A noite deste domingo, dia 10 de março, marcou a cerimônia da 96ª edição do Oscar, na qual "Oppenheimer", filme do diretor Christopher Nolan, foi o grande vencedor, com sete estatuetas, mas com grande destaque para "Pobres Criaturas", de Yorgos Lanthimos, que levou quatro.
Apresentada pelo comediante Jimmy Kimmel, a festa não teve grandes novidades nem surpresas. A presença de cinco apresentadores, todos já vencedores, para apresentar os prêmios de atuação foi algo interessante, John cena apresentando "pelado" o prêmio de figurino foi engraçado, Slash, do Guns'n' Roses, dando uma canja na performance de "I'm Just Ken" foi muito show, e o momento mais emocionante, sem dúvida, ficou com o diretor do documentário "20 dias em Mariupol", sobre a guerra da Ucrânia, Mstyslav Chernov, emocionado, declarando que gostaria de nunca precisar ter feito um filme sobre algo assim.
A meu ver, nenhuma grande injustiça. "Anatomia de Uma Queda", de enredo brilhante, justamente agraciado com o prêmio de roteiro original, "Zona de Interesse", o mais complexo e artístico dos estrangeiros ganhando o prêmio de filme internacional, "Godzila Minjus One" desbancando os gigantes e vencendo a categoria de efeitos visuais... Até dá pra discutir um Downey Jr. ao invés de um DeNiro, uma Emma Stone e não Lily Gladstone, mas, de um modo geral, nenhum absurdo gritante, a meu ver.
Bom, quer saber como foram todos os prêmios? Dá uma olhada aí abaixo e conheça, então, todos os vencedores da noite:
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MELHOR FILME
• Oppenheimer
MELHOR DIREÇÃO
• Christopher Nolan, por Oppenheimer
MELHOR ATOR
• Cillian Murphy, por Oppenheimer
MELHOR ATRIZ
• Emma Stone, por Pobres Criaturas
MELHOR ATOR COADJUVANTE
• Robert Downey Jr., por Oppenheimer
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
• Da'Vine Joy Randolph, por Os Rejeitados
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
• Justine Triet & Arthur Harari, por Anatomia de uma Queda
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
• Cord Jefferson, por American Fiction
MELHOR ANIMAÇÃO
• O Menino e a Garça
MELHOR FILME INTERNACIONAL
• A Zona de Interesse (Reino Unido)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
• 20 Days in Mariupol
MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
• The ABCs of Book Banning
MELHOR CURTA-METRAGEM
• The Wonderful Story of Henry Sugar
MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
• War is Over (inspired by the music of John & Yoko)
MELHOR TRILHA SONORA
• Ludwig Göransson, por Oppenheimer
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
• "What Was I Made For?" (Barbie)
MELHOR SOM • A Zona de Interesse
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO • Shona Heath, por Pobres Criaturas
MELHOR FOTOGRAFIA
• Hoyte van Hoytema, por Oppenheimer
MELHOR CABELO E MAQUIAGEM
• Pobres Criaturas
MELHOR FIGURINO • Holly Waddington, por Pobres Criaturas
Teria muito para falar de Wim Wenders, de qualquer filme de sua extensa filmografia, de sua carreira, do namoro de seus filmes com a filosofia, das diversas fases e projetos diferentes, das obras-primas. Mas o que talvez dê mais prazer e uma alegria até ingênua é falar sobre a realização de um filme japonês de Wim Wenders. “Dias Perfeitos” é, acima de tudo, uma dessas delícias que cinéfilos admiram: um filme de um cineasta de um país realizado noutro e com total propriedade. Porque, sim, “Dias Perfeitos” é um filme japonês, produzido com verba japonesa, falado em japonês, com atores japoneses e cheio de referências ao cinema japonês. E um baita de um filme.
“Dias Perfeitos” acompanha com extrema delicadeza a história de Hirayama (Koji Yakusho, lindo e atorzaço), um homem de meia idade reflexivo que vive de forma modesta como zelador e limpando banheiros em Tóquio. Sua rotina é revelada ao espectador através da música que ouve, dos livros que lê e da apreciação das árvores, suas três paixões. À medida que os dias Hirayama avançam, encontros inesperados começam a surgir e passam a revelar um passado escondido, que jogam luz sobre os porquês da solidão, da fuga e da busca de sentido na vida moderna.
Wenders assumidamente faz uma homenagem e referencia seus mestres do Oriente: Akira Kurosawa, Kenji Mizoguchi e, principalmente, Yasujiro Ozu, sua grande paixão talvez apenas equiparável a Michelangelo Antonioni. É do Ozu de “A Rotina Tem seu Encanto” e “Era uma Vez em Tóquio”, cineasta já perscrutado por Wenders no documentário poético “Tokyo-Ga”, de 1985, que ele extrai o senso contemplativo de “Dias...”. Seja na extensão sem pressa do transcorrer das cenas, seja na posição baixa da câmera em determinadas tomadas, quase ao chão, seja na apreciação natural da ação, aproveitando o som direto e sem “interferência” de trilha sonora.
Tomada quase no chão ao estilo Ozu
Por falar em música, aliás, são elas que ajudam a conduzir o filme. Ou melhor: pontuá-lo. A bela seleção de K7s do personagem, a qual ele ouve no carro pelas ruas e avenidas de Tóquio (Otis Redding, Lou Reed, Nina Simone, Patti Smith, só coisa boa) geralmente indo ou voltando do trabalho, demarcam não apenas a busca dele por “dias perfeitos” como, igualmente, o conduzem a praticamente encontrá-los ao final. Como uma trilha que acompanha momentos da vida e traduz emoções.
Como em “Paris, Texas”, “O Estado das Coisas” e “Além das Nuvens“, Wenders dá ao “decurso do tempo” (para usar outro título de filme seu) a forma e a estética, que se fundem. Mais uma vez captando com muita pertinência o espírito da terra em que se apropriou, o cineasta atribui aos silêncios (o “ma” da cultura oriental) uma função primordial para transmitir sentimentos de culpa, sofrimento, medo, frustração, angústia e, porque não, também de alegria. Em compensação, os diálogos são extremamente bem aproveitados, precisos como um golpe samurai. Vários são realmente tocantes, como o breve reencontro com a irmã abastada e de vida triste, que vai à sua humilde casa resgatar a filha, fugida de casa e de sua realidade para ter alguns dias de harmonia com o tio que tanto gosta.
Hirayama com a sobrinha: momentos de contemplação e harmonia
A dialética entre o arcaico e o moderno é, contudo, o centro da trama. Isso faz remeter, mais profundamente analisando, a uma forma de se colocar no mundo. O anacronismo do tipo de música e a mídia que Hirayama tanto apreciava é um símbolo de algo em extinção, mas capaz de gerar uma genuína conexão do ser humano com a arte, embora isso não faça mais tanto sentido num mundo cada vez mais digitalizado e fragmentado. A busca por si próprio no isolamento e na circunspecção faz lembrar filmes em que este foi o refúgio existencial de personagens na procura pelo sentido da vida, casos de “Nascido e Criado”, de Pablo Trapero, “O Turista Acidental”, de Lawrence Kasdan, e o próprio “Paris, Texas”. Porém, assim como nestes exemplo, “Dias...”, em suas propositais repetições de cenas e na progressão emocional do protagonista ao longo da história, vota numa solução humana para as dificuldades. Perfeição não existe.
Embora torça para isso, dificilmente Wenders levará o Oscar de Filme Internacional. Sem o gigante “Anatomia de uma Queda” na disputa, uma vez que a produção francesa ganhadora da Palma de Ouro em Cannes concorre somente ao de Melhor Filme ao lado de favoritos como “Oppenheimer” e “Vidas Passadas”, o caminho para o elogiado longa alemão (mas um tanto superestimado) “A Zona de Interesse” vencer está facilitado. Porém, só o fato de ver no páreo um “Junger Deutscher” como Wenders, um verdadeiro esteta e revolucionário do cinema moderno, é quase que um prêmio adiantado a ele e a toda uma geração. Herzog, Schlöndorff, Fassbinder, Von Trotta, Kluge: estão todos representados com esta indicação. E não só eles, mas também, no caso, Ozu, Kurosawa, Mizogushi, Imamura, Oshima. Porém, talvez nem Wenders dê tanta importância a uma conquista como esta. Afinal, mesmo com o reconhecimento a uma obra de meio século como a dele, a Academia está longe de ser perfeita. Assim como os dias.
Pouco menos de oito minutos são o suficiente para que sejamos empurrados para o mistério. A queda foi acidental, foi provocada, foi suicídio...? Depois de uma breve tentativa de entrevista com uma renomada escritora, interrompida, inconvenientemente, pelo barulho proposital do marido no andar de cima, no retorno do filho do casal, após um passeio pelo bosque, próximo à casa, com seu cão, o corpo do pai, Samuel, é encontrado pelo garoto, na neve, com evidentes sinais de queda dos andares superiores da casa. A polícia especula acidente, uma vez que Samuel fazia reformas no andar de cima, especula que outra pessoa pudesse ter entrado na casa, especula suicídio, mas diante de uma série de contradições, omissões e pequenos indícios, passa a suspeitar da esposa, Sandra, e tratar o caso como possível homicídio.
Mais do que apenas um filme de mistério tradicional, no qual há todo um quebra-cabeças para encontrar o culpado, "Anatomia de Uma Queda", utiliza-se do ocorrido para remontar situações externas que teriam sido determinantes para aquele destino e todos os aspectos emocionais que levaram até ele. A relação desgastada do casal, a frustração profissional de Samuel e seu estado emocional instável, sua incapacidade de reagir aos problemas, a personalidade manipuladora de Sandra, a suposta apropriação da produção literária do marido, o problema de visão do filho e a versão de cada um para a dedicação dada a ele, tudo vai sendo destrinchado, vai aparecendo aos poucos, em evidências da polícia, em depoimentos no tribunal, nas contradições de Sandra, e em novas provas que surgem e são apresentadas.
Durante boa parte de sua duração, "Anatomia de Uma Queda" é um filme de tribunal, "gênero" que muita gente têm uma certa resistência, mas neste caso específico, o longa é de uma riqueza retórica e argumentativa, que passa longe de ser "chato". As coisas todas vão se encaixando e se desencaixando de acordo com cada nova testemunha, cada dia do julgamento, cada novidade... A anatomia da queda vai sendo montada pedacinho por pedacinho mas a diretora Justine Triet, com uma condução brilhante, faz questão que não tenhamos certeza alguma durante o tempo todo, de modo que levemos em consideração todas as possibilidades e, bem como o júri, façamos nossos juízos a respeito do caso.
Um dos melhores filmes da temporada! Não à toa vencedor da última Palma de Ouro em Cannes e candidato ao Oscar de Melhor Filme, podendo repetir o arrebatador "Parasita", em 2020, com as conquistas dos dois prêmios mais significativos da indústria do cinema. Na minha opinião, não seria nenhum absurdo.
Quatro momentos do filme: em cima, Daniel, o filho, encontrando o corpo; e Sandra em conversa com seu advogado. Em baixo, o promotor incisivo e implacável contra Sandra; e, à direita, a ré, diante do júri.
Pronto! Chega de especulações. Depois do Globo de Ouro, Sindicato, Critics Choice, etc., premiações que balizam e meio que alimentam as hipóteses e aumentam as apostas em relação aos indicados ao Oscar, finalmente os temos, oficialmente, os nominados pela Academia. Como era de se esperar, "Oppenheimer", de Christopher Nolan leva um caminhão de indicações (treze); "Barbie", a outra sensação da temporada, também tem bastantes indicações (oito) mas menos do que eu particularmente esperava; por mais que se reclamasse da duração, não tinha como se ignorar "Assassinos da Lua das Flores" que ficou com dez indicações; e o azarão, diante das superproduções badaladas, mas que vem ganhando reconhecimento e força, "Pobres Criaturas", do sempre intenso Yargos Lanthimos, corre por fora concorrendo também para onze categorias.
Devo admitir que, ao contrário da maioria das pessoas, não me surpreendi com a não indicação de Margot Robbie para melhor atriz por "Barbie", um papel meramente competente na minha opinião, mas não estranharia nada se a diretora Greta Gerwig tivesse seu nome entre os indicados para direção. A propósito de diretoras, Justine Triet, vencedora da Palma de Ouro em Cannes, por "Anatomia de uma Queda", é nome forte e também pode surpreender no prêmio principal, quem sabe igualando o recente "Parasita" com uma dobradinha das duas principais premiações do mundo do cinema. No mais, imaginava que o "Napoleão" de Ridley Scott tivesse mais e melhores indicações, já prevejo histeria e gritaria das/dos leonardetes pelo fato de Leonardo DiCaprio não ter entrado para melhor ator, e celebro a indicação de Lily Gladstone para melhor atriz, a primeira indígena norte-americana a ser indicada para um Oscar.
Fique, abaixo, com todos os indicados ao Oscar 2024:
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MELHOR FILME
• American Fiction
• Anatomia de uma Queda
• Barbie
• Os Rejeitados
• Assassinos da Lua das Flores
• Maestro
• Oppenheimer
• Vidas Passadas
• Pobres Criaturas
• A Zona de Interesse
MELHOR DIREÇÃO
• Justine Triet, por Anatomia de uma Queda
• Martin Scorsese, por Assassinos da Lua das Flores
• Christopher Nolan, por Oppenheimer
• Yorgos Lanthimos, por Pobres Criaturas
• Jonathan Glazer, por A Zona de Interesse
MELHOR ATOR
• Bradley Cooper, por Maestro
• Colman Domingo, por Rustin
• Paul Giamatti, por Os Rejeitados
• Cillian Murphy, por Oppenheimer
• Jeffrey Wright, por American Fiction
MELHOR ATRIZ
• Annette Bening, por NYAD
• Lily Gladstone, por Assassinos da Lua das Flores
• Sandra Hüller, por Anatomia de uma Queda
• Carey Mulligan, por Maestro
• Emma Stone, por Pobres Criaturas
MELHOR ATOR COADJUVANTE
• Sterling K. Brown, por American Fiction
• Robert De Niro, por Assassinos da Lua das Flores
• Robert Downey Jr., por Oppenheimer
• Ryan Gosling, por Barbie
• Mark Ruffalo, por Pobres Criaturas
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
• Emily Blunt, por Oppenheimer
• Danielle Brooks, por A Cor Púrpura
• America Ferrera, por Barbie
• Jodie Foster, por NYAD
• Da'Vine Joy Randolph, por Os Rejeitados
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
• Justine Triet & Arthur Harari, por Anatomia de uma Queda
• David Hemingson, por Os Rejeitados
• Bradley Cooper & Josh Singer, por Maestro
• Sammy Burch, por Segredos de um Escândalo
• Celine Song, por Vidas Passadas
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
• Cord Jefferson, por American Fiction
• Greta Gerwig & Noah Baumbach, por Barbie
• Christopher Nolan, por Oppenheimer
• Tony McNamara, por Pobres Criaturas
• Jonathan Glazer, por A Zona de Interesse
MELHOR ANIMAÇÃO
• O Menino e a Garça
• Elementos
• Nimona
• Meu Amigo Robô
• Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
MELHOR FILME INTERNACIONAL
• Io Capitano (Itália)
• Perfect Days (Japão)
• A Sociedade da Neve (Espanha)
• The Teacher's Lounge (Alemanha)
• A Zona de Interesse (Reino Unido)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
• Bobi Wine: The People's President
• The Eternal Memory
• Four Daughters
• To Kill a Tiger
• 20 Days in Mariupol
MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
• The ABCs of Book Banning
• The Barber of Little Rock
• Island in Between
• The Last Repair Shop
• Nai Nai & Wai Po
MELHOR CURTA-METRAGEM
• The After
• Invincible
• Knight of Fortune
• Red, White & Blue
• The Wonderful Story of Henry Sugar
MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
• Letter to a Pig
• 95 Senses
• Our Uniform
• Pachyderme
• War is Over (inspired by the music of John & Yoko)
MELHOR TRILHA SONORA
• Laura Karpman, por American Fiction
• John Williams, Indiana Jones e a Relíquia do Destino
• Robbie Robertson, por Assassinos da Lua das Flores
• Ludwig Göransson, por Oppenheimer
• Jerskin Fendrix, por Pobres Criaturas
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
• "The Fire Inside" (Flamin' Hot)
• "I'm Just Ken" (Barbie)
• "It Never Went Away" (American Symphony)
• "Wahzhazhe (A Song for My People)" (Assassinos da Lua das Flores)
• "What Was I Made For?" (Barbie)
MELHOR SOM
• Resistência
• Maestro
• Missão: Impossível - Acerto de Contas
• Oppenheimer
• A Zona de Interesse
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
• Sarah Greenwood, por Barbie
• Jack Fisk, por Assassinos da Lua das Flores
• Arthur Max, por Napoleão
• Ruth De Jong, por Oppenheimer
• Shona Heath, por Pobres Criaturas
MELHOR FOTOGRAFIA
• Edward Lachman, por El Conde
• Rodrigo Prieto, por Assassinos da Lua das Flores
• Matthew Libatique, por Maestro
• Hoyte van Hoytema, por Oppenheimer
• Robbie Ryan, por Pobres Criaturas
MELHOR CABELO E MAQUIAGEM
• Golda
• Maestro
• Oppenheimer
• Pobres Criaturas
• A Sociedade da Neve
MELHOR FIGURINO
• Jacqueline Durran, por Barbie
• Jacqueline West, por Assassinos da Lua das Flores
• Janty Yates, por Napoleão
• Ellen Mirojnick, por Oppenheimer
• Holly Waddington, por Pobres Criaturas
MELHOR MONTAGEM
• Laurent Sénéchal, por Anatomia de uma Queda
• Kevin Tent, por Os Rejeitados
• Thelma Schoonmaker, por Assassinos da Lua das Flores
Pela terceira vez uma mulher leva a Palma de Ouro em Cannes. A francesa Justine Triet foi a vencedora desta vez com seu "Anatomia de uma Queda" ("Anatomy d'Une Chute"). O longa narra o drama de uma mulher acusada pelo assassinato do marido, morto em circunstâncias suspeitas, e sua luta para provar sua inocência.
Na cerimônia, realizada no último sábado, dia 27/05, e conduzida pelo presidente do júri, o sueco Ruben Östlund, "bicampeão" de Cannes com "The Square" e "Triângulo da Tristeza", também houve destaque para o Brasil com o prêmio d'Esamble, para o filme "A Flor de Buriti, de João Salaviza e Renée Nader Messora, na Mostra Um Certo Olhar; e com o prêmio de melhor filme de estreia, na Mostra paralela, por "Levante", de Lilah Halah. Brasileiros também apareceram em produções: Karim Aïnouz teve seu "Firebrand", estrelado por Alicia Wikander, disputando o prêmio principal, e Kléber Mendonça Filho teve exibido, fora de competição, seu "Retratos Fantasmas".
Confira, abaixo, a lista completa com todos os premiados nesta edição do festival:
O julgamento em "Anatomia de uma queda"
Palma de Ouro: Anatomy of a Fall, de Justine Triet
Grand Prix: The Zone of Interest, de Jonathan Glazer
Prêmio do júri: Fallen Leaves, de Aki Kaurismäki
Melhor diretor: Tran Anh Hùng, de The Pot au Feu
Melhor ator: Koji Yakusho, de Perfect Days
Melhor atriz: Merve Dizdar, de About Dry Glasses
Melhor roteiro: Sakamoto Yuji, de Monster
Palma de Ouro (Curta-metragem): 27, de Flóra Anna Buda
Menção Especial (Curta-metragem): Fár, de Gunnur Martinsdóttir Schlüte
Câmera de Ouro: Inside the Yellow Cocoon Shell, de Thien An Pham