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terça-feira, 30 de agosto de 2022

cotidianas #767 - A Forma do Outro

 



O velho da portaria tirou os olhos do jornal assim que o homem que entrara com o sr. Marcelo passou pelo balcão. "Falou com ele?", perguntou o velhote. O homem não respondeu. Deu as costas, parou brevemente na soleira e sumiu na luz da tarde do centro da cidade.
Mal educado, pensou o velho. Contornou o balcão e se dirigiu ao quartinho nos fundos, o oito. Tinha que cobrar as diárias do morador.
"Seu Marcelo...", batendo à porta. "Seu Marcelo...". Não recebendo resposta e estranhando o silêncio do inquilino, normalmente nada discreto, resolveu verificar se tudo se achava em ordem. Enfiou a chave no ferrolho, girou. Abriu a porta o suficiente para enfiar a cabeça ali para dentro. Para sua surpresa, nenhum sinal do inquilino. Nada. Nem rastro. Devia ter fugido pela janela para não pagar as diárias atrasadas. Mas tudo parecia estar ali: o sapato ao lado da cama, a mala aberta com roupas no canto do quartinho, o casaco pendurado na poltrona...


***

Roberto chegou em casa, largou as chaves no aparador e já deu de cara com um envelope em cima do velho móvel. Abriu, tirou um pequeno bilhete: "Dr. Max Centro Médico".
Nem parou em casa. Deu meia volta, apanhou a chave, botou o recado novamente no envelope, o envelope no bolso e fechou a porta às suas costas.

***

Entrou na fila, como todo mundo, pra não despertar suspeitas. Sujeitou-se a ficar uma meia-hora no sol da unidade pública esperando para ser atendido pelo médico. "Sr. Roberto Pereira", o Dr. Max vai atendê-lo. Consultório 13... no fundo à esquerda". Finalmente!
"No que posso ajudá-lo?", indagou o médico. Roberto não respondeu. Apenas foi caminhando, de forma intimidadora, em direção ao homem com jaleco branco. Por trás dos óculos de armação grossa, olhos cada vez mais assustados do médico. Apavorado exatamente por não saber o que acontecia. Não teve tempo de gritar. Logo não existia mais e era assimilado, absorvido pelo outro.

Roberto saiu do consultório tranquilamente. A enfermeira, entendendo que a consulta terminara, chamava o próximo. O novo paciente se surpreendera ao entrar no consultório e não encontar ninguém ali. "Esse sistema público é uma vergonha. O médico sai e vai embora assim no meio do dia, sem dar satisfação pra ninguém. Que falta de respeito!", reclamava o paciente seguinte. Roberto já atravessara o pátio e deixara o centro médico.

***

A criançada fazia estrepolias típicas daquela idade. Tarde característica de subúrbio: bola, corda de pular, banho de mangueira... A pequena fazia malabarismos numa barra de ferro. Até que levava jeito. Não tinha mais que 8 anos. Dois homens bem vestidos observavam o grupo de crianças. "É aquela?", quis saber um deles.  O outro confirmou com um aceno de cabeça, sem tirar os olhos da menina. "Você tem certeza que ela tem o talento?", perguntou, novamente, o primeiro. "Mais", respondeu o outro, "Faz mais coisas que ele". "O Roberto tem cometido muitos erros. Está ficando velho, descuidado. Acho que ela serve. Tá na hora de renovar isso aí". O outro jogou no chão o cigarro, apagou com a sola e avançou decidido: "Vou tratar com a mãe dela".

***

Roberto esperava só de cuecas deitado na cama. Motelzinho barato, uma vagabunda pra dar uma desestressada... O Agenor da agência que tinha arranjado pra ele. Disse que conhecia a garota, que era das boas. Vamos ver. Finalmente ela saía do banheiro. Só de calcinha. Era muito gostosa! Aproximou-se da cama encarando fixamente o cliente. Muito fixamente... Havia algo de estranho naquele olhar. Contornou a cama, deixou um envelope no criado-mudo e, com a maior naturalidade, simplesmente, escalou a parede como uma aranha e, na quina do teto, colocou-se em posição de ataque, pronta para das um bote.


Cly Reis

quinta-feira, 24 de março de 2022

"Duna", de David Lynch (1984) vs. "Duna", de Denis Villeneuve (2021)


Uma substância valiosa e a disputa pela administração e a exploração desse produto no planeta onde ele é extraído está  no centro das ações de ambas as versões de "Duna". O duque Atreides é incumbido pelo Imperador para a tarefa de chefiar o planeta Arrakis, mas o que parecia ser uma honra e benefício mostra-se, na verdade, uma armadilha tramada pelo Império com os perigosos Hakkonen para eliminar o duque e seu filho, o jovem Paul Atreides que, gerado da relação com uma bruxa, tem atributos um tanto especiais que se acentuam ainda mais quando o jovem chega a Arrakis. Seus talentos, sua sensitividade, seus poderes que ele própro não domina completamente, mostram-se fundamentais, especialmente depois que seu pai é traído e morto pelos Hakkonen, e o rapaz, fugitivo, é obrigado a se isolar no deserto com sua mãe, se aproximando a cada momento, a cada passo, de uma profecia que anuncia um "escolhido" que liderará o povo de Arrakis e acabará com a tirania do Império.
Não estou entre os tantos que deploram a adaptação de David Lynch, de 1984, para o romance de Frank Herbert. O filme tem bom elenco, com Jürgen Prochnow, de "O Barco", Sean Young, de "Blade Runner", Max Von Sydow, de "O Sétimo Selo", Patrick Stewart, que viria  estrelar a saga "Star Trek", o astro pop Sting, e Kyle McLachlan que estrelava seu primeiro longa mas que seria, a partir dali, um dos atores preferidos de David Lynch. Os figurinos são incríveis, a direção de arte é bem impressionante, os cenários muito interessantes, a fotografia, na maioria das vezes, é bem competente, e além de tudo isso, a trilha sonora ficava por conta de Toto e Brian Eno.
O grande problema do filme de Lynch foi a parte técnica. Os efeitos especiais, para um filme de ficção científica e com o bom orçamento que teve, são, no mínimo decepcionantes. Mesmo se levando em consideração a época, as limitações técnicas, a primariedade de alguns recursos, eles são, em determinados momentos, quase risíveis. A armadura, por exemplo, que envolve o corpo dos guerreiros de Atreides, uma espécie de campo de força, é simplesmente ridícula. Uma animação geométrica constrangedora. E não me venham dizer que era o que dava pra fazer em 1984 porque, àquelas alturas, já tinham sido feitos três "Star Wars" (1977, 1980, 1983), "Blade Runner" (1982), dois "Superman" (1978, 1980), só pra ficar em alguns, com efeitos visuais muito mais impressionantes e convincentes.
Mas se ficasse limitado a isso, dava pra dar um desconto. A narrativa é apressada, tem muito texto narrado, o que, ao invés de ajudar, atrapalha mais a compreensão, e a última meia hora é atropelada e confusa. Aí, o resto de boa vontade que podia-se ter com o filme de 1984, foi pro espaço.
O que podia ser um gol contra a nova versão de "Duna", que é o fato de não acabar a história (não estou dando spoiler pois todo mundo sabe que vão rodar uma sequência), acaba sendo positivo pelo fato de não correr com a trama pra resolver logo, como fez seu antecessor. O novo "Duna" usa mais tempo mas desenvolve bem a história, sem presa, com paciência, sem precisar recorrer a uma narração explicativa durante todo o filme, e ainda dá mais profundidade e destaque a alguns personagens subutilizados no primeiro, aproximando-os do espectador. Colabora para isso, também, o elenco, igualmente muito qualificado, como no original: Oscar Issac, de "Ex-Machina" e da nova saga "Star Wars", Rebecca Ferguson, de Doutor Sono" e da franquia "Missão Impossível", Jason Momoa ("Aquaman"l), a veterana Charlotte Rampling ("Coração Satânico", "Melancolia"), a carismática Zendaya, dos novos "Homem-Aranha", e, capitaneado o time, o grande queridinho do momento, Timothée Chalamet, de "Me Chame Pelo Seu Nome" e "Não Olhe Para Cima", ente outros, no papel do "messias" Paul Atreides.
A parte técnica, então, que era o ponto fraco do outro, é exatamente uma das maiores virtudes do novo, com efeitos visuais e som espetaculares, não à toa indicados ao Oscar, além da fotografia, com seu visual sombrio e suas locações no deserto simplesmente impressionantes.

"Duna" (1984) - trailer


"Duna" (2021) - trailer


Elenco por elenco, vamos deixar no empate; protagonista por protagonista, também não vejo grande vantagem para ninguém; no entanto, na caracterização e desenvolvimento dos personagens, o remake salta na frente no placar. E, a propósito de desenvolvimento, o andamento do filme e sua estrutura garantem mais um para a nova versão. Os cenários e a direção de arte, os figurinos do primeiro garantem um tento para o time de 1984, contudo, a fotografia, magistral, do novo filme acabam com a alegria do antigo "Duna" que tem que buscar mais uma no fundo das redes. De um modo geral, os efeitos especiais do filme de Villeneuve são muito melhores, mais espetaculares e, sem dúvida representam um golaço para o time de 2022, embora tenhamos que fazer justiça para com os vermes do primeiro filme que também era muito impressionantes, mesmo para as limitações da época. Em compensação, o que os habitantes subterrâneos do deserto de Arrakis acrescentam de positivo, a tal armadura que envolve o corpo dos guerreiros, tira. Quase um gol contra.
Quanto aos caras da casamata, ou seja, os diretores, são dois maestros competentíssimos e, apesar de ser fã de David Lynch, tenho que reconhecer que, mesmo com um bom material humano, com um bom investimento, ele comete alguns erros que comprometem o desempenho final de seu time, ao passo que Denis Villeneuve conduz seu time com precisão, usa um esquema mais adequado para a situação de jogo e, assim, extrai o melhor de cada um de seus atletas.
Duna '84 foi indicado ao Oscar de melhor som mas sua refilmagem atual, além de ser indicada na mesma categoria, ainda recebeu nomeações para outras nove, incluindo melhor filme. Por aí já dá pra ter um pouco da ideia da diferença entre os dois filmes. Duna '21 está muitos anos-luz à frente.

Alguns pontos de comparação entre os dois filmes:
No alto, a Reverenda Madre da ordem das Bene Gasserit nas duas versões.
 original, à esquerda, mais requintada e exótica, e à direita, a nova, mais sobria.
Na segunda linha, o barão Hakkonen, o original típico das bizarrices de David Lynch,
o outro, mais sério, sinistro é mais fiel ao livro.
Em seguida, os vermes do deserto, a esquerda o antigo e à direita, o novo.
Apesar das deficiências dos efeitos visuais do primeiro filme, os vermes de David Lynch se salvam 
e até se destacam como uma das coisas boas do filme.
Em compensação o escudo virtual do primeiro filme, à esquerda, na quarta faixa, é lamentável,
enquanto o outro, da nova versão. é meramente discreto, mas funciona melhor visualmente.
E para finalizar, os dois Paul Atreides.
Kyle McLaclan, do primeiro filme, não decepciona e vai bem no papel e a derrota não passa por ele,
 bem como o queridinho do momento, Timothée Chalamet, que se não é brilhante , não compromete também. 






Cly Reis 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Oscar 2024 - Os Indicados




Pronto! Chega de especulações. Depois do Globo de Ouro, Sindicato, Critics Choice, etc., premiações que balizam e meio que alimentam as hipóteses e aumentam as apostas em relação aos indicados ao Oscar, finalmente os temos, oficialmente, os nominados pela Academia. Como era de se esperar, "Oppenheimer", de Christopher Nolan leva um caminhão de indicações (treze); "Barbie", a outra sensação da temporada, também tem bastantes indicações (oito) mas menos do que eu particularmente esperava; por mais que se reclamasse da duração, não tinha como se ignorar "Assassinos da Lua das Flores" que ficou com dez indicações; e o azarão, diante das superproduções badaladas, mas que vem ganhando reconhecimento e força, "Pobres Criaturas", do sempre intenso Yargos Lanthimos, corre por fora concorrendo também para onze categorias.

Devo admitir que, ao contrário da maioria das pessoas, não me surpreendi com a não indicação de Margot Robbie para melhor atriz por "Barbie", um papel meramente competente na minha opinião, mas não estranharia nada se a diretora Greta Gerwig tivesse seu nome entre os indicados para direção. A propósito de diretoras, Justine Triet, vencedora da Palma de Ouro em Cannes, por "Anatomia de uma Queda", é nome forte e também pode surpreender no prêmio principal, quem sabe igualando o recente "Parasita" com uma dobradinha das duas principais premiações do mundo do cinema.
No mais, imaginava que o "Napoleão" de Ridley Scott tivesse mais e melhores indicações, já prevejo histeria e gritaria das/dos leonardetes pelo fato de Leonardo DiCaprio não ter entrado para melhor ator, e celebro a indicação de Lily Gladstone para melhor atriz, a primeira indígena norte-americana a ser indicada para um Oscar.

Fique, abaixo, com todos os indicados ao Oscar 2024:

📹📹📹📹📹📹📹📹

MELHOR FILME

• American Fiction

• Anatomia de uma Queda

• Barbie

• Os Rejeitados

• Assassinos da Lua das Flores

• Maestro

• Oppenheimer

• Vidas Passadas

• Pobres Criaturas

• A Zona de Interesse


MELHOR DIREÇÃO


• Justine Triet, por Anatomia de uma Queda

• Martin Scorsese, por Assassinos da Lua das Flores

• Christopher Nolan, por Oppenheimer

• Yorgos Lanthimos, por Pobres Criaturas

• Jonathan Glazer, por A Zona de Interesse


MELHOR ATOR


• Bradley Cooper, por Maestro

• Colman Domingo, por Rustin

• Paul Giamatti, por Os Rejeitados

• Cillian Murphy, por Oppenheimer

• Jeffrey Wright, por American Fiction



MELHOR ATRIZ

• Annette Bening, por NYAD

• Lily Gladstone, por Assassinos da Lua das Flores

• Sandra Hüller, por Anatomia de uma Queda

• Carey Mulligan, por Maestro

• Emma Stone, por Pobres Criaturas


MELHOR ATOR COADJUVANTE

• Sterling K. Brown, por American Fiction

• Robert De Niro, por Assassinos da Lua das Flores

• Robert Downey Jr., por Oppenheimer

• Ryan Gosling, por Barbie

• Mark Ruffalo, por Pobres Criaturas


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

• Emily Blunt, por Oppenheimer

• Danielle Brooks, por A Cor Púrpura

• America Ferrera, por Barbie

• Jodie Foster, por NYAD

• Da'Vine Joy Randolph, por Os Rejeitados


MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

• Justine Triet & Arthur Harari, por Anatomia de uma Queda

• David Hemingson, por Os Rejeitados

• Bradley Cooper & Josh Singer, por Maestro

• Sammy Burch, por Segredos de um Escândalo

• Celine Song, por Vidas Passadas


MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

• Cord Jefferson, por American Fiction

• Greta Gerwig & Noah Baumbach, por Barbie

• Christopher Nolan, por Oppenheimer

• Tony McNamara, por Pobres Criaturas

• Jonathan Glazer, por A Zona de Interesse


MELHOR ANIMAÇÃO

• O Menino e a Garça

• Elementos

• Nimona

• Meu Amigo Robô

• Homem-Aranha: Através do Aranhaverso



MELHOR FILME INTERNACIONAL


Io Capitano (Itália)

• Perfect Days (Japão)

• A Sociedade da Neve (Espanha)

• The Teacher's Lounge (Alemanha)

• A Zona de Interesse (Reino Unido)


MELHOR DOCUMENTÁRIO


• Bobi Wine: The People's President

• The Eternal Memory

• Four Daughters

• To Kill a Tiger

• 20 Days in Mariupol


MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM


• The ABCs of Book Banning

• The Barber of Little Rock

• Island in Between

• The Last Repair Shop

• Nai Nai & Wai Po


MELHOR CURTA-METRAGEM


• The After

• Invincible

• Knight of Fortune

• Red, White & Blue

• The Wonderful Story of Henry Sugar


MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO

• Letter to a Pig

• 95 Senses

• Our Uniform

• Pachyderme

• War is Over (inspired by the music of John & Yoko)


MELHOR TRILHA SONORA


• Laura Karpman, por American Fiction

• John Williams, Indiana Jones e a Relíquia do Destino

• Robbie Robertson, por Assassinos da Lua das Flores

• Ludwig Göransson, por Oppenheimer

• Jerskin Fendrix, por Pobres Criaturas


MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

• "The Fire Inside" (Flamin' Hot)

• "I'm Just Ken" (Barbie)

• "It Never Went Away" (American Symphony)

• "Wahzhazhe (A Song for My People)" (Assassinos da Lua das Flores)

• "What Was I Made For?" (Barbie)


MELHOR SOM


• Resistência

• Maestro

• Missão: Impossível - Acerto de Contas

• Oppenheimer

• A Zona de Interesse



MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO

• Sarah Greenwood, por Barbie

• Jack Fisk, por Assassinos da Lua das Flores

• Arthur Max, por Napoleão

• Ruth De Jong, por Oppenheimer

• Shona Heath, por Pobres Criaturas


MELHOR FOTOGRAFIA

• Edward Lachman, por El Conde

• Rodrigo Prieto, por Assassinos da Lua das Flores

• Matthew Libatique, por Maestro

• Hoyte van Hoytema, por Oppenheimer

• Robbie Ryan, por Pobres Criaturas


MELHOR CABELO E MAQUIAGEM


• Golda

• Maestro

• Oppenheimer

• Pobres Criaturas

• A Sociedade da Neve


MELHOR FIGURINO


• Jacqueline Durran, por Barbie

• Jacqueline West, por Assassinos da Lua das Flores

• Janty Yates, por Napoleão

• Ellen Mirojnick, por Oppenheimer

• Holly Waddington, por Pobres Criaturas


MELHOR MONTAGEM


• Laurent Sénéchal, por Anatomia de uma Queda

• Kevin Tent, por Os Rejeitados

• Thelma Schoonmaker, por Assassinos da Lua das Flores

• Jennifer Lame, por Oppenheimer

• Yorgos Mavropsaridis, por Pobres Criaturas


• MELHORES EFEITOS VISUAIS

• Resistência

• Godzilla Minus One

• Guardiões da Galáxia Vol. 3

• Missão: Impossível - Acerto de Contas

• Napoleão


C.R.

sábado, 24 de agosto de 2019

8º Festival do Japão RS - Academia de Polícia de Porto Alegre/RS (17/08/2019)



Depois de uma semana com alguns dias bem frios, típicos do inverno gaúcho, o final de semana se anunciava quente, com as temperaturas em ascensão de sexta para sábado. Não deu outra: após algumas atividades já agendadas, Leocádia Costa e eu aproveitamos o calor agradável fora de época para passar no 8º Festival do Japão RS. Não poderia ter sido melhor, visto que foi realmente um barato conferir a atividade, que levou uma multidão à Academia de Polícia de Porto Alegre. O Festival, realizado anualmente no mês de agosto em um final de semana próximo à data de 18/08, considerado o Dia do Imigrante Japonês no Estado, tem como objetivo divulgar a cultura japonesa no Rio Grande do Sul. O evento celebra o dia como uma forma de preservar a cultura e as tradições do país de origem entre os descendentes dos imigrantes japoneses. Ao mesmo tempo, integra os laços culturais entre os povos, mostrando ao público admirador os hábitos, costumes, culinária, expressões artísticas e outras práticas relacionadas ao cotidiano do povo japonês.

O convite – e a pilha para prestigiar – veio da nossa amiga e minha colega de trabalho Carol Ayako, RP competente, diretamente ligada à organização do evento e entusiasta da cultura nipônica da qual a própria descende. A pilha de Carol, aliás, já vinha de algumas semanas, quando ela nos informou – à Leocádia, especialmente – da presença no festival da Hello Kitty, a graciosa gatinha muito querida pelo público – e pela Leocádia –, que está completando 45 anos de criação. A mim, Carol (uma ótima cantora também, aliás) pegou-me pela parte musical, avisando-me que teria uma cantora japonesa que cantava música brasileira.

Ao que chegamos, percebendo a extensa fila para entrar, cogitamos recuar. Mas com quem nos deparamos em meio àquele monte de gente? Com a Carol. Mesmo atribulada com as várias coisas do evento, ela nos ajudou a entrar no espaço, onde pudemos ver diversas atividades e produções ligadas ao Japão, de artesanato à gastronomia. Bastante frequentado por uma galera jovem ligada aos animes e a cultura pop japonesa, o lugar estava tomado de cosplays. Divertido, engraçado em alguns casos, mas, particularmente, confesso que não é algo que me desperte interesse ou admiração. Coisa de adolescente com a qual não me identifico? Não somente, pois nem quando adolescente culturas de massa como esta me atraíam. Mas é inegável que os tipos vestidos de personagens como Picachu, Homem-Aranha, Jaspion, Viúva Negra, Justiceiro e mais uma enormidade de rainhas, princesas, samurais, guerreiros e outros, que parecem ter saído direto de um mangá, se conformam muito bem no festival, dando cores divertidas e um ar jovem ao evento.

Trecho da apresentação do Grupo Aika

Dentre as coisas que pudemos presenciar na pouco mais de uma hora em que estivemos foi a linda dança da companhia de dança Grupo Aika (de Ijuí/RS), que muito me lembrou momentos do cinema de Akira Korosawa e Kenji Mizogushi, cineastas que admiro desde a juventude; os artesanatos, com aquelas louças com as pinturas típicas japonesas; o estande da Hello Kitty, lotado de gente e de produtos licenciados da personagem; e a tal cantora, a qual soube lá se chamar Mariko Nakahira, que veio do outro lado do mundo para se apresentar. Simpática e manifestamente feliz por estar ali, ela cantou, com o seu gracioso sotaque japonês e como boa musicista oriental admiradora de MPB, “Carinhoso” (Pixinguinha e Benedito Lacerda) e “Mas que Nada”, de Jorge Ben.

Um passeio que não estava certo em nossa agenda, mas que valeu muito a pena, viu Carol? Confiram algumas fotos do que os nossos olhos captaram:


O portal de entrada: bem-vindos ao Festival do Japão!

Os corredores de expositores

Muita gente visitando o festival no final de tarde

Nós ao lado do tsuro gigante

Parecem ter vindo direto da Dinastia Ming. Nem ousei fotografar de perto

Leocádia encontra Hello Kitty

Decoração típica da cultura japonesa

Mais pessoas visitando como nós

Leocádia e outros conferindo os belos materiais dos expositores

Enquanto uns estão interessados, outros já cansaram

Cosplays, que estavam por roda parte

A afinada e animada Mariko, que veio do Japão para cantar MPB

Hora de ir embora

Despedindo-se do Festival. Um barato

por Daniel Rodrigues


sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O Beijo da Década


 A loja de departamentos inglesa Selfridges encomendou uma pesquisa entre seus clientes para saber qual seria o Melhor Beijo da Década e deu na cabeça o sensualíssimo beijo de Madonna e Britney Spears no Video Music Awards de 2003, que deixou, inclusive, o ex de Britney, Justin Timberlake, com uma cara de bunda na platéia. Acho justa a escolha. O beijo foi excitante e a ex ninfeta com aquele modelito noivinha tava de enlouquecer. Pra deixar qualquer marmanjo com vontade de fazer um ménage à trois.
Coma medalha de prata ficou o já clássico beijo de ponta cabeça do Homem Aranha com Kirsten Dunst e com o bronze outro beijo homossexual, o do casal de vaqueiros de "O Segredo de Brokeback Montain".

domingo, 14 de novembro de 2010

Rio Comicon - Estação Leopoldina - Rio de Janeiro (14/11/2010)









Visitei hoje à tarde, em seu último dia, a Rio Comicon Internacional, que aconteceu na antiga estação ferroviária Leopoldina, um lugar interessantíssimo, de fantástico potencial para abrigar este tipo de evento ou mesmo um permanente centro cultural, mas que infelizmente encontra-se em mau-estado de conservação e num local bem degradado da cidade. Mas no que diz respeito ao evento que esteve ausente do Rio por 20 anos, este reúne o que há de melhor, mais atual e interessante nas manifestações gráficas de artistas, cartunistas, ilustradores, desenhistas, criadores, roteiristas, especialmente no tocante a quadrinhos mas também abrangendo outros âmbitos como animação, 3D, games, etc. Na exposição encontra-se desde emergentes no cenário cartunista nacional como o pessoal da Beleléu, que cada vez mais se consolida como uma das publicações mais legais do gênero no país; até consagrados como Angeli, Laerte ou o Ota, os meus preferidos na matéria, por sinal. Destaque também para, Fábio Zimbres da ótima publicação "Vida Boa" e para os excelentes Fábio Moon e Gabriel Bá, que estavam inclusive em tarde de autógrafos neste domingo, realizadores da, já citada aqui, adaptação de "O Alienista" de Machado de Assis para HQ e de outras tantas obras elogiadíssimas até mesmo em nível internacional.
A Estação Leopoldina -  potencial para um belíssimo centro cultural
Mas o destaque principal desta festa dos quadrinhos e homenageado do Comicon nesta edição era mesmo Milo Manara. Um dos maiores nomes do desenho, da gravura, do cartoon internacional, colaborador e amigo de Federico Fellini, que teve lá expostas mais de 100 obras originais. O que dizer do cara? Mestre! Mestre!!! Simplesmente fantástico: O traço, o movimento, a sensibilidade, a sensualidade. Gênio da sua matéria! Infelizmente não pude vê-lo falar no sábado à noite, quando aconteceu sua palestra. Deve ter sido ótima, acredito. Mas o simples fato de VER, assim, sua obra, para um cara como eu, desenhista, amante de quadrinhos, do cinema de Fellini,  e tudo mais, já é algo fora do comum.
No interior, o público curtindo a exposição - painéis de diversos artistas.
Aproveitei minha ida e a farta oferta e exposição de material de artistas e editoras independentes e adquiri meu exemplar da revista-zine Golden Shower, idealizada e realizada por amigos e da qual, um pouco por não concordar muito com o caminho que as coisas estavam tomando no início, um pouco pela minha dificuldade de trabalho em equipe, outro tanto por causa do meu egoísmo cavalar e meu individualismo exagerado, acabei por não fazer parte. Mas, desde já, mesmo só com uma breve olhada, recomendo. Ficou bem legal. Parabéns, Pati, Cynthia, Daniel e a todos os outros que fazem parte do projeto mas com quem não cheguei a ter contato.

Todos os estilos, desde traços mais básicos a acabamentos mais elaborados como este

Um dos meus favoritos: Laerte
E outro dos preferidos, Angeli
Este ilustre blogueiro em companhia do 'Homem-Aranha'.

"A pátria Desenhada", a história da argentina em quadrinhos (em destaque, a Guerra das Malvinas)


Milo Manara
Como grande destaque e principal nome do evento, vai aí uma seçãozinha à parte:
Entrada da exposição de Milo Manara



Gravuras do mestre, sempre com mulheres formosas.
As colaborações com o amigo Fellini;
Aqui, "Satyricon"
...o clássico "8 e 1/2",
meu filme preferido de  Fellini
... "Ginger e Fred"

...e o próprio Fellini ao telefone
E ainda, os nus, corpos femininos, sensualidade, erotismo,
marcas registradas da obra de Manara.



sexta-feira, 28 de agosto de 2009

"Arraste-me para o Inferno" de Sam Raimi (2009)




Fui conferir o novo Sam Raimi no cinema, semana passada. O diretor hoje já consagrado por conta da franquia milionária “Homem-Aranha”, volta ao gênero que o lançou com o cult-movie “Evil Dead”, um clássico de fundo de quintal (literalmente, pois o filme foi filmado no sítio de um amigo) que mostrava um terror pesado e assustador ao mesmo tempo recheado com boas doses de humor.
O legal é exatamente esta volta à origem. Sam Raimi é um cara qualificado para a coisa e atuando no seu metiê realmente mostra como é que se faz. E curiosamente, mesmo hoje tendo o respaldo das produtoras e muito mais dinheiro pra fazer filme do que na época de “Evil Dead”, Raimi não apela constantemente e abusadamente dos efeitos especiais e de tecnologias avançadas. Muitas vezes até é meio cru e (propositalmente) primário.
A história em si é interessante mas como ele quer dar um tom engraçado, não se apega muito às verossimilhanças e algumas situações que poderiam ser encaradas como “acontecíveis” ficam totalmente mentirosas e inaceitáveis. Mas no caso de Sam Raimi sabemos que faz parte da idéia e o conceito acaba reproduzindo alguma coisa da seqüência “Evil Dead”, principalmente do 3° da série, o pior, mas o mais divertido.
O papo todo é que uma garota ambiciosa em subir de cargo, para provar que pode dar lucro ao banco que trabalha, nega uma prorrogação de prazo para uma velhinha que vai ser despejada. Só que mal sabe ela que a velha é uma bruxa e que se sentindo humilhada pela situação no banco, joga uma maldição pesada pra cima da garota. A velha morre logo em seguida e não tem mais como tirar a maldição, a não ser por tentativas de magia negra e outros recursos que a menina, atormentada por ataques invisíveis, sombras e alucinações, vai fazendo ajudada por um vidente que reconhece a entidade para quem foi oferecida a maldição da velha. O final (que eu não vou contar) é até previsível mas é legal por conta da dúvida que causa no espectador.
Bonzinho, no fim das contas, mas não é tuuuudo isso, não. Bom mesmo foi ver que Sam Raimi voltou a causar terror.


Cly Reis

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

CLAQUETE ESPECIAL 15 ANOS DO CLYBLOG - Cinema Brasileiro: 110 anos, 110 filmes (parte 4)

 

Os clássicos absolutos chegaram, entre eles,
"O Beijo da Mulher Aranha", primeiro filme
brasileiro a vencer um Oscar
Demorou um pouco além do normal, mas voltamos com mais uma parte da nossa série especial “Cinema Brasileiro: 110 anos, 110 filmes”. E tem justificativa para esta demora. Isso porque reservamos este quarto e penúltimo recorte da lista para o mês de agosto, o de aniversário do Clyblog, uma vez que este Claquete Especial, iniciado em abril, é justamente em celebração dos 15 anos do blog.

Talvez somente esta justificativa não baste, entendemos. Então, já que vínhamos mês a mês postando uma nova listagem com 20 títulos cada, propositalmente falhamos em julho para que agora, no mês do aniversário, fizéssemos uma sequência não apenas de 20 filmes, mas de 40 de uma vez. E não se tratam de quaisquer quatro dezenas! Afinal, a seleção inteira é tão rica, que igualável em qualidade a qualquer cinematografia mundial. Mas, especialmente, porque estes novos compreendem as posições do 50º ao 11º. Ou seja: aqueles “top top” mesmo, quase chegando nos “finalmentes”.

Waltinho, um dos 6 com 2 filmes entre
os 40 melhores
E se o adensamento já vinha acontecendo fortemente, com a presença de grandes realizadores, títulos clássicos e premiados e escolas reconhecidas somadas às novas produções do furtivo século XXI, agora, então, esta confluência se faz ainda mais presente. Dá para se ter ideia pelos nomes de cineastas de primeira linha como Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Walter Salles Jr., Luis Sergio Person, Hector Babenco e Eduardo Coutinho, que já deram as caras com obras anteriormente e, desta feita, emplacam dois filmes cada entre os selecionados, até então os mais bem colocados. Somam-se a eles os altamente competentes João Moreira Salles, Jorge Furtado e Bruno Barreto, também com dois entre os 40.

Pode-se dizer que, agora, é quando de fato entram os clássicos incontestes, aqueles “divisores de águas” do cinema nacional (e, por que não, mundial), como “Ganga Bruta”, de Humberto Mauro, "O Beijo da Mulher Aranha", de Babenco, “São Paulo S/A”, de Person, e “Tropa de Elite”, de José Padilha. Mas também pedem passagem “novos clássicos”, tal o perturbador documentário “Estamira” e o premiado “Bacurau”, de 2019, quarto mais recente entre os 110 atrás apenas de “Três Verões” (63º), “Marte Um” (79º) e “Marighella” (106º).

Elas, as cineastas mulheres, se ainda em desigualdade na contagem geral, marcam forte presença nesta fatia mais qualificada até aqui. Estão entre elas Kátia Lund, Daniela Thomas e Anna Muylaert, esta última, responsável por um dos filmes mais tocantes e críticos do cinema brasileiro, “Que Horas Ela Volta?”. Então, pegando carona na expressão, para quem estava nos perguntando "que horas eles voltariam?”: voltamos. E voltamos abalando com 40 filmes imperdíveis, que dignificam o cinema brasileiro e latino-americano. Pensa bem: apenas 10 títulos os separam do melhor cinema do Brasil. Isso diz muito.

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50. "Estamira”, Marcos Prado (2004)

Dentre as dezenas de documentários realizados na década 00, um merece especial destaque por sua força expressiva incomum: "Estamira". Certamente o que colabora para esta pungência do filme do até então apenas produtor Marcos Prado, sócio de José Padilha à época, é a abordagem sem filtro e nem concessões da personagem central, uma mulher catadora de lixo com sério desequilíbrio mental, capaz de extravasar o mais colérico impulso e a mais profunda sabedoria filosófica. A própria presença da câmera, aliás, é bastantemente honesta, visto que por vezes perturba Estamira. Obra bela e inquietante. Melhor doc do FestRio, Mostra de SP, Karlovy Vary e Marselha, além de prêmios em Belém, Miami e Nuremberg.




49. “Tropa de Elite”, de José Padilha (2007)
48. “Batismo de Sangue”, de Helvécio Ratón (2007)
47. “Terra Estrangeira”, Walter Salles Jr. e Daniela Thomas (1996) 
46. “O Dia em que Dorival Encarou a Guarda”, Jorge Furtado e José Pedro Goulart (1986)
45. “Amarelo Manga”, de Cláudio Assis (2002)



44. “Nunca Fomos Tão Felizes”, Murilo Salles (1984) 
43. “Edifício Master”, de Eduardo Coutinho (2002)
42. “O Homem da Capa Preta”, Sérgio Rezende (1986)
41. “O Beijo da Mulher Aranha”, Hector Babenco (1985)


40. 
“São Bernardo”, Leon Hirszman (1971) 

Adaptação do livro do Graciliano Ramos, que transporta para a tela não só a história, mas a secura das relações e a incomunicabilidade numa grande fazenda do início do século XX, escorada na desigualdade dos latifúndios. Não há diálogo: a vida é assim e pronto. Daqueles filmes impecáveis em narrativa e concepção. E Leon, comunista como era, não deixa de, num deslocamento temporal, dar seu recado quanto à reforma agrária. A trilha, vanguarda e folk, algo varèsiana e smetakiana, é de Caetano Veloso, que acompanha a secura da narrativa e cria uma "música" totalmente vocal em cima de melismas lamentosos e desconcertados. Recebeu vários prêmios em festivais, entre eles o de melhor ator para Othon Bastos no Festival de Gramado, o Prêmio Air France de melhor filme, diretor, ator e atriz (Isabel Ribeiro), além do Coruja de Ouro de melhor diretor e atriz coadjuvante (Vanda Lacerda). 



39. “Carandiru”, de Hector Babenco (2002)
38. “O Som do Redor”, Kleber Mendonça Filho (2012)
37. “Que Horas Ela Volta?”, Anna Muylaert (2015) 
36. “Notícias de uma Guerra Particular”, Kátia Lund e João Moreira Salles (1999)
35. “Ganga Bruta”, Humberto Mauro (1933)



34. “Lavoura Arcaica”, Luiz Fernando Carvalho (2001)
33. “Bar Esperança, O Último que Fecha”, Hugo Carvana (1982) 
32. “Couro de Gato”, Joaquim Pedro de Andrade (1962)
31. “Os Fuzis”, Ruy Guerra (1964)


30. “O Bandido da Luz Vermelha”, Rogério Sganzerla (1968) 

Se existe cinema marginal, esta classificação se deve a “O Bandido...”. Transgressor, louco, efervescente, non-sense, crítico, revolucionário. Adjetivos são pouco pra definir a obra inaugural de Sganzerla, que trilharia pela "marginalidade" até o final da coerente carreira. Um filme de manifesto, questionamento de ordem política, de uma estética diferente e bela (apesar do baixo orçamento) e a vontade de avacalhar com tudo. "Quando a gente não pode fazer nada, a gente avacalha e se esculhamba". Grande vencedor do Festival de Brasília de 1968. O filme que fez o “terceiro mundo explodir” de criatividade.


29. "Santiago", de João Moreira Salles (2007)
28. “Jogo de Cena”, Eduardo Coutinho (2007)
27. “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”, Glauber Rocha (1968)
26. “Noite Vazia”, Walter Hugo Khouri (1964)
25. “São Paulo S/A”, Luis Sérgio Person (1965) 



24. "Terra em Transe", Glauber Rocha (1967) 
23. "Sargento Getúlio”, Hermano Penna (1981) 
22. “O Caso dos Irmãos Naves”, Luis Sergio Person (1967) 
21. “Memórias do Cárcere”, Nelson Pereira dos Santos (1984) 

20. 
 “Ilha das Flores”, Jorge Furtado (1989)

É incontestável a importância de "Ilha das Flores" para a cinematografia gaúcha e nacional. O filme que, em plenos anos 80 ainda de fim do período de Ditadura, expôs ao mundo uma realidade muito pouco enxergada, o fez de forma absolutamente criativa e impactante. Ao acompanhar o percurso de um mero tomate da horta até o lixão a céu aberto onde vive uma fatia da população em total miséria e descaso social, Furtado virou de cabeça para baixo a narrativa do audiovisual brasileiro, influenciado diretamente as produções de TV dos anos 80 e 90 e o cinema pós-retomada nos anos 2000. Urso de Prata para curta-metragem no 40° Festival de Berlim, Prêmio Especial do Júri e Melhor Filme do Júri Popular no 3° Festival de Clermont-Ferrand, França, entre outras premiações na Alemanha, Estados Unidos e Brasil. Um clássico ainda hoje perturbador.



19. “O Beijo no Asfalto”, Bruno Barreto (1980) 
18. “Central do Brasil”, de Walter Salles Jr. (1998) 
17. “Dnª Flor e seus Dois Maridos”, Bruno Barreto (1976)
16. “Garrincha, A Alegria do Povo”, Joaquim Pedro de Andrade (1962)
15. “Barravento”, Glauber Rocha (1962)


14. “Rio 40 Graus”, Nelson Pereira dos Santos (1955)
13. “Bacurau”, Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles (2019)
12. “Assalto ao Trem Pagador”, Roberto Faria (1962) 
11. “Bye Bye Brasil”, Cacá Diegues (1979) 



Daniel Rodrigues