pancadaria predomina e o tema do racismo quase sempre está presente: "KKK Bitch" por exemplo, como se não bastasse sua porradaria sonora que come solta, despertou a ira dos lares americanos, sobremaneira de brancos conservadores e direitistas enrustidos por sua letra extremamente agressiva, explícita e pesada ( "... conheci essa garota branca com um belo rabo, cabelo louro, olhos azuis, seios e coxas grandes (...) Ela fez selvagem comigo no banheiro nos camarins, chupou meu pau como a porra de um vácuo e disse: "Eu te amo, mas meu pai não curte, ele é um filha-da-puta de um graúdo da KKK"). "There Goes the Neighborhood" com seu riff poderoso é outra que aborda o tema de diferenças raciais questionando o por quê de um negro não poder ter uma banda de rock, numa esposta irônica às críticas ao fato dele, Ice-T, oriundo do rap, estar atacando em outro segmento; a aceleradíssima a violenta "Bowels of the Devil" não trata diretamente sobre o assunto mas relata a vida de um negro na penitenciária; e "Body Count Anthem", esta por sua vez quase sem letra (só repete as palavras Body Count e as iniciais BC), é outra pedrada sonora com as guitarras altas e estridentes soando como se fossem um alarme.
Praticamente todas as faixas são entremeadas por pequenas vinhetas que assim como as músicas, igualmente não poupam nada nem ninguém de agressividade e contundência. Numa destas pequenas faixas Ice-T dá estatísticas da comparação do número de negros na prisão com os que estão na faculdade; noutra delas ridiculariza a apresentadora de TV Oprah Winfrey; noutra coloca que o verdadeiro problema das letras de música pop, segundo ele, seria o medo de que as garotas brancas se apaixonem por rapazes negros; ou ainda como na faixa de abertura simula um diálogo entre um homem que pede ajuda a um policial e acaba levando chumbo, introduzindo então para a excelente e pesadíssima "Body Count's in the House" com seus ruídos de sirenes, tiros e perseguições de automóveis.
Mas o ápice do ódio anti-policial de Ice-T aparece mesmo em "Cop Killer", um petardo matador no qual o artista encarna na letra um matador justiceiro especialista em aniquilar homens da lei. A canção é um hardcore rápido com vocal furioso e rajadas de metralhadora substituindo os rolos de bateria a cada entrada do impiedoso refrão, "Cop killer, better you than me /Cop killer, fuck police brutality! /Cop killer, I know your family's grievin' ... fuck 'em! /Cop killer, but tonight we get even" ("Matador de tiras, antes você que eu/ Matador de tiras, foda-se a brutalidade policial! /Matador de tiras, eu sei que do luto da tua família... foda-se eles! /Matador de tiras, esta noite vamos acertar as contas").
A canção caiu como uma bomba nos Estados Unidos e provocou gritaria de todo lado. A polêmica foi tanta que a música que fazia parte da primeira versão do disco, acabou sendo retirada das prensagens posteriores do álbum por opção do próprio  Ice-T mesmo apoiado pela gravadora  para mantê-la se assim quisesse. O resultado de tanta celeuma foi que a música abou virando uma espécie de canção cult que todo mundo conhece, poucos tem em versão original e muitos procuram baixar para de alguma forma ter o tal objeto de tamanha ira na sociedade americana.
Nas edições seguintes do álbum, inclusive na brasileira, que já veio sem "Cop Killer", a banda substituiu a faixa proibida por outra também bem interessante chamada "Freedom of Speech" um rap com sampler de "Foxy Lady" de Jimmi Hendrix e participação especialíssima de Jello Biafra dos Dead Kennedy's.
"Body Count" é um dos discos mais porrada que eu conheço. Uma bomab da primeira à última. disco de tirar o fôlego. É porrada em sonoridade, porrada em letra, porrada em atitude, em contundência, em objetivo e em resultado. Um verdadeiro soco no estômago da família americana, um chute no saco dos racistas, um cuspe no meio da cara das autoridades e uma poderosa e barulhenta saraivada de balas na polícia de Los Angeles. Um os grandes discos dos anos 90 e por certo, pelo 'estrago' que fez, pela barulheira que causou, e mesmo pelas próprias qualidades musicais principalmente, um daqueles álbuns que podem ser considerados fundamentais na história do rock.

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Confrontos de Los Angeles em maio de 1992


FAIXAS:
  1. "Smoked Pork" — 0:46 (Ice-T)
  2. "Body Count's in the House" — 3:24 (Ice-T/Ernie C)
  3. "Now Sports" — 0:04 (Ice-T)
  4. "Body Count" — 5:17 (Ice-T/Ernie C)
  5. "A Statistic" — 0:06 (Ice-T)
  6. "Bowels of the Devil" — 3:43 (Ice-T/Ernie C)
  7. "The Real Problem" — 0:11 (Ice-T)
  8. "KKK Bitch" — 2:52 (Ice-T/Ernie C)
  9. "C Note" — 1:35 (Ernie C)
  10. "Voodoo" — 5:00 (Ice-T/Ernie C)
  11. "The Winner Loses" — 6:32 (Ernie C)
  12. "There Goes the Neighborhood" — 5:50 (Ice-T/Ernie C)
  13. "Oprah" — 0:06 (Ice-T)
  14. "Evil Dick" — 3:58 (Ice-T/Ernie C)
  15. "Body Count Anthem" — 2:46 (Ice-T/Ernie C)
  16. "Momma's Gotta Die Tonight" — 6:10 (Ice-T/Ernie C)
  17. "Out in the Parking Lot" — 0:30 (Ice-T)
  18. "Cop Killer" - 4:09 (Ice-T, Ernie C)
* "Freedom of  Speech" - 4:41 (Ice-T , Biafra, Hendrix)  - faixa que susbstituiu "Cop Killler" a partir da segunda tiragem


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Ouça:
Body Count Body Count (1992)





*Rodney King é um taxista negro que foi violentamente espancado pela polícia de Los Angeles que o havia detido sob a acusação de dirigir em alta velocidade na noite de 3 de março de 1991. O julgamento e absolvição dos agentes policiais envolvidos provocou os violentos tumultos de Los Angeles de 1992. A cena do espancamento, registrada em vídeo por uma testemunha, correu o mundo e causou indignação geral. A absolvição dos policiais, em 29 de abril de 1992, por um juri formado por dez brancos, um negro e um asiático, provocou uma das maiores ondas de violência da história da Califórnia. Foram três dias de confrontos, incêndios, saques, depredações e uma onda de crimes que causaram 58 mortes, deixaram mais de 2800 feridos, destruíram 3.100 estabelecimentos comerciais e causaram prejuízos estimados em mais de 1 bilhão de dólares. Mais tarde, após os distúrbios, em 17 de abril de 1993 por volta das 7 horas da manhã, num novo julgamento, foi tomada a decisão de condenação de dois agentes dos distúrbios de Los Angeles, e a absolvição de outros dois.
fonte: Wikipedia

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

ÁLBUNS FUNDAMENTAIS ESPECIAL 13 anos do ClyBlog - Body Count - "Carnivore" (2020)



"Eu estava ouvindo metal normal e punk rock como Black Flag, Slayer, Suicidal. 
Esses foram grupos que realmente nos influenciaram. 
Eu pensava, aqueles caras que não estavam realmente cantando. 
Eles meio que gritavam, e eu podia fazer aquilo (...)
Nós escolhemos o estilo. 
O hardcore de Nova York foi muito influente.
Eu pensava, nós podemos fazer aquilo! 
Mas nunca o chamamos de rap rock. 
Eu realmente não gosto desse termo porque não é realmente rap rock. 
Rap é diferente. Rap é funkeado. 
Eu acho que se você latir os vocais em uma cadência e rima, você pode chamá-lo de rap rock. 
Não sei se Rage Against The Machine é rap rock. Rap é diferente. 
Eu só chamo de hardcore."
Ice-T sobre as origens
 e influências do Body Count



Resolvi falar de uma banda obvia na minha playlist desde 1992: Body Count.
Sou um fã incondicional e acompanho a banda desde sempre, mas nesse ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, para ser mais específico, quero destacar um disco que na minha opinião é um marco histórico, assim como foi o homônimo "Body Count", de 1992. "Carnivore" é uma paulada atrás da outra e ainda tem uma capa fenomenal criada por Zbigniew M. Bielak, cuja arte, toda vez que olho, percebo algo novo.
Disco lançado em março de 2020, é um álbum fundamental pois, além de várias pauladas como "Carnivore", "Bum-Rush", "When I'm Gone", com a participação da Amy Lee (ex-Evanescense), "Carnivore" ainda tem a monstruosa cover de, ninguém menos que, Motörhead, com "Ace of Spades"; uma paulada do primeiro disco de Ice Mothafuckin' T, "A Six in The Morning", que recebeu um trato violento; e, para meu delírio uma regravação de "Colors" que ficou uma animalice, com algo que eu, Lucio, já havia feito lá em 1994, que foi colocar uma distorção feladaputa num baixo, mas é claro, loooonge da minha tentativa, até porque não somos o Body Count (rsrsrsrs). 
O detalhe interessante é que o vinil, que, a propósito, é fenomenal, vem com um CD junto para dar de presente ou ouvir no carro, além de mais um pôster animal da banda.
Também é interessante mencionar que a música "Bum-Rush" foi premiada com o Grammy de melhor performance de heavy-metal de 2020. Mais do que merecido!
Enfim, "Carnivore" um álbum fundamental pelo qual estou viciado. Coisa que há muito não acontecia.



por  L U C I O  A G A C Ê


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FAIXAS:

1. Carnivore
2. Point the Finger (com Riley Gale)
3. Bum-Rush
4. Ace of Spades
5. Another Level (com Jamey Jasta)
6. Colors (2020)
7. No Remorse
8. When I’m Gone (com Amy Lee)
9. Thee Critical Beatdown
10. The Hate Is Real
11. 6 in Tha Morning (2020) (demo inédita)

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Ouça:
Body Count  - Carnivore (2020)






Lucio Agacê
 é músico, produtor e DJ.
É integrante das bandas Causa Mortis, Vômitos e Náuseas, entre outros projetos musicais. 
Nascido em Porto Alegre
Reside em Sapucaia do Sul - RS








sábado, 3 de dezembro de 2022

“Racionais - Das Ruas de São Paulo Pro Mundo”, de Juliana Vicente (2022)


“Ai o cara assiste o show do Dr. Dre, vê os caras saindo de um telão tridimensional, fica inspirado e pensa o seguinte: ‘Vou fazer um Rap, porque rap é o que liga!’ E então o cara acorda!”
Mano Brown

Eu poderia começar esse texto com um milhão de relatos iguais a esse, inclusive o meu, e de outros tantos pretos periféricos que um dia ouviram e sentiram o peso da batida rap e a sensação de ser protagonista de alguma coisa relevante pelo menos uma vez!

Mas estou aqui sentado teclando no meu notebook para falar a história de quatro negros periféricos que foram salvos pelo rap: os Racionais MC’s simplesmente o maior grupo de rap do País, que ultimamente estrearam com um documentário maravilhoso na Netflix, “Racionais - Das Ruas de São Paulo Pro Mundo”, de Juliana Vicente. Lógico, eu assisti e tenho certeza que como os outros tantos pretos que citei antes, eu me identifiquei... mas logo mais eu explico.

Verão de 1988, Vila Jardim, Porto Alegre. Tenho claro em minha memória o dia que ouvi a primeira vez as palavras RAP FUNK SOUL saindo da boca de um falecido primo, o Sandro, Lembro de estarmos nos preparando para ir até a Mariland, uma rua próxima ao Centro Histórico, para ajudar o Sérgio, seu irmão mais velho, a guardar uns carros e fazer uns trocos para ir curtir um baile no Jara Musisom. Naquele momento eu senti a onda funk, o movimento vivo, a mobilização da massa black para ter um momento de diversão, uma folga do sofrimento cotidiano.

Cena do filme com a banda reunida lembrando e
refletindo sobre o passado, o presente e o futuro
Os bailes black eram como templos sagrados. Os irmãos vestiam a melhor roupa, erguiam seus black powers e celebravam a vida... Por que estou contando isso?

Porque aconteceu em todo o País, como contam os Racionais no documentário. As equipes de som eram quem faziam os eventos. Elas tinham a máquina nas mãos. Comigo foi a JS Musisom que tive o primeiro contato com o rap sendo feito ao vivo e nós, pretos, às vezes tínhamos uma oportunidade de mostrar na dança ou na expressão falada do rap algum tipo de talento. Nessa época, ainda não conhecíamos Racionais. As rimas eram toscas e feitas basicamente para animar o público. O show era do DJ, Nessa época, conheci o Nego Jay e montamos os Donos da Noite, que veio a ser um embrião da Código Penal.

Lá em São Paulo, os integrantes da Racionais (Mano Brown, Ice Blue, KL Jay e Edi Rock) se encontravam na São Bento, na região central. Aqui, era na Rua dos Andradas, Centro de Porto Alegre, e assim como lá, aqui as equipes davam essa abertura com festivais de música e tudo acontecia. Essa revolução aconteceu meio que simultaneamente em todo mundo, um levante negro como eu vejo acontecendo hoje, em 2022, desde o movimento #Blackslivesmetter até os festivais Afropunk por aí afora.

Mas voltando aos Racionais MCs, vejo organização, vejo atitude, vejo uma revolução necessária para um país recém saído de uma ditadura onde o jovem negro sempre foi visto como marginal, padrão e, mesmo parecendo redundante, não tem como escrever sem comparar a história deles com a minha. Os caras mudaram a forma do Brasil fazer rap, mudaram a linguagem e tiveram a coragem que muitos até hoje não têm. 

“Racionais - Das Ruas de São Paulo Pro Mundo”, no Netflix. Imperdível!

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trailer de “Racionais - Das Ruas de São Paulo Pro Mundo”


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Algumas referências: 

“Fear of a Black Planet, da Public Enemy

“The Revolution Will not be Televised”, de Gil Scott-Heron

“Power”, de Ice T

Lucio Agacê


quinta-feira, 29 de março de 2012

The Horrors - "Primary Colours" (2008)


"E quando eu lhe disse
que tinha uma outra garota
havia me chamado a atenção,
Ela chorou.
E eu a beijei,
com um beijo que
só poderia significar um adeus"
trecho de "Who Can Say"




Descobri o The Horrors em Londres.
Eu estava em uma loja de CD's, a HMV, quando ouço aquele som muito interessante tocar nos alto-falantes da loja. Puxa! Que bom isso, hein! Talvez até já fosse conhecido no Brasil, mas pra mim era novidade. Lembrava o som dos góticos dos anos 80 mas tinha identidade própria. A voz era algo entre um Ian Curtis e um Peter Murphy, o som tinha a crueza do punk do Joy Division, as atmosferas do The Cure, o barulho de Jesus and Mary Chain, o experimentalismo de um Sonic Youth. Bom isso, hein!
Perguntei a uma vendedora que som era aquele e ela me disse que era de uma banda chamada The Horrors, e me mostrou o CD que estava em destaque no balcão. Para minha surpresa, não apenas o som remetia aos darks oitentistas, a capa do álbum era uma referência clara (ou escura) ao disco clássico do The Cure, "Pornography" de 1982. Aí fui ver o nome das músicas e as referências àquele pessoal da minha época aumentava na medida que muitos dos nomes das canções remetiam de certa forma a títulos da banda Joy Division, como "The New Ice Age" (quase igual a "Ice Age" do Joy Division); Can You Remember (lembrando "I Remember Nothing", também do Joy); Three Decades, de certa forma remetendo a "Decades" e "I Can't Control Myself" ao controle perdido do clássico "She's Lost Control" da banda de Ian Curtis. Coincidência?
Até acho que não. Mas em defesa deles, deve-se dizer que mesmo os nomes tendo certa semelhança, tais faixas não tem nenhuma relação direta com a sua correspondente do grupo de Manchester.
Mas semelhanças à parte, o fato é que nem todas essas referências, homenagens, inspirações fazem de "Primary Colours" de 2008 um arremedo dos discos do pós-punk do início da década de 80. Com personalidade, com qualidade, com incremento de elementos mais atuais e com uma produção caprichada do Portishead Geoff Barrow, trouxeram de volta o climão pesado e sombrio de outrora, a melancolia barulhenta dos shoegazers e a tradicional psicodelia do rock britânico, em um dos melhores trabalhos de bandas dos últimos tempos.
Rigorosamente todas as faixas são ótimas mas em especial a de abertura, "Mirror's Image", ruidosa, perturbadora e viajante; "Who Can Say", canção de amor triste cheia de guitarras flutuantes ao melhor estilo My Bloody Valentine; a que dá nome ao disco, "Primary Colours", colorida sob os matizes do punk na faixa provavelmente mais pegada e básica do disco; e a excepcional "Sea Within' a Sea", faixa longa, de estrutura um pouco mais complexa, bem trabalhada e encantadoramente sombria que encerra de maneira gloriosa este ótimo álbum.
Soube depois que o grupo não era bem assim em seu primeiro disco, que passou por uma certa transformação e que era algo tipo um Strokes, um Libertines ou algo do tipo, só que ruim. Bom..., ainda bem que o que eu conheci foi a banda do segundo disco. Nunca me interessei em ouvir o trabalho anterior e nem preciso. Tenho certeza que não pode ser melhor que isso e que a transformação, que dizem ter ocorrido, por certo foi para melhor. E mesmo, se um dia 'der na veneta' e venham a desistir dessa linha, dessa sonoridade, mudem de ideia de novo, resolvam ser extremamente pop e fazer música para o grande público, já terão deixado um dos grandes discos deste início de século.
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FAIXAS:
1."Mirror's Image" – 4:51
2."Three Decades" – 2:50
3."Who Can Say" – 3:41
4."Do You Remember" – 3:28
5."New Ice Age" – 4:25
6."Scarlet Fields" – 4:43
7."I Only Think of You" – 7:07
8."I Can't Control Myself" – 3:28
9."Primary Colours" – 3:02
10."Sea Within a Sea" – 7:59
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Ouça:
The Horrors Primary Colours


Cly Reis

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Música da Cabeça - Programa #129


Não tem jeito: nem a bala que atinge inocentes, nem a ofensa a nossos ídolos, nem discursos desastrosos nos abalam. Vejam só o quão forte está o Música da Cabeça de hoje: João Gilberto, Echo & The Bunnymen, Trio Mocotó, Ice-T, Tim Maia e Pixies são apenas algumas mostras disso. Se você é dos que seguram todas mesmo em meio a tanta perversidade, é sinal que você merece escutar o MDC. É às 21h, na Rádio Elétrica. Produção, apresentação e casca grossa: Daniel Rodrigues.


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

segunda-feira, 7 de março de 2022

Beastie Boys - "Ill Communication" (1994)

 

"Rapazes que incorporam estados de anarquia para a excelência interna." 
tradução para o significado da palavra "Beastie", originalmente: "Boys Entering Anarchistic States Towards Inner Excellence"

O rap, por sua natureza humilde e marginal, levou certo tempo para se maturar musicalmente. Vindos do gueto, fossem negros ou imigrantes, os primeiros artistas do hip-hop não tinham a menor condição de comprar instrumentos, por isso a ideia genuína de criarem sua música através de colagens de outras já feitas. Um DJ com LPs de vinil, uma mesa amplificada e um MC já bastavam. Uma solução genial, mas que custou um certo atraso de desenvolvimento ao estilo em termos harmônicos e melódicos (isso sem falar nas letras), desde as linhas simplórias, a melodia de voz quaternária e a sonoridade pouco elaborada. Somente em 1988, quando a Public Enemy lança “It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back” com um mês de diferença para “Straight Outta Compton”, da N.W.A., que o rap, finalmente, evolui. Ambas as bandas são as responsáveis por injetar ao gênero variações melódicas diversas, ampliarem-lhe as referências e usarem com criatividade (e sem economia) os samples e scratches, os quais se descobriu poderem ser não apenas um detalhe, mas um elemento da própria melodia ou arranjo. 

Os Beastie Boys, se também pegaram no seu começo essa fase ingênua do rap com o aclamado – mas fraco – “Licensed to Ill”, de 1986, por outro lado, evoluíram mais rápido que qualquer outro artista ou banda do gênero, o que talvez seja explicado por sua origem distinta. Brancos e de ascendência judaica, Michael Diamond (Mike D), Adam Yauch (MCA) e Adam Horovitz (Ad-Rock) vinham da cena hardcore, “primo pobre” do estelar mundo pop, e se gozavam de condição social diferente da maioria de seus colegas rappers, tinham no grito punk um fator igualitário. Tanto que, já em “Paul’s Boutique”, de 1989, seu segundo álbum, mostram, não sem certa resistência pela cor da pele clara, esse alto nível de maturidade musical e, a partir dali, não pararam mais de progredir até chegarem a “Check Your Head”, de 1992, inaugurando o que pode ser chamado de rap moderno. 

O trio não apenas passa a construir músicas bastante elaboradas, com colagens inteligentes e bem acabadas, como evoluem no modo de cantar, intercalando (ou não) as vozes e no proveito de outros ritmos que não só o funk, como é comum ao rap. Tem o groove a la James Brown, claro, mas tem jazz, música latina, soul, AOR, psicodelia e... hardcore! Forjados nos pubs alternativos de Nova York, passam a integrar sem constrangimento sua veia punk ao rap. Eles entenderam que haviam chegado onde ninguém jamais havia conseguido. Cientes disso, concebem “Ill Communication”, de 1994, mostrando que ainda era possível dar passos adiante mesmo depois de terem chegado à sua obra-prima 2 anos antes. 

Os Beastie Boys abrem “Ill...” com “Sure Shot”, um exemplo claro do art rap que somente anos depois MF Doom atingiria. Big beat, controle total do andamento, variações de ritmo e os samples, diversos, comandados pelo DJ Hurricane e totalmente a serviço da arquitetura sonora. Com esta joia abrem em alto estilo o disco, repetindo o feito de “Check...” com a faixa inaugural “Jimmy James”. Seguros de sua música, eles emendam “Tough Guy”, um hardcore puro, tiro curto, no melhor estilo baixo-guitarra-bateria tal como aprenderam com os ídolos Bad Brains no início dos anos 80. São os rapazes dando a entender que não voltavam depois de seu aclamado trabalho para brincar. Queriam mais.

Como já vinham exercitando desde “Paul’s...”, os Beastie Boys engendram uma música de tamanha plasticidade, que é difícil distinguir o que é sampleado, o que é programação e o que é tocado, resultado o qual devem grandemente ao produtor brasileiro Mário Caldato Jr., peça fundamental para esta virada evolutiva promovida pela banda. Certamente, é por influência de Caldato que as sonoridades brasileiras começaram a aparecer, solidificando-se em “Ill...”. “Shmabala” e “Sabrosa” são provas disso.

Com seu ritmo marcadamente funk, o rap dá o tom, seja na psicodélica "B-Boys Makin' With The Freak Freak", na magnífica “Root Down”, cheia de groove e na qual não dá pra identificar o que é tocado ou sampleado, ou “Get It Together”, rapzão gangsta de dar inveja em muito negrão metido a perigoso. Porém, a variedade de ritmos aparece como em nenhum disco do gênero até então, bem como a pegada hardcore, que entremeia a narrativa desta ópera-rap. É o caso da já citada “Sabrosa”, um funk suingado e de pegada latina – a se ver pelas percussões – e que é um dos sete temas instrumentais de “Ill...”. Também, “The Update”, outra com lances caribenhos e um contrabaixo sampleado de algum jazz muito bem pescado. Mas a química se dá principalmente na clássica “Sabotage”, misto perfeito entre as duas vertentes da banda, o hip-hop e o hardcore, e provavelmente a melhor música da carreira da banda. Hit do álbum, “Sabotage” tem ainda aquele que é considerado não-oficialmente o melhor videoclipe de todos os tempos, em que os integrantes da Beastie Boys, dirigidos pelo cineasta Spike Jonze, vivem um canastrão filme policial B.

O histórico clipe de "Sabotage", de Jonze

Diferencial do disco também são as instrumentais, que adensam esse caráter peculiar de um grupo que achou seu caminho. A psicoldelia de “Bobo On The Corner” casa com o funk pesadão de “Futterman's Rule”, bem como com a arábica “Eugene's Lament” e o jazz fusion de “Ricky's Theme”, clara homenagem ao primeiro produtor da banda, o lendário Rick Rubin. 

Evidentemente, não pode faltar nesta “música de plástico” dos Beastie Boys mais rap e mais rock. “All right, scratch right now”, diz a abertura de “Alright Hear This”. É fácil supor que vem um show de scratches e samples, que variam e se entrecortam, tudo sob uma base de baixo acústico (sampledo, tocado?). “The Scoop” e “Bodhisattva Vow” seguem na linha de rap ornado de brilhantes ideias, como um canto gregoriano servindo de base que sacam sabe-se lá de onde, ou “Flute Loop”, cujo nome já indica que se valem do som de uma flauta para o riff – o que executam com precisão, aliás. Em compensação, o hardcore mantém-se presente, caso de “Heart Attack Man”. Mais uma instrumental: assim como “Ricky’s...” com cara de trilha sonora de série de TV, “Transitions”, parceria com Money Mark, vem para fechar um disco de quase 1 hora de duração e 20 faixas, mas que em nenhum momento fica cansativo.

De forma parecida, os Beastie Boys e a Body Count, do também rapper Ice-T, promoveram naquele início de anos 90 uma aproximação aparentemente improvável, mas bastante lógica entre rap e punk. Os gêneros, marginais em suas concepções e filosofia, tinham, sim, muito a ver um com outro, mas ninguém ainda havia se dado conta com tamanha perspicácia. No caminho aberto por “Check...”, o trio nova-iorquino consolida em “Ill...” essa revolução na música pop, que muito serviu para quebrar preconceitos, sejam musicais ou raciais mostrando que homens brancos também sabiam enterrar. Afinal, tanto o rap quanto punk sabe que, para se mudar alguma coisa nesse mundo tão desigual, é necessário incorporar uma boa dose de anarquia para a excelência, seja pessoal ou coletiva.

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FAIXAS:
1 - "Sure Shot" (Beastie Boys/Caldato/DJ Hurricane) – 3:19
2 - "Tough Guy" (AWOL/Beastie Boys) –:57
3 - "B-Boys Makin' with the Freak Freak" (Beastie Boys) – 3:36
4 - "Bobo on the Corner" (Beastie Boys/Bobo/Money Mark) – 1:13
5 - "Root Down" (Beastie Boys) – 3:32
6 - "Sabotage" (Beastie Boys) – 2:58
7 - "Get It Together" (com Q-Tip) (Beastie Boys/Davis) – 4:05
8 - "Sabrosa" (Beastie Boys/Bobo/Money Mark) – 3:29
9 - "The Update" (Beastie Boys/Caldato/Money Mark) – 3:15
10 - "Futterman's Rule" (Beastie Boys/Money Mark) – 3:42
11 - "Alright Hear This" (Beastie Boys) – 3:06
12 - "Eugene's Lament" (Beastie Boys/Bobo/Gore/Money Mark) – 2:12
13 - "Flute Loop" (Beastie Boys/Caldato) – 1:54
14 - "Do It" (Beastie Boys/Biz Markie/Caldato/Money Mark) – 3:16
15 - "Ricky's Theme" (Beastie Boys/Bobo/Money Mark) – 3:43
16 - "Heart Attack Man" (AWOL/Beastie Boys) – 2:14
17 - "The Scoop" (Beastie Boys/Caldato) – 3:36
18 - "Shambala" (Beastie Boys/Bobo/Money Mark) – 3:40
19 - "Bodhisattva Vow" (Beastie Boys/Caldato) – 3:08
20 - "Transitions" (Beastie Boys/Money Mark) – 2:31

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OUÇA O DISCO:


Daniel Rodrigues

sábado, 26 de agosto de 2023

SUPER-ÁLBUNS FUNDAMENTAIS Especial de 15 anos do ClyBlog - 15 discos impecáveis da primeira à última faixa




Amigos do clyblog, muito honrado pelo convite de contribuir com essa resenha rockeira! 
Vou falar sobre um assunto que com certeza já foi bastante debatido nas redes, que é o fato de 
que hoje em dia, o mercado musical só produz single ou E.P.! São muitos artistas com sucesso 
de uma música só! E isso não é exclusividade do universo tupiniquim. Sempre existiram bandas 
que só fizeram sucesso com uma música. Mas o projeto hoje em dia é só comercial. Vender, 
esgotar, exaurir a paciência até que a música vire jingle de supermercado. Faz parte!

Venho compartilhar com vocês algumas memórias afetivas de uma época onde o álbum era o 
auge do artista. Ali ele colocava toda coerência estética e criatividade, todo seu ineditismo e sua 
inventividade artística, do "Lado A ao Lado B". Estou falando de um tempo em que o vinil reinava 
e chiava nas nossas vitrolas e, talvez, esse universo analógico e antológico sempre tenha seu 
lugar. Seja Pop, underground, vintage… Quem não adoraria ter o disco da sua banda favorita em 
vinil, mesmo nos dias de hoje? O vinil não saiu de moda, ficou caro!!! Hoje é só dar o play no 
WAVE e MP3 e pronto: random na veia! 

 Fiz esse pequeno preâmbulo para situar a galera no tempo e trazer, na minha visão, alguns 
dos álbuns fonográficos que são verdadeiras "obras completas". Não tem música ruim: o disco 
é bom do começo ao fim!

Segue abaixo os 15 mais, mas com certeza tem muuuito mais… 

E você que está lendo, pensa aí e me diz, qual álbum você acha perfeito, do início ao fim?

★★★★★★

1 - Pink Floyd - "The Wall" (1979)


FAIXAS:
1. "In the Flesh?"  
2. "The Thin Ice"  
3. "Another Brick in the Wall (Part I)"  
4. "The Happiest Days of Our Lives"  
5. "Another Brick in the Wall (Part II)"  
6. "Mother"  
7. "Goodbye Blue Sky"  
8. "Empty Spaces"  
9. "Young Lust"  
10. "One of My Turns"  
11. "Don't Leave Me Now"  
12. "Another Brick in the Wall (Part III)"  
13. "Goodbye Cruel World" 

14. "Hey You"  
15. "Is There Anybody Out There?"  
16. "Nobody Home"  
17. "Vera"  
18. "Bring the Boys Back Home"  
19. "Comfortably Numb"  
20. "The Show Must Go On"  
21. "In the Flesh"  
22. "Run Like Hell"  
23. "Waiting for the Worms"  
24. "Stop"  
25. "The Trial"  
26. "Outside the Wall"  

Ouça:



2 - Dire Straits - "Brothers In Arms" (1985)


FAIXAS:
1. So Far Away
2. Money for Nothing
3. Walk of Life
4. Your Latest Trick
5. Why Worry
6. Ride Across the River
7. The Man's Too Strong
8. One World
9. Brothers in Arms  

Ouça:



3 - Santana - "Santana" (1969)


FAIXAS:
1."Waiting"
2. "Evil Ways" 
3. "Shades of Time" 
4. "Savor"
5. "Jingo" 
6. "Persuasion" 
7. "Treat"
8. "You Just Don't Care"
9. "Soul Sacrifice" 

Ouça:



4 - Yes - "Close to the Edge" (1972)


FAIXAS:
1.Close to the Edge
  • I. The Solid Time of Change
  • II. Total Mass Retain
  • III. I Get Up I Get Down
  • IV. Seasons of Man
2.And You and I
  • I. Cord of Life
  • II. Eclipse
  • III. The Preacher the Teacher
  • IV. The Apocalypse
3.Siberian Khatru

Ouça:



5 - Legião Urbana - "Dois" (1986)


FAIXAS:
1. Daniel Na Cova Dos Leões 
2. Quase Sem Querer 
3. Acrilic On Canvas 
4. Eduardo e Mônica 
5. Central Do Brasil 
6. Tempo Perdido
7. Metrópole 
8. Plantas Embaixo do Aquário 
9. Música Urbana 2 
10. Andrea Doria 
11. Fábrica 
12. Índios

Ouça:



6 - Red Hot Chilli Peppers - "Californication" (1999)


FAIXAS:
1. Around the World
2. Parallel Universe
3. Scar Tissue
4. Otherside
5. Get on Top
6. Californication
7. Easily
8. Porcelain
9. Emit Remmus
10. I Like Dirt
11. This Velvet Glove
12. Savior
13. Purple Stain
14. Right on Time
15. Road Trippin

Ouça:



7 - A Cor do Som - "Ao Vivo: Montreux International Jazz Festival" (1980)


FAIXAS:
1. "Dança Saci"
2. "Chegando da Terra"
3. "Arpoador"
4. "Cochabamba"
5. "Brejeiro"
6. "Espírito Infantil"
7. "Festa na Rua"
8. "Eleanor Rigby"
 
Ouça:

 
 
8 - Linkin Park - "Live in Texas" (2003)


FAIXAS:
1. Somewhere I Belong
2. Lying from You
3. Papercut
4. Points of Authority
5. Runaway
6. Faint
7. From the Inside
8. Pushing Me Away
9. Numb
10. Crawling
11. In the End
12. One Step Closer

Ouça:


9 - Rush - "Moving Pictures" (1981)


FAIXAS:
1. Tom Sawyer
2. Red Barchetta
3. YYZ
4. Limelight
5. The Camera Eye
6. Witch Hunt
7. Vital Signs

Ouça:



10 - Led Zeppelin - "Led Zeppelin" ou "Led Zeppelin I" (1969)


FAIXAS:
1. Good Times Bad Times
2. Babe I’m Gonna Leave You
3. You Shook Me
4. Dazed And Confused
5. Your Time Is Gonna Come
6. Black Mountain Side
7. Communication Breakdown
8. I Can’t Quit You Baby
9. How Many More Times

Ouça:



11 - Jimi Hendrix - "Electric Ladyland" (1968)


FAIXAS:
1. …And The Gods Made Love
2. Have You Ever Been (To Electric Ladyland)
3. Crosstown Traffic
4. Voodoo Child
5. Little Miss Strange
6. Long Hot Summer Night
7. Come On
8. Gypsy Eyes
9. The Burning Of The Midnight Lamp
10. Rainy Day, Dream Away
11. 1983… (A Merman I Should Turn To Be)
12. Moon, Turn The Tides… Gently, Gently Away
13. Still Raining, Still Dreaming
14. House Burning Down
15. All Along The Watchtower
16. Voodoo Child (Slight Return)

Ouça:



12 - Kraftwerk - "Electric Café" ou "Techno Pop" (1986)


FAIXAS:
1. Boing Boom Tschak
2. Techno Pop
3. Musique Non Stop
4. The Telephone
5. Sex object
6. Electric Cafe

Ouça:



13 - Secos e Molhados - "Secos e Molhados" (1971)



FAIXAS:
1. Sangue Latino
2. O Vira
3. O Patrão Nosso de Cada Dia
4. Amor
5. Primavera nos Dentes
6. Assim Assado
7. Mulher Barriguda
8. El Rey
9. Rosa de Hiroshima
10. Prece Cósmica
11. Rondó do Capitão
12. As Andorinhas
13. Fala

Ouça:



14 - Jethro Tull - "Benefit" (1970)


FAIXAS:
1. With You There To Help Me 
2. Nothing To Say 
3. Alive And Well And Living In 
4. Son 
5. For Michael Collins, Jeffrey And Me
6. To Cry You A Song 
7. A Time For Everything ? 
8. Inside 
9. Play In Time 
10. Sossity; You're A Woman

Ouça:



15 - Bob Marley & The Wailers - "Legend" (1984)


FAIXAS:
1. Is This Love
2. No Woman, No Cry (Live)
3. Could You Be Loved
4. Three Little Birds
5. Buffalo Soldier
6. Get Up, Stand Up
7. Stir It Up
8. One Love / People Get Ready
9. I Shot the Sheriff
10. Waiting in Vain
11. Redemption Song
12. Satisfy My Soul
13. Exodus
14. Jamming

Ouça:



por J O Ã O   M A R C E L O   H E I N Z


★★★★★★



João Marcelo Heinz
é músico, compositor, produtor musical e educador com 30 anos de estrada.
É integrante da banda Cidadão Free, com trabalho pop-rock autoral e com versões de 
clássicos do rock nacional e internacional
Tem participações em produções para cinema, composições audiovisuais para artes plásticas, dirigiu peças teatrais, além de ter sido produtor musical e de eventos do centro cultural Othello, na Lapa, no Rio de Janeiro.