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sábado, 8 de outubro de 2011

Crosby, Stills, Nash & Young - "Dèjà Vu" (1970)





Um disco memorável... lembrou?



"'Déjà Vu': expressão francesa que significa, literalmente, já visto.
Termo usado para indicar
um fenômeno de origem neurorítmica
que acontece no cérebro que faz com que tenhamos a impressão
 de já termos visto, presenciado ou experimentado
 uma sensação anteriormente."


Para recordar a origem deste déjà vu, o quarteto surgiu a partir de desmembramentos de bandas de sucesso. David Crosby e Graham Nash tiveram músicas negadas pelos componentes dos grupos que participavam: o The Byrds e o The Hollies, respectivamente. Estes conjuntos, por estarem consolidados perante o público, tinham um apelo nas composições cada vez mais puxando para o pop. Desta insatisfação e desvirtuação artística aliado ao fim do Buffalo Springfield, de Stephen Stills e Neil Young, o resultado foi essa química que culminou num excelente álbum que mistura rock, country, folk e blues: o Dèjà Vu.

Retrocedendo um pouco, em 1969, Crosby, Stills e Nash já haviam lançado um grande disco, com título homônimo. Já nessa ótima fase que entra Young. O quarteto havia realizado diversas apresentações marcantes, tendo como especial a do Woodstock, sendo aclamados pelo público presente como um dos melhores shows do festival.

Além de Déjà Vu, Neil Young só voltou a gravar com seus parceiros (conhecidos pela sigla CSNY) no álbum Looking Forward, de 1999. Segundo Nash, foram 800 horas de estúdio para conceber o Dèjà Vu. Um disco bem dividido nas participações e nas composições. Ou seja, duas músicas para cada um, com a exceção da última, parceira de Stills e Young. Apenas uma é versão da cantora canadense Joni Mitchell. O álbum também conta com as participações Dallas Taylor (bateria e percussão) e Greg Reeves (baixo). A importância dos dois é tão relevante que estão na capa com seus respectivos nomes creditados. Esse registro impressiona pela combinação das quatro vozes, numa sincronia perfeita muitas vezes, e pelas afinações dos violões, bem atípicas.

Já que foi referida a combinação de vocais, um exemplo é Carry on, a primeira faixa. A música é praticamente cantada pelo quarteto CSNY (uma espécie de ópera), com leve destaque para a voz de Nash. Em certa parte, a canção migra para um ritmo oriental, talvez uma influência de Sargent Pepper´s, dos Beatles. Além disso, conta com um baixo bem elaborado de Reeves. Teach your children é um dos grandes hits do álbum, com uma levada extremamente country. A letra também é interessante de se destacar: “Teach your children well, Their father's hell did slowly go by, and feed them on your dreams. The one they picked, the one you'll know by” (Ensine bem suas crianças, porque o inferno dos pais delas vai passando devagar. E alimente o sonho delas, o que elas escolherem, aquele que você ficará sabendo). Essa música tem a contribuição de Jerry Garcia, do Grateful Dead, que toca uma pedal steel guitar (aquela guitarra elétrica “deitada” que se usa um bastão de metal).

Em Almost Cult my hair, Crosby monopoliza o vocal, com um som mais rock. Tem dois solos de guitarra simultâneos, bem característico do The Byrds. Adiante, com muita melancolia e desespero, vem Helpless, primeira contribuição de Neil Young mais destacada. A música é bem ao seu estilo, que consolidou sua exitosa carreira solo.

Como já referido antes neste texto (lembram?), uma música não é de autoria do CSNY e é justamente Woodstook. De certa forma, tem um forte vinculo com o grupo. Isso porque a compositora Joni Mitchell era namorada de Nash durante o período do festival, que intitula a música. Stills apresenta um vocal agressivo, comparado com outras canções do disco, além de uma pegada rock, com guitarras mais estridentes. Já Déjà vu é a mais psicodélica, apesar dos instrumentos convencionais, principalmente os violões. No início, ocorre um erro proposital, com Crosby fazendo a contagem para retomar a canção. Esta começa em ritmo acelerado e logo tem uma grande quebra, para deixar numa atmosfera mais “viajante” a quem escuta. Quem sabe seja uma situação déjà visite, um estranho conhecimento de um novo lugar.

Num momento déjà vécu (já visto) tem Our house com Nash cantando e comandando o piano. De certa forma, recorda algumas composições de Paul McCartney como, Lady Madona, por exemplo, junto com Fixing a hole, de John Lennon, isso de forma mais lenta. É uma balada bem interessante do disco. Em 4+20 a conta fica por responsabilidade de Stills, somente ele e violões. Mas também, não precisaria de mais. É a música mais introspectiva, que basicamente fala da perda de uma mulher, tendo como destino cair “nos abraços do diabo”, isso por causa de pensamentos negativos.

Country girl tem a volta de Young ao vocal principal e é a música mais produzida do disco, que contêm diversos instrumentos de cordas e percussão, além de pianos para deixá-la mais “épica”. Já a faixa Everybody I love you fecha esse registro com aquela já escrita fusão de vozes nunca vista, um jamais vu. Stills solta a voz com os seus graves em alguns momentos. O álbum termina com todo vigor e energia.

Talvez no final deste texto, você já tenha esquecido algumas coisas que escrevi. Mas, no final das contas, esse disco vai ficar muito provavelmente armazenado na memória em longo prazo do seu cérebro. Se algum dia você tiver um ótimo déjà senti musical, pode ter certeza que este álbum pode ter proporcionado este sentimento.

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FAIXAS:
1 Carry On (Stills) 4:25
2 Teach Your Children (Nash) 2:53
3 Almost Cut My Hair (Crosby) 4:25
4 Helpless (Young) 3:30
5 Woodstock (Mitchell) 3:52
6 Déjà Vu (Crosby) 4:10
7 Our House (Nash) 2:59
8 4 + 20 (Stills) 1:55
9 Country Girl (Young) 5:05
10 Everybody I Love You (Stills, Young) 2:20

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Ouça:

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Crosby, Stills & Nash - “CSN” (1977)



“CSN&Y nunca fará uma turnê de novo, jamais... mas eu amo esses caras.” 
Neil Young


Como falei noutra ocasião sobre o disco "Zuma", do Neil Young, pra fazer justiça pros meus velhos queridos Stephen Stills, Graham Nash e David Crosby, falo agora de “CSN”, de 1977. Aquele dos três no barco do Stills. Comprei este disco no segundo semestre de 1977, quando terminava o 2º Grau no glorioso Colégio Estadual Inácio Montanha, em Porto Alegre, e fazia o IPV (Lembram? Claro que não!). Já tinha ouvido os discos deles em casa de amigos, mas nunca tinha comprado um. E acertei na mosca. O disco é maravilhoso, talvez o melhor deles, mesmo que não tenha um sucesso estrondoso da carreira do trio. Nesta época, em plena era punk, os já veteranos apostavam na música para se manter acima da superfície do mercado. Conseguiram: o disco chegou ao segundo lugar entre os mais vendidos na ocasião.

E o que se pode dizer de um disco que começa direto com uma obra-prima como “Shadow Captain”, composta por Crosby e pelo tecladista Craig Doerge. Segundo o próprio Crosby, ela foi feita no seu barco, 220 milhas longe da costa, quando acordou num dia e resolveu escrever toda a letra numa sentada. O piano de Doerge e a guitarra slide de Stills dão o tema musical que carrega as harmonias vocais. Neste disco, uma curiosidade: Crosby ainda não tinha mergulhado nas drogas de forma absoluta. Portanto, eles não precisavam de ajuda nas vozes, como no disco posterior, “Daylight Again”, de 1982, no qual ArtGarfunkel dá uma força. No refrão, “Shadow Captain” diz “Quem guia este barco/ sonhando através do mar/ Virando e procurando/ Qualquer que seja o jeito que te agradar/ Fale comigo/ Preciso ver seu rosto/ Capitão ensombreado/ num lugar escuro”.

“See the Changes” tem o violão de Stills e aqueles vocais pelas quais eles ficaram conhecidos. Na canção, Stills fala das mudanças pelas quais um homem passa e do encontro com uma mulher que, finalmente, o entende. “Ela tem me visto mudando/ não tem sido fácil rearranjar/ E fica mais difícil à medida que se envelhece/ Ficando cada vez mais longe quanto mais perto você chega”.

“Carried Away” é a primeira contribuição de Graham Nash no disco. Uma balada com direito a solo de harmônica. De acordo com o próprio Nash, sua esposa Susan não gosta desta música, pois fala de uma paixão platônica que o compositor teve na Flórida por uma mulher que viu numa cafeteria. A letra é bem explícita: “Você veio dos céus/ Sua pele e seus olhos/ As cores do bronze/ A lua em seu ouvido/ Brilhou e resplandeceu/ Em breve, você terá ido embora... mudando através das minhas mudanças/ tão rápido quanto possa/ tentando trazer o balanço entre eu e o homem/ Parte de mim está gritando para dizer/ que quero ser carregado pra longe”. É claro que Susan não gostou. Só ver esta mulher na rua fez Nash querer ir embora. A suavidade de Nash aflorando.

A faixa seguinte, “Fair Game”, tem uma levada latina, bem ao estilo caribenho do gosto de Stills, que dá um show no violão. Na época, separado da cantora francesa Dominique Sanson, ele estava pronto pro jogo e “Fair Game” conta uma história assim. “Encontre uma maneira de chegar nela, se faça de bobo/ Mas faça com um pouco de classe, não siga as regras/ porque este cara sabe que chegar ao fundo do poço não vai te conseguir uma namorada/ o patinho feio ataca novamente e ele vai decidir seu destino/ e você é um alvo/ Nunca vai saber o que ela vai decidir/ Você é o alvo/ apenas relaxe e aproveite”.

“Anything at All” traz a ironia sempre presente de Crosby em dia. Um contestador pro bem e pro mal, David Crosby sempre fez da metáfora e da linguagem figurada o mote para suas canções. Vide “Almost Cut My Hair”, do disco “Déja Vu”, onde fala da briga do establishment com os cabelos compridos no final dos anos 60. Aqui, ele vai um pouco mais longe: “Tudo que você quiser saber/ me pergunte/ eu sou o cara mais opinativo do mundo/ Te darei uma resposta se eu puder/ pegue uma que estiver passando/ se for legal pra você... tudo que você quiser saber apenas pergunte/ vale cada centavo/ mas pra você é de graça/ liquidação especial/ Tudo que você quiser saber/ você vê apenas abaixo da superfície da lama/ tem mais lama aqui/ Surpresa...”.

Já “Cathedral” conta uma experiência de Nash na Winchester Cathedral em Londres, após tomar LSD no dia do seu 32º aniversário. Esta canção e “Dark Star” são as únicas que eles mantêm no repertório de seu show. Vi eles em SP em 2012 e pirei. A viagem literal de Nash começa na catedral, passa por um túmulo de uma pessoa que morreu em 1779 e vai terminar em Stonehenge. Põe viagem nisso! “Abre as portas e me deixe sair daqui/ Muitas pessoas mentiram em nome de Cristo/ para qualquer um considerar o chamado/ muitas pessoas morreram em nome de Cristo/ que não posso acreditar de jeito nenhum/ e agora estou sobre um túmulo de um soldado que morreu em 1779/ E o dia em que ele morreu era um aniversário/ e notei que era o meu/ e na minha cabeça não sabia quem eu era/ comecei a voltar no tempo/ e estou chapado no altar/ chapado no altar, chapado”. Tudo isso com um arranjo de cordas que dá uma sensação de grandiosidade à faixa.

O lado 2 começa com “Dark Star”, mais uma música latina de Stills com Ray Barretto nas congas e Russ Kunkel na bateria, tirando um mezzo samba de americano dos couros e pratos. A canção tem ainda os solos de piano elétrico de Doerge e do violão de Stills que valem o ingresso. Na letra, ele fala de um amor que rolou. Como namorou Judy Collins, Joni Mitchell e Rita Coolidge, não se sabe quem é a “vítima”, mas a música é ótima e os vocais vêm com tudo. “Estrela negra, te vejo pela manhã/ Estrela negra, dormindo perto de mim/ estrela negra, deixe a memória da tarde/ ser a primeira coisa que você pensa/ quando abre seus olhos e me vê, estrela negra”. A convivência, às vezes, não é pacífica, mas Stills tem esperança que as coisas se ajeitem.

”Just a Song before I Go” foi o sucesso radiofônico da época, mais uma daquelas baladas românticas de Nash. Mais uma vez, Nash se envolve com uma mulher, agora no aeroporto, depois de uma turnê. “Ela me ajudou com minha mala/ Ela parou em frente aos meus olhos/ me carregando ao aeroporto/ e pelos céus amigáveis/ passando pela segurança/ eu a segurei por muito tempo/ ela finalmente olhou pra mim com amor/ e se foi”. Um daqueles amores efêmeros que rolam durante uma turnê. Rendeu o 7º lugar na parada dos compactos da Billboard na época.

“Run From Tears” é o momento roqueiro de Stephen Stills. Mais uma vez, os amores desfeitos são o mote da canção: “Não fujo das lágrimas/ esta é a minha fraqueza/ E sei que você ainda me ama/ apesar de não acreditar nisso..você está me punindo/ pela minha fraqueza/ quando souber a meu respeito/ não vai poder bater tão forte/ e não quis te subestimar/ apenas sabia que me sentia bem em casa/ mas você me deixou tão desencantado/ estava cego é claro até que você foi embora”. A guitarra de Stills sola furiosamente sob uma base do órgão de Mike Finnigan, ex-músico de Jimi Hendrix e que integrou a banda de CS&N no final dos 70 e começo dos 80.

“Cold Rain” é mais uma música de Nash composta lembrando seus tempos de Inglaterra, quando fazia parte do grupo The Hollies. Ele fala em terceira pessoa de si mesmo. “Chuva fria cai sobre meu rosto/ ônibus se apressam/ Trabalho terminou, aí vem a turba/ Pessoas indo pra casa/ Não te conheço?/ Não te vi antes?/ Você parece com alguém que eu conheço/ ele viveu aqui, e se foi/ quando achou que tinha mais”.

A penúltima música, “In My Dreams” traz Crosby e um clima jazzístico acústico, com direito a vibrafone de Joe Vitale. Como Crosby sempre foi apaixonado por músicas com vocalize, esta realmente ter sido composta sem letra e o autor resolveu contar um pouco da história de camaradagem e desavenças do trio (ou quarteto, se lembrarmos que Neil Young entrou e saiu deste grupo milhões de vezes, ou ainda da dupla que mantém com Nash há anos). “Duas ou três pessoas entrando e saindo do ar/ como uma emissora de rádio que fico pensando/ mas não consigo ouvir/ quem traz o café da manhã?/ Quem traz o almoço?/ Quem é o líder desta turma?/ Quem vai conduzir?”

Pra encerrar a fatura, Stills volta com sua guitarra enlouquecida solando sobre uma cama de cordas arranjadas por Mike Lewis em “I Give You Give Blind”. Ele também toca o piano, que carrega a melodia. Como em todo o disco, a busca do amor não é fácil e Stepehn Stills reclama: “Ei, você gosta de ficar sozinha?/ E me diga quando vai voltar pra casa/ Por que me deixou abandonado/ Você me fez pirar... Então o amor não pode se perder tão fácil/ e viver não vai ser tão tranquilo e sereno/ olhe em meus olhos e veja o que estou falando”.

Um belo disco, com vocais maravilhosos e atuações musicais perfeitas. O que se pode querer mais? Quem não conhece, tá aqui. E pra quem já ouviu, mais uma chance de se deliciar com os três.

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FAIXAS

1. "Shadow Captain" (David Crosby, Craig Doerge) - 4:32
2. "See the Changes" (Stephen Stills) - 2:56
3. "Carried Away" (Graham Nash) - 2:29
4. "Fair Game" (Stills) - 3:30
5. "Anything at All" (Crosby) - 3:01
6. "Cathedral" (Nash) - 5:15
7. "Dark Star" (Stills) - 4:43
8. "Just A Song Before I Go" (Nash) - 2:12
9. "Run from Tears" (Stills) - 4:09
10. "Cold Rain" (Nash) - 2:32
11. "In My Dreams" (Crosby) - 5:10
12. "I Give You Give Blind" (Stills) - 3:21

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OUÇA O DISCO

por Paulo Moreira

domingo, 26 de agosto de 2018

SUPER-ÁLBUNS FUNDAMENTAIS DE ANIVERSÁRIO DO CLYBLOG - 5 discos fundamentais de Lucio Brancato






"Mudei o pedido do Daniel Rodrigues
para escrever sobre um disco importante na minha vida.
Foram tantos que ficaria muito difícil selecionar apenas um.
E mesmo assim, esta lista nunca é definitiva.
Resolvi listar cinco fundamentais na minha formação
e talvez os discos que mais escutei na vida."
Lucio Brancato


Crosby, Stills, Nash & Young - Déjà Vu (1970)

Um disco que reuniu um time espetacular não tinha como dar errado. Depois do estrondo causado pelo primeiro disco do trio David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash lançado em 1969, o segundo disco trouxe ainda de Neil Young. Como não delirar com a junção destas vozes? "Déjà Vu" é um álbum sutil e denso ao mesmo tempo. Reinam guitarras e violões num diálogo sincronizado. Daqueles discos que servem para os mais diferentes momentos da vida. Um navegador mais atento pode tranquilamente se jogar depois nos mares musicais de cada integrante num mergulho infinito na discografia de cada um. E eles ajudam bastante. Tanto nas junções de duplas como nos discos solos. Talvez um dos discos capazes de ramificar ainda mais as nossas discotecas.

FAIXAS1. Carry On; 2. Teach Your Children; 3. Almost Cut My Hair; 4. Helpless; 5. Woodstock; 6. Déjà Vu; 7. Our House (Nash); 8. 4 + 20; 9. Country Girl; 10. Everybody I Love You




Yes - Close to The Edge (1971)

Esta aí um dos discos que mais escutei na vida. Fica até difícil escrever sobre o impacto dele na minha cabeça. Como um disco com apenas três canções pode ser tão grandioso? Ok, dentro de cada faixa a música se divide em diferentes peças. Um quebra-cabeças de pura habilidade técnica e e inteligência musical. Cada um dos músicos extremamente apurados, mas sem deixar que malabarismos afetem o sentimento de cada nota. Para mim (e muitos outros) é a obra-prima máxima do Rock Progressivo. Difícil qualquer disco do gênero bater a perfeição desta obra. A diversidade de instrumentos de cordas tocados pelo Steve Howe junto com a coleção de teclados do Rick Wakeman dão o tom costurado perfeitamente com o maior baixista de todos os tempos, Chris Squire e seu toque espetacular nas quatro cordas do Rickenbacker.

FAIXAS: 1. Close to the Edge - (The Solid Time of Change), (Total Mass Retain), (I Get Up I Get Down), (Seasons of Man); 2. And You and I - (Cord of Life), (Eclipse), (The Preacher the Teacher), (Apocalypse) ; 3. Siberian Khatru 




Dillard & Clark - The Fantastic Expedition of Dillard & Clark (1968)

É conhecido como a “pedra fundamental” do que veio a ser o country-rock. Quando escutei um novo portal se abriu na minha mente. Me levou para o campo e seu aromas. Gene Clark e Doug Dillard foram buscar na raiz da música norte americana a calmaria necessária depois de tanta loucura musical e experimentalismos do ano anterior onde todo mundo mergulhou na psicodelia. Cantaram a pedra antes de todo mundo e dali pra frente a maioria das grandes bandas fizeram a mesma trajetória buscando uma simplicidade musical. Gosto de chamar de “Capim Loucura”. É o rock buscando novas energias nas suas origens mais remotas ainda com pílulas líricas da lisergia batendo como um flashback.

FAIXAS: 1. Out on the Side"; 2. She Darked the Sun; 3. Don't Come Rollin'; 4. "Train Leaves Here This Morning"; 5. With Care from Someone; 6. The Radio Song"; 7. Git It on Brother"; 8. In the Plan; 9. Something's Wrong




Faces - Oh La La (1973)

Este gastei o CD que hoje repousa na prateleira como um fiel escudeiro da discoteca depois de ter rodado tanto nos aparelhos e me acompanhado nos mais diversos lugares. Hoje a versão em LP é a que roda em casa e de lá não sai. Era aquele disco obrigatório para pegar a estrada para qualquer lugar. Se ia para casa de alguém ouvir um som, levava ele sempre junto. Infalível para qualquer fã de rock. Um disco que tem de tudo. Do rock mais pegado a baladas de ir no cantinho ficar escutando com atenção. Um disco de rock que se preze tem que ter estes dois ingredientes na receita. E se você não for impactado pelos vocais do Rod Stewart bom sujeito não é. 

FAIXAS: 1. Silicone Grown; Cindy Incidentally; 3. Flags And Banners; 4. My Fault; 5. Borstal Boys; 6. Fly In The Onitment; 7. If I'm On The Late Side; 8. Glad And Sorry; 9. Just Another Honky; 10. Ooh La La




The Kinks - Face to Face (1966)

Em meio a tanta mudança que acontecia na música em 1966, este disco merece atenção. Merecia muito mais inclusive. Tenho uma teoria de que a genialidade do Ray Davies como compositor nunca recebeu os devidos méritos. Talvez um dos motivos seja a sua sagaz ironia nas letras. Sua crítica cheia de veneno nas letras. Sua maneira única de tocar o dedo na ferida do povo britânico satirizando todo o establishment. E não fica somente nas letras a qualidade. Musicalmente ja estava a frente do seu tempo. Foi o momento onde se deixava de lado uma simplicidade na musica pop da época e buscavam novas formas de contar uma nova história. Muito se fala de discos do mesmo ano como "Pet Sounds" e "Revolver". Esquecem que esta turma liderada pelos irmãos Davies corria por fora trazendo um humor único e muito sábio.

FAIXAS: 1. Party Line; 2. Rose Won't You Please Come Home; 3. Dandy; 4. Too Much On My Mind; 5. Session Man; 6. Rainy Day In June; 7. A House In The Country; 8. Holiday In Waikiki; 9. Most Exclusive Residence For Sale; 10. Fancy; 11. Little Miss Queen Of Darkness; 12. You're Lookin' Fine; 13. Sunny Afternoon; 14. I'll Remember



Como já escrevi, esta lista não é definitiva. Ela é mutante. Porém, em algum momento, pelo menos um deles sempre estará em qualquer Top Five que eu venha a elencar. Ah, cadê os Beatles e os Stones na lista? Jamais entrarão. Estes dois já alçaram o status de Entidades. Acima de qualquer coisa.



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Lucio Brancato: Com mais de 15 anos de mercado, é jornalista, colunista musical e colecionador de discos. Já passou por emissoras como RBS TV, TV Com, Octo, FM Cultura e Canal Brasil, exercendo funções de apresentador, produção, edição, repórter e colunista de música e cultura. Fez também a coordenação de coberturas de grandes shows como os de Paul McCartney e Rolling Stones. É codiretor do documentário "Rock Grande do Sul: 30 anos" (2015) e colabora com o Ama Jazz.








segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Stephen Stills - "Stephen Stills" (1970)

Como fazer um disco clássico em 10 lições


“Sou uma das pessoas mais preguiçosas que conheço, mas quando eu pego fogo, fico obsessivo.”
Stephen Stills

Quem acessa as páginas do livro “1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer” talvez nem se aperceba de um dado interessante: há mais álbuns do combo Crosby-Stills-Nash-Young do que dos Beatles. Enquanto os ingleses somam 12 discos seja da banda quanto dos trabalhos solo de seus ilustres integrantes, os americanos mandam ver em nada menos que 16 registros considerando-se os dos quatro juntos, em trio, em duo, seus respectivos solo, um da Buffalo Springfield e os três da The Byrds com David Crosby na formação. Mais do que curiosa, essa comparação diz muito principalmente quando se refere ao rock do início dos 70. Enquanto os Beatles separavam-se e dispersavam suas produções, a turma da Costa Oeste mantinha-se firme e forte. E unida. Somente nos primeiros três anos daquela década, são 6 memoráveis discos em que todos se visitam, entre estes o primeiro solo de Stephen Stills

Acontece que, mesmo sendo um ativo integrante da Buffalo e autor do maior hit da banda, a clássica "For What It's Worth", de 1966, que colocara a banda no rol das vendedoras de 1 milhão de cópias, pairava uma inexplicável desconfiança sobre a verdadeira capacidade de Stills. Claramente, o jovem cantor e compositor texano, de apenas 25 anos à época, talvez pela personalidade mais acanhada ou preguiçosa, não gozava da mesma idolatria que seus companheiros, principalmente em relação a Crosby, já considerado uma lenda do rock, e, claro, ao carismático e talentoso Neil Young, consagrado em carreira solo havia dois anos. 

Se não lhe faltava igual talento, então, o que precisava? Vencer a própria indolência e agir. Stills disse a si mesmo: "Querem que eu prove que sei fazer sozinho? Então, vou ser bem didático". Munido de todo seu amplo conhecimento musical, Stills compõe, então, um disco como quem prepara uma aula. São 10 lições... quer dizer: 10 canções, que percorrem o rock em todas as suas vertentes originárias faixa a faixa e de maneira não apenas pedagógica como, principalmente, com rara inspiração. Casando ousadia e melancolia, o doutrinamento começa com “Love the One You're With”, sucesso do disco. Rock com levada latina, seu marcante refrão, a voz rasgada de Stills e os acachapantes coros são de tirar o fôlego. Até os reconhecíveis melismas “tchu ru ru”, ouvido em temas como a suíte “Judy Blue Eyes", da Crosby, Stills & Nash, de um ano antes, estão presentes. Aliás, os colegas estão reunidos fazendo-lhe o coral juntamente com John Sebastian, Priscilla Jones e Rita Coolidge, praticando a mensagem central da canção: “Ame quem está com você”. Com esse cartão de visitas impactante, é como se Stills entrasse pela porta da classe e dissesse à turma: “cheguei!”

Agora que os alunos estão estaqueados nas carteiras, é hora de vir com a segunda lição: “como compor um rock melódico”. A resposta é "Do for the Others", em que o próprio autor faz praticamente tudo sozinho: toca baixo, guitarra, percussão e, claro, canta. Aliás, canta lindamente. Ouvindo-a, fica muito claro de onde vem parte das harmonias da Buffalo e da CSN&Y - e também de onde Ben Harper tirou a melodia de "Diamonds on the Inside". Parte do ensinamento é o de saber variar e aproveitar suas próprias capacidades compositivas. Por isso, a próxima, o rhythm and blues gospel "Church (Part of Someone)", seja talvez ainda tão mais impressionante e marcante. Esplendorosa, pode-se dizer, com direito ao vozeirão de Stills a la Joe Cocker e um coro simplesmente arrebatador.

Tema de casa nº 4: “se forem tentar fazer um hard rock psicodélico em plena fase áurea de Led Zeppelin, Steppenwolf, The Who e Queen, façam-no por completo”. Com a companhia de Calvin "Fuzzy" Samuels no baixo, Jeff Whittaker na percussão e Conrad Isidore na bateria, Stills ataca o Hammond e o microfone e deixa a guitarra para ninguém menos que o maior de todos do instrumento: o amigo Jimi Hendrix, em uma de suas últimas gravações antes de morrer prematuramente um mês depois de “Stephen Stills” ser lançado e a quem, por isso, o disco é dedicado. É visível a proeminência de Hendrix ao lançar suas frases de guitarra, sendo que a música o ajuda muito a desenvolver sua técnica insuperável: embalada, de refrão pegajoso, performances empolgadas e arranjo na medida.

Momento importante da aula, quando o professor Stills excede o ensinamento da disciplina em si e contribui filosoficamente com seus aprendizes: “se você já foi ao Céu, então, não perca a oportunidade de estar com Deus”. Stills faz exatamente isso. Se na faixa anterior ele conta com as palhetadas do gênio da guitarra, em "Go Back Home" é o Deus do instrumento, Eric Clapton, que é convocado. Comandando os pedais de distorção, o autor de “Layla” escreve um blues eletrificado abençoado pelos anjos. Um show nas nuvens.

É a vez de aliviar novamente o andamento e trazer o delicioso pop-rock "Sit Yourself Down", em que conta mais uma vez com um poderoso coro dos amigos, agora ainda ajudados por Cass Elliot e Claudia Lanier. Mais uma melodiosa, a balada triste “To a Flame”, além de emocionar, tem a primeira aparição de orquestra, claro, estrategicamente reservada para surpreender os ouvintes no sétimo número, já se encaminhando para o final do disco. Com arranjo e condução do maestro Arif Mardin, as cordas e metais entram na segunda metade da faixa e acompanham o piano e a voz agora suave e afinadíssima de Stills. Que perfeição!

O conteúdo até aqui teve R&B, hard-rock, blues, gospel, balada, country e tudo mais, certo? Pois Stills guarda ainda três joias diferentes entre si para completar seu compêndio musical. O músico traz, agora, a acústica “Black Queen”, limite entre o folk e o blues: ao estilo Muddy Waters em "Folk Singer", conta com violão de corda de aço e voz. Aliás, o vozeirão rouco e inebriado de Stills! Com esta nova batelada de conhecimento, Stills encaminha-se para o encerramento de seu tutorial.  "Cherokee", a nona preleção, é o intermeio entre tudo o que veio antes e o aguardado final. O que não significa que o mestre desperdice esse momento. Aliás, faz num rock soul com rico arranjo de metais e madeiras e outra participação ilustre, a do multi-instrumentista Booker T, líder da Booker T & The MG's, esmerilhando no órgão.

Ufa! Quanta variedade! Mas ao mesmo tempo, quanta coesão do disco até aqui. Porém, antes da sirene tocar, Stills guarda o melhor para a última página do polígrafo. Com versos de esperança a uma América livre e afetiva (“Todos são estranhos, todos são amigos/ Todos são irmãos”), "We Are Not Helpless" é o gran finale que qualquer disco de rock gostaria de ter – e que poucos, muito poucos conseguem. Balada rascante e melodiosa, que resume todas as vertentes trazidas anteriormente, com a voz possante de Stills sobrando em intensidade. A música, no entanto, vai além disso. Se o começo remonta à melancolia do folk-rock de origem, a melodia avança para um crescente emocional, principalmente quando voltam, triunfantes, as cordas, os metais e o coral. Mas ainda tem mais! Para arrebentar o coração de quem acompanhou o álbum até então, "We...” transforma-se, como “You Can't Always Get What You Want” dos Rolling Stones, de um ano antes, num rock gospel embalado. O final, apoteótico, junta tudo: banda, voz, cordas e o órgão, o qual tem a primazia de pronunciar o último acorde. Como disse o policial Malone a Elliot Ness em “Os Intocáveis”: “aqui termina a lição”.

Mais do que um apanhado de temas que exercitam o arsenal estilístico da música pop dos anos 60/70, o álbum de estreia de Stills é uma aula também de como fazer um grande disco, com ritmo narrativo envolvente e, principalmente, construído com músicas de qualidade inquestionável. Depois de “Stephen Stills”, nunca mais ninguém se meteu a besta em colocar a capacidade do músico à prova. Como um professor que avalia uma prova, ele foi passando a régua nas desconfianças uma a uma e cravando pontuação máxima em todas. A recompensa, por fim, não poderia ser outra: nota 10 pra ele.

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FAIXAS:
1. "Love the One You're With" - 3:04
2. "Do for the Others" - 2:52
3. "Church (Part of Someone)" - 4:05
4. "Old Times Good Times" - 3:39
5. "Go Back Home" - 5:54
6. "Sit Yourself Down" - 3:05
7. "To a Flame" - 3:08
8. "Black Queen" - 5:26
9. "Cherokee" - 3:23
10. "We Are Not Helpless" - 4:20
Todas as composições de autoria de Stephen Stills

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OUÇA O DISCO:
Stephen Stills - "Stephen Stills"

Daniel Rodrigues

terça-feira, 6 de agosto de 2024

10 músicas francesas de autores não-franceses


Eles não são franceses, mas manjam dos “mon amour”. A sonoridade do idioma francês enseja à musicalidade. E que músico que não gostaria de cantar uma canção em francês? Há os que se aventuraram com muito sucesso, a se ver por Cássia Eller com "Non, je ne regrette rien", Grace Jones com “Libertango” ou Caetano Veloso em "Dans mon Ile". 

No entanto, cantar em francês é uma coisa. Agora, compor não sendo da terra de Piaf é, aí sim, tarefa para poucos. 

Poucos e bons, é possível dizer. Em época de Olimpíadas de Paris, fizemos aqui uma pequena lista de músicos não-franceses e suas composições, originais, na língua de Hugo. E é cada preciosidade, que Aznavour diria, com toda a certeza: “Oh là là”!, elogio que até quem não é da França compreende.

Semelhante ao que fizemos há 3 anos quando das Olimpíadas de Tóquio, pinçamos só coisas interessantes, desde roqueiros a jazzistas, de músicos populares a eletrônicos. Só coisa boa, só "crème de la crème". Confiram aí!

PS: Pensaram que a gente ia puxar a Gretchen cantando "Melô Do Piripipi", hein!?




“La Renaissance Africaine” – Gilberto Gil
Certa vez, nos anos 90, assistia na TV5, canal de televisão estatal francês, a uma entrevista do craque Raí, cidadão francês e ídolo por lá. Até que, de repente, quem o apresentador chama para entrar no estúdio? Gilberto Gil. Com um francês em dia, o mestre teria uma lista só sua de composições francófonas. Uma delas, destacamos aqui, talvez a mais bela de todas, originalmente de 2008 e gravada de maneira gigante em "Concerto De Cordas & Máquinas De Ritmo". Numa Olimpíadas em que grande parte dos atletas da casa são descendentes diretos de africanos, esta música se torna cada vez mais pertinente e poética.




“Dis-mois Comment” – Chico Buarque
O cara tem casa em Paris, onde, aliás, passou o seu recente aniversário de 80 anos. É outro da MPB que domina o francês talvez tanto quanto o português pelo qual é multipremiado como escritor. Tanto que é capaz de escrever canções como “Joana Francesa”, feita para a voz de Jeanne Moreau para o filme homônimo de 1973 na qual brinca com a sonoridade de um idioma e outro. Mas esta aqui, em especial, é integralmente em francês. Trata-se de ser uma das 14 joias da parceria Chico Buarque e Tom Jobim, que nada mais é do que "Eu te Amo", que o autor gravou com a cantora Cecília Leite em 2005.





“Le Petit Chevalier” – Nico
Nico iniciou a carreira musical muito bem amparada por nomes como Bob Dylan, Jackson Browne, Lou Reed e John Cale. Porém, embora o inquestionável talento dessa turma, ela ficava sempre muito dependente e, pior, subjugada a homens e relegada apenas a uma intérprete. Foi então que, em 1971, ela mesma compôs faixa a faixa aquele que é seu melhor álbum: “Desertshore”, no qual consta esta bela canção de ninar cantada em francês pela voz do pequeno francesinho Ari Boulogne, filho da musicista e modelo com o ator Alain Delon, à época com 9 anos. Uma preciosidade, ou melhor, "un bijou".






“Orléans” – David Crosby
Neil Young é amado pelos fãs de rock, mas da turma do folk rock da Costa Oeste David Crosby talvez seja o mais lendário deles. Após encabeçar projetos célebres como a The Byrds, a Crosby, Stills, Nash & Young, ele lança, em 1971, seu primeiro disco solo. Afiado melodista assim como seus parceiros de estrada, ele traz no seu maravilhoso “If I Could Only Remember My Name”  a linda “Orléans”. Tá certo: trata-se de um tema tradicional do folclore norte-americano, mas a roupagem dada pelo arranjo de Crosby justifica o crédito.





“Aéro Dynamik” – Kraftwerk
Por meio e através das máquinas, eles criaram sons universais. Nada mais natural, então, de criarem músicas não apenas no alemão, seu idioma original, mas em outros diversos como inglês, espanhol, português e até japonês. Para a língua da França, no entanto, a Kraftwerk guardou um trabalho especialmente dedicado, que é o belíssimo disco “Tour de France Soundtracks”, de 2003. Todas as músicas não instrumentais receberam letra em francês, como esta, que fala sobre um dos elementos essenciais para o ciclismo e outros esportes de velocidade: a aerodinâmica.





“La Pli Tombé” – Marku Ribas
Marku Ribas é daqueles craques da música brasileira que o Brasil não conhece. Talvez até por isso, ele seja mais bem entendido por quem fala francês. Tendo morado em Paris no final dos anos 60 (atuou neste período em filmes de Robert Bresson e Jean-Marc Tibeau, no qual interpreta o líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes, inclusive), este mineiro incontrolável foi parar na Martinica, onde oficialmente fala-se francês, mas não-oficialmente o crioulo. Numa mistura dessas duas fontes, Marku escreveu algumas de suas canções, como esta, baseada em um folclore tradicional martinicano, que grava em seu excepcional disco “Marku”, de 1976.





“Bonjour, Monsieur Gendarme” – Chico César
Outro talentoso músico brasileiro também se aventurou pelo bom “français”. Chico César, em seu álbum “Vestido de Amor”, de 2022, gravado em Paris e que tem, além da produção do franco-belga Jean Lamoot, toques de músicos africanos, brasileiros e franceses. Primeira composição feita por Chico em francês, foi uma das iscas para atrair os ouvintes de lá para a edição estendida do álbum. Espertinho esse Chico César.





Valse Au Beurre Blanc” – Ed Motta
O ouvido de Ed Motta capta e absorve tudo que é som do mundo. Da tão admirável Paris, não seria diferente. No seu “Dwitza”, de 2009, considerado por muitos seu melhor trabalho, ele manda ver nesta genial “chanson” – e com uma pronúncia daquelas de quem sabe o que está cantando. Mais do que isso: convida para os vocais um coro de barítono e sopranos e ao estilo Bel Canto elegantérrimo. Ah, detalhe: é ele, Ed, quem toca todos os instrumentos. “Va te faire foutre!”, é só o que posso dizer.





Le Mali Chez la Carte Invisible” – Tiganá Santana
O primeiro álbum do compositor, cantor e instrumentista baiano Tiganá Santana, "Maçalê", lançado em 2010, é nada mais, nada menos, do que o primeiro álbum na história fonográfica do Brasil em que um autor apresenta canções próprias em línguas africanas. São línguas do tronco linguístico bantu, mas onde também entra bela canção em francês inspirada em reconstruções idiomáticas de várias pessoas que habitam o solo do continente africano.




Purquá Mecê” – Os Mulheres Negras
A música saiu na gozação com o idioma francês, daquelas típicas da dupla Maurício Pereira e André Abujamra, principalmente, que faria várias dessas na sua banda Karnak anos depois com o russo, o espanhol, o esperanto e por aí vai. Além de ser um barato, a letra, que não diz coisa com coisa, explora a sonoridade do francês e tenta (sim, tenta) traduzir para o português. Clássico d'Os Mulheres Negras.




Daniel Rodrigues

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Música da Cabeça - Programa #277

 

Evocamos a força delas para o MDC vem hoje. Celebrando as mulheres negras do passado, do presente e do futuro, temos Criolo, R.E.M., Judy Mowatt, Caetano Veloso, Crosby, Stills, Nash & Young e mais. No quadro especial, "Cabeção" com o músico e produtor recém-sessentão Steve Albini. Com a bênção de Dandara, Zezé, Lélia, Ciata, D, Ivone e todas elas o programa vai ao ar às 21h na "preta pretinha" Rádio Elétrica. Produção, apresentação e devoção: Daniel Rodrigues.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Neil Young with The Crazy Horse - "Everybody Knows This is Nowhere" (1969)


"Sim, pode me arrastar para
Além do arco-íris
Me levar para longe
Descendo pelo rio
Eu atirei no meu amor"
da letra de "Down By the River"



Lançado na primavera de 1969, "Everybody Knows This is Nowhere" era o segundo álbum solo de Neil Young, sua primeira colaboração com a legendária banda de apoio Crazy Horse e um exemplar que continha três de suas mais memoráveis canções: "Cinnamon Girl" rock forte que abre o dico, a extensa, lenta e inspirada "Down By the River" com seu duelo de guitarras e "Cowgirl in the Sand", intensa e sensível, pesada e doce, rock e country, é a melhor do disco e o encerra brilhantemente.
Filho de um jornalista esportivo canadense, Young começou sua carreira como cantor folk em Toronto seguindo logo depois para Nova York no início dos anos 60, mas já ali pelo maio da década botou o pé na estrada de novo e se tocou pra Los Angeles, onde veio integrar a banda Buffalo Springfield que no fim das contas não durou muito e com a separação desta já em 1968, começou carreira solo vindo a gravar seu primeiro álbum em 1969. Enquanto ainda editava seu primeiro trabalho, Young conheceu um pessoal da Costa Oeste chamado na época The Rockets. Gostou do som dos caras, rolou uma identificação, rabatizou o grupo então para Crazy Horse e juntaram-se para a gravação de seu segundo álbum ainda naquele ano.
Com produção de David Briggs e do próprio Neil Young, este "Everybody Knows This is Nowhere" foi gravado em apenas duas semanas, o que não o desvaloriza em nada quanto à técnica e sim depõe a seu favor quanto à simplicidade, objetividade e pureza da obra. Possui apenas sete músicas e estas tem muito da sua base nas extensas atuações instrumentais dos Crazy Horse.
Logo depois de realizar este discaço, Young foi convidado a se juntar a Stills, Crosby and Nash e já no ano seguinte dividia seu tempo entre os dois projetos.
Neil Young nunca desapareceu efetivamente, nunca ficou esquecido ou por baixo mas a redescoberta dele pela geração de Seattle deu uma nova alavancada na carreira trazendo o Cavalo Doido Canadesnse de volta à evidência. Como diria o próprio, mais tarde em outra canção conhecidíssima o "rock'n roll nunca morrerá". E é por isso que o velho continua na ativa (e em plena forma).
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FAIXAS:
1. Cinnamon Girl
2. Everybody Knows This is Nowhere
3. Round & Round (It Won't Be Long)
4. Down By The River
5. The Losing End (When You're On)
6. Running Dry (Requiem For The Rockets)
7. Cowgirl in the Sand
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Ouça:
Neil Young with The Crazy Horse "Everybody Knows This is Nowhere"



Cly Reis

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

14 anos, 14 convidados

 








E o clyblog chega a seus 14 anos de idade.

Parabéns para nós!

E parabéns para nós, principalmente, por, durante todo esse período de existência, termos tido a honra de contar com colaborações valiosas de convidados das mais diversas áreas. Escritores, jornalistas, músicos, fotógrafos, artistas, deram suas contribuições a partir de suas experiências, preferências pessoais e respectivos repertórios culturais, abrilhantando momentos especiais do nosso blog em datas importantes, números redondos de publicações ou em nossos aniversários anteriores.

Para comemorar os 14 aninhos e essas colaborações maravilhosas, relembramos aqui, exatamente, 14 momentos, 14 participações especiais, 14 grandes convidados que nos proporcionaram publicações de altíssima qualidade e conteúdo valiosíssimo para o Clyblog.

Então aí vão 14 participações de convidados durante os 14 anos, até aqui, de ClyBlog:


1.
Em 2013, o escritor, teólogo, filósofo, ensaísta, crítico de arte, poeta e cronista gaúcho, Armindo Trevisan, nos deu de presente de Natal uma belíssima crônica que sugeria uma merecida reverência silenciosa a um momento tão importante como é o caso do nascimento de Cristo, no nosso 
Cotidianas Especial de Natal.

"(...)Que maravilhoso seria se, na comemoração do Natal, as nações cristãs, concordassem em instituir um minuto de silêncio em homenagem a tão grande Mistério!
Seria preciso que não se ouvisse som algum em nosso mundo!
Seria preciso que a paz, silenciosa como as estrelas (ao contrário de nossos ícones que, para serem ovacionados, inflamam as multidões) entrasse nos corações na ponta dos pés, e aí fizesse adormecer as almas ao som da Noite Feliz, traduzida para o português por um frei franciscano de Petrópolis, o qual preferiu o adjetivo feliz ao adjetivo original alemão stille: Noite Silenciosa! (...)"


Leia o texto na íntegra:

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2.
Marcando a publicação de número 200 dos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, convidamos um cara com autoridade para falar de sua banda favorita: Roberto Freitas, vocalista da banda The Smiths Cover Brasil, uma das mais respeitadas bandas cover do Brasil, revelou tudo sobre sua paixão pelo disco "Meat is Muder", o primeiro que teve da banda, e o álbum que o impulsionou a querer estar em cima de um palco.


"(...) As pessoas sempre me perguntam até hoje qual a minha musica preferida dos Smiths e eu respondo sem pensar muito :"Não tenho apenas uma tenho pelo menos umas dez e a maioria estão no álbum 'Meat is Murder' (...)"




Leia o texto na íntegra:


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3.
Em 2018, para os nossos 10 anos, o convidado Wladymir Ungaretti, fotógrafo e professor de jornalismo da UFRGS, compartilhou conosco um de seus ensaios fotográficos para a nossa seção Click, chamado "Imagens para melhor imaginar". Modelos em situações sensuais, no limite do vulgar, do sujo. Erótico com um toque de mistério. Não poderia ter sido mais preciso no conceito: fotos que mostram, mas que deixam muito para a imaginação.



"(...) Este é um espaço reducionista. Escrevemos a partir de muitos pressupostos. São muitas as variáveis na conceituação do que seriam fotos pornográficas ou, simplesmente, eróticas. Conceitos determinados por cada contexto histórico e por cada cultura. Uma obviedade muitas vezes esquecida. Fotógrafos estão olhando, sempre, o trabalho de outros fotógrafos. Mesmo quando, por absoluto egocentrismo, digam que não, Faço questão de "copiar". De me deixar influenciar por outros fotógrafos. Busco o despojamento do surrealista Man Ray. A "pornografia" do japonês Araki. Os cenários surpreendentes de Jan Saudek. Pode parecer muita pretensão. Não canso de olhar livros dos fotógrafos que, por razões muitas vezes nada precisas, tocam o meu "olhar". Fotografei estas modelos inspirado pela ideia de Vilém Flusser que diz: "produzimos imagens para melhor imaginar".



Veja o ensaio:
Imagens para melhor imaginar



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4.
Para falar de uma banda e de um álbum, nada melhor do que alguém que criou a banda, foi seu integrante, compôs músicas e tocou no álbum. Carlos Gerbase, hoje, doutor em comunicação social, em outros tempos foi baterista e vocalista da banda Os Replicantes e para o ÁLBUNS FUNDAMENTAIS Especial de 5 anos do ClyBlog, falou sobre o lendário primeiro disco da banda, lá de 1986.


"(...) na hora de decidir como o nosso primeiro LP se chamaria, alguém sugeriu (provavelmente eu mesmo, mas não tenho certeza) que o disco se chamasse “O Futuro é Vortex”. Foi uma  boa escolha. Ele estava cheio de canções de ficção científica, e esse título era uma boa síntese (...)"




Leia o texto na íntegra:
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5.
O jornalista gaúcho Márcio Pinheiro, especialista na área de jornalismo cultural, com passagens pelas redações de jornais como Zero Hora, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Estado de S. Paulo, autor do recém lançado livro "Rato de Redação - Sig e a História do Pasquim", amante de música, especialmente de jazz e MPB, nos deu o privilégio de compartilhar sua admiração pelo disco "Quem é Quem", de João Donato, nos nossos 
ÁLBUNS FUNDAMENTAIS. Segue aí um trecho da resenha:


"[João Donato] Era um músico dos músicos, respeitado pelos seus pares mas pouco conhecido pelo público. Da convivência com o cantor Agostinho dos Santos, um grande incentivador de seu trabalho, nasceu a ideia de colocar letras nas suas músicas (...)"




Leia o texto na íntegra:

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6.
Cléber Teixeira Leão
, além de meu primo e um excelente músico, é professor de História e um de seus focos, nas aulas que ministra na rede estadual do Rio Grande do Sul tem sido as relações étnico-raciais, com foco no conceito do estudo crítico da branquitude. Nessa linha, falou para o Claquete do ClyBlog, sobre a representatividade negra nas mídias de entretenimento norte-americanas, nas comemorações de 12 anos do blog. Muito interessante o texto e análise do nosso convidado. Confere só:


"(...) Ainda que de forma ficcional, o Pantera Negra serviu e serve ainda hoje, como símbolo dessa quebra de padrões e imposições, além é claro de personificação imagética do antirracismo. Quando o Marvel Studios lançou em 2017 o filme "Pantera Negra" nos cinemas, a repercussão política e social do Blockbusters foi tanta, que gerou uma das maiores bilheterias da franquia de heróis até hoje (...)"




Leia o texto na íntegra:

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7.
Uma das histórias mais curiosas e engraçadas de bastidores já contadas no ClyBlog foi relatada por Castor Daudt, ex-guitarrista da banda DeFalla, sobre uma ocasião em que encontraram um integrante da banda New Order, num camarim de um show em São Paulo. Foi para o Cotidianas Especial de 10 anos do ClyBlog, em 2014. Não vou contar mais nada aqui porque vale a pena você mesmo ler.


"(...) Depois do show eu fiquei sozinho no camarim, descansando. Era raro ter um minuto de sossego, na época.
De repente entra um cara meio estranho, no camarim..."




Leia o texto na íntegra:


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8.
As andanças, por aí, dos nossos convidados também nos trazem colaborações muito interessantes. Fabrício Silveira, jornalista e escritor, quando de sua passagem por Manchester, na Inglaterra, cidade  berço de bandas como Joy Division, The Smiths, Stone Roses, The Fall, entre outras, presenciou, possivelmente, o surgimento de mais um nome para se guardar vindo daquele lugar: The Sleaford Mods, uma dupla de eletrônico, punk, minimalista..., estranha mas muito interessante. Nosso convidado nos contou da experiência de ter presenciado um show desses caras para o nosso ClyLive.


"Não há quase nada em cima do palco. Não há equipamento algum, além de um pedestal de microfone e uma mesa de bar, lado a lado. É até um pouco estranho encontrar ali aquele móvel rústico, com pernas dobráveis, trabalhado em madeira nobre. Sobre ele, há um laptop fechado, discreto, quase invisível, que se confunde aos desenhos e aos padrões cromáticos da toalha de mesa. Ao fundo, espessas cortinas de veludo escuro. Em contraste, há uma forte luz branca, opressiva e desconfortável. Este é o cenário. Não há mais nada em cima do palco (...)"



Leia o texto na íntegra:


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9.
Nosso convidado de um dos especiais dos 11 anos, lá de 2019, participou da gravação desse álbum histórico da música brasileira. Waldemar Falcão, músico, astrólogo e escritor, tocava na banda de Zé Ramalho quando o cantor gravou se clássico "Zé Ramalho 2" ou "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu", de 1979. Ou seja, pouca gente estaria tão autorizada a comentar sobre a obra, as músicas, a atmosfera do álbum. Saca só...



"Quanto mais o tempo passa, mais nos damos conta de que ele na verdade voa mesmo... Quando penso que se passaram 40 anos desde que gravamos esse lendário LP (permitam-me...), chega a ser difícil de acreditar (...)"




Leia o texto na íntegra:

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10.
Um dos muitos convidados que participaram das nossas comemorações de 
10 anos, foi o ator e diretor de teatro Cleiton Echeveste que destacou para a nossa seção Claquete, o filme nacional "Tinta Bruta", de Filipe Matzembacher e Márcio Reolon, de 2018. E, na boa, se ele falou bem do filme, é porque é bom mesmo, porque de atuação e direção o cara conhece.



"(...) Na minha relação com a arte, busco ser o menos analítico possível ao vivenciá-la, esteja eu no lugar de criação ou de fruição. A análise é fria e requer distanciamento, e foi exatamente o contrário disso que “Tinta Bruta” me proporcionou: a vivência da minha humanidade, da minha falibilidade, de dores que são também minhas e que são, por isso, plenamente identificáveis(...)"




Leia o texto na íntegra:


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11.
Ele já havia sido 
ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, com seu disco  “Sambadi”, de 2013, e convidado a escrever sobre um disco de sua admiração para os 8 anos do Clyblog, o cantor, compositor e arranjador Lucas Arruda, escolheu falar sobre um dos trabalhos que mais o influenciara, "Robson Jorge & Lincoln Olivetti", de 1982. Um AF comentando sobre outro. Essa foi certamente uma participação especialíssima que tivemos.



"(...) Alegria imensa em poder falar um pouco deste álbum! Pessoalmente, é o disco que mais influenciou em termos de arranjo, sonoridade, composição. Minha bíblia! (...)"




Leia o texto na íntegra:


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12.
Esse cara sempre trazia coisas muito curiosas, interessantes e diversificadas pra o Clyblog. Cinéfilo, fã de cinema anos 70, filmes clássicos, faroeste, colecionador e admirador de cultura pop, além de conhecedor de literatura e folclore sul-americano, Francisco Bino colaborou com o blog durante alguns meses e sempre nos surpreendeu com assuntos instigantes e muita informação. 
Num desses textos, nos conta sobre as inspirações em religiões afro na clássica canção "Sympathy for the Devil", dos Rolling Stones. Dá só uma olhada:


"Em uma sexta-feira qualquer de 1968 depois de beber uma garrafa e meia de Jim Beam, Mick Jagger invadiu bêbado e meio "alto" a uma terreira de Candomblé em Salvador na Bahia (...)"



Leia o texto na íntegra:


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13.
Colaboração ilustre e internacional no ClyBlog nos nossos 
12 anos. A escritora angolana Marta Santos aceitou nosso convite para falar sobre algum disco importante, segundo sua opinião, e nos surpreendeu com a ótima dica do trabalho de seu conterrâneo Elias Dya Kymuezu, com o disco "Elias", de 1969, cuja qualidade e influência é reconhecida na música brasileira por nomes como Martinho da Vila e Chico Buarque de Holanda. Abaixo, um trecho da resenha da nossa convidada:



"(...) Elias Dya Kimuezu é bangāo, cheio de classe. Faz lembrar os clássicos  americanos. Podemos facilmente perceber a humildade dele e a sua sensibilidade. A sua música, ou melhor, a essência das suas músicas, as suas canções são de lamento de quem lamenta a morte de alguém. Naquela altura, quando ainda eram colonizados, não se lamentava, só isso se lamentava, o sofrimento do povo, e até hoje o cantor não sai da sua canção, do seu ritmo. Porque a sua canção é invocação. Invoca a mãe, a dor invoca toda uma sociedade (...)"



Leia o texto na íntegra:


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14.
Um Super-Álbuns Fundamentais! Isso foi o que o convidado Lucio Brancato, músico, jornalista, colunista musical e apresentador de TV e rádio, nos proporcionou no nosso aniversário de 
10 anos. Pedimos para que ele nos falasse sobre um disco de sua preferência e ele nos deu cinco de uma vez só: Crosby, Stills, Nash & Young, com  "Déjà Vu", de1970; Yes, com "Close to The Edge", de 1971; Dillard & Clark, com o disco The Fantastic Expedition of Dillard & Clark, de 1968; Faces, com seu "Oh La La", de1973; e Kinks, com o álbum Face to Face, de 1966. Não tinha maneira melhor de fechar essa lista de colaborações do que essa. 


"Mudei o pedido do Daniel Rodrigues para escrever sobre um disco importante na minha vida.
Foram tantos que ficaria muito difícil selecionar apenas um. E mesmo assim, esta lista nunca é definitiva.
Resolvi listar cinco fundamentais na minha formação e talvez os discos que mais escutei na vida."



Leia as resenhas completas:

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Obrigado a todos os que colaboraram com o ClyBlog até aqui.
Todos os que foram lembrados nessa pequena listagem e a todos que não aparecem nela
 mas igualmente nos honraram com suas experiências, conhecimentos, bagagem e qualidade.
Muito obrigado a todos!  




C.R.
D.R.