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sábado, 7 de setembro de 2019

Lançamento e sessão de autógrafos das antologias "Meia-Noite: Contos da Escuridão", "Psicopatas" e "Reino Fantástico" - Ed. Autografia/Selo Fantastic - XIX Bienal do Livro - Riocentro - Rio de Janeiro/RJ (04/09/2019)



Cly e eu com as três obras em que
participamos
O Rio de Janeiro me proporciona dias felizes a cada vez que o revisito. Mas desta vez a costumeira alegria de rever a família e os amigos, visitar lugares novos e voltar aos conhecidos, percorrer as ruas, enfim, foram adicionadas de uma nova, inédita e memorável ocasião, que foi a XIX Bienal do Livro. E não apenas a satisfação de conhecer o espaço do Riocentro e a própria feira – o que já valeria o passeio –, mas porque, ao lado de Leocádia Costa e de meu irmão, o motivo que nos levou até lá foi o lançamento da antologia de contos “Meia-Noite: Contos da Escuridão”, da editora Autografia através do selo Fantastic, a qual eu e Clayton participamos cada um com uma história: “Clichês”, dele, e “O Monstro do Armário”, o meu. Além desta, Clayton teve a façanha de entrar em outras duas coletâneas da editora: “Psicopatas”, lançada no mesmo dia e que tem o seu conto “O Livro da Fascinação”, e “Reino Fantástico”, lançada dia 2/9 e que contém “Churrasco”.

O feito não planejado por nós de estar no mesmo livro, aliás, repete o que já nos ocorreu em 2016 na também antologia em forma de seletiva contos "Conte uma Canção – vol. 2" (ed. Multifoco), em que histórias nossas foram selecionadas juntas em uma mesma publicação pela primeira vez ("Música do Diabo", de Clayton, e "Heart Fog", a minha).

O dia chuvoso carioca talvez tenha atraído até mais gente para a Bienal, que estava bastante lotada. No bonito estande da Autografia, fomos recebidos o simpático Frodo Oliveira, organizador não apenas dessa obra como das outras quatro antologias lançadas na feira pela editora, série que inclui, afora os citados, a coletânea “Evolução”, de ficção científica, Conforme conversou conosco, os quatro títulos, feitos muito bem e em tempo recorde, mobilizaram cerca de uma centena de autores entre os que aparecem em apenas uma obra e outros que, como Clayton, emplacaram em mais de um volume.

Além de Frodo, também tivemos a oportunidade de conhecer e trocar um papo com alguns dos outros autores presentes em algumas das antologias, como Marcelo Sant'Ana, Anderson Elias (pseudônimo Sombra Posthuman), Simone Bica, Rodrigo Roddick, entre outros. O dia foi de autógrafos, mas quem quiser conferir a Bienal, bem como dar uma passada no estande da Autografia para conhecer nossas obras (ou até, quem sabe, adquiri-las), o evento vai até este domingo, dia 8/9.

Confiram, então, alguns momentos da agradável tarde na Bienal do Livro nas fotos registradas como sempre com muita competência e carinho por Leocádia:

Entrando na feira: pra que lado é mesmo?

Já no estande, nós e o organizador das antologias Frodo Oliveira
Cly ostentando com direito as três antologias em que emplacou contos seus
Eu feliz da vida com a coletânea "Meia-Noite" nas mãos
Autógrafo garantido para Leocádia (foto: Clayton Reis)
Bate-papo literário com Anderson "Sombra Posthuman" Elias
Agora a conversa é também com Rodrigo Roddick, autor de conto de "Psicopatas"
Um pequeno leitor interessado e que veio conversar conosco sobre o livro
Roda de autores "psicopatas" e "soturnos" na Bienal do Rio
Foto de alguns dos autores com o editor no estande da Autografia


texto: Daniel Rodrigues
fotos: Leocádia Costa

domingo, 17 de novembro de 2019

Vencedor da promoção "Psicopatas"



Mistério solucionado!
Não, não tem nada a ver com um crime.
Descobrimos quem ganhou o sorteio do livro "Psicopatas", que traz entre as vinte e cinco histórias policiais de autores do país inteiro, mais um conto de Cly Reis, um dos editores do ClyBlog.
E a ganhadora foi Tânia Dias, que mora em Aracaju.
Tânia foi lá na nossa página do Facebook, curtiu e vai receber em casa o seu exemplar dessa eletrizante antologia de contos policiais e de suspense.
Parabéns, Tânia.
Entraremos em contato para as informações de envio.
Obrigado a todos pela participação e continuem acompanhando o ClyBlog.

Grande abraço a todos!


C.R.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Seletivas para antologias da editora Fantastic - "Meia-Noite: Contos da Escuridão", "Psicopatas" e "Reino Fantástico"



Foi na semana passada mas, envolvido com outras coisas, nem tive tempo de comentar aqui no blog, uma notícia que nos traz enorme satisfação. Saiu o resultado da seletiva que a editora Autografia, através do seu selo Fantastic, promoveu para escolher contos de novos autores para antologias temáticas que irá lançar, e nós, os editores do ClyBlog, Cly Reis e Daniel Rodrigues fomos selecionados. Como já acontecera na coletânea "Conte uma Canção - vol.2", da editora Multifoco em 2016, histórias de nossa autoria estarão juntas em uma mesma publicação só que desta vez será em uma publicação que reúne contos de terror. Daniel com o conto "O Monstro do Armário", e eu com "Clichês" integraremos o time de 25 autores que farão parte do livro "Meia-Noite: Contos da Escuridão". Além desta de histórias macabras, fui selecionado também para outras duas antologias para as quais a Fantastic também abriu seleções, para o estilo policial na coletânea "Psicopatas", com o conto "Churrasco", e para o gênero fantástico com "O Livro da Fascinação", na publicação "Reino Fantástico".
Particularmente, fico bastante feliz por mais estas escolhas pois, de certa forma, reconhecem alguma qualidade de escrita que provavelmente venhamos a ter visto as constantes inclusões em publicações desta natureza, valorizam o material publicado aqui no blog, uma vez que grande parte dos contos que vão para seletivas são publicados na nossa seção Cotidianas e dão oportunidade e a nós, novos autores, de saírmos da gaveta ou dos nossos blogs e sermos verdadeiramente publicados em papel, que é o formato que gostamos e ler e, agora, de sermos lidos.
Obrigado, Autografia, à Fantastic e ao organizador Frodo Oliveira pela oportunidade e agora é só esperar o lançamento que ocorrerá na Bienal do Livro do Rio, em setembro. Até lá, deveremos ter novidades a respeito.



C. R.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Promoção "Psicopatas"




No clima de Feira do Livro de Porto Alegre, o clyblog aproveita a deixa e lança mais uma de suas promoções:
Um dos editores-chefe do blog, Cly Reis, autor de contos publicados em diversas coletâneas, mais uma vez tem uma de suas histórias em uma publicação, desta vez a antologia de contos policiais "Psicopatas", que conta com tramas de crimes, mistério e suspense de criativos e sanguinários autores de todo o país. Pois é, e é esse o presente que o ClyBlog estará dando para você!
Quer o seu?
É simples: É só curtir a nossa promoção nas nossas páginas das redes sociais e você estará concorrendo ao nosso sorteio que ocorrerá no dia 16 de novembro *.
Vai lá, dá um CURTIR em facebook.com/clyblog ou em twitter.com/clyblog e concorra.




* O resultado será divulgado nas nossas páginas do Facebook e do Twitter.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Lançamento das antologias da editora Fantastic - "Meia-Noite: Contos da Escuridão", "Psicopatas" e "Reino Fantástico"



Enquanto se encerra toda a parte burocrática e de revisão dos textos para as antologias da Editora Fantastic, saíram oficialmente as capas dos livros e a agenda oficial de lançamento, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. O da publicação "Meia-Noite", da qual meu irmão, Daniel Rodrigues e eu, Cly Reis, fazemos parte, cada um com um conto,"O Monstro do Armário" e "Clichês", respectivamente, acontece na quarta-feira, dia 04 de setembro, a partir das 15 horas, juntamente com o lançamento da coletânea "Psicopatas", da qual eu participo com o conto "Churrasco". Antes disso, no dia 02 de setembro, acontece o lançamento das antologias "Evolução", de ficção científica, da qual não participamos, e da "Reino Fantástico", na qual meu conto "O livro da fascinação", integra a publicação.
Convidamos a todos para visitar a Bienal do Livro e, se estiverem lá no Riocentro, no dia 04 de setembro, à tarde, a dar uma passadinha no estande da editora Autografia, no pavilhão Verde, para prestigiar os lançamentos. Nós, os editores do ClyBlog, estaremos lá.
Confira, abaixo, os detalhes da programação do evento:


*********


Programação:





C.R.

quinta-feira, 28 de julho de 2022

"The Batman", de Matt Reeves (2022)




Detective Comics... Quadrinhos de detetive. 
O último filme do homem-morcego, "The Batman", honra as origens da editora que o publicou desde suas primeiras aventuras: é uma história de detetive. 

O novo Batman é um filme policial. Uma trama envolvente, instigante, na qual o vilão, por mais que originalmente seja um de seus caricatos arqui-inimigos dos quadrinhos, neste longa fica muito mais caracterizado como um perigoso psicopata do que por uma figura colorida com roupa extravagante.

"The Batman" faz uma espécie de "Ano Um" do homem-morcego. Um herói ainda jovem, idealista, tentando entender toda a sujeira dos subterrâneos de Gothan City e percebendo que a coisa toda é ainda muito maior do que imaginava. Ironicamente, quem mostra isso a ele é exatamente o vilão: um maluco autointitulado Charada passa a cometer assassinatos e deixar nas cenas dos crimes enigmas que vão desvelando verdades indesejáveis sobre peixes grandes da cidade, como o prefeito, o promotor e até, imagine só, o pai do nosso jovem magnata.

Bruce é um justiceiro ainda confuso, inseguro, o que torna seu personagem noturno, um herói vulnerável em muitos momentos, tanto física quanto psicologicamente. Em meio a essa roda-viva de crimes do Charada, brigas de poder no submundo, eleições para prefeito, policiais corruptos e prisões dos chefes da máfia de Gothan, o mascarado se vê às voltas com Selina Kyle, uma jovem dançarina e garçonete nas boates do mafioso Falcone, e que busca respostas sobre o paradeiro de uma amiga desaparecida que pode estar mais envolvida com coisas perigosas do que ela possa imaginar. Juntos, com motivações diferentes, os dois mergulham em toda a sujeira da cidade, que respinga nos dois e que é apresentada ao povo de Gothan, de maneira prazerosa e sádica, pelo Charada.

O jovem Bruce, tentando juntar as peças do quebra-cabeça
do Charada

"The Batman" é uma grande celebração ao herói mais humano dos quadrinhos. Além de voltar ao início da saga do órfão sedento por justiça, o filme de Matt Reeves, mesmo tão contemporâneo, rende discretas homenagens à série clássica dos anos 60 em detalhes como o da máscara de couro, o próprio nariz da mascara (os mais atentos perceberão), o Batmóvel, mais "carrão" mesmo, mais parecido com a máquina clássica de Adam West,  sem falar nas tomadas superiores dos ambientes e até mesmo as semelhanças com as sequências de luta.
O novo Charada, simplesmente assustador.
Um dos melhores psicopatas do cinema nos
últimos tempos.

Robert Pattinson, tão discutido, tão contestado, está perfeito no papel de um Batman hesitante; Paul Dano é um maníaco assustador lembrando muito John Doe, o psicopata fanático de "Seven", de David Fincher; a Mulher-Gato é sexy mas sua participação não se limita a seus dotes físicos; a amostragem de Pinguim é promissora; a "canja" de Coringa é instigante; e o final (sem querer dar spoiler) não caracteriza exatamente uma vitória do herói, o que torna o filme ainda mais interessante.

Um filme que dignifica o herói mascarado, dignifica os quadrinhos, que se justifica como um longa de Batman, que prende a atenção, nos deixa envolvidos, nos faz querer ver uma sequência... Isso, DC! Era isso que queríamos! "The Batman" é um filme policial, é um filme noir, é um thriller psicológico, é um suspense, para só depois de tudo isso, ser um filme de herói.



Cly Reis


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Marilyn Manson - "Antichrist Superstar" (1996)



Duas versões da capa do álbum
"Vejo meu trabalho como
sendo alguém que deve provocar as pessoas.
Não quero ser apenas mais um.
Não quero ser apenas um rosto risonho
que aparece na TV apresentando
algum tipo insípido de lixo de fácil digestão."
Marilyn Manson



O mundo do rock sempre teve seus palhaços. Desde que David Bowie inventou inventou um personagem extraterrestre, tirou as sombrancelhas, abusou da maquiagem e adotou um visual andrógino, o número de artistas do universo pop a aderirem a máscaras, maquigens, caras pintadas, personalidades paralelas, encenações, etc. só fez aumentar. New York Dolls, Kiss, Gwar, Alice Cooper, mais recentemente o Slipknot, e até os brasileiros dos Secos e Molhados são apenas alguns desses arlequins fantasiados que a cena musical nos apresentou o longo dos anos. Mas quando eu falo 'palhaços' não tenho a intenção de ser pejorativo. Acho legal essa coisa do personagem, da pose, da indumentária. Utilizo a figura mais pelo fato de esconderem-se atrás de um “rosto artificial”, criarem um determinado padrão de procedimentos pré-concebidos, e pela teatralidade que a proposta exige. Mas acho legal, acho que tem tudo a ver com rock. Muitos não valem nada, é verdade, são muita imagem, muita pose, muito efeito especial, pirotecnia, estardalhaço, mas música, que é bom, nada. Mas de vez em quando o mundo do rock nos sai com um desses bufões que valem a pena e um dos mais relevantes dos últimos tempos é um cara que combina um nome feminino de um dos maiores símbolos sexuais da história do cinema com o de um dos mais brutais e terríveis assassinos psicopatas de todos os tempos. A combinação sexo+cinema+violência+rock, acrescida de muito peso, doses equilibradas e precisas de tecnologia, somada a uma quase convincente teatralidade, resulta em um dos personagens musicais mais interessantes do cenário nas últimas décadas: eu falo de nada mais nada menos que Marilyn Manson.

Escabroso, satânico, pervertido, sádico, bizarro, escatológico? Pode ser tudo isso e pode não ser nada também, mas o fato é que o cidadão nascido Brian Hugh Warner, trazia no meio da década de 90 com a banda que leva seu nome artístico, um industrial vibrante, renovado, cheio de peso e tecnologia, apadrinhado por um dos mestres do gênero, Trent Raznor, do Nine Inch Nails, que produziu seu álbum de estreia de 1994, “Portrait of an American Family” e seu brilhante segundo álbum, “Antichrist Superstar” uma pequena ópera rock que, de forma mais perfeita, coesa e técnica que seu antecessor, funde elementos eletrônicos, metal e pop.

Numa época em que o CD já mandava no pedaço e os álbuns não podiam contar mais com a divisão lados A e B para marcar características diferentes dentro de uma mesmo álbum, como em "Low" do já citado Bowie, "Autobahn" do Kraftwerk, o "V" da Legião Urbana, “Antichrist Superstar”, sem este recurso, é dividido em 'ciclos', “O Hierofante”, “A Inauguração do Verme” e “A Ascenção do Desintegrador”, com características musicais sutilmente diferente entre si, referindo-se cada uma delas a fases da vida/carreira do artista e reforçando a intenção conceitual da obra.

Se tematicamente o trabalho é repleto de referências filosóficas, especialmente em relação a Nietzsche, e discute questões como a formação de mitos, da exposição de mídia e do pensamento coletivo, sonoramente o disco é uma pedrada com inserções eletrônicas, samples, e um trabalho minucioso, cuidadoso e preciso de Trent Raznor na mesa de produção. A abertura com “Irresponsible Hate Anthem”, é incendiária; “The Beautiful People” com seu início galopante é um tijolaço; a provocativa “Mister Superstar”, detona; e a faixa que dá nome ao disco e que abre o último ciclo, “A Ascenção do Desintegrador”, com seus gritos que sugerem uma espécie de saudação nazista, abordando exatamente a idolatria cega a devoção a falsos líderes, soa messiânica e monumental.

Não dá pra deixar de destacar também o metal bem pop “Dried Up...”; a ótima “Wormboy”; a bomba "Angel with the Scabbed Wings"; a muito bem elaborada "Kinderfeld"de ótimo trabalho de produção; e a levada funkeada do baixo de “Minute to Decay”.

Muitos fãs levam a sério toda a imagem que Marilyn Manson tenta passar e, sendo justo com ele, tenho que admitir que o cara se esforça um pouco mais do que outros similares para dar credibilidade ao seu personagem. Mas particularmente prefiro me ater mesmo ao som que foi uma das coisas mais revigorantes no cenário metal dos últimos tempos com a fúria e o peso que o gênero exige, mas com um toque pop e uma teatralidade que acabaram por ser os diferenciais de MM.

Satanismo, autodeformações físicas, perversões, maltratos a animais? Hum... Não sei. Acredite se quiser. Eu recomendo apenas ouvir. Na dúvida, apenas ouça.
********************************

FAIXAS:
  • Ciclo I - O Hierofante
1. "Irresponsible Hate Anthem" - 4:17
2. "The Beautiful People" - 3:38
3. "Dried Up, Tied and Dead to the World" - 4:16
4. "Tourniquet" - 4:29 


  • Ciclo II - A Inauguração do Verme
5. "Little Horn" - 2:43
6. "Cryptorchid" - 2:44
7. "Deformography" - 4:31
8. "Wormboy" - 3:56
9. "Mister Superstar" - 5:04
10. "Angel with the Scabbed Wings" - 3:52
11. "Kinderfeld" - 4:51


  • Ciclo III - A Ascensão do Desintegrador

12. "Antichrist Superstar" - 5:14
13. "1996" - 4:01
14. "Minute of Decay" - 4:44
15. "The Reflecting God" - 5:36
16. "Man That You Fear" - 6:10
99. "Track 99" - 1:31
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Ouça:




por Cly Reis


quinta-feira, 5 de maio de 2022

cotidianas #754 - A Estrada





Fred enterrou a bomba no carro. O marcador começou a correr. Leo entrou na loja de conveniência. Alguns snaks, umas cervejas...
- Quanto dá?
- $45, 60... - respondeu de má vontade, o atendente.
- ... mais o combustível. - completou Leo.
O caixa virou o pescoço, olhou pela janela, avistou a bomba de combustível.
- $120.
Dinheiro no balcão.
- Pode ficar com o troco.
Fred já completara o tanque, Myara já voltará do banheiro. Estavam prontos para seguir.
Uma voz fez com que Leo estacasse à porta antes de sair.
- Fiquem pela principal.
- Como é? - voltou-se o rapaz.
Um velho, no fundo da loja, quase oculto por sombras, confirmava a advertência:
- Fiquem na estrada principal. Não saiam dela por nada, entenderam?
- E quem é você para dizer por onde a gente deve andar? - inquiriu incomodado o jovem.
- Não importa. O que interessa é que...
- Olha, velhote, tá meio apertado nosso tempo e a gente tava exatamente pensando em pegar aquela saída à esquerda...
- Não façam isso!!!
- Qual o problema? - quis saber, agora curioso.
- A estrada não vai deixar vocês chegarem onde querem.
- É muito ruim? Tem muitos buracos, é isso? - imaginando serem os motivos. 
- Não é isso! Ela tem vontade própria. Ela tem vida própria.
- Cala a boca, Raul. - ralhou o caixa - Ele vive assustando os motoristas por aqui com esse papo de estrada, uuuuh!!! Por causa dos adolescentes mortos lá. Faz muito tempo... Era um maluco desses, sabe. Desses psicopatas, coisa do tipo... Matou cinco jovens que iam pr'um acampamento. Mas é bobagem. Lenda.
Um pouco desconfiado, agora, Leo, hesitava um pouco. Não pôde deixar de notar os cartazes de desaparecidos, jovens como ele, na parede atrás do caixa.
Mas, por fim, mesmo um pouco ressabiado sobre o que acabara de ouvir, saiu da loja e juntou-se a Fred e Myara no carro.
- O que que você tem? - perguntou a garota.
- Nada, nada...
- Vamos nessa? - instigou o amigo, ao volante, dando algumas aceleradas só pelo prazer do barulho do motor.
- Vamos. Mas... vamos ficar pela principal, tá bom?
- Tá louco? O festival já tá quase começando e a gente tá aqui ainda. Vamos pela secundária, que eu falei, que é bem mais rápido.




Cly Reis


domingo, 23 de agosto de 2015

cotidianas #388 - A Praga de Millhaven





arte: 23 Envelope
Eu vivo em uma cidade chamada Millhaven
E ela é pequena, ela é perigosa e ela é fria
Mas se você aparecer por aqui
Assim que o sol se pôr
Você pode assistir a cidade inteira virar ouro
É por volta dessa hora que eu costumo ir vagar
Cantando La la la la La la lie
Todos os filhos de Deus eles têm que morrer

Meu nome é Loretta mas eu prefiro Lottie
Estou chegando ao meu décimo quinto ano
E se você acha que viu
Um par de olhos mais verdes
Então com certeza você não os viu por aqui
Meu cabelo é amarelo e estou sempre penteando
La la la la La la lie
Mamãe me dizia que todos temos que morrer

Você deve ter ouvido sobre A Praga de Millhaven
Como no último Natal
O garotinho de Bill Blake não voltou pra casa
Eles o encontraram na semana seguinte em One Mile Creek
Sua cabeça afundada e seus bolsos cheios de pedras
Bem, imagine só toda a choradeira e gemidos
La la la la la la lie
Até mesmo o garotinho de Billy Blake, teve que morrer

Então o Professor O'Rye da Millhaven High
Encontrou seu terrier premiado pregado à sua porta
Então no dia seguinte o velho tolo
Levou o pequeno Biko pra escola
E todos nós tivemos que assistir
Enquanto ele o enterrava
Seu elogio fúnebre a Biko era um rio de lágrimas
La la la la La la lie
Até mesmo as pequenas criaturas de Deus, têm que morrer

Nossa cidadezinha entrou em estado de choque
Um monte de gente estava dizendo coisas
Que não faziam o menor sentido
Então a próxima coisa, você sabe,
a cabeça do Zé Faz-de-tudo
Foi encontrada no chafariz da residência do prefeito
Atrocidade que pode realmente revoltar uma cidadezinha
La la la La la lie
Até mesmo os filhos de Deus, todos têm que morrer

Então, numa cruel reviravolta do destino: a velha Sra. Colgate
Fora esfaqueada mas o serviço não estava completo
A última coisa que ela disse
Antes que os policiais a declararam morta, foi:
"Minha assassina é Loretta
e ela vive do outro lado da rua"
Vinte policiais arrebentaram minha porta
Sem ao menos interfonar
La la la la La la lie
Os jovens, os velhos, todos eles têm que morrer

Sim, sou eu, Lottie. A Praga de Millhaven
Eu cravei terror no coração desta cidade
Como meus olhos não são verdes
E meu cabelo não é amarelo
É mais para o contrário
Eu tenho uma bela boquinha debaixo de toda essa espuma
La la la la La la la lie
Mais cedo ou mais tarde, todos nós temos que morrer

Desde quando eu não era maior do que um gorgulho
Eles já diziam que eu era diabólica
Que se a palavra "má" fosse uma bota, ela iria me servir
Que eu sou uma jovem maldosa
Mas que eu venho me esforçando mais ultimamente
Ah foda-se! Eu sou um monstro! Eu admito isso!
Isso me deixa tão enlouquecida (que)
Meu sangue realmente começa a correr
La la la la La la la lie
Mamãe sempre me dizia que todos nós temos que morrer

É, eu afoguei o guri do Blakey
Esfaqueei a Sra. Colgate, eu admito
Executei o "faz-de-tudo"
Com sua serra circular
Em sua barraca de ferramentas pro jardim
Mas eu nunca crucifiquei o pequeno Biko
Foram dois psicopatas do ginásio
O fedorento Bohoon e seu amigo
Com a cabeça do tamanho de uma abóbora
Eu cantarei para a cambada, agora vocês me provocaram
La la la la La la la lie
Todos os filhos de Deus têm que morrer

Havia todos os outros
Todas as nossas irmãs e irmãos
Vocês presumiram que foram acidentes, melhor esquecer
Lembra das crianças
Que atravessaram o gelo no Lago Tahoo?
Todas presumiram que os sinais de "Aviso"
Os seguiram pro fundo
Bem, elas estão debaixo da casa
Onde guardo um bocado de coisas
La la la la La la la lie
Até mesmo vintes criancinhas, tiveram que morrer

E o fogo de '91 que destruiu os cortiços de Bella Vista
Houve o maior quebra-pau
Que este país já viu
Companhias de seguros arruinadas
Todos os proprietários de terras sendo processados
Por causa da garotinha com uma lata de gasolina
Aquelas chamas realmente urraram
Quando o vento começou a soprar
La la la la La la la lie
Homem rico, homem pobre, todos têm que morrer

Bem, eu confessei todos esses crimes
E eles me levaram a julgamento
Eu estava rindo quando eles me levaram embora
Para o hospício em um velho camburão preto
Não é um lar, mas você sabe
É bem melhor do que a cadeia
Não é um lugar tão ruim e velho pra ter um lar
La la la la La la la lie
Todos os filhos de Deus eles têm que morrer

Agora eu tenho psiquiatras que não irão descansar
Com seus infinitos testes Rorschach
Eu continuo lhes dizendo que eles querem me pegar
Eles me perguntam se eu sinto remorso e eu respondo
"Mas é claro!
Há muito mais que eu poderia ter feito
Se eles me deixassem!"
Então é Rorschach e Prozac
E tudo é manero
Cantando La la la la La la la lie
Todos os filhos de Deus eles têm que morrer

La la la la La la la lie
Estou feliz como uma cotovia e tudo é agradável
Cantando La la la la La la la lie
Sim, tudo é manero e tudo é agradável
Cantando La la la la La la la lie
Todos os filhos de Deus eles têm que morrer

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tradução da letra de "The Curse of Millhaven"