1º de abril é dia da mentira? Pra quem diz que "não foi golpe", sim. Sem fake news, o MDC de hoje traz Isaac Hayes, João Gilberto, Lulu Santos, Rush e Tracy Chapman estão aí para comprovar. Ainda, um Cabeça dos Outros no quadro especial e, claro, os 60 anos do golpe militar. Pela verdade, o programa vai ao ar às 21h na verídica Rádio Elétrica. Produção, apresentação e "ditadura nunca mais": Daniel Rodrigues
quarta-feira, 3 de abril de 2024
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
Música da Cabeça - Programa #342
Essa abóbora de Halloween tá meio diferente, hein... Isso porque no MDC a gente não escolhe por doces ou por travessuras: aqui, a gente opta pelos dois! Afinal, quanta doçura vem embalada na melodia de Isaac Hayes ou de Djavan! Mas também aquela atravimento maroto que só os bons roqueiros como New Order e Erasmo Carlos ou o sambista Bezerra da Silva têm. No quadro móvel, outra surpresa tirada do caldeirão. Mas não tenha medo: basta abrir a porta para o programa às 21h, na horripilante Rádio Elétrica, que só coisas boas vão lhe acontecer. Produção, apresentação e bruxaria musical: Daniel Rodrigues.
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quarta-feira, 6 de setembro de 2023
Música da Cabeça - Programa #334
Mais de 2000 dias sem resposta, mas Marielle permanecem aqui conosco. Presente. Ela estará no MDC 334, assim como Dead Kennedys, João Gilberto, Björk, Jorge Mautner, Isaac Hayes e outros. Quem também entoa o mesmo grito é John Zorn, a quem trazemos no Cabeção desta edição. Com o punho em riste e uma pergunta que não quer calar, o programa de hoje se manifesta às 21h na persistente Rádio Elétrica, que quer saber: quem mandou matar Marielle e Anderson Gomes? Produção, apresentação e #justiçaparamarielle: Daniel Rodrigues.
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terça-feira, 7 de junho de 2022
Os Melhores Filmes dos Anos 60/70 #3 - "Shaft", de Gordon Parks (1971)
"Shaft", a série, era produzida pela MGM Television e mantinha no elenco o galã Richard Roundtree. Baseando-se na trama original do escritor Ernest Tidyman, os roteiristas passaram a desenvolver episódios com mais de uma hora de duração. Os enredos acompanhavam o cotidiano de John Shaft, um detetive particular insatisfeito com os métodos convencionais da polícia americana e disposto a imprimir uma nova forma no combate ao crime nas ruas de Nova York.
A base de Shaft era o Harlem. Era ali que ele mantinha seu escritório – embora a maior parte da ação se passasse nas ruas, onde Shaft convivia com informantes, mendigos, bêbados. Seus inimigos eram quase sempre traficantes, gangues de adolescentes e exploradores de prostitutas. Seu visual, com jaquetas de couro, colares, roupas escuras e um cabelo black power, ajudavam-no a circular pelo bairro como se estivesse integrado à paisagem. O personagem se completava com um vocabulário repleto de gírias e um charme que parecia irresistível às mulheres da região.
O policial durão que dá nome à franquia, vivido pel galã Richard Roundtree |
Por ter sido produzido para a televisão, "Shaft", a série, teve que ser mais contida com relação à violência. Se nos filmes, "Shaft" abusava de métodos pouco convencionais, na TV ele deveria passar a imagem de um justiceiro duro porém equilibrado, sem excessos.
A série incluiu um novo personagem, o sargento Al Rossi (interpretado por Eddie Barth) e que frequentemente trabalhava ao lado de Shaft. Além disso, foi mantida uma das marcas dos filmes: a trilha sonora composta por Isaac Hayes.
O seriado nunca chegou a ser exibido no Brasil. Nos Estados Unidos, apresentado pela CBS, teve apenas sete episódios, sendo apresentado entre outubro de 1973 e fevereiro de 1974.
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trailer original de "Shaft"
quarta-feira, 12 de janeiro de 2022
Música da Cabeça - Programa #249
Rádio Elétrica:
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021
Música da Cabeça - Programa #244
Passaporte vacinal? Sim, mas aqui o seu passaporte já está emitido: é só embarcar e curtir o MDC. Poltronas reservadas para Dave Brubeck, Jorge Benjor, Jah Wobble, Lana Del Rey, Isaac Hayes, Black Alien e os quadros móveis e fixo. Esquema vacinal completo no programa de hoje, às 21h, na imunizada Rádio Elétrica. Produção, apresentação e dose de reforço: Daniel Rodrigues
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quarta-feira, 30 de junho de 2021
Música da Cabeça - Programa #221
Apagão, prevaricação, investigação, acusação, discriminação... É tanta repetição, que vamos fazer o mesmo, só que com mais uma edição do MDC! A 221ª delas trará Isaac Hayes, Marina Lima, Neneh Cherry, George Michael, Tribalistas e mais e mais e mais. Ainda, no quadro especial, 'Cabeção', os 110 anos de nascimento do genial compositor Bernard Hermann, senhor em repetições sonoras. Repetindo o que se deve, o programa vai ao ar hoje, às 21h, na irrepetível Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues (Daniel Rodrigues, Daniel Rodrigues, Daniel Rodrigues...)
sexta-feira, 18 de setembro de 2020
Donald Byrd - "Black Byrd" (1973)
Byrd dá rédea solta ao produtor/arranjador/compositor Larry Mizell, que cria uma série de peças melódicas fortemente focadas, muitas vezes em dívida com as orquestrações mais longas de Isaac Hayes e Curtis Mayfield. Eles são construídos sobre os ritmos funk mais simples que Byrd já enfrentou, e se as estruturas não são tão soltas ou complexas como seu material de fusão anterior, elas compensam com um senso funky de groove que é quase irresistível.
Os solos de Byrd são principalmente melódicos e econômicos, mas isso permite que o funk ocupe o centro do palco. Claro, talvez o piano elétrico, os efeitos sonoros e a onipresente flauta de Roger Glenn datem um pouco a música, mas isso é realmente parte de seu charme. "Black Byrd" era o que há de mais moderno para a época e estabeleceu um novo padrão para todas as futuras fusões jazz/R&B/funk - das quais havia muitas. Byrd continuaria a refinar esse som em álbuns igualmente essenciais como "Street Lady" e os fantásticos "Places and Spaces", Mas "Black Byrd" se mantém como sua declaração de assinatura inovadora.
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FAIXAS:
segunda-feira, 22 de junho de 2020
Curtis Mayfield - "Curtis" (1970)
Com Curtis Mayfield aconteceu algo semelhante. Um dos integrantes do grupo vocal de rhythm and blues de Chicago The Impressions, ele rapidamente destacou-se sobre seus companheiros, igualmente bons cantores como ele, mas não apenas pela afinadíssima voz tenor e, sim, pela incrível capacidade compositiva e de liderança que o diferia dos demais. Quem escuta os discos da banda, a qual pertenceu de 1963 a 1969, percebe que, desde a composição do primeiro sucesso, a clássica "Gypsy Woman", até o último disco como integrante, “The Young Mods' Forgotten Story”, todo escrito por ele, Curtis se tornara maior do que a Impressions. Ele não cabia mais num trio: precisava ser uno. Precisava alçar o voo solo.
Baldwin e Angela: referências da luta racial nos anos 70 |
Ouvem-se, então, os primeiros acordes do disco: um som grave de baixo, que prenuncia um riff cheio de groove e inteligência musical. Talvez os “brothers and sisters” que a escutavam pela primeira vez naquele setembro de 1970 não percebessem que estavam diante de um dos mais célebres começos de disco de todos os tempos na música pop. Entram, na sequência, bongôs de matiz africano e vozes entrecruzadas levantando questões polêmicas, as quais são logo catalisadas pela do próprio Curtis, que anuncia com ecos retumbantes: “Não se preocupem: se houver um inferno abaixo de nós, para lá todos iremos!” É “(Don’t Worry”) If There's a Hell Below We're All Going to Go”, a arrebatadora faixa de abertura de um disco que não podia ter outro nome que não, simplesmente, “Curtis”. À exceção do tom pastel da capa, trata-se de um álbum negro em todas as dimensões possíveis: na sonoridade, no resgate da ancestralidade, na mensagem afirmativa e de denúncia e no comprometimento com o movimento negro.
Era a confirmação de que Curtis registrava sua emancipação como artista. A música conhecia pela primeira vez sua obra autoral, que abria com esse funk de reverências a James Brown e à africanidade. Curtis, consciente de seu papel, não fugia às discussões sérias, falando sobre preconceito, violência policial e repressão política: “Irmãs, irmãos e desfavorecidos/ negros e mulatos/ A polícia e os seus apoiadores/ Eles são todos os atores políticos”. “If There's...” antecipava outro trunfo da música soul daquele início de anos 70: a Blackexplotation. Quem escuta o primoroso arranjo de cordas, as percussões afro e o baixo marcado da faixa é impossível não associá-la às trilhas sonoras de filmes feitos com e para negros que “explodiriam” àquela época na indústria cinematográfica norte-americana – dentre as quais, a de “Superfly”, que Curtis assinaria poucos anos mais tarde.
Curtis tocando ao vivo à época do disco:talento confirmado como artista solo |
A harmonia entre os homens, entretanto, está longe de se concretizar, e Curtis tinha consciência disso. Não à toa, vem, na sequência, a reflexiva “We People Who Are Darker Than Blue” (“Nós, pessoas que somos mais escuras que o azul”). Não por acaso também se trata de um lamentoso blues, o qual seu lindo canto cadencia versos como: “Nós, pessoas que somos mais escuras do que o azul/ Não há tempo para segregar/ Eu estou falando sobre marrom e amarelo também/ Garota tão amarela que você não pode contar/ Eu sou apenas a superfície do nosso poço profundo e escuro/ Se a sua mente puder realmente ver/ Você veria que sua cor é igual à minha”.
Outra preciosidade de "Curtis" é "Move on Up", grande sucesso da carreira solo do artista que prova o quanto ainda sabia escrever hits (a versão reduzida dos mais de 8 min originais passou 10 semanas no top 50 da parada de singles do Reino Unido em 1971, chegando ao 12º lugar, e se tornou um clássico da música soul ao longo dos anos). Esta empolgante soul, com exuberantes arranjos de cordas e metais, traz mais uma vez a intensa percussão afro e uma performance impecável de Curtis, responsável não apenas pela guitarra, mas por vários outros instrumentos. Aqui nota-se um músico totalmente dono de sua obra: ao mesmo tempo em que se vale de sua música para a crítica, também domina a arte de criar canções para as massas. Para os que acham que seu auge é "Superfly", "Move..." prova que este momento já estava em “Curtis”.
Curtis com a filha ainda criança, nos anos 70 |
A suave "Give it Up" tem a primazia de fechar o brilhante debut de Curtis Mayfield, trabalho assustadoramente atual mesmo 50 anos após seu lançamento. A catarse mundial gerada pela revoltante morte do ex-segurança George Floyd, vitimado recentemente pela violência da polícia e da sociedade norte-americana, evidenciou o quanto as questões levantada neste disco, há cinco décadas, estão longe de serem resolvidas. Se o racismo ainda está aí, Curtis é morto desde 1999, quando, após complicações motivadas por um fatídico acidente que o deixara paraplégico, despedia-se prematuramente aos 57 anos. Só assim para frear o seu talento.
Embora não tenha feito o mesmo sucesso que seus contemporâneos de black music Marvin Gaye, Al Green, Stevie Wonder e Barry White, Curtis pode tranquilamente ser considerado integrante do.panteão dos grandes criadores da soul norte-americana. Ele é daqueles autores cuja obra demarca um “antes” e um “depois”, tanto pela beleza única de suas composições quanto pelo o que representou para o movimento negro e a luta pelos Direitos Civis norte-americanos naquele inicio de década de 70. O disco “Curtis” antecipa em um ano, inclusive, uma trinca de obras que se eternizaria, entre outras qualidades, justamente pelo teor de resistência: “What’s Going On”, de Gaye, “Pieces of a Man”, de Gil Scott-Heron, e “There’s a Riot Goin’ On”, da Sly. Curtis dizia que suas músicas sempre vieram de perguntas para as quais precisava de respostas. Vendo o quadro político-social de hoje ainda tão desigual, se estivesse vivo, 50 anos depois de ter levantado e respondido várias dessas questões, provavelmente voltaria numa delas e se indagaria: “o inferno, que eu pensava estar abaixo de nós, é aqui mesmo, então?”
Curtis Mayfield - "Move on Up"
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FAIXAS:
1. "(Don't Worry) If There's a Hell Below, We're All Going to Go" - 7:50
2. "The Other Side of Town" - 4:01
3. "The Makings of You" - 3:43
4. "We the People Who Are Darker Than Blue" - 6:05
5. "Move On Up" - 8:45
6. "Miss Black America" - 2:53
7. "Wild and Free" - 3:16
8. "Give It Up" - 3:49
Todas as composições de autoria de Curtis Mayfield
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Curtis Mayfield - "Curtis"
segunda-feira, 20 de abril de 2020
Discos para (e de) quarentena
A Queen, isolada numa fazenda para gravar sua obra-prima |
Woodland, a casa que viu nascer "Trout...", da Captain Beefheart |
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Colaboração: Cly Reis