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segunda-feira, 7 de março de 2022

Beastie Boys - "Ill Communication" (1994)

 

"Rapazes que incorporam estados de anarquia para a excelência interna." 
tradução para o significado da palavra "Beastie", originalmente: "Boys Entering Anarchistic States Towards Inner Excellence"

O rap, por sua natureza humilde e marginal, levou certo tempo para se maturar musicalmente. Vindos do gueto, fossem negros ou imigrantes, os primeiros artistas do hip-hop não tinham a menor condição de comprar instrumentos, por isso a ideia genuína de criarem sua música através de colagens de outras já feitas. Um DJ com LPs de vinil, uma mesa amplificada e um MC já bastavam. Uma solução genial, mas que custou um certo atraso de desenvolvimento ao estilo em termos harmônicos e melódicos (isso sem falar nas letras), desde as linhas simplórias, a melodia de voz quaternária e a sonoridade pouco elaborada. Somente em 1988, quando a Public Enemy lança “It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back” com um mês de diferença para “Straight Outta Compton”, da N.W.A., que o rap, finalmente, evolui. Ambas as bandas são as responsáveis por injetar ao gênero variações melódicas diversas, ampliarem-lhe as referências e usarem com criatividade (e sem economia) os samples e scratches, os quais se descobriu poderem ser não apenas um detalhe, mas um elemento da própria melodia ou arranjo. 

Os Beastie Boys, se também pegaram no seu começo essa fase ingênua do rap com o aclamado – mas fraco – “Licensed to Ill”, de 1986, por outro lado, evoluíram mais rápido que qualquer outro artista ou banda do gênero, o que talvez seja explicado por sua origem distinta. Brancos e de ascendência judaica, Michael Diamond (Mike D), Adam Yauch (MCA) e Adam Horovitz (Ad-Rock) vinham da cena hardcore, “primo pobre” do estelar mundo pop, e se gozavam de condição social diferente da maioria de seus colegas rappers, tinham no grito punk um fator igualitário. Tanto que, já em “Paul’s Boutique”, de 1989, seu segundo álbum, mostram, não sem certa resistência pela cor da pele clara, esse alto nível de maturidade musical e, a partir dali, não pararam mais de progredir até chegarem a “Check Your Head”, de 1992, inaugurando o que pode ser chamado de rap moderno. 

O trio não apenas passa a construir músicas bastante elaboradas, com colagens inteligentes e bem acabadas, como evoluem no modo de cantar, intercalando (ou não) as vozes e no proveito de outros ritmos que não só o funk, como é comum ao rap. Tem o groove a la James Brown, claro, mas tem jazz, música latina, soul, AOR, psicodelia e... hardcore! Forjados nos pubs alternativos de Nova York, passam a integrar sem constrangimento sua veia punk ao rap. Eles entenderam que haviam chegado onde ninguém jamais havia conseguido. Cientes disso, concebem “Ill Communication”, de 1994, mostrando que ainda era possível dar passos adiante mesmo depois de terem chegado à sua obra-prima 2 anos antes. 

Os Beastie Boys abrem “Ill...” com “Sure Shot”, um exemplo claro do art rap que somente anos depois MF Doom atingiria. Big beat, controle total do andamento, variações de ritmo e os samples, diversos, comandados pelo DJ Hurricane e totalmente a serviço da arquitetura sonora. Com esta joia abrem em alto estilo o disco, repetindo o feito de “Check...” com a faixa inaugural “Jimmy James”. Seguros de sua música, eles emendam “Tough Guy”, um hardcore puro, tiro curto, no melhor estilo baixo-guitarra-bateria tal como aprenderam com os ídolos Bad Brains no início dos anos 80. São os rapazes dando a entender que não voltavam depois de seu aclamado trabalho para brincar. Queriam mais.

Como já vinham exercitando desde “Paul’s...”, os Beastie Boys engendram uma música de tamanha plasticidade, que é difícil distinguir o que é sampleado, o que é programação e o que é tocado, resultado o qual devem grandemente ao produtor brasileiro Mário Caldato Jr., peça fundamental para esta virada evolutiva promovida pela banda. Certamente, é por influência de Caldato que as sonoridades brasileiras começaram a aparecer, solidificando-se em “Ill...”. “Shmabala” e “Sabrosa” são provas disso.

Com seu ritmo marcadamente funk, o rap dá o tom, seja na psicodélica "B-Boys Makin' With The Freak Freak", na magnífica “Root Down”, cheia de groove e na qual não dá pra identificar o que é tocado ou sampleado, ou “Get It Together”, rapzão gangsta de dar inveja em muito negrão metido a perigoso. Porém, a variedade de ritmos aparece como em nenhum disco do gênero até então, bem como a pegada hardcore, que entremeia a narrativa desta ópera-rap. É o caso da já citada “Sabrosa”, um funk suingado e de pegada latina – a se ver pelas percussões – e que é um dos sete temas instrumentais de “Ill...”. Também, “The Update”, outra com lances caribenhos e um contrabaixo sampleado de algum jazz muito bem pescado. Mas a química se dá principalmente na clássica “Sabotage”, misto perfeito entre as duas vertentes da banda, o hip-hop e o hardcore, e provavelmente a melhor música da carreira da banda. Hit do álbum, “Sabotage” tem ainda aquele que é considerado não-oficialmente o melhor videoclipe de todos os tempos, em que os integrantes da Beastie Boys, dirigidos pelo cineasta Spike Jonze, vivem um canastrão filme policial B.

O histórico clipe de "Sabotage", de Jonze

Diferencial do disco também são as instrumentais, que adensam esse caráter peculiar de um grupo que achou seu caminho. A psicoldelia de “Bobo On The Corner” casa com o funk pesadão de “Futterman's Rule”, bem como com a arábica “Eugene's Lament” e o jazz fusion de “Ricky's Theme”, clara homenagem ao primeiro produtor da banda, o lendário Rick Rubin. 

Evidentemente, não pode faltar nesta “música de plástico” dos Beastie Boys mais rap e mais rock. “All right, scratch right now”, diz a abertura de “Alright Hear This”. É fácil supor que vem um show de scratches e samples, que variam e se entrecortam, tudo sob uma base de baixo acústico (sampledo, tocado?). “The Scoop” e “Bodhisattva Vow” seguem na linha de rap ornado de brilhantes ideias, como um canto gregoriano servindo de base que sacam sabe-se lá de onde, ou “Flute Loop”, cujo nome já indica que se valem do som de uma flauta para o riff – o que executam com precisão, aliás. Em compensação, o hardcore mantém-se presente, caso de “Heart Attack Man”. Mais uma instrumental: assim como “Ricky’s...” com cara de trilha sonora de série de TV, “Transitions”, parceria com Money Mark, vem para fechar um disco de quase 1 hora de duração e 20 faixas, mas que em nenhum momento fica cansativo.

De forma parecida, os Beastie Boys e a Body Count, do também rapper Ice-T, promoveram naquele início de anos 90 uma aproximação aparentemente improvável, mas bastante lógica entre rap e punk. Os gêneros, marginais em suas concepções e filosofia, tinham, sim, muito a ver um com outro, mas ninguém ainda havia se dado conta com tamanha perspicácia. No caminho aberto por “Check...”, o trio nova-iorquino consolida em “Ill...” essa revolução na música pop, que muito serviu para quebrar preconceitos, sejam musicais ou raciais mostrando que homens brancos também sabiam enterrar. Afinal, tanto o rap quanto punk sabe que, para se mudar alguma coisa nesse mundo tão desigual, é necessário incorporar uma boa dose de anarquia para a excelência, seja pessoal ou coletiva.

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FAIXAS:
1 - "Sure Shot" (Beastie Boys/Caldato/DJ Hurricane) – 3:19
2 - "Tough Guy" (AWOL/Beastie Boys) –:57
3 - "B-Boys Makin' with the Freak Freak" (Beastie Boys) – 3:36
4 - "Bobo on the Corner" (Beastie Boys/Bobo/Money Mark) – 1:13
5 - "Root Down" (Beastie Boys) – 3:32
6 - "Sabotage" (Beastie Boys) – 2:58
7 - "Get It Together" (com Q-Tip) (Beastie Boys/Davis) – 4:05
8 - "Sabrosa" (Beastie Boys/Bobo/Money Mark) – 3:29
9 - "The Update" (Beastie Boys/Caldato/Money Mark) – 3:15
10 - "Futterman's Rule" (Beastie Boys/Money Mark) – 3:42
11 - "Alright Hear This" (Beastie Boys) – 3:06
12 - "Eugene's Lament" (Beastie Boys/Bobo/Gore/Money Mark) – 2:12
13 - "Flute Loop" (Beastie Boys/Caldato) – 1:54
14 - "Do It" (Beastie Boys/Biz Markie/Caldato/Money Mark) – 3:16
15 - "Ricky's Theme" (Beastie Boys/Bobo/Money Mark) – 3:43
16 - "Heart Attack Man" (AWOL/Beastie Boys) – 2:14
17 - "The Scoop" (Beastie Boys/Caldato) – 3:36
18 - "Shambala" (Beastie Boys/Bobo/Money Mark) – 3:40
19 - "Bodhisattva Vow" (Beastie Boys/Caldato) – 3:08
20 - "Transitions" (Beastie Boys/Money Mark) – 2:31

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OUÇA O DISCO:


Daniel Rodrigues

quarta-feira, 2 de março de 2022

Música da Cabeça - Programa #256

 

Sem Carnaval pra pular, né, minha filha? Pois o MDC também aproveita esta Quarta-feira de Cinzas pra dar uma desacelerada, só que aqui a gente descansa de fantasia e tudo. Hoje vamos recuperar momentos de nossos programas anteriores já começando os festejos pelos 5 anos do MDC, que se completam em abril. Não vai faltar música boa e nem divertimento. É 21h, na foliã Rádio Elétrica. Produção, apresentação e pausa (porque ninguém é de ferro): Daniel Rodrigues.

Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

PJ Harvey - "To Bring You my Love" (1995)

 

“Aquela garota dos olhos azuis/ Ela disse ‘nunca mais’/ Aquela garota dos olhos azuis/ Virou uma puta de olhos azuis/ Por debaixo d'água”.
da letra de “Down by the Water” 

Pode-se dizer que os anos 90 foram os anos das "minas do rock", principalmente o alternativo. Sinal de alguma evolução comportamental na indústria cultural, o século que viu o gênero nascer obscurecendo Sister Rosetta Tharpe para evidenciar apenas roqueiros homens guardou para a sua última década um bom bocado de talentosas cantoras e compositoras senhoras de seus narizes. Afora as band girls The Breeders, Baby's in Toyland e L7 ou as líderes de bandas Dolores O'Riordan (The Cranberries), Shirley Manson (Garbage) e Courtney Love (Hole), pelo menos três dessas vozes transformaram a cena rock injetando-lhe um novo sopro de fúria e beleza, mas claro, carregado de feminilidade: Liz Phair, Björk e Fiona Apple. Ninguém, no entanto, foi tão a fundo neste empoderamento feito de riffs e vociferações como a britânica Polly Jean Harvey.

Nascida na mesma Dorset da King Crimson, região sudoeste da Inglaterra, PJ Harvey surgiu como um furacão em 1992 com o corrosivo “Dry”. Como os ícones que carregam em si todos os atributos de sua arte e seu tempo, PJ provava de pronto ser dessas figuras, fosse na forma quanto no conteúdo: postura feminista, ótima cantora, compositora ímpar, domínio de vários instrumentos e dona de uma imagem sensual e dasafiadora ao mesmo tempo. A cara da nova mulher do rock.

“Rido of Me”, de 1993, avança nesta proposta, mas o desaguar vem completo, como um orgasmo desinibido, em “To Bring You my Love”, de dois anos depois. Questões feministas são trazidas com graça e força, seja nas letras como nas sonoridades. A capa, assim como no clipe da música de trabalho, "Down by the Water", sintetiza este conceito: uma sereia moderna, trajando um decotado vestido de uma lascivo vermelho-sangue sob águas revoltas e bastante simbólicas. Uterina e genital. O som, sobre um riff grave e intenso, o canto carregado e por vezes sensualmente cochichado, as frases pontuais das cordas, a letra confessional: tudo respira sexo e dor. “Oh ajude-me, Jesus/ Venha por entre essa tempestade/ Eu tive de perdê-la/ Para machucá-la/ Eu a ouvi gritar/ Eu a ouvi gemer/ Minha linda filha/ Eu a levei pra casa”, diz referindo-se à menina inocente que deixou de ser.

Construído narrativamente, “To Bring...” explora com perfeição os detalhes de sons e os andamentos, como no repertório sabiamente encadeado. Cada faixa é um universo, mas PJ faz, no todo, que não destoem uma da outra. O tema-título começa o álbum numa lentidão quase fúnebre. A música é forjada sobre um riff de guitarra contínuo, marcado, repetido, marcial, incompleto, num blues dissonante e circunspecto. A voz rasga os alto-falantes em exasperação, assim como a pronúncia dramática, que abre os fonemas e altera pronúncias. "To bring you my 'lova'" (“Para trazer-te meu amor”), suplica. Coisa genial – e quem ouvir aqui Lady Gaga cantando não está errado.

Sobe o ritmo: rockasso tribal, “Meet Ze Monsta” exagera propositalmente na distorção da guitarra, mas mais para sujar o arranjo do que fazer barulho. PJ, selvagem, surge da mata do inconsciente feminino e puxa do instinto primário a voz para dizer que não tem essa de "sexo frágil": “Veja-o vir/ em minha cabeça/ Não estou correndo/ Não estou com medo [...] Eu não estou tremendo/ Eu não vou me esconder/ Sim, estou pronta [...] Que monstro/ Que noite/ Que amante/ Que briga”.

De um modo ou de outro, tudo fala sobre a mulher, emancipada e questionadora de sua existência. “Working for the Man”, retraz a temática sobre uma arquitetura sonora de garage band estilizada: som abafado e em volume reduzido, predominância dos graves e protagonismo da bateria e do baixo – este último, aliás, quase estourando o woofer das caixas de som. A voz de PJ, em overdub, é invariavelmente sussurrada, o que contrabalanceia o clima selvagem imediatamente anterior.

Pausa na crueza, mas não na dramaticidade. Balada sangrenta, “C’mon Billy” convida o homem a voltar para casa para viver com ela e o filho. “Venha Billy/ Vem para mim/ Você sabe que eu estou te esperando/ Eu te amo infinitamente”. Poxa, Billy, vai amarelar com essa baita mulher?! Canto fenomenal, carregado, cheio de sentimento, o qual é intensificado pela linda linha de cordas arranjada por Pete Thomas. Perfect pop como poucos sabem fazer, dos mais perfeitas (sic) dos anos 90. “Teclo” , por sua vez, volta à aparente simplicidade na reelaboração do núcleo blueser num tema misto de Nico e Captain Beefheart. Mas simplicidade, que nada: síntese e atonalismo. PJ, então, não faz concessões e manda de novo um rock intenso: “Long Snake Moon”, a seu melhor estilo, com sua pegada pós-punk. Sem, contudo, perder o drama e a ira. Já  "I Think I'm a Mother", tribal como “Meet...”, convoca a tribo para um alucinado pogo no meio da aldeia.

Tudo em “To Bring...” é detalhadamente pensado, o que faz com que os arranjos nunca sejam simples mesmo no mais aparentemente seminal rock 'n' roll. Uma das principais qualidades do álbum, aliás, tem a ver com isso: a produção, assinada pela própria PJ junto com o parceiro Joe Parish e Flood, este último, um dos grandes produtores da música pop. A expertise de Flood com o manejo das texturas sonoras, o qual ele empregara com maestria junto a bandas como Depeche Mode, Nine Inch Nails, Nitzer Ebb e Smashing Pumpkins, são somadas à concepção harmônico-melódica criativa de PJ, resultando nesta sonoridade peculiar. Impossível dissociar a melodia de seu invólucro, tamanha a unidade de ideias. 

Surpreendente mais uma vez, Miss PJ traz outra de suas obras-primas para encaminhar o final: puxada num violão de nylon de toque amplo e dedilhado, numa toada flamenca, "Send His Love to Me", andaluza, é não menos dramática do que todo o restante. Outro show dela aos vocais, outra vez a orquestração intensa, outra vez a produção irretocável. Poderia acabar aqui tranquilamente, mas como é comum ao roteiro de grandes álbuns, ainda há um gran finale. “The Dancer”, arrastada, melancólica, sofrida. E o que são aqueles gritinhos ao final, meu Deus?! Gemidos de prazer repetidos, seis deles, que parecem que vão levá-la ao êxtase, mas que, quando quase chegam ao clímax, resolvem-se em forma de canto. Dona Polly Jean, assim você mata seus ouvintes! Um êxtase tanto quanto.

O que faz uma mulher mignon, magra e de rosto assimétrico se transformar num mulherão radiante e cheio de sex appeal? PJ Harvey é a mais bem acabada resposta. Símbolo da mulher moderna, ele é a união da “pre-millenium tension” com a consciência da emancipação feminina que passaria a vigorar com maior afirmação a partir de então no showbiz e na sociedade ocidental. Em “To Bring...” ela mostra que é possível ser dama e puta, santa e profana, fada e bruxa, carnal e existencial, sensível e intensa, feminina e masculina. Desvencilhada das amarras que por séculos prenderam as mulheres no mundo da arte, PJ, parafraseando uma de suas próprias letras, foi abandonada pelo paraíso, amaldiçoou Deus e dormiu com o diabo para cunhar uma obra rock tão autoral e verdadeira. Respeita a mina.

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A versão de luxo traz B Sides tão bons que renderiam um outro disco.

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FAIXAS:
1. "To Bring You My Love" - 5:32
2. "Meet Ze Monsta" - 3:29
3. "Working for the Man" - 4:45
4. "C'mon Billy" - 2:47
5. "Teclo" - 4:57
6. "Long Snake Moan" - 5:17
7. "Down by the Water" - 3:14
8. "I Think I'm a Mother" - 4:00
9. "Send His Love to Me" - 4:20
10. “The Dancer" - 4:06


Faixas B-Sides da versão limitada em CD:
1. "Reeling" (demo version) - 3:00
2. "Daddy" - 3:16
3. "Lying In The Sun" - 4:30
4. "Somebody's Down, Somebody's Name" - 3:40
5. "Darling Be There" - 3:46
6. "Maniac" - 4:01
7. "One Time Too Many" - 2:52
8. "Harder” - 2:05
9. "Goodnight" - 4:17
Todas as músicas de autoria de PJ Harvey

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Daniel Rodrigues

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Música da Cabeça - Programa #249


Que bola fora essa do Djoko, hein? Sem mentira e sem negacionista, no MDC não tem tem galho em testar positivo. Positivando a nossa noite, teremos Isaac Hayes, Heitor Villa-Lobos, Jorge Ben Jor, Nei Lisboa, Syd Barrett (Official) e mais. Também, uma breve homenagem aos 70 anos de Lô Borges. De bate-pronto, o programa vai ao ar às 21h na trivacinada Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues (Mas que papelão, Djoko...)

Rádio Elétrica:
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quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Música da Cabeça - Programa #247

 

Hoje tem o último MDC do ano, sim, e vai ter muita coisa legal pra fechar 2021 de boas. Stevie Wonder, Love, Engenheiros do Hawai, Elis Regina e Lucas Arruda estão na nossa lista de desejos realizados. Ainda, no "Cabeção", a obra do compositor argentino Maurício Kagel. Não precisa ficar bolado igual o Chico: é só sintonizar na Rádio Elétrica às 21h e aproveitar o programa de hoje - até porque em 2022 a gente tá aí de novo. Produção, apresentação e show da virada particular: Daniel Rodrigues


Rádio Elétrica:
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quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Música da Cabeça - Programa #246

 

Só pensando na ceia de Natal? Quem tal, então, essa nossa trilha sonora pra acompanhar? No MDC desta semana natalina, teremos um saco cheio de presentes, como Tim Maia, Dire Straits, Happy Mondays, Bootsy Collins, Garotos Podres e  mais. Além dos quadros de sempre, um Sete-List pra botar o Papai Noel chamar no groove. É só se servir, que o programa de hoje será servido às 21h, na natalícia Rádio Elétrica. Produção, apresentação e ho ho ho, let's go!: Daniel Rodrigues.


Rádio Elétrica:
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quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Música da Cabeça - Programa #245

 

Foi ele mesmo quem disse: "pega esse lenço e não chora, enxugue o pranto, diga adeus e vá embora". Se Monarco nos deixou esta semana, só nos cabe, então, secar as lágrimas e dar um adeus caloroso ao mestre portelense. Vamos reprisar a entrevista que fizemos com Monarco, rodada no MDC nº 100, em março de 2019, e se deliciar novamente com a conversa que tivemos com este eterno baluarte do samba. Vai ter também os sons que nos acompanharam na semana e os quadros de sempre. De azul e branco, o programa vai ao ar hoje, às 21h, na bamba Rádio Elétrica. Produção, apresentação e coração em desalinho: Daniel Rodrigues



RÁDIO ELÉTRICA
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Música da Cabeça - Programa #244

 

Passaporte vacinal? Sim, mas aqui o seu passaporte já está emitido: é só embarcar e curtir o MDC. Poltronas reservadas para Dave Brubeck, Jorge Benjor, Jah Wobble, Lana Del Rey, Isaac Hayes, Black Alien e os quadros móveis e fixo. Esquema vacinal completo no programa de hoje, às 21h, na imunizada Rádio Elétrica. Produção, apresentação e dose de reforço: Daniel Rodrigues


quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Música da Cabeça - Programa #239

 

Halloween? Que nada! Aqui a gente vai é de Saci! É ele quem dá as caras no programa de hoje em um "Sete-List" especial. Além disso, tem também Beastie Boys, Cassiano, U2, Cocteau Twins, BANDA Black Rio, Carlinhos Brown e mais. Ainda, a reunião do G20 e letra de Nelson Cavaquinho, que faria 110 anos. Pulando numa perna só, o MDC surge da mata às 21h na lendária Rádio Elétrica. Produção, apresentação e carapuça vermelha: Daniel Rodrigues


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sábado, 21 de agosto de 2021

Cyro Baptista - Jazz na Fábrica - Sesc Pompeia - São Paulo/SP (2012)

 

por Samir Alhazred

Há uma série de artistas, especialmente os ligados à cena experimental, ao fusion e ao free jazz, que o SESC SP conseguiu com louvor trazer neste século, especialmente em mostras e festivais tais quais o NuBlu e o Jazz na Fábrica.

Dos que estive presente, posso citar com emoção nomes como John Zorn (recentemente, com seu New Masada, em 3 noites absurdas e históricas de 2018), Ornette Coleman, Pharoah Sanders, Peter Brötzmann, Archie Shepp, Anthony Braxton, Wadada Leo Smith, Roscoe Mitchell (do Art Ensemble Of Chicago, com seu jeito único de tocar sax), o guitarrista Fred Frith, a musa instigante do free contemporâneo Matana Roberts, o guitarrista Arto Lindsay, o baixista Avishai Cohen, o pesadíssimo The Thing de Mats Gustafsson, o fenômeno moderno Kamasi Washington, além de artistas brasileiros icônicos como Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal (que se apresenta quase todo ano), Airto Moreira, dentre tantos.

Nesta última seara, lembro-me de um show impactante do percussionista brasileiro Cyro Baptista, que já há muitos anos mora no exterior e integrou, dentre outros, o grupo do já referido John Zorn.

Em 2012, no Jazz na Fábrica, na tradicional Choperia do Sesc Pompeia, ele trouxe o espetáculo “Beat The Donkey”, e mais uma vez estive lá sem muita informação sobre o que encontrar, movido apenas pela curiosidade.

Do time reunido, não tenho todos os nomes, mas a coreógrafa Chikako Iwahori, o baterista Tim Keiper e a maravilhosa percussionista e vocalista Lisette Santiago revezavam freneticamente os instrumentos com Cyro – um percussionista inovador, a la Pascoal.

Não apenas, mas o espetáculo tomava outros formatos, com danças e performances inusitadas, shows de sapateado, figurinos exóticos e até descambando para um típico show de rock’n roll em dado momento, com Lisette mandando uma intensa versão de “Immigrant Song” do Led Zeppelin.

Poderia comparar a teatralidade e o dinamismo ao que David Byrne fez em 2018, no show ”American Utopia” – que chegou a passar pelo Brasil no festival Lollapalooza. A versão que gerou o CD/DVD ao vivo de Byrne conta inclusive com o mesmo baterista daquela noite de 2012, Tim Keiper. A conexão parece lógica!

Tenho como uma noite inesquecível, como as demais citadas acima, e que torcemos para que voltem a ocorrer o quanto antes, quando for seguro para todos. Sonho nosso! Como se nossos atuais governantes, inimigos tanto da saúde quanto da cultura, trabalhassem para isso...


Trechos do show de Cyro Baptista
(Sesc Pompeia/2012)

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Música da Cabeça - Programa #223

 

A vida não tá fácil nem aqui e nem em Cuba, né minha filha? Para facilitar um pouquinho as coisas, a gente só traz coisa boa no MDC desta semana. Saca só: Cibo Matto, Electronic, Jorge Ben Jor, Miles Davis, MF DOOM, Barão Vermelho e mais. Tem também notícia e letra de música homenageando os 7.5 de João Bosco. Então, ouve o programa hoje, às 21h. É fácil: só sintonizar na Rádio Elétrica. Produção, apresentação e una cuba libre bem gelada (que ninguém é de ferro): Daniel Rodrigues

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quarta-feira, 26 de maio de 2021

Música da Cabeça - Programa #216

 

Quer saber: viemos aqui para tomar o lugar! Sabendo bem onde deve estar, o MDC traz hoje Kraftwerk, Ed Motta, Tom Jobim, Weezer, Legião Urbana e mais. Tem também os quadros fixos e um "Sete-List" sobre o oitentão Bob Dylan e seus parceiros. Resistindo a qualquer ventania, o programa hoje vai ao ar às 21h, na sempre firme Rádio Elétrica. Produção, apresentação e empurrãozinho: Daniel Rodrigues.


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quarta-feira, 5 de maio de 2021

Música da Cabeça - Programa #213

 

Vamos também entrar na onda: "MDC from Rio"! Sobem no nosso ônibus hoje João Gilberto, Beck, Hubert Laws, Ray Charles e Amado Maita. Também damos uma carona para Pepeu Gomes no 'Música de Fato' e para o sessentão Herbert Vianna no 'Palavra, Lê'. Pode entrar, que seu banco tá reservado no mercedão da Rádio Elétrica, que parte às 21h. Produção, apresentação e passe livre: Daniel Rodrigues.


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quarta-feira, 24 de março de 2021

Música da Cabeça - Programa #207

 

Sérias suspeitas de parcialidade recaem sobre o MDC... E estão certos! Afinal, estamos, sim, do lado que se tem que estar: da arte e da música. Melhor do que João Bosco, Herbie Hancock, Projeto Revolta, Jamelão, Deee-Lite e Vitor Ramil pra provar isso, impossível. Tem também 'Sete- List' e nossos quadros fixos. Tudo na melhor das suspeições hoje, às 21h, no tribunal insuspeito Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues (totalmente parcial: #forabolsonarogenicida)


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quarta-feira, 17 de março de 2021

Música da Cabeça - Programa #206

 

Agora que estamos combinados que a terra é redonda, podemos ouvir o MDC só no embalo das rotações. Mas não só em torno do sol, mas também da agulha! Saca o que vai ter hoje: Lulu Santos, Edu Lobo, Metallica, Sade, Titãs e uma homenagem aos 100 anos de Astor Piazzolla. No Cabeça dos Outros, também rola um Teenage Funclub novinho em folha. O programa hoje, 21h, vem assim: acompanhando a órbita da Rádio Elétrica. Produção, apresentação e globo terrestre sobre a mesa: Daniel Rodrigues. (#foraterraplanistas e #vemvacina)


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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Música da Cabeça - Programa #203

 

Ações da Petrobrás lá embaixo? Fica tranqs, que aqui no MDC a gente dá um jeito de manter todas as ações em alta! E atividade musical é o que não nos falta com muita coisa diferente e legal pra hoje. Sente só: The Ambitious Lovers, Teenage Funclub, Walter Franco, The Beatles, Beck e Banda Black Rio estão nessa verdadeira bolsa de valores que vamos ofertar hoje. Agindo do jeito que tem que ser, o pregão de hoje abre as 21h, na sempre elevada Rádio Elétrica. Produção, apresentação e papeis valiosos: Daniel Rodrigues. (pra não perder o costume: #ForaBolsonaro)


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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Música da Cabeça - Programa #201


 Estão nessa de "cancelar" tudo que é diferente? Deve ser por isso que tem três missões indo a Marte! Mas é com o pé no chão que a gente vem com o MDC de hoje e sem essa de cancelar, não! Na maior das aceitações, temos uma junção de diferentes, como Public Enemy e The Mission, Jards Macalé e New Order, Sepultura e Cocteau Twins. Ainda, um Sete-List sobre, claro, 7 coisas parecidas, mas diferentes. É o MDC de hoje, 21h, na Rádio Elétrica, sem cancelar ninguém. Produção, apresentação e saudáveis diferenças: Daniel Rodrigues (E Um "Fora Bolsonaro" com pequena diferença: #ForaCapitãoCloroquina)


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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Pixies - "Surfer Rosa" (1988)





Acima, a capa de "Surfer Rosa" e
abaixo a do EP "Come On Pilgrim",
agregado ao álbum em algumas edições.
"Eu disse, "VOCÊ VAI MORRER, PORRA", para ela.
Não, não. Eu estava falando com a Kim.
Eu disse, "VOCÊ VAI MORRER, PORRA!"
trecho de conversa no estúdio,
que faz parte do álbum,
em que o vocalista Black Francis explica 
ao produtor Steve Albini, uma discussão
que tivera com a baixista Kim Deal.




Pra mim, que conheci o Pixies com o disco "Doolitle", a primeira impressão quando tive contato com "Surfer Rosa", foi de certa estranheza. Embora contivesse os traços característicos da banda, o disco de estreia me soava meio sujo demais, muito alto, muito gritado em contraste com a cadência e com o formato mais "acessível" do disco que me levara a eles. Mas depois de algumas audições não tinha como não acabar me rendendo a "Surfer Rosa", afinal de contas, o humor negro, a criatividade, o surrealismo, os latinismos, a surf music e até essa cadência a que me referi, tudo estava lá e, a seu modo, por sua vez, toda a "sujeira" de "Surfer Rosa" também podia ser encontrada em "Doolitle". "Bone Machine" abrindo o disco com sua bateria estourando e suas guitarras rascantes; a fúria sonora de "Something Against You"; a intensidade de "Broken Face" com aquela interpretação única de Black Francis; a energia de "Tony's Theme"; e as habituais inserções em espanhol em "Oh My Golly" e "Vamos" são algumas mostras da visceralidade de "Surfer Rosa". Por outro lado, coisas como a adorável "Gigantic", composta e interpretada pela então baixista Kim Deal, e a doce melodia vocal de "River Euphrates", também dela, são mostras que nem só de peso e crueza era composto o álbum, isso sem falar, é claro, da cultuada "Where's My Mind", com sua belíssima guitarra chorosa e acompanhamento vocal etéreo, que não saberia afirmar com certeza se imortalizou ou se foi imortalizada pelo final do filme "O Clube da Luta".
Muitas edições de "Surfer Rosa" incluem, após a última faixa do álbum, o EP "Come On Pilgrim", de 1987, o que é um bom acréscimo para os fãs por todas as oito faixas, mas especialmente por "Nimrod Son" com sua levada de violão meio country, meio mexicana; pela ótima "Ed Is Dead"; pela frenética "Isla de Encanta", um punk rock sujo cantado em espanhol; e pela mágica "Levitate Me" que fecha os trabalhos em grande estilo.
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FAIXAS:

  • "Surfer Rosa"
1. "Bone Machine" - 3:02
2. "Break My Body" - 2:05
3. "Something Against You" - 1:47
4. "Broken Face" - 1:30
5. "Gigantic" (Francis/Kim Deal) - 3:45
6. "River Euphrates" - 2:33
7. "Where Is My Mind?" - 3:53
8. "Cactus" - 2:16
9. "Tony's Theme" - 1:52
10. "Oh My Golly!" - 2:32

("You fucking Die!" - conversa entre Francis e Albini, que ocupa uma faixa
mas não está creditada como tal)
11. "Vamos" - 4:18
12. "I'm Amazed" - 1:42
13. "Brick Is Red" - 2:00


  • "Come On Pilgrim"
14."Caribou" - 3:14
15."Vamos" - 2:53
16."Isla De Encanta" - 1:41
17."Ed Is Dead" - 2:30
18."The Holiday Song" - 2:14
19."Nimrod’s Son" - 2:17
20."I’ve Been Tired" - 3:01
21."Levitate Me" (Francis, Deal, Lovering, Walsh) - 2:37

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Ouça:



por Cly Reis


sexta-feira, 16 de agosto de 2019

CLAQUETE ESPECIAL 11 anos do ClyBlog - "Pixies Sell Out Reunion Tour 2004", dirigido por Michael B. Borofski (2005)



A Turnê dos Vendidos dos Pixies
por Helson Luiz Trindade



Formada em 1986, uma das mais influentes bandas do cenário alternativo estadunidense, a Pixies seguiu muito bem até 1992 quando se dissolveu deixando um belo legado em uma discografia irretocável.
Os integrantes, com exceção de Kim Deal, fizeram poucas coisas notáveis nesse período de hiato. Deal esteve ocupada com a produção musical e turnês de sua banda, The Breeders, formada em conjunto com sua irmã gêmea Kelley Deal, e Josephine Wiggs. The Breeders carrega o mesmo teor alternativo de Pixies mas em uma versão mais feminina e experimental.Após doze anos, os membros originais Black Francis, Joey Santiago, Kim Deal e Dave Lovering se reuniram para uma turnê mundial que levou o nome de “Sell Out Tour” (Turnê dos Vendidos), sugerido pelo próprio líder Black Francis que sempre deixou bem claro em diversas entrevistas que a falta de dinheiro foi o real motivo desta reunião.
O DVD “Sell Out – Reunion Tour 2004”, lançado no ano seguinte, trouxe uma compilação de sucessos da banda em vídeos dos shows com algumas pequenas performances pelos EUA como um “esquenta” para o festival Coachella do mesmo ano, na Califórnia.
A maior parte do material é um show ao vivo e emocionante no Eurockéennes Festival, em Belfort, na França. Há alguns takes de outros festivais no menu Extras mas infelizmente nada do Curitiba Pop Festival onde a banda se apresentou em terras brasileiras pela primeira vez.
Os Pixies seguiram sem Kim, que retomou suas atividades com os Breeders para uma turnê de comemoração dos 20 anos do disco Last Splash (1993). Em março de 2017 lançaram o quinto disco de estúdio "All Nerve". Em 2013 este ciclo foi novamente fechado quando, por Twitter, a banda anunciou a saída da baixista Kim Deal.
Paz Lechantin assumiu o baixo no mesmo ano em que Kim saiu. A argentina-estadunidense, que passou por bandas como A Perfect Circle, Zwan e Queens of the Stone Age, entrou como apoio para a gravação de Indie Cindy (2014) – quinto álbum de estúdio dos Pixies e o menos comentado da carreira – e Head Carrier (2016), este marcado pelo resgate da sonoridade dos tempos áureos.
O sucessor, "Beaneath the Eyrie", já tem data prevista para setembro deste ano.

Pixies - "Bone Machine" (Pixies Sell Out Reunion Tour 2004)


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Helson Luiz Trindade, carioca, residente no Rio de Janeiro, é, como ele mesmo se define, um 'apaixonado por música'; e por isso mesmo seu envolvimento com esta paixão é enorme e constante. Além de estar sempre às voltas com seus álbuns preferidos ou com o fone de ouvidos, Helson administra o blog Acervo Básico (acervobasico.wordpress.com) e colabora com seu repertório, conhecimento e atualização no blog Zine Musical (zinemusical.wordpress.com).